vinheta-clipping-forteO chanceler Celso Amorim reiterou nesta segunda-feira, em Teerã, o respaldo do Brasil ao direito do Irã de desenvolver tecnologias nucleares com fins civis, informou o canal de TV público iraniano. “Defendemos para o povo iraniano o mesmo que para o povo brasileiro, ou seja, o direito a desenvolver atividades nucleares pacíficas”, disse Amorim, citado no site da emissora.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores se encontrou durante a manhã com Said Jalili, o principal negociador iraniano para a questão nuclear.

As potências ocidentais desejam que o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções mais severas ao Irã pela suspeita de que o país busca produzir a bomba atômica, apesar da república islâmica afirmar que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis.

O Brasil é atualmente um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança (integrado por cinco membros permanentes e 10 não permanentes).

Durante a visita a Teerã, Amorim deve se reunir ainda com o colega Manuchehr Mottaki, com o presidente do Parlamento, Ali Larijani, e com o presidente Mahmud Ahmadinejad, que visitou o Brasil em novembro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará o Irã nos dias 16 e 17 de maio.
Segundo o ministério das Relações Exteriores do Irã, os contatos de Amorim estarão centrados nos “direitos do Irã de explorar suas competências científicas dentro das regras da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e nas últimas discussões sobre a obtenção pelo Irã de combustível nuclear, necessário para o reator de pesquisas de Teerã”.

O Irã começou a produzir em fevereiro urânio altamente enriquecido (a 20%).
Antes, o país rejeitou uma proposta da AIEA de entregar, como prova de boa vontade, a maior parte de seu urânio enriquecido a 3,5% para transformá-lo, na Rússia e na França, em combustível nuclear que Teerã alega precisar para um reator de pesquisas médicas em Teerã.

Em declarações publicadas no domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo, Amorim se absteve de antecipar se o Brasil votaria contra novas sanções. “Não vou dar esta informação. Ainda temos que analisar a situação”, disse o ministro das Relações Exteriores. “Não vejo o Irã perto de construir uma bomba”, afirmou.

FONTE: AFP, via Terra

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Paulo
Paulo
14 anos atrás

O programa nuclear iraniano não difere em nada do brasileiro ou de qualquer outro país. A diferença está em que o Irã prega a aniquilação de Israel. Só isso.

Paulo Henrique
Paulo Henrique
14 anos atrás

É óbvio que o programa nuclear do Irã tem como objetivo principal o desenvolvimento de armas nucleares. O problema é exatamente esse, além de pegar a destruição de Israel, eles ainda são ofensivos em suas declarações.

Ai vem o Lula, achando que pode dar o famoso “jeitinho brasileiro” lá no Oriente Médio. Só que naquelas bandas, a conversa é de “gente grande”, o assunto não é futebol e nem carnaval…
É um campo que está além da capacidade da política externa brasileira, o que pode acontecer é, ou o Brasil se queima de vez, ou vai sair enfraquecido quando ouvir algum conflito naquela região…por que a opinião brasileira não importa, é opinião de “gente pequena”.

camberiu
camberiu
14 anos atrás

Acho interessante essa postura brasileira, considerando o fato que ate mesmo a China ja comeca a se distanciar do Iran. me parece que a politica externa brasileira atual e’ mais centrada na ideologia terceiro mundista tacanha tipica de DCEs universitarios do que no pragmatismo que se espera de uma pais do tamanho do Brasil. Uma pena realmente.

Bernardo R.
Bernardo R.
14 anos atrás

DCEs universitarios!!! Falou tudo!!

Agora, já deu esse assunto mala…….
Querem usinas? Aceitem fiscalização, assim como qualquer outro país(não possuidor de bombas) que as têm!!

Que bando de idiota que quer enganar o mundo com o papinho de “queremos energia”…..
Até parece que não petróleo o suficiente…..

@MauroVS
@MauroVS
14 anos atrás

Chanceler Amorim tem um grande complexo anti americano, impressionante.

De uns tempos para cá teve que alinhar-se ao Ministério da Defesa com mais de cinquenta acordos assinados com os EUA na área de defesa, treinamento e material.

barreiro
14 anos atrás

a diferença do brasil e irã que o brasil tem representantes ingenuos inofensivos e inocente,e o irã um presidente que nega o o locausto e jura varrer israel da fase da terra..sera que as palavras não falão por si só o vocês achaõ q ele esta alimentendo energia nuclear para ajudar o meio ambiente?????

Vader
Vader
14 anos atrás

Amorim é um mentiroso contumaz. Apenas isso. Ele não apóia o programa nuclear pacífico do Irão coisa nenhuma, ele apóia o programa nuclear iraniano. Sem restrição alguma. Ou, como diria a sumidade José Alencar (VP da RBB), “bomba atômica também serve para defesa” (…)

Enfim, se Amorim recusar-se a aprovar as sanções contra o Irão, a diplomacia de Pindorama deveria ser confrontada com fotos das instalações iranianas, como o embaixador soviético na crise dos mísseis de Cuba, para pagar o maior mico da história da diplomacia da República Bolivariana do Brasil, e coroar a atuação desse “gigante”.

Sds.

Bruno Rocha
Bruno Rocha
14 anos atrás

Bernardo R. disse:
26 de abril de 2010 às 15:02

Tem um problema Bernardo.
Enriquecer Urânio é um mercado muito caro e que quem enriquece e o vende, ganha muito, como o laboratório do Canadá que nos fornecia o material

Quanto mais países enriquecendo, menos mercado para os poderosos.

Por isso o Brasil não quer assinar a TNP+, pois, para “nós”, a suposta grande tecnologia brasileira (não é ironia) que o Brasil quer preservar, poderia ser copiada.
O enriquecimento brasileiro é muito barato, pois seus métodos (leia-se: tecnologia de enriquecimento) são diferentes, “inovadores” e avançados”.

Para os países ricos, além de manterem sua hegemonia militar e nuclear, querem manter sua hegemonia tecnologia e de produção. Restringindo outros países, tanto no número quanto na tecnologia. Impedindo seu avanço etc.

O Irã sim é culpado de não cooperar. Mas eu vejo o Brasil muito preocupado neste caso, especificamente.

Acho que estão pressionando de mais o Brasil e qualquer tentativa de negociação e refazer as regras da TNP+, sem o apoio de outros países poderia se infrutífera.

:S

Bruno Rocha
Bruno Rocha
14 anos atrás

Olha pessoal, vamos parar com essa de chamar os outros de antiamericano. Se for levar para esse seu “lado”, eu poderia consideraria vocês ignorantes também.

Eu costumo criticar muitas vezes a postura americana, mas não negar e desprestigiar seus feitos, sua tecnologia que nós usamos hoje no dia dia.

O negócio é política, coisa que muitos entusiastas aqui não querem nem saber, mas aí é que mora o problema.

Se vocês não procuram entender, não procuram investigar, e só apenas ficam repetindo o que dizem seus “ídolos” sem se quer fizerem um auto critica de si mesmos, de seu pensamento, do que gosta, bom, acho que nem valeria a pena.

Eu considero antiamericano a ignorância, que faz a pessoas terem “alergia” à certas coisas só de ouvir o nome, como é o caso do pessoal que vaio os EUA no rio, durante o PAN.

Vou ser bem direto.

Se você não é capaz de criticar com uma informação, apenas focar repetindo a “papagaiada” dos outros, eu só poderia chamar essas pessoas de ignorantes.

Outra coisa interessante que muitos entusiastas não prestam atenção (pois “correm” de política) é na política.

Compras militares tem “laços” políticos. Claro, econômicos também. Também entra ideologia, hierarquia etc.

É uma pena muitos aqui pensarem que compra militar é como um passeio do shopping.

Bruno Rocha
Bruno Rocha
14 anos atrás

Quanto a mim?

Não vou tocar mais no assunto.
Não quero ser chamado de comunista só por não gostar da política dos Estados Unidos.

Eu sou pró Brasil!!!

CosmeBR
CosmeBR
14 anos atrás

Bruno Rocha,

Parabéns pelos comentários, mas cuidado com a censura. Hauhuahuahuah

Renato
Renato
14 anos atrás

Bruno, eu penso na mesma linha que você. Ainda que o Zé-mané do Ahmenajad podia fazer o favor de calar a boca, ameaçar um povo de extinção é de uma estupidez sem tamanho.

Em Resende mesmo fala-se que rolou um incidente de espionagem com um fiscal da AIEA americano tentando ver as centrífugas, que são a tecnologia nacional que permite nossa produção barata.

E olha que apesar de recebermos a fiscalização da AIEA como os iranianos e ainda termos o uso pacífico constitucionalmente definido a agência ainda quer poder entrar aqui na hora que desejar. Estamos sofrendo pressão para assinar o protocolo adicional do TNP, sendo que nosso comportamento nisso tem sido bem claro e nada belicoso nas últimas décadas. E ainda assim desconfiam da gente, continuamos sendo tratados como suspeitos.

Apoiar o argumento iraniano, APENAS para fins pacíficos, agora pode nos poupar uma bela dor de cabeça no futuro. O que vc apoiou ontem pode ser usado contra vc amanhã, e acho que é nisso que o governo está pensando.

O que não significa que eu concorde com o Brasil criando caso com os EUA por bobagem, diplomacia da pirraça é outra estupidez.

Caipira
Caipira
14 anos atrás

O que tá me parecendo é que se o PT continuar na presidencia (se Deus quiser não vai acontecer), eles estão propensos a não renovar a participação brasileira no tratado de não proliferação de armas nuleares…

Outro ponto:

Renato disse:
27 de abril de 2010 às 7:00

diplomacia da pirraça é outra estupidez.

Ótimo comentário, simples assim.

Bruno Rocha
Bruno Rocha
14 anos atrás

Renato disse:
27 de abril de 2010 às 7:00

“E ainda assim desconfiam da gente, continuamos sendo tratados como suspeitos.”

A questão não é o “terrorismo”.
É que eles não querem perder a supremacia hegemonica.

Athos
Athos
14 anos atrás

Bernardo R. disse:
26 de abril de 2010 às 15:02

DCEs universitarios!!! Falou tudo!!

Agora, já deu esse assunto mala…….
Querem usinas? Aceitem fiscalização, assim como qualquer outro país(não possuidor de bombas) que as têm

Querido Bernardo mas o próprio Brasil não aceita. Recentemente o Brasil mandou de volta pra ONU seus inspetores.

o Brasil alegou que era pra preservar sua tecnologia e não fomos chamados de terroristas por isso.

Vader
Vader
14 anos atrás

Athos disse:
27 de abril de 2010 às 18:43

“Recentemente o Brasil mandou de volta pra ONU seus inspetores.”

Béhéhéhéhéh! Alerta online contra mentiras e meias-verdades apitou!

O Brasil jamais “mandou embora” inspetor da ONU algum. Apenas negou acesso integral às centrífugas nucleares, o maior segredo industrial do Brasil. Após alguma controvérsia o Brasil permitiu as inspeções da AIEA, tanto na entrada da uraninita, como na saída do material físsil. Apenas negou acesso integral às centrífugas (a parte central dos aparelhos foi tapada às vista) .

É muito diferente do Irão, que nega QUALQUER acesso às suas instalações.

Renato
Renato
14 anos atrás

Exageros, aqui e ali.

Houve um incidente anos atrás durante uma inspeção da AIEA em Resende, e o Brasil não deseja receber visitas não-agendadas da Agência (o protocolo adicional) mas só isso. De fato, nunca negamos visita.

O Irã assinou o mesmo TNP que a gente, eles agendam e recebem visitas da agência e inclusive mostraram as centrífugas, coisa que não fazemos de jeito nenhum. Quanto a “instalação secreta” houve uma inspeção lá em outubro e o diretor da AIEA, Mohamed El-Baradei descreveu o local como “um buraco em uma montanha” e só.

Se o Ahmenajad fizesse menos bravata (deve haver algum concurso entre certos presidentes) não haveria esse fuzuê todo.

Bruno, concordo que o motivo real deve ser esse mesmo, mas a retórica que podem usar no futuro é que “ajudaríamos terroristas com nossa descontrolada produção de material nuclear”.

Afinal, relações internacionais não são uma arena famoso por seu jogo limpo e claro, é cobra comendo cobra.