‘The Economist’ reage com ceticismo ao acordo nuclear iraniano

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No artigo ‘O Tango de Teerã’, revista desacredita na saída diplomática. Para a publicação, Lula e Erdogan não terão muito tempo para comemorar.

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vinheta-clipping-forteA edição online da revista semanal “The Economist” analisou com ceticismo o acordo anunciado nesta terça-feira (17) pelo qual o Irã se dispõe a realizar a troca de combustível nuclear no exterior. Com a conclusão das negociações, o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad se comprometeu a enviar 1.200 kg de urânio pouco enriquecido para a Turquia, que devolverá o material em fase superior de enriquecimento para um reator de pesquisas iraniano. Depois de até um ano, o Irã deverá receber 120kg de urânio enriquecido a 20%. De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, o material estará sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na Turquia.

Com um artigo intitulado “O Tango de Teerã”, a revista comenta que o acordo mediado pelo presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva e pelo primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan não é suficiente para satisfazer as demandas das potências ocidentais. O “Economist” lembra que as bases do atual acordo foram as mesmas estipuladas em outubro de 2009 entre o governo de Teerã com a França, Rússia e a AIEA, com apoio dos Estados Unidos, e que república islâmica recuou na fase final.

economist

Enquanto Lula e Erdogan argumentam que sanções não seriam mais necessárias, os líderes ocidentais não compraram a ideia. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse há progresso na definição de novas sanções contra o Irã por conta do programa nuclear do país. A União Europeia, através da diplomata Catherine Ashton, elogiou o acordo, mas afirmou que ele “não responde a todas as inquietações da Cominidade Internacional”.

Citando fontes das Nações Unidas, a revista afirma que um acordo entre os países que estipule sanções ao Irã está muito próximo. Ele incluiria um embargo militar e restrições à Guarda Revolucionária e sanções financeiras e aduaneiras. Apenas a China poderia representar alguma chance de veto ao projeto, mas o país não é acostumado a vetar resoluções de maneira isolada.

Para o “Economist”, o Irã parece ter usado seus dois aliados “para aplicar o velho truque de criar divisões entre os países e assim adiar e dificultar acordos que imponham sanções ao país”. O artigo cita que Israel acredita que o Brasil é inexperiente ao tratar com a diplomacia no Oriente Médio e corre o risco de estar sendo manipulado. Por fim, o artigo conclui dizendo que “o ceticismo deve aumentar nos próximos dias, e Lula e Erdogan não deverão ter muito tempo para saborear suas realizações”.

FONTE: G1

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Cabral
Cabral
14 anos atrás

Se fosse o Obama e o Sarkozy, estariam aplaudindo que nem um bando de retardados!

Francisco AMX
Francisco AMX
14 anos atrás

E agora José?

Só fica uma pergunta: quem são os USA, depois do Iraque com suas armas de destruição em massa, para garantir e até mesmo acusar um país, mesmo que ditatorial, de ter ou não alguma coisa? que crédito teria os USA nisso? eu acho que eles devem é ficar quietos e aguardar pela ONU.

Sds!

Tito
Tito
14 anos atrás

Ceticismo é pouco, dada a corja posando pra foto.

Floresteiro
Floresteiro
14 anos atrás

Cabral,

se me permite, vou assinar embaixo.

Floresteiro
Floresteiro
14 anos atrás

“O artigo cita que Israel acredita que o Brasil é inexperiente ao tratar com a diplomacia no Oriente Médio e corre o risco de estar sendo manipulado.”

E quem seria um país que vive em guerra com seus vizinhos desde a sua fundação, para falar em experiência diplomática???????

Pedro
Pedro
14 anos atrás

“Se fosse o Obama e o Sarkozy, estariam aplaudindo que nem um bando de retardados!”

-> Exato! Mas como é um brasileiro e um turco daí já viu a ponta de ciúme! Na Europa e EUA e principalmente aqui, hoje faltou gelol, zig e outras pomadas por tamanha dor de cotovêlo.

Agora ficou provado para os mais céticos que alem dos EUA muitos países querem uma guerra contra o Irã, isso inclui a Rússia tambem ou essa esperava ganhar alguma coisa com a aprovação de mais uma rodada de sanções.
Quero ver quando vão fazer uma rodada dessa tambem para Israel….vou comprar um bom banquinho pois sei que vou cansar de esperar, mas algum dia acredito que acontecerá isso.

Alexandre
Alexandre
14 anos atrás

Concordo com o Pedro, realmente é uma tremenda dor de cotovelo da UE e dos EUA. Quero ver agora eles inventarem argumentos para mais sanções. A China já está do lado do Brasil e da Turquia. Abraço.

claudio alfonso
claudio alfonso
14 anos atrás

TANGO?? Desde quando tango é ritmo brasileiro? Eu estou enganado ou esse pessoal é muito desinformado

eduardo
eduardo
14 anos atrás

Pessoal cuidado com o clima de copa do mundo, nós os pobres do sul mostrando a astúcia brasileira para o mundo.
O buraco é bem mais embaixo…

O ponto central é: o Irã vai aceitar as regras estabelecidas pela AIEA para fazer as inspeções nas instalações nucleares ou não? Vai aceitar limitações no projeto de enriquecimento de urânio ou não?
Até agora parece que a resposta para essas perguntas continua sendo negativa, o que mostra que o que foi conseguido atende mais ao interesse iraniano de ganhar tempo do que ao interesse do resto do mundo de não ter um regime teocrático com armas nucleares.

Ou alguém pensa que o que interessa ao Irã é a descoberta da cura do câncer e não a obtenção de bombas nucleares?