Tuyuti2

Barra de Cinco Pixels

“Soldados rastejavam, me seguiam; baionetas cruzavam, tiniam, espetando a morte, furando o vento; várias vezes fui ferido, levantei, prossegui, mas um dia fiquei caído, nos campos de Tuiuti. Era maio, mesmo dia em que nasci, parti, mas não morri, porque a morte, por mais que tente, por mais que dura, valente, não mata nunca a audácia, a bravura, a vida… um infante.”

Barra de Cinco Pixels

patrono_sampaioNo longínquo 24 de maio de 1810, duzentos anos atrás, nascia Antônio de Sampaio. Num outro 24 de maio, 56 anos mais tarde, o mesmo Sampaio, Brigadeiro, no Comando da Divisão Encouraçada, em franco combate, receberia os três ferimentos graves que lhe tiraram a vida.

Era 24 de maio! Eis a efeméride consagrada como legenda eterna para a Infantaria Brasileira. Antônio de Sampaio, filho de sertanejos simples, nasceu na Fazenda Vitor, povoado de Tamboril, Capitania do Ceará-Grande.

Aos 20 anos, assentou praça como voluntário no 22º Batalhão de Caçadores, sediado na atual cidade de Fortaleza. Seu batismo de fogo não tardaria. Em 1832, no que ficou
conhecido como Encontro de Icó, lutou contra a rebelião que se opunha à abdicação de D. Pedro I. Sampaio combateu no Pará, na Cabanada; no Maranhão, na Balaiada; no Rio Grande do Sul, na Guerra dos Farrapos; e em Pernambuco, na Revolução Praieira. Em
todas essas ocasiões, com extraordinária atuação.

Em 1852, o então Major Sampaio tomou parte na gloriosa campanha de Monte Caseros. Em 1861, já coronel, assumiu a 5ª Brigada, comandando-a nas campanhas do Prata. Em 1865, ascendeu ao posto de Brigadeiro, por merecimento, como foram todas as suas promoções, em reconhecimento às demonstrações de bravura, coragem e engenhosidade.

Mas foi na Campanha da Tríplice Aliança que o sertanejo de Tamboril cobriu-se definitivamente de glória. Em 1866, Sampaio rumou para o teatro de operações. À frente da Divisão Encouraçada, combateu nas operações de transposição do Rio Paraná e nas
batalhas da Confluência e do Estero Bellaco. Na marcha para Tuiuti, coube-lhe o comando da vanguarda. Na véspera da batalha, conduziu o perigoso reconhecimento na Linha Negra, de onde vieram preciosas informações de combate e grande número de
prisioneiros.

Tuiuti foi a maior batalha campal da história da América do Sul. Com manobras ousadas e engenhosas do Comandante e graças à tenacidade e valentia dos combatentes sob seu comando, a Encouraçada derrogara o ataque inimigo. Tuiuti estava vencida
antes do cair da tarde.

Em suma, nos tumultuados dias da Regência e nos primeiros anos do II Império, Sampaio participou das campanhas contra as revoltas internas e os inimigos externos, destacando-se pela bravura e pela liderança em combate. No comando de sucessivos
escalões, transformou-se num condutor de homens, conhecedor profundo do terreno e mestre em adestrar, empregar e conduzir tropas de Infantaria.

Recebeu de D. Pedro II seis condecorações, entre 1852 e 1865, em reconhecimento aos excelentes serviços prestados à Nação, na paz e na guerra.

A história registra que Sampaio recebeu três ferimentos no dia do seu aniversário. O primeiro, por granada, comprometeu-lhe a coxa direita; os outros dois foram nas costas. Em consequência desses ferimentos, faleceu em 06 de julho de 1866 a bordo do
navio-hospital que o transportava para Buenos Aires.

Homem com pureza de propósitos e sentimento patriótico radicado em seu coração, o Brigadeiro dedicou-se inteiramente ao ofício militar. Exemplo da noção de denodo, foi consagrado Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro em 1962, por
meio de decreto presidencial.

Em 1969, os restos mortais do insigne Patrono foram transladados para o Cemitério São João Batista, em Fortaleza, e, desde 24 de maio de 1996, repousam no mausoléu erigido em sua homenagem no Quartel-General do Comando da 10ª Região
Militar, na capital cearense.

Sampaio legou, com o sangue de seus três ferimentos, um ideário de liderança, coragem e patriotismo. Eternizou-se na História do Exército Brasileiro como o mais distinto dos
Infantes.

Em Tuiuti

Barra de Cinco Pixels

Tuyuti

No vasto espaço de TUIUTI, uma atmosfera vibrante contagiava todos naquele 24 de
maio de 1866. Travou-se ali, a maior batalha campal do continente sul-americano – cerca de 50.000 homens em armas.

O Brigadeiro SAMPAIO largou de suas posições com a 3ª Divisão, conhecida como
“Divisão Encouraçada”, para atacar o adversário. Três vezes atingido, impulsionou seus aguerridos infantes até a certeza da vitória.

BATALHA TUIUTI-texto

FONTE: Exército Brasileiro

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Fabio
Fabio
14 anos atrás

Nunca faltou e nunca faltara bravura a nobre infantaria do Exército Brasileiro.

Falta fuzil, falta Vtr sobre rodas, falta Bld, falta OVN, falta munição!

Sub Nuclear? sim!! importancia estratégica!

Mas onde esta o “feijão com arroz”?

Vader
Vader
14 anos atrás

Canção Nobre Infantaria:

“Nobre infantaria, arma de respeito,
faz amedrontar.
Quando, no peito a peito
o inimigo nos encontrar.
A fama levando, vamos espalhando, a nossa alegria
E, junto ao Brasil está o fuzil da infantaria.

Somos soldados, nobres infantes
que nos mostramos alegres triunfantes
com belo porte, que até a morte,
não ousará nos destruir.

Sempre a sorrir, vamos marchando
Vamos lutando em pról deste pavilhão:
O nosso Brasil a quem dedicamos o coração!

Junto à nossa bandeira,
lutaremos com valor
daremos a vida inteira
por ela temos amor!
Mas, se algum dia a guerra
nos vier surpreender
temos o fuzil!
vamos combater para salvar a honra do Brasil!

HURRA!

Somos soldados,nobres infantes
que nos mostramos alegres triunfantes
com belo porte, que até a morte,
não ousará nos destruir.

Sempre a sorrir , vamos marchando
Vamos lutando em pról deste pavilhão:
O nosso Brasil a quem dedicamos o coração!”

Gloriosa Rainha das Armas, parabéns por mais esse dia de luta. Que a lembrança dos feitos do Brigadeiro Sampaio seja nosso norte na paz e na guerra.

Sds.

Caio
Caio
14 anos atrás

e foi hoje que eu fui no TG aqui de cachoeiro-ES jurar a bandeira!!!

Leandro RQ
Leandro RQ
14 anos atrás

Viva a Infantaria!

Que Deus abençõe a mais nobre das armas do Exército Brasileiro!

The Captain
The Captain
14 anos atrás

Os amigos imaginem que “argumento” extraordinário teria um cineasta patriota para a produção de um filme épico se apenas contasse e mostrasse a vida, e passagens dela, deste insigne brasileiro.
Quanta riqueza em patriotismo, denodo e amor à pátria, desde o seu nascedouro, ali nos primeiros anos, no combate contra os insurgentes no Encontro de Icó, na Cabanada, na Balaiada, depois na Guerra dos Farrapos e por fim, coberto de glórias no Tuiuti.

O Ministério da Defesa, para criar uma cultura que respeite e ame suas Forças Armadas deveria patrocinar iniciativas de produção de filmes épicos retratando nossas guerras e seus heróis, desde os Guararapes até o Monte Castelo, sem desmerecer o Riachuelo e o 22 de abril, da aviação de caça.
Se assim fizesse a mentalidade sobre o reequipamento das nossas FA estariam a muito consolidada como de imperiosa necessidade.

Lamentavelmente somos somente a Pátria das Chuteiras, no dizer de Nelson Rodrigues.
Filmes nacionais têm como heróis a trajetória de uma dupla de cantores sertanejos, a vida de um ou outro artista do cinema, novela ou teatro.
Se houvesse real envolvimento do MD, com patrocínio e sob os auspícios do Governo Federal, contratariam produtores especializados de Hollywood, com figurinos, armamentos, viaturas e cenários historicamente corretos e após uns cinco destes filmes a realidade sobre o verdadeiro amor a Pátria seria outro e não aconteceria, como atualmente, somente a cada quatro anos, quando a nação se pinta e ufana de verde amarelo como ato patriótico que não o é! Se os amigos me podem entender.

Assim, ouvindo o Hino da Infantaria consigo penetrar de forma mui tênue no sentimento do nobre Brigadeiro Sampaio, que como muitos poucos nasceu e viveu para dar a sua vida por esta nação.

Salve Infantaria! Salve Sampaio! Salve 24 de Maio!

Galileu
Galileu
14 anos atrás

Sou de Cavalaria, mas, “És a nobre Infantaria. Das armas a rainha….”

Parabéns ao dia do Infante!

Alex Nogueira
Alex Nogueira
14 anos atrás

Interessante esse post, eu como bom brasileiro não sabia sobre a história da infantaria do Brasil (a cultura de nossas forças armadas não são bem divulgada e explicadas para a população em geral 🙁 )

Que falta faz termos mais informações durante o periodo escolar, penso principalmente quando lembro de 2 anos da matéria de história do colegial que meu professor não ensinava nada, absolutamente nada……

Mas é isso ai, vivendo e aprendendo, nunca é tarde para aprender coisas novas.

Parabéns ao blog pela matéria.

J. Carlos
J. Carlos
14 anos atrás

É NO COMBATE QUE O INFANTE É FORTE;
VENCE O PERIGO E DESAFIA A MORTE !

INFANTARIA ! SELVA !
BRASIL ACIMA DE TUDO !

Flávio
Flávio
14 anos atrás

És a nobre Infantaria,
Das armas a rainha,
Por ti daria
A vida minha,
E a glória prometida,
Nos campos de batalha,
Está contigo,
Ante o inimigo,
Pelo fogo da metralha!

És a eterna majestade,
Nas linhas combatentes,
És a entidade,
Dos mais valentes.
Quando o toque da vitória
Marca nossa alegria,
Eu cantarei,
Eu gritarei:
És a nobre Infantaria!

Desculpem as outras armas e forças…Mas esta é a infantaria. Rainha das Armas.

BRASIL!!!

Leonardo
Leonardo
14 anos atrás

Parabéns a infantaria, que tanto nos orgulha!

Luis
Luis
14 anos atrás

Nós somos estes infantes
Cujos peitos amantes
Nunca temem lutar;
Vivemos,
Morremos,
Para o Brasil nos consagrar!

Nós, peitos nunca vencidos,
De valor, desmedidos,
No fragor da disputa,
Mostremos,
Que em nossa Pátria temos,
Valor imenso,
No intenso,
Da luta.

És a nobre Infantaria,
Das armas a rainha,
Por ti daria
A vida minha,
E a glória prometida,
Nos campos de batalha,
Está contigo,
Ante o inimigo,
Pelo fogo da metralha!

És a eterna majestade,
Nas linhas combatentes,
És a entidade,
Dos mais valentes.
Quando o toque da vitória
Marca nossa alegria,
Eu cantarei,
Eu gritarei:
És a nobre Infantaria!

Brasil, te darei com amor,
Toda a seiva e vigor,
Que em meu peito se encerra,
Fuzil!
Servil!
Meu nobre amigo para guerra!

Ó! meu amado pendão,
Sagrado pavilhão,
Que a glória conduz,
Com luz,
Sublime
Amor se exprime,
Se do alto me falas,
Todo roto por balas!

http://www.exercito.gov.br/01inst/Hinoscan/infantar.htm

RtadeuR
RtadeuR
14 anos atrás

Entre duas forças, o primeiro passo de ambas as partes será a destruição mútua de toda tecnologia.
Ao final sobrará um infante com seu fuzil e baioneta para decidir a guerra, casa à casa, rua por rua, metro à metro.
Viva a Infantaria sempre.

fsinzato
fsinzato
14 anos atrás

Parabéns aos infantes de hoje e aos verdadeiros Heróis de ontem.

E depois me falam de um sujeito chamado Chuck Noris… tisc… Este mesmo correria, apenas de saber a história do Nosso honroso Sampaio.

Um filme épico com linguagem moderna que encante, crianças, adultos e velhos, seria muito bem vindo para a formação da combalida identidade nacional.

Parabéns pelo 24 de maio.

Sds.

Fernando Sinzato
Fernando Sinzato
14 anos atrás

A mensagem anterior é minha. Tinha esquecido de trocar o e-mail no blog do Forte.

MN-QS
MN-QS
14 anos atrás

Parabéns a Infantaria e ao EB!!! Hoje eu senti muito orgulho de ser Brasileiro e também Cearense. O único fato estranho do dia foi a entrevista que o NJ deu a Tv local nas comemorações aqui na 10ª RM, a respeito do enriquecimento do urânio, dizendo que o mesmo não seria empregado em armas. O subnuc não é uma arma?!

Celso Cruz
Celso Cruz
14 anos atrás

de pé! um, dois? três, quatro INFANTARIA! nunca me esqueci disto o_O

Cláudio
Cláudio
14 anos atrás

Ontem me esqueci de dar parabéns a INFANTARIA.

Falem bem ou mal, é parte imprescindível das Forças Armadas; Embora o rumo das guerras modernas seja ditado pela alta tecnologia.

Fica meu Parabéns aos Integrantes da Infantaria !!!

Manock
14 anos atrás

The Captain,

se este filme que vc propõe mostrasse a real história da guerra do paraguai aí não sei se o dito infante seria coberto por glórias ou por crimes.

Nada contra a infantaria, mas a favor da verdade histórica!

The Captain
The Captain
14 anos atrás

Meu caro Manock,

Um homem que recebe um primeiro ferimento e retorna pra luta; recebe segundo ferimento, retorna pra luta; ainda que caia ao receber terceiro ferimento; covarde é que não é. É, isto sim, um bravo, um herói, esteja seu lado da luta certo ou errado!
Talvez você já tenha ouvido falar do General George Armstrong Custer, militar e herói do povo norte americano, existindo pelo menos quatro cidades nos E.U.A. com o nome de Custer. Este herói, cultuado pelos norte americanos e com sua história contada em alguns filmes pelo menos desde a década de 30, é tido como o maior exterminador de índios dos E.U.A. Todavia é um herói, visto que morreu em combate, sendo que suas forças na ocasião eram de no máximo metade do que eram as forças índigenas oponentes. Ele era agressivo em combate, destemido, ousado mesmo. Se você consultar a Wikipédia verá que ele tinha por doutrina exterminar os acampamentos índigenas quando lá estavam somente mulheres, crianças e velhos. Ainda assim, um herói americano!
Então o herói, ou o covarde, não relaciona-se com a ética ou moral de um guerra, mas sim com os seus feitos e neste sentido Antônio de Sampaio terá que estar no mais alto dos lugares no Panteão dos Heróis Nacionais da Guerra do Paraguai; ao lado de Caxias, Osório, Mallet, Tamandaré, Barroso, Marcílio Dias, Mariz e Barros e Greenhalgh. Se não mencionei mais nomes, que os amigos, por justiça, façam menção aos outros que mereçam tão alta distinção.
Recomendo a leitura da breve biografia existente na Wikipédia dos insignes brasileiros acima, para uma melhor visão do que sejam nossos heróis não jogadores de futebol, basquete, vôlei, tênis, corredores velocistas ou fundista, saltadores, pilotos de Fórmula Um e afins atualmente em moda, sem que com isto eu queira desmerecer o título que tais atletas e pilotos, por mérito, receberam. Trata-se apenas de fazer uma pequena revisão histórica do que seja ser um Verdadeiro Herói, num país que não cultua, por ignorância creio imposta pelas próprias elites governantes.
Concluo dizendo que na minha infância e adolescência aprendi os Hinos Nacional, da Bandeira, da Independência e da República. Em História e Organização Moral e Cívica; aprendi quem foram de fato os nossos heróis. Talvez devêssemos retomar tais estudos nos currículos do ensino fundamental e médio. Talvez devêssemos voltar a cantar o Hino Nacional toda sexta-feira antes de entrarmos em sala de aula. Talvez devesse existir uma bandeira nacional em cada sala de aula, repartição pública, estabelecimento bancário. Talvez os estabelecimentos comerciais devessem voltar a enfeitar suas vitrines com símbolos cívicos e o verde amarelo na Semana da Pátria e não somente em época de copa do mundo, a cada quatro anos e com camiseta da seleção de futebol, bolas e toda alusão ao “marketing” nisto envolvido, sem que com isto eu queira dizer que não torço pela seleção, vendo e vibrando em todos os jogos. Neste caso o que eu proponho é colocarmos as coisas no seu devido lugar.
É, talvez devêssemos retomar o verdadeiro patriotismo a 40 anos perdido, não que eu seja um dos saudosos dos “anos de chumbo” ou da ditadura Vargas, muito pelo contrário. Apenas procuro ser um patriota e dar valor às nossas coisas, certas ou erradas à luz da história, exatamente como fazem os norte americanos. É isto!

Vader
Vader
14 anos atrás

Manock disse:
25 de maio de 2010 às 10:10

“se este filme que vc propõe mostrasse a real história da guerra do paraguai aí não sei se o dito infante seria coberto por glórias ou por crimes.Nada contra a infantaria, mas a favor da verdade histórica!”

Muda pro Paraguai então, cara! Vai prá lá, chorar ao lado dos perdedores! 🙂

Mas não, quem sabe você preferisse que o Mato Grosso e os três estados do Sul do Brasil falassem Guaraní né?

Athos
Athos
14 anos atrás

Bom, o texto sobre a diplomacia brasileira esta fechado para comentários.

Gostaria de alertar os editores que isso sempre ocorrerá quando forem publicados textos com viés ideológico.

Existem diversas análises ideologicamente isentas e a editoria escolhe o de um político inexpressivo, em ano de eleição.

… virou zona por lá, como não poderia deixar de ser.

Por que não publicar a coluna de Janio Freitas na Folha de hoje.

Tito
Tito
14 anos atrás

Manock disse:
25 de maio de 2010 às 10:10

Meu amigo, aquilo era uma guerra, e na guerra não existe beleza nem romantismo.

E graças a Homens (com H maiúsculo mesmo) como Antônio de Sampaio, estamos do lado vencedor e podemos ficar agora com sentimentalismo bobo.
🙂

DaGuerra
DaGuerra
14 anos atrás

Soldados armados com Minié anti-carga rastejando?? De onde saiu este poeminha? “Reminicências da Campanha do Paraguai” de Dionísio Cerqueira, lá tem a bela descrição de um participante sobre a Batalha de Tuiuty.

Manock
14 anos atrás

The Captain,
concordo com a maior parte do seu post, porém nossas diferenças estão na concepção de Heróismo e Glória. Para mim isto não se resume à vitória ou à derrota e sim à postura gloriosa ou não, heróica ou não. Não tenho nada contra o dito infante e/ou outros que lutaram na guerra do paraguai. O Brasil venceu ao lado da Argentina e do Uruguai, ou melhor, nossos escravos venceram ao lada da Argentina e do Uruguai. Defendo apenas que uma revisão histórica, isenta e feita por cientistas e não militares possa nos trazer muita luz sobre os acontecimentos na dita guerra. Apenas a verdade, nada mais.

Vader: O único pais que lucrou com a guerra do paraguai foi a Inglaterra, manipulou os dois lados, vendeu fortunas em armamento para os dois lados e arruinou a única economia que a ameaçava na época, o Paraguai. Nós “orgulhosos” e “vitoriósos” brasileiros nada mais fizemos que um genocídio para o glória inglesa. Nada mais!

Nada contra a Infantaria ou o Heroísmo de Guerreiros Brasileiros, Argentinos, Paraguaios e Uruguaios. Mas a verdade está muito distante da versão oficial que conhecemos.

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin
14 anos atrás

O único pais que lucrou com a guerra do paraguai foi a Inglaterra, manipulou os dois lados, vendeu fortunas em armamento para os dois lados e arruinou a única economia que a ameaçava na época, o Paraguai. Nós “orgulhosos” e “vitoriósos” brasileiros nada mais fizemos que um genocídio para o glória inglesa. Nada mais!

FAIL

Vader
Vader
14 anos atrás

Manock disse:
25 de maio de 2010 às 17:55

Caro Manock, três falácias ridículas que os revisionistas latrino-americanos implantaram a fórceps na historiografia de nosso continente na última geração (coincidentemente após a chegada da ideologia comunista em nosso ideário vulgar), e que não sobrevivem à menor análise criteriosa:

1. A de que a Inglaterra lucrou em cima do Brasil com a Guerra do Paraguai. A imensa maioria de nossas dívidas com o Império Britânico são posteriores ao episódio (na verdade a maior parte é posterior ao advento da República). Idem ocorreu com a Argentina e o Uruguai.

De mais a mais, o Brasil era uma nação agrária e não possuia um exército regular; assim sendo, mesmo que tivesse que se endividar até as tampas (o que não ocorreu naquele momento) com a única potência bélica da época (e portanto a única que lhe poderia fornecer armas), não haveria o que fazer: a alternativa seria entregar ao Paraguai o sul do país e o Mato Grosso (atualmente MS e MT), áreas que, frise-se, o sanguinário ditador paraguaio Solano López invadiu sem que houvesse sequer uma declaração formal de guerra!

Portanto, culpar a Inglaterra pela Guerra do Paraguai é uma enorme asneira.

2. A de que nosso Exército Imperial era um exército de escravos: na verdade a maior parte dos corpos combatentes “de linha” era formado por homens livres. Boa parte profissionais, oriundos dos corpos de polícia das províncias.

Apenas os Corpos de Voluntários da Pátria eram formados em alguma medida (muito longe da maioria) por “alforriados”, homens que eram alistados pelos “donos” sob a promessa de receberem a liberdade após a luta.

Uma proposição estúpida, assim, dado que após a guerra todos os veteranos foram declarados livres: logo, não eram escravos, ou pelo menos jamais foram assim tratados no Exército Brasileiro.

Ademais, dentro do Exército, no calor das marchas e no fragor das batalhas havia pouquíssima diferença entre livres e não-livres: todos lutavam e morriam igualmente (como moscas, por sinal).

3. A de que o Paraguai de alguma maneira ameaçava a economia do Império Britânico. Esta proposição então é duplamente ridícula, na medida em que subestima o “Império no qual o sol jamais se punha”, ao passo que superestima a incipiente capacidade industrial paraguaia, bem como a sua pretensa independência do capital estrangeiro e, em especial, do inglês.

A Inglaterra havia acabado de vencer a 2a Guerra do Ópio contra ninguém menos que o poderoso e populosíssimo Império da China; a Royal Navy era soberana inconteste de todos os mares do globo, e a Inglaterra era de longe a economia mais poderosa da Europa (e consequentemente do mundo).

O Paraguai por outro lado tinha alguma indústria autóctone, mas que nem de longe era maior sequer do que as indústrias do Brasil ou da Argentina. A “independência” paraguaia do capital inglês era mais alegada do que efetiva, na medida em que o impulso inicial da, repito, incipiente, industrialização paraguaia, se deu com capital britânico, aliás como de regra na AL. Para prova de tal alegação, basta ver que a maior parte das armas (de mão e pesadas, artilharia de campo, etc.) usadas pelo Paraguai era de fabrico inglês.

Afirmar que o Paraguai de alguma maneira ameaçava a hegemonia da Inglaterra na região seria tão ridículo quanto dizer, hoje em dia, que a toda-poderosa Venezuela ameaça de alguma maneira os Estados Unidos da América…

Enfim, meu caro, torne a pesquisar suas fontes: você pode ter sido enganado com estas baboseiras desde a escola primária… E não se avexe, pois a maioria de nós também o foi…

Sds.

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin
14 anos atrás

Vader, essa é a herança maldita do pseudo historiador Júlio José Chiavenato deixada para a juventude brasileira, um crime de lesa pátria. Eu mesmo estudei história com livros desse sujeito.

Veja os métodos do kamarada:
Em linhas gerais, logo após a guerra, cada país abraçou seu herói. Aqui, endeusamos e panteamos Duque de Caxias, Osório e Tamandaré. No Paraguai, quase todo governo populista ou mesmo conservador se considerava herdeiro do espírito indomável de López.

Depois do golpe de 1º de abril, esse clima de ufanismo histórico ficou cada vez mais difícil de engolir. A esquerda, acuada por todos os lados, decidiu reagir. Nas décadas de 60 e 70, começaram a surgir livros questionando essa versão oficial. Leon Pomer, na Argentina, e Júlio José Chiavenato faziam denúncias graves. Reduzindo em miúdos, diziam que:

O Brasil tinha sido nada mais do que um fantoche nas mãos da Inglaterra, que usou o nosso país para destruir o Paraguai, verdadeiro modelo de desenvolvimento econômico e potencial competidor dos ingleses.

Essa tese tem um enorme valor. Apesar de ser totalmente imbecil, ela serviu para chacoalhar o campo e estimular novas pesquisas revisionistas. Sem ela, talvez ainda estivéssemos reverenciando Caxias como o Filho de Deus.

Nas últimas duas décadas, uma verdadeira legião de historiadores, de todas as correntes ideológicas, buscou comprovar as alegações de Pomer e Chiavenatto. Inclusive eu.

Por exemplo, citam um carta de Caxias ao Imperador na qual ele relata jogar cadáveres com cólera nos rios para infectar os paraguaios. Impossível? Claro que não. Caxias poderia ter feito isso? Claro que sim. Mas onde está essa carta? Quem viu? Chiavenato diz que ela está em um museu de Buenos Aires. Eu fui no tal museu. Nunca ninguém ouviu falar da tal carta, mas já estão de saco cheio de gente indo lá perguntar.

Entendam: História não é literatura. Qualquer um pode dizer que o transsexualismo de Diadorim é, na verdade, um reflexo da homossexualidade enrustida de Guimarães Rosa. O papel (e a cabecinha das pessoas) agüenta qualquer coisa.

Mas, se você quer dizer que Caxias jogava cadáveres infectados por cólera no rio, é bom ter alguma evidência comprobatória.

http://www.sobresites.com/alexcastro/artigos/pessoal.htm

Vader
Vader
14 anos atrás

É isso Bakunin. A verdade é que em matéria de ciências humanas, e especialmente em História, temos que ficar muito, mas muito, muito atentos ao que ensinam a nossas crianças na escola. Pois a infiltração do marxismo em tais matérias beira o ridículo.

É a reconstrução da História conforme prega a dialética marxistas. Desconstruindo a verdade e elegendo falsidades e meias-verdades que sirvam ao seu propósito de doutrinação.

Grande abraço.

Manock
14 anos atrás

1- Sanguinário ditador Solano López!? Ainda bem que na époco o brasil tinha um “Imperador” (que difere MUITO de ditador) conhecido pela sua, bondade com os mais pobres, espírito democrata…

2- Cada senhor branco que enviasse dois escravos ficava livre da obrigação de servir ou de seu filho servir na guerra. E a alcunha de exército de escravos não foi dada pela historiografia revisionista de orientação marxista (leia-se: comedores e criancinhas, filhos do demônio) e sim pelos argentinos e uruguaios. Mas sem problemas, realmente todos nós dotados de inteligência e o mínimo de bom senso sabemos que nas trincheiras os negros escravos não eram mal tratados pelos oficiais brancos de nobre estirpe. Todos nós sabemos que o glorioso exército brasileiro sempre foi conhecido pela vanguardismo nos direitos civis e republicanos, mesmo antes da república existir…

3- realmente era muito mais barato comprar um produto inglês a 10 mil quilômetros de distância, esperar 5 meses para ele chegar do que comprar o mesmo poduto alí no paraguai e esperar algumas semanas para chegar. Logisticamente faz todo o sentido…

Guerras são cheias de vitórias e derrotas, glórias e crimes. A históriografia nada mas faz que mostrar os dois lados. Vc pode escolher o seu! Tenho orgulho da vitória brasileira na mesmo intensidade que tenho vergonha da chacina empregada contra a populaão civil.

Fernando Sinzato
Fernando Sinzato
14 anos atrás

Senhores,

Na minha opinião, vocês estão discutindo duas coisas distintas, por isso o choque, pois o que se comemora na data é o mito do herói e não só o seu personagem histórico a que deu origem.

É o que Sampaio SIGNIFICA para a Nação e não o que ele FOI.

Mitos e história são bem diferentes em si, porém ambas corretas considerando este ponto de vista.

Abs.

Vader
Vader
14 anos atrás

Manock disse:
26 de maio de 2010 às 9:47

1. Meu caro, D. Pedro II era Imperador Constitucional do Brasil e reconhecidamente o governante mais lúcido e erudito que jamais teve este país. É até uma heresia comparar com “El Supremo”, “El Mariscal”, que chegou ao poder sucedendo o pai e matando seu irmão, escravizou seu povo, matou sua mãe, invadiu o Mato Grosso, invadiu as “Corrientes”, arrastou sua nação para uma guerra que não poderia vencer, e concedeu honrarias públicas a seu cavalo! Seu CAVALO!

2. Exército nenhum é feito para demonstrar “vanguardismo nos direitos civis e republicanos” (wtf???). Exército é feito para GANHAR GUERRAS! E o Exército Brasileiro, tanto o Colonial, quanto o Imperial, quanto o Republicano, é INVICTO! Jamais vencido! Quanto à sua acusação de “Exército de Escravos”, independente de os “senhores” irem ou não à Guerra, a verdade é que não foram apenas escravos que serviram, lutaram e morreram. Procure saber quantos policiais paulistas da Força Pública morreram por lá meu caro: todos homens livres! Quantos Batalhões a província de São Paulo mandou para o combate! Informe-se, antes de fazer uma mistureba sem noção para concluir genericamente de episódios específicos!

3. Que armas que o Paraguai produzia meu caro? Podes provar o que afirma? Porque há ínúmeras provas de que as armas paraguaias eram tão britânicas quanto as da Tríplice Aliança. A verdade é que o Paraguai já era o que prossegue sendo hoje: um enorme latifúndio que não produz nada industrial!

“Ahhh, mas quanta gente inocente morreu no Paraguai…” Verdade? Que coisa?! E eu que pensava que nas guerras a gente entregava florzinha pro inimigo!!!

Cai na real parceiro… Ô papinho mais gramsciano…

Manock
14 anos atrás

Afirmei que o Paraguai produzia armas?

Manock
14 anos atrás

Amigo Vader,

contenha-se na discussão de ideias, não é necessário agressividade contra seu interlocutor. Vamos manter o nível de boas discussões centradas no debate de argumentos.

Abraço,

Manock

Vader
Vader
14 anos atrás

Não, V. Sa. afirmou que o Paraguai era industrializado a ponto de oferecer ameaça à hegemonia inglesa, o que é tão mentira quanto afirmar que o Brasil também era industrializado.

Além das outras mentiras, meias-verdades, generalizações e interpretações equivocadas que o amigo usou para desqualificar o herói da Infantaria, o Exército Brasileiro, a motivação brasileira na Guerra do Paraguai e, até mesmo (pasme-se) o Imperador Pedro II, tido a seu tempo como um dos homens mais iluminados do mundo.

Já lhe disse e repito: reveja suas fontes. Se você estiver de boa-fé (o que respeitosamente começo a duvidar) você foi enganado. Como toda a nossa geração, que cresceu estudando a História, especialmente a nacional, sob a ótica desconstrucionista gramsciano-marxista.

Sds.

Vader
Vader
14 anos atrás

Ok, caro Manock, como queira, me desculpe pela ênfase demasiada.

Ocorre que esse tema é recorrente aqui no ForTe, e diversas vezes desconstruído por mim e por outros, malgrado certa parcela dos frequentadores insista na falácia de que o Brasil foi o algoz do Paraguai, quando a verdade é bem mais prosaica e bem menos maniqueísta do que isso.

Saudações.

Celso Cruz
Celso Cruz
14 anos atrás

pois é… isto é o que acontece ao estudarmos apenas da história oficial (livresca). pergunta-se: qual o país interessado em dizimar a economia paraguaia? quais países deviam muito para este principal interessado? qual país teve de pagar para que sua independência fosse reconhecida? :/

em guerras não existem vencedores… todos perdem (e muito) o_O

The Captain
The Captain
14 anos atrás

E no entanto insisto que o Brigadeiro Sampaio foi um dos grandes e poucos verdadeiros heróis brasileiros. Não nos é lícito manchar sua honra com discussões extemporâneas por conta de uma guerra em que ainda se discuti sua legitimidade, tanto mais ao comemorarmos os 200 anos de nascimento deste Bravo!

Manock
14 anos atrás

Vader, desculpas aceitas.

continuando o profícuo debate:

Afirmei que o Paraguai oferecia perigo aos mercados ingleses na bacia do prata e volto a afirmar. Por se tratar da primeira e mais proveitosa iniciativa de industrialização na america do sul o Paraguai representaria em pouco tempo um perigo à hegemonia econômica inglesa na região. Não se tratava de desbancar a Inglaterra mas de competir no mercado sul americano com uma vantagem logistica imensa!

Se vc não concorcorda com os meus argumentos isso não significa que sejam mentiras. São apenas argumentos contrários ao seus.

Em momento algum desqualifiquei o dito infante, motivo do post, e nem o desqualifico, só acho que sabemos pouco sobre a guerra para usá-la como motivo de louros e glórias. E gostaria de um dia ver o exército reconhecer o papel dos escravos nos combates.

Iluminado ou não, filho direto de Deus ou não, Dom Pedro não impediu que o Brasil se perdesse no tempo durante o séculoo XIX. Lembro-te que na virada dos 1800 a economia brasileira era bem maior e mais rica que a Norte-Americana, já na virada dos 1900 eles eram 15 vezes maiores que nós.

Existe uma enorme quantidade de detalhes geopolíticos que cuminaram na guerra. Mas o fator preponderante foi o interesse inglês!

Vader
Vader
14 anos atrás

Manock disse:
26 de maio de 2010 às 16:32

Manock, como disse discordo quanto ao Paraguai. Não há provas históricas suficientes de que sequer tenha se dado alguma maior industrialização no séc. XIX, muito menos que esta, caso tenha ocorrido, tenha sido autóctone ou desligada do capital internacional (leia-se europeu) como quer o amigo.

Mas ainda que fosse verdade, não retiraria ao Paraguai o caráter de agressor no conflito da Tríplice Aliança.

Ou seja: de “bonzinho” o Paraguai não tinha nada: queria apenas substituir a Inglaterra para fazer ainda pior. E “El Supremo” é a maior prova disso: era apenas um caudilho sanguinário, e um autocrata expansionista e megalomaníaco que escravizou seu povo e galgou o poder como um legítimo César romano. O Paraguai estava muito mais longe da democracia que o Brasil, que era uma monarquia (conquanto constitucional).

Quanto a D. Pedro II, discordo ainda mais profundamente. O Brasil, como dito, era uma monarquia constitucional estabelecida (D. Pedro II não era um monarca absolutista como tinha tentado ser seu pai e como tinha sido seu avô), e quem mandava mesmo no Brasil eram os mesmos que já mandavam antes (os latifundiários) e que continuaram a mandar depois de seu reinado.

Não se pode colocar a culpa por qualquer atraso do Brasil em D. Pedro II, na corte, ou mesmo na monarquia. A monarquia era muito mais um símbolo de união, o único fator que uniu o Brasil e lhe deu uma identidade, impedindo-o de se desagregar como havia ocorrido na América Espanhola, do que um poder governante efetivo. Ou seria preferível que hoje fôssemos 10 ou 20 países?

Embora não venha ao caso discutir monarquia X república aqui, mas fato é que se a república mudou alguma coisa para este país foi para pior. E assim ficou por pelo menos os 20 primeiros anos de nossa história republicana.

Quanto aos EUA, não façamos comparações esdrúxulas: qual país do globo terrestre teve no séc. XIX o crescimento que eles tiveram? Aponte-me um, e me calo.

E mais: no começo do séc. XIX eramos uma colônia de Portugal! Vassalos! Só tínhamos o crescimento que Portugal queria! Quando ficamos independentes (1822) os EUA já estavam em plena expansão territorial, demográfica e econômia! Já estavam independentes há 40 anos! Já começamos com 40 anos de atraso em relação a eles, embora a vinda da família real ao Brasil tenha trazido vários avanços.

Dizer que o Brasil não teve o mesmo crescimento que os EUA no séc. XIX é chover no molhado. E qual país teve? Mas atribuir tal menor crescimento a D. Pedro II ou à monarquia é completo desconhecimento da história americana e brasileira. São contextos completamente diferentes e como tal tem de ser analisados.

Sds.

Celso Cruz
Celso Cruz
14 anos atrás

e a história oficial (livresca)? :p

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin
14 anos atrás

Celso Cruz disse:
26 de maio de 2010 às 14:30

pois é… isto é o que acontece ao estudarmos apenas da história oficial (livresca). pergunta-se: qual o país interessado em dizimar a economia paraguaia? quais países deviam muito para este principal interessado? qual país teve de pagar para que sua independência fosse reconhecida? :/

E quem disse que havia algum interessado em “dizimar a economia paraguaia”? Não houve influência Inglesa no conflito pelos motivos:

1º O Brasil não mantinha na época relações diplomáticas com a Inglaterra,

2º A Inglaterra não teria motivos em destruir um cliente de seus produtos manufaturados, pois o Paraguai ao contrário das LENDAS a respeito, não era industrializado.

Manock
14 anos atrás

Quanto ao Paraguai, Vader, realmente nunca foi e em será, bonzinho, pois país nenhum o é! Não digo que a culpa da guerra foi do Brasil, e nem do Paraguai, foi da incompetência de ambos em resistir às pressões inglesas. (+ Argentina e Uruguai) A Inglaterra não obrigou nenhum dos países a entrar no conflito, apenas criou situação para que o conflito existisse. Minha crítica é à forma como a guerra teve seu desfecho. A vitória, como todas elas, foi nobre mas isso não nos impede de ver a admitir as atrocidades cometidas.

Amigo, comparar o Brasil aos USA é esdrúxulo hoje, que somos 12 vezes menores que eles. Porém em 1800 tinhamos 4 milhões de habitantes e eles tinham 5 milhões, nosso terrítório era um pouco maior e ambos os países foram colonizados no mesmo período com estratégias semelhantes (esqueça aquele papo de exploração vs povoamento que já foi superado). A composiçaõ da população também era semelhante: por volta de 30% de negros escravos e 60% de brancos livres. O restante eram Índios.

Durante o século XIX realmente poucos países acompanharam o crescimento vivido pelos USA, por demérito próprio, mas nós não só não acompanhamos como andamos para trás, graças a aposta política feita pela monarquia. Enquanto todo o ocidente apostou na República e na Indústria nossa elite monárquica apostou na tradição e no latifúndio. Saimos da dianteira nas Américas no iníco do sec XIX para a estagnação 100 anos depois. Portanto, a classe dominante brasileira – monárquica – foi a grande responsável sim pelo atraso sofrido pelo Brasil no sec. XIX. Chegamos à 1898 sem nenhuma universidade enquanto na américa hispânica existiam mais de 20 universidades.

Esta herança maldita dos portugueses nos assombra até hoje!

Obrigado pelo bom nível de debate, respeito e inteligência! Seguirei para outro tema.

Abraço

ps: vc está coberto de razão quando elenca as habilidades intelectuais de Dom PedroII.

claudio ( r.  j )
claudio ( r. j )
14 anos atrás

Manock disse:
25 de maio de 2010 às 10:10
The Captain,

se este filme que vc propõe mostrasse a real história da guerra do paraguai aí não sei se o dito infante seria coberto por glórias ou por crimes.

Nada contra a infantaria, mas a favor da verdade histórica!

Manock, o livro do chiavenatto é eivado de mentiras e simplesmente não teve um mínimo de trabalho de pesquisa na confecção do livro, ele na realidade tentava via Guerra da Triplice Aliança denegrir o Exercito Brasileiro junto ao seu publico alvo (do autor), jovens em vias de entrar na Universidade.

Indico a leitura de “Maldita Guerra”, do professor Doratioto, não é um livro de leitura impactante, sendo por vezes maçante mas é um trabalho de pesquisa sobre a Guerra do Paraguay sem similar.

Celso Cruz
Celso Cruz
14 anos atrás

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin disse:
26 de maio de 2010 às 19:11

E quem disse que havia algum interessado em “dizimar a economia paraguaia”? Não houve influência Inglesa no conflito pelos motivos:

1º O Brasil não mantinha na época relações diplomáticas com a Inglaterra,
2º A Inglaterra não teria motivos em destruir um cliente de seus produtos manufaturados, pois o Paraguai ao contrário das LENDAS a respeito, não era industrializado.

LENDA? não me faça rir… O Brasil ainda mantinha uma relação muito forte com Portugal e esta por sua vez devia muito dinheiro a Inglaterra.

1) Por exigência de Portugal, o Brasil teve de pagar dívidas portuguesas junto a Inglaterra;

2) Indenizou Portugal pela perda da colônia brasileira;

3) Se endividou ainda mais para contratar militares e equipamentos INGLESES para formar um exército que lutasse em território brasileiro contra militares portugueses que eram contra a liberdade do Brasil;

4) Pressuponho que se saiba que no Brasil a maioria dos soldados e chefes militares de então eram portugueses que ficaram contra a libertação… é conhecidissímo o episódio da morte da abadessa Joana Mª de Jesus que foi morta por militares portugueses quando seu convento foi invadido pelas tropas chefiadas por Madeira de Mello;

5) O Paraguai era o país mais industrializado e desenvolvido economicamente nas américas e fazia frente a Inglaterra em determinados produtos;

6) Por isso a Inglaterra contou com colaborocionistas brasileiros, uruguaios e argentinos no sentido de arrasar com a economia paraguaia e estes fizeram tão bem o serviço que acabaram por dizimar toda a população;

7) E é isso que dá apenas se manter a história oficial (portuguesa?) e não a fatos históricos :p

Vader
Vader
14 anos atrás

Manock disse:
26 de maio de 2010 às 19:31

Caro Manock, o que você chama de “herança maldita” dos portugueses foi o que nos salvou de ser o que hoje é a “gloriosa” América Espanhola. Os resultados falam por si só. Repito: você preferiria 20 países independentes (como a África hoje, por exemplo), ou uma única potência regional como o Brasil? 🙂

Aliás, os resultados já o demonstravam no séc. XIX: tanto é assim que o Brasil já era de longe a maior pôtência da AS, como bem demonstrou a Guerra do Paraguai, que foi vencida basicamente pelo Brasil, conquanto com algum auxílio da Argentina e um mínimo e tíbio auxílio Oriental.

Quanto à Inglaterra, é muita “forçação de barra” acreditar que eles foram os culpados pelo nosso atraso, bem como que foram os culpados pela Guerra. É uma posição maniqueísta de querer achar um culpado, quando a realidade, como já afirmei, é bem mais prosaica: eram nossos motivos, contra os motivos paraguaios. Qualquer coisa além disso é querer desculpa para a própria incompetência (ao menos em se ter permitido ser dominado a tal ponto)…

Ademais, tal proposição não resiste à menor análise dos documentos históricos, até porque a Inglaterra até tinha o poder náutico para depauperar o Brasil (não que não houvesse alternativas para o comércio brasileiro), mas como a revolução americana demonstrou, o Império Britânico não tinha a menor condição de impor sua vontade sobre o território continental da América Portuguesa. Aliás, e entramos de novo na invencibilidade do Exército Brasileiro, todos os europeus que tentaram isso se deram muito mal (holandeses, franceses, etc.).

Quanto à outra comparação esdrúxula (Brasil X EUA), tínhamos até população e territórios parecidos em números absolutos, mas jamais tivemos a mesma composição social, vale dizer: 80% de nossa população era composta de escravos e libertos, ao contrário dos EUA, cuja composição continha bem menor proporção de escravos, muito em especial nos Estados industriais do Norte, que foram os que realmente transformaram aquela nação, ainda desde muito antes da Guerra Civil.

Aliás, o Brasil Colonial e Imperial tem em sua demografia uma composição bastante semelhante à dos Estados Confederados: enorme massa escrava para pouquíssimos homens livres. E isso, meu amigo, não foi fruto ou “erro” da monarquia, mas fruto do sistema colonial, e nesse contexto e apenas neste é que deve ser analisado.

Se você compara tais casos (americano e brasileiro) por exemplo à América Espanhola, verifica-se que formalmente não havia escravidão, mas a servidão do “pueblo” a seus senhores hispânicos era tão ruim ou pior que a dos escravos brasileiros. E de fato, as populações hispânicas só não eram escravas no nome e no direito de frequentar as igrejas: em todo o resto, eram basicamente escravas.

O que quero dizer é: não se pode analisar sociedades fora de seu contexto histórico: quando o amigo diz que o Exército Imperial era um exército de escravos, está retirando todo um contexto que era não apenas comum, como fundamental daS sociedadeS da época e que, guardadas as formalidades, era RIGOROSAMENTE IGUAL! Ou o amigo honestamente acredita que as condições do proletário inglês (“livre”) da época eram muito melhores que a do escravo brasileiro? Muito ao contrário! E Gilberto Freire, (por exemplo) PROVA isso por A + B, inclusive documentalmente!

E mais: para o argentino e uruguaio, que até hoje chamam os brasileiros de “macaquitos” nada mais normal do que dizer que o EB no Paraguai era um exército de escravos. Tal fato demonstra bem apenas o racismo inerente que permeia tais sociedades desde sempre. E, aí sim, mostra-se a verdadeira “herança maldita” espanhola: o orgulho tolo e fútil! O racismo inerente ao hispânico! A prepotência e a cretinice de uma raça degenerada, que um dia, para lástima do resto da humanidade, foi dona do mundo!

Por fim, resta dizer que, além de ser mentira histórica que toda a América foi desde sempre republicana (o amigo esquece-se do México e seu Imperador Maximiliano, por exemplo) tal sistema de organização política é absolutamente irrelevante para explicar as mazelas americanas: fosse assim e teríamos necessariamente de estar em piores condições do que o restante da América Espanhola (desde sempre republicana, segundo o amigo), e o fato é que isso não ocorre: se o Brasil é o que é (e somos mais potência que todos os países da AS juntos), e na verdade se ainda é Brasil (e não uma plêiade de países formalmente independentes, mas mais ou menos submetidos a uma ou outra potência), devemos isso à monarquia.

Repito, chefe: reveja suas fontes. Foste enganado. Como todos nós.

Sds.

PS: “Casa Grande e Senzala” (Gilberto Freire) é um ótimo começo. Deixe de lado eventuais preconceitos e leia-o de cabo a rabo. Se você chegar ao final (não vale sinopses: leia-o inteiro) e concluir que tudo o que ele diz é errado, me calo e sumo.

Vader
Vader
14 anos atrás

Celso Cruz disse:
26 de maio de 2010 às 22:59

Blá blá blá, blá blá blá, nhém nhém nhém, mas o fato é que, a maior parte da dívida externa brasileira com o Império Britânico é posterior à REPÚBLICA! Não tem NADA A VER com a Guerra do Paraguai. Muito menos com a Independência!

Informe-se meu caro. Ou ao menos pare de vomitar besteiras para os mais desinformados.

Sds.

Vader
Vader
14 anos atrás

Manock disse:
26 de maio de 2010 às 19:31

Esqueci de recomendar: sobre as condições de trabalho do proletariado na Europa durante a revolução industrial (séc. XIX) procure ler “Germinal” de Emile Zola, e verifique por si mesmo como em muitos aspectos era melhor ser ESCRAVO no Brasil do que “livre” na França. Na libertária e pós-revolucionária França!

Boa noite.

Celso Cruz
Celso Cruz
14 anos atrás

hahahaha… de novo? vão gostar de história oficial (portuguesa?) lá na casa do chapéu… atenham-se a fatos históricos (estudem)! :p

Vader
Vader
14 anos atrás

Mais blá blá blá? PROVE, não alegue…