Lula diz que Conselho de Segurança precisa de ‘disposição para negociar’
Presidente argumenta que romper acordo fechado com o Irã significa ‘voltar à estaca zero’
MADRI – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira, 19, em Madri, o acordo de troca de combustível nuclear assinado pelo Irã, com intermediação do Brasil e da Turquia e pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disposição para negociar sobre a imposição de novas sanções ao país persa.
Falando no Casino de Madrid a uma plateia de empresários, diplomatas e políticos espanhóis, Lula disse que o compromisso selado com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é “exatamente o que os EUA queriam cinco ou seis meses atrás” e que o Conselho de Segurança precisa de “disposição para negociar”. Romper o contrato, argumentou, levará a questão nuclear iraniana “à estaca zero”.
Referindo-se ao ex-presidente do Conselho da Espanha Felipe González, que estava na plateia, Lula se posicionou sobre a polêmica. “Você sabe bem que nós fizemos exatamente o que os EUA queriam fazer cinco ou seis meses atrás?”, questionou, argumentando que, até a intervenção de Brasil e Turquia, o assunto não tinha intermediários. “Qual era o grande problema do Irã? Era que ninguém conseguia fazer o Irã sentar à mesa para conversar.”
O presidente também pediu a reforma do Conselho de Segurança, bandeira pela qual o Brasil luta há 17 anos. “É preciso mais atores, mais negociadores e mais disposição política. E acho que o mundo caminha para isso”, argumentou Lula.
As críticas do presidente foram direcionadas ao rascunho da resolução que prevê novas sanções apresentado pelos EUA ao Conselho de Segurança na terça-feira. O anúncio foi uma resposta ao acordo firmado entre o Irã, o Brasil e a Turquia, que prevê a troca de urânio pouco enriquecido por material nuclear pronto para ser usado para fins pacíficos.
As sanções são pretendidas pelas potências ocidentais, que suspeitam que o Irã busque secretamente armas nucleares, o que Teerã nega. O Brasil e a Turquia são membros não permanentes do Conselho de Segurança, sem poder de veto. O Irã já sofreu três rodadas de sanções no órgão, mas afirma que o acordo com esses países é uma mostra de boa vontade e abre caminho para a retomada das negociações com as potências. As informações são da Dow Jones.
FONTE: Estadão
Prezados,
Concordo com a assertiva de mudança na ONU. É de fato preciso mesmo que haja de fato essa mudança para uma melhor adequação da ONU no novo cenário mundial.
Enfim, se de fato procede a fala do presidente Lula de que, o acordo hora firmado, atende exatamente os requisitos que os USA pleiteavam, não consigo entender essa negativa de Washington…
No mais, o Irão dispô-se a sentar e negociar, só que com outros atores. Nada mais justo.
Realmente não consigo entender toda essa celeuma.
Sds.
O Sr. Presidente Lula defende o acordo como se este fosse um fim em si mesmo, o acerto foi um grande engodo, haja vista que o Irã vai continuar enriquecendo urânio, sendo que o objetivo principal da avença era justamente evitar que isso continuasse a acontecer, ou seja, foi tudo pra inglês ver, ou melhor, pra brasileiro ver. A diplomacia brasileira fez muito feio, precisamos nos alinhar com quem realmente interessa.
Prezados,
Para que seja produzido urânio enriquecido para a produção de armamentos, o percentual de enriquecimento deve ser de 90%. O que está sendo acordado é 20%.
Sds.
Por todos informes que saíram do exterior, tem muitas razões boas e outras nem tanto para todas as posições possíveis.
O Obama precisa se mostrar duro contra os iranianos por causa do Congresso Americano para aceitarem os projetos dele, tanto que ontem a Hillary Clinton pintou-se para guerra durante uma votação quando conseguiu passar o acordo nuclear com os russos.
Além disso viram a Ucrania praticamente assinando um tratado militar com Moscou. Agora, veem a Turquia avançando em espaços no OM, dando literalmente as cartas com apoio de aliados tradicionais como Libano, Kwait, Qtar, e EAU, que concordam com as iniciativas turcas/brasileiras com o Irã, o que já dá para ver a perda de influência.
Para o Brasil na pior das hipóteses, como a balança comercial com os EUA é negativa, nem tirar do F-X-2 o F-18 eles podem ameaçar, portanto ficará nessa guerra fria entre Hillary e Celso Amorim.
Além disso já notaram que Àfrica do Sul e India estão por trás, por isso restou aos EUA a fazer algum acordo com Rússia e China…ou seja, quem um dia pensaria que veriamos EUA pedindo ajuda a Rússia e China para impedir que um acordo costurado por Brasil e Turquia passasse.
Se nos conduzirmos bem nossa economia, o futuro haverá outros embates com Brasil avançando em todos os cantos do mundo, afinal com o acordo saindo ou não hoje temos como aliados todas as potências emergentes (china está uns dois patamares acima). Se soubermos cultivar, poderemos no futuro ser realmente uma força estabilizadora .
A questão da bomba e urgência é só para inglês como o Tony Blair ver como viu no Iraque, eles sabem que se o acordo de intenções for votado e aprovado, outros virão e cada vez a data da possível construção de artefatos nucleares ficará em uma data mais distante.
Mas, no final os EUA sabem que só possível discutir com o fim de das armas nucleares por região, isso força a eles retirarem suas armas de alguns cantos do mundo e seus aliados…por isso, hoje a discussão fica entre quem é vilão ou mocinho, é mais simples já que não precisa negociar e abrir mão de nada.
Alexandre…vc esta falando apenas de uma das DUAS maneiras que o Irã tem para conseguir produzir armas nucleares…
Sr PRESIDENTE LULA…te preocupe em cuidar das fronteiras do Brasil antes de querer dar pitaco em “terreno” que não conhece!!!!
Boa noite,
Parece que nossa diplomacia,mais uma vêz, meteu-se onde não devia, Lula, Amorim e Garcia (que teima em imitar aquele sargento do Zorro,só faz “M”) , não aprenderam com a crise de Honduras, vamos continuar pagando mico!
Com o fracasso em Honduras, descoberta de “escritório” das farcs em território brasileiro, LuLLa precisa de outra tentativa de aparecer no cenário internacional, já que Hugo Chaves monopoliza isso na AL.
Não entendo certas opiniões aqui.
Todos querem um “grande” País, más ninguem querer quer que o Brasil se porte como tal na politica internacional.
Pode ser que o Brasil pague um tremendo mico com essa coisa toda, más se por virtude isso funcionar já pensou os beneficios que poderiamos colher.
Sou da opinião de que “quem não arrisca não petisca”.
Destaque do Defesanet. Parece que o buraco é um pouco mais embaixo do que pensamos todos… Podem estar sendo sonegadas informações essenciais para se entender o imbróglio todo… O que nos levaria à conclusão que o governo brasileio está sendo manipulado pelo eixo Caracas/Havana:
“Teoria Conspiratória ?
Nota DefesaNet – Publicamos este informe da publicação francesa TTU. Observar que alguns pontos já mencionados no caso do Irã, como o Níger, voltam ao cenário. Outro ponto importante é que na atual negociação patrocinada pelo Brasil e Turquia o presidente Chávez esteve envolvido nas negociações finais com várias ligações ao Presidente Iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
As perigosas ligações Cuba-Irã
De acordo com informes de inteligência, o Irã teria recebido um container chumbado contendo urânio enriquecido. O urânio proviria da Faculdade de Ciências de Havana onde, desde há dois anos, os Cubanos enriqueceriam urânio adquirido de um terceiro país (Níger…), em troca de fornecimento de petróleo iraniano previsto até 2015.
“Pouco crível”, de acordo com um perito francês. Na mesma linha, um acordo tinha sido assinado entre o Irã e o Zimbabwe. O acordo estipula que o Irã forneceria petróleo para o Zimbabwe em troca de grandes quantidades de urânio. No caso cubano, a entrega aconteceu em Teerã, em Abril, tendo a missão sido incubida a Antonio Castro Ruiz, filho mais jovem de Fidel Castro, após escalas na Ilha do Sal e em Argel.
A conexão norte-coreana sobre a qual os serviços ocidentais de inteligência estavam trabalhado seria uma farsa, e sim Cuba é um dos pontos de apoio estratégico do Irã para enriquecer o urânio.
Nas próximas semanas, uma nova carga de urânio para enriquecimento poderia deixar Teerã para Havana, mas o produto é destinado a um projeto nuclear conduzido pela Venezuela.
O Irã teria obtido, em troca, da segurança das tropas e do guarda-chuva dos mísseis de Caracas.”
Sds.
Engraçado que os americanos so vao contra o Iran , o paquistão ja tem bomba atomica e la ta cheio de talibã e os EUA nao tao nem ai , o paquistão e instavel e realmente perigoso.
Sette, os Americanos seguram o Paquistão com dinheiro, sai mais barato. 🙂
Na verdade esse acordo que o Brasil e a Turquia conseguiram não está sendo levado a sério pelos países membros permanentes do conselho de segurança.
O Lula sabe disso, por isso está defendendo o diálogo agora.
Só que os Yankees são safados.
Daqui a pouco o México assume a presidência do Conselho de Segurança. Com um aliado seu no comando da situação, eles vão rasgar esse acordo do Brasil e da Turquia.
Antes do fim do ano o Irã vai estar sofrendo duras sanções. Com um pouco de azar, estarão sob bombardeio…
Como diriam no xadres, XEQUE MATE para a diplomacia brasileira…
HEHE o clubinho é fechado, nem adianta o Brasil se matar para conseguir ser “aprovado” lá; seria mais convêniente o Brasil assumir a posição de lider aqui na América do Sul e construir uma aliança aqui mesmo, ou usar o Mercosul para discutir e propor estratégias militares que envolvam o desenvolvimento das nossas defesas de maneira conjunta.
Com a divulgação pela Reuters da carta do Obama para o Lula, onde o mandatário norteamericano pediu exatamente que o “Irâ depositasse 1.200 toneladas de urâneo levemente enriquecido em outro pais”, ficou demonstrado que o presidente Obama não tem a última palavra na política externa dos Estados Unidos. Se a ONU referendar o acordo, o Brasil ganha. Se a ONU não referendar o acordo, o Brasil também ganha porque perseguiu solução do problema sem levar a guerra.
E agora José?
Eis uma questão que vai ter que ser explicada pelos EUA e pela Europa: O renomado e sério jornal britânico The Guardian acabou de publicar uma reportagem em que afirma ter a Africa do Sul comprado diversas ogivas nucleares de Israel, portanto, Israel não só possue armamento nuclear desobedecendo as “normas” quanto ainda disemina tais artefatos de destruição em massa vendendo-o a Africa do sul.
O que a comunidade internacional e seu Conselho de Segurança fará contra estes dois países então?
Yurgen Haltz Von Vienna disse:
Nada! Afinal, quem vendeu a Israel pode ser um desses países. Mais precisamente EUA e Grã-Bretanha. E esses não se arriscariam a uma investigação para serem eles mesmo depois culpados. Seria o fim da moral ocidental.
Bruno Rocha disse:
27 de maio de 2010 às 11:56
Bruno, quem vendeu tecnologia nuclear a Israel foi a França, não a GB ou EUA.