Ahmadinejad

vinheta-clipping-forteO presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad rotulou como “satânico” o Conselho de Segurança da ONU e o direito de veto na posse de seus cinco membros permanentes, segundo a agência iraniana ISNA.

Ahmadinejad, que costuma atacar o Ocidente, disse que o poder de veto na posse dos Estados Unidos, China, Grã-Bretanha, França e Rússia se destinava a “oprimir e destruir a verdadeira natureza da humanidade e são instrumentos satânicos”, segundo a ISNA.

Seus comentários vieram em meio a tensões crescentes na longa disputa entre o Ocidente e a República Islâmica e seu programa nuclear, com os Estados Unidos empreendendo novas sanções da ONU contra o grande produtor de petróleo.

Washington e seus aliados suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver bombas nucleares. Teerã nega a acusação e diz que seu programa nuclear visa gerar energia elétrica.

Um projeto dos EUA para uma quarta rodada de sanções da ONU propõe mais restrições financeiras ao Irã, um embargo de armas, e medidas mais duras contra os navios iranianos, contra membros da Guarda Revolucionária e a proibição de novos investimentos no setor energético iraniano.

Teerã se mantém desafiadora, dizendo que está disposta a trocar seu urânio enriquecido de baixo teor por combustível enriquecido de maior teor no exterior, uma medida que ajudaria a acalmar os receios sobre as atividades de enriquecimento de urânio do Irã, mas insiste que isso aconteça em solo iraniano.

Em outubro, o Irã concordou em princípio enviar urânio pouco enriquecido ao exterior para mais processamento, mas depois disse que o “swap” deveria “ter lugar dentro de seu território e ao mesmo tempo”.

FONTE: AP

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Bernardo R.
Bernardo R.
14 anos atrás

Concordo com o senhor Mahmoud Ahmadinejad, o CS é satânico, assim como ele próprio!!!
São todos satânicos juntos!!

E inclua todas as 6 bilhões de pessoas no mundo!!

Menos eu, que to sempre certo, é claro!!

Vader
14 anos atrás

Se o sujeito já está descendo o pau indiscriminadamente em China e Rússia, únicas duas potências que ainda lhe davam alguma trela, é porque já sabe que a vaquinha dele está indo pro brejo…

E já não era sem tempo…

Paulo Henrique
Paulo Henrique
14 anos atrás

Como já dizia a minha avó…. “Em boca fechada não entra mosca.”

brujhar
brujhar
14 anos atrás

“Em Outubro, o Irã concordou em princípio enviar urânio pouco enriquecido ao exterior para mais processamento, mas depois disse que o “swap” deveria “ter lugar dentro de seu território e ao mesmo tempo”.”

Porque não? Se é para evitar um conflito armado é até uma boa solução.

Alguém me daria uma boa explicação para não se efetuar a troca em território Iraniano? (mas por favor nada de resposta idiota, por exemplo “Eles roubariam o urânio”, os iranianos não são burros de dar um pretexto para terem o seu pais invadido.)

Bernardo e outro amigos aqui da Trilogia.

Descobri recentemente que o termo satã e,ou satânico para os muçulmanos em geral e diferente da nossa visão cristã, de um ser divino com chifres que e responsável por tudo de ruim e senhor do inferno.

Na concepção deles Satã seria uma pessoa, vontade, ou até nação que tenta desviar os homens dos ensinamentos do alcorão e provocar o pecado.(Por favor me corrija se eu estiver errado.)

Todos sabemos que o mundo não e maniqueísta, um lado do bem e outro do mal, sabemos que a ONU pode sofrer influencias dos grandes cinco do Conselho de Segurança da ONU, afim de proteger os seus interesses políticos. Não estou dizendo que o senhor Ahmadinejad seja o paladino do bem, mas que na sua concepção a ONU está tentando prejudicar o seu pais se tornando satânica.

Carlito
Carlito
14 anos atrás

Creio que seja um erro terrível do nosso presidente associar sua imagem ao Irã.

O Brasil declaradamente diz apoiar o programa nuclear do Irã para fins pacíficos. No entanto, não precisa é segredo para ninguém que os iranianos querem mesmo é construir armas atômicas.

Vitor
Vitor
14 anos atrás

Lamentavel o presidente apoiar esse cara (ele é só um fantoche dos aiatolás) e o ditador cubano.

Renato
Renato
14 anos atrás

Brujahr, de fato como se a situação já não fosse complicada, a diferença cultural complica ainda mais.

Apesar de tudo acho que a batata do sujeito por lá está assando, ainda que continue bravateiro ele parece estar cedendo.

PC
PC
14 anos atrás

E depois fui eu que enchia cara no feriado …
Lei Seca nele !!
Sds

Bruno Rocha
Bruno Rocha
14 anos atrás

Nada de entranho.
O “satanismo” ocidental vive de “mãos dadas” ao Cristianismo.

Mas no caso a parte, o negócio é Interesse de Mercado.

Quando o $$$ estão em jogo, até o Capeta é deixado de lado, coitado srsrsrsr.

_________________________________________

A ONU não vai mudar tão sendo, e esse CS vai demorar para entrar novos mesmo, mas todos sabemos que se entra, não vai ter poder de veto. Ou seja, perda de tempo.
O jeito é o Brasil ser um país grande e rico.

Bruno Rocha
Bruno Rocha
14 anos atrás

Correção:

entranho = estranho

Jorge Nunes
Jorge Nunes
14 anos atrás

Eu vou por este artigo: http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/monocle-questoes-interresantes-sobre-a-diplomacia-brasileira.html

Ao definir o Itamaraty como “ministério do Sol”, a revista pergunta: “Uma rede de embaixadas em rápida expansão e o uso inteligente da cultura significam que o Brasil faz amigos em todo o mundo. É só a tentativa de conquistar um assento no Conselho de Segurança ou uma nação emergente tentando mudar a ordem mundial?”.

Um outro trecho que me chamou a atenção diz respeito à opinião de um analista norte-americano que diz que existem obstáculos no caminho do Itamaraty, dentre os quais a dúvida sobre o que vai acontecer depois que Lula deixar o poder, o fato de que diplomacia forte depende de economia forte e, segundo o analista, o medo dos vizinhos do Brasil de que os Estados Unidos se retirem da região.

“Eles querem multiplicar suas opções, não querem ficar sujeitos ao poder do Brasil”, diz ele.

Aqui eu acho que o analista traz um preconceito de origem: ele acha que o Brasil age em relação aos vizinhos da mesma forma que os Estados Unidos sempre agiram. Ou será que ele está certo? Quantos golpes o Brasil patrocinou na vizinhança?

Aliás, na região fronteiriça de paises como o Paraguai, a Bolívia e o Uruguai, especialmente, o ressentimento contra a penetração cultural brasileira existe.

Este tema me fascina especialmente agora, depois que fiz várias viagens à África e li vários livros sobre a presença chinesa na África, dentre os quais destaco China Into Africa, organizado por Robert Rotberg, e China Safari, de Serge Michel e Michel Beuret.

Diante das acusações de que praticam neocolonialismo em território africano (de onde a China importa hoje mais de 15% de todo o petróleo que consome), os chineses respondem com grandes obras públicas de impacto social e uma leva de mercadorias baratas que permitem a milhões de africanos, muitos dos quais dependentes da agricultura, entrarem no mercado de consumo.

Questionados por europeus e pelos Estados Unidos, especialmente pelo apoio a regimes como o do Sudão e do Zimbábue, os chineses remetem à história do colonialismo e argumentam: embora os chineses tenham chegado muito cedo à África, através do Índico, nunca estiveram aqui para ocupar território, escravizar gente ou impor sua cultura.

Independentemente de considerar se o argumento é válido ou não, trata-se da versão chinesa da “diplomacia cultural”, “entre iguais”.

Os chineses, por seu tamanho específico, podem se dar ao luxo de exercê-la na África.

Ao se projetar no mundo, o Brasil deve à vizinhança um cuidado muito especial. No curso da campanha eleitoral, os candidatos devem ter cuidado para não se deixar levar por ideias alopradas, daqueles que:

1. Por paixão política, deixam de reconhecer o novo protagonismo brasileiro no mundo;

2. Por paixão ideológica, deixam de reconhecer que a posição brasileira num mundo multipolar requer a finesse histórica do Itamaraty e a calibragem das relações com os Estados Unidos para usá-las em nosso favor quando for do interesse nacional;

3. Por servilismo, querem saber antes o que pensa Washington;

4. Por ignorância, desprezam 900 milhões de consumidores na África (leiam Africa Rising, do professor Vijay Mahajan, que mostra como grandes empresas redesenharam seus produtos para se expandir lá) ou o fato de que o centro do mundo, ainda que lentamente, se desloca para a Ásia.

Para ir ao site da Monocle, clique aqui.

Paulo
Paulo
14 anos atrás

Na visita que Lula fará ao Irã dia 16, bem que poderia dar de presente ao Ahmadinejad uma gravata de seda e um barbeador elétrico.

Renato
Renato
14 anos atrás

Jorge Nunes, tenho minhas dúvidas de a influência chinesa seria necessariamente mais benevolente que a européia e americana. Mas de fato é melhor um mundo apoiado em “soft power” como Brasil e China vem fazendo, ainda que o sistema exportador chinês tenha algo de predatório para a concorrência.

Mais do que uma vaga no CS acho que o Brasil tem mesmo de procurar um novo papel no mundo, mais condizente com seu tamanho. Mas cedo ou tarde isso vai significar tomar decisões desagradáveis também.

Por exemplo, os conflitos de terra no Paraguai demandam uma posição brasileira, até pq colocam em risco os muitos brasiguaios que vivem lá.

barreiro
14 anos atrás

pobrezinho do ahmadinejad..negando o olocausto e se julgando un anjinho!! só o lulinha paz e amor que vê ele assim.os outros paises que o condenão estão todos errados sobre o olocausto nunca existiu!! mas que cara de pau este cara.

Jorge Nunes
Jorge Nunes
14 anos atrás

Todo o debate sobre o Irã é ralo, qualquer presidente que o país eleger vai ser imediatamente elevado a categoria de vilão. Pois o que interessa não é o Irã e sim sua posição no mapa.

O que pesa no Brasil para ser mais independente na diplomacia é a necessidade de mercados e até de mais fontes de energia. Pois, temos que lidar logo com uma população de 250 milhões. Também há a questão da mudança de poder global.

– Ou seja vamos precisar de energia nuclear – Isso quer dizer que os mesmos ataques hoje usado com Irã podem amanhã se usado contra o Brasil.

– Vamos precisar de uma indústria competitiva para gerar mais empregos – Vamos ter que buscar mercados e matéria prima em mais lugares é melhor garantir a América Latina e parte da África.

– O frota de carros do Brasil aumenta continuamente. Vamos precisar de mais petróleo ou melhor desenvolver um carro movido a água – Acho melhor ter metrô.

– A saúde pública tem que ser mais eficiente assim como a educação – Um modelo que foque a prevenção um sistema que impeça que as pessoas fiquem doentes e não trate só a doença (igual o francês), isso quer dizer ter uma educação bem melhor também (seria importante a maior participação da classe média no uso do serviço público para exigir melhorias).

Se não levar esses fatores em conta não vamos ter um futuro muito calmo.

O ultimo projeto feito levando em conta o aumento da população foi Itaipu. Depois disso nos anos 90 isso foi esquecido.

Ou seja há muitas questões e debates muito ralos.

Vader
14 anos atrás

Jorge Nunes disse:
26 de abril de 2010 às 21:42

“Aqui eu acho que o analista traz um preconceito de origem: ele acha que o Brasil age em relação aos vizinhos da mesma forma que os Estados Unidos sempre agiram”

Psiu, camarada, deixa eu te contar uma então: nossos vizinhos “adoram odiar uzamericanu”, como todo perfeito idiota latino-americano. Mas medo mesmo, MEEEEEEEDO mesmo, eles tem é de um certo grandão-bobão que ocupou metade do continente às custas deles.

No caso dos cucarachos, não é preconceito não, é conceito mesmo: a América Portuguesa se expandiu e atingiu sua pujança geográfica às custas da América Espanhola. Eles sabem disso, e se lembram: Mato Grosso, Acre, Rondônia, Cisplatina, fora a Guerra do Paraguai.

Camarada, você é um sujeito que escreve bem e tem algumas idéias razoáveis. Mas em matéria histórica o colega é de uma ingenuidade quase infantil. Como é que o amigo acha que somos desse tamanho, se a linha original de Tordesilhas passava em Cananéia (SP)?

Amigo, o Brasil agiu com os cucarachos nossos vizinhos da EXATÍSSIMA MESMÍSSIMA forma que os EUA agiram com o México! Mais da metade do Brasil era DELES!

E olha que nem sequer estou discutindo se os cucarachos, tanto os nossos como os deles, mereciam perder suas terra como perderam.

Perca suas ilusões de que somos uma cultura de paz-e-amor, que não temos “nada a ver com os malditos yanques”, que “uzamericanu são mal, feio, bobo e chato” e o brasileiro, ao contrário, é bonzinho e o “povo santificado que se prepara pra ocupar o paraíso em primeiro lugar”. Somos tão ruins quanto quaisquer outros. Povo é povo em qualquer lugar.

E nossos vizinhos nos odeiam. Os povos latino-americanos sofrem de uma inveja atávica: dada a sua incapacidade gestacional, sua eterna incompetência política em gerir seus destinos, sua eterna desunião e sua preguiça mental em pensar de forma racional e corerente, preferindo apegar-se aos “ismos” que são a desgraça do continente (pelo que merecedor do título de “continente desperdiçado”) eles invejam. Invejam tudo e qualquer um que seja melhorzinho.

No caso do Brasil, invejamos “uzamericanu”. No caso dos cucarachos, eles invejam também estes, mas invejam mais é a prosperidade e grandeza do joão-bobão da AL ali do lado, embora ao mesmo tempo tenham pena de nosso povo (será que o fato de o Estado Brasileiro ser um Leviatã deixa até eles assustados?). E a inveja leva ao ódio. E o ódio ao medo.

O Brasil também foi fundado a ferro e fogo, conquistado por nossos antepassados polegada por polegada, e mantido apenas com muito sangue suor e lágrimas das três raças originais.

É completa estupidez e denota uma enorme ingenuidade, quando não má-fé histórica, querer dissociar nossa imagem do “Grande Satã do Norte” nesse aspecto, quando a verdade é que somos pra lá de parecidos: do ponto de vista dos castelhanos, somos idênticos!

Jorge Nunes
Jorge Nunes
14 anos atrás

As intervenções brasileiras foram mais sem querer querendo. Pois, o Brasil foi puxado para guerra do Paraguai.

No caso da Bolívia toda região que faz fronteira com o Brasil até a independência fez a opção de integrar ao Império do Brasil. Então o governador do Mato Grosso mandou tropas para ocupar a região. Mas o imperador Pedro I devolveu para a Bolívia.

No Acre seringueiros brasileiros criaram um Estado independendo em território boliviano.o Brasil enviou tropas desarticulou os seringueiros e devolveu para a Bolívia, fez isso umas duas vezes. Até que o governo cansou e resolveu ocupar o Acre como território brasileiro (O governo de Manaus financiava o movimento da independência acreana sem o governo do Rio de Janeiro saber).

Mas o Brasil não tem hábito de derrubar governos vizinhos e muito menos espalhar bases militares.
A última guerra do Brasil foi na Europa.

O país que mais que mais se aventurou militarmente na América do Sul foi o Chile que chegou a ocupar todo o Peru e destruir o exercito da Bolívia, além de ameaçar a Argentina (a chamada Guerra do Pacífico).

O conflito mais sangrento no continente foi entre Paraguai e Bolívia onde pela primeira vez se usava aviões e tanques no continente numa guerra que vitimou 3 milhões de pessoas.

Ou seja disso tudo o Brasil ficou de fora, os Bolivianos odeiam muito os chilenos e os Peruanos idem. A Argentina tem rusgas com o Chile. Colômbia e Venezuela não tem nada contra o Brasil.

E teve pesquisa na América do Sul, onde o Brasil foi considerado o país mais confiável na região.

O grande problema hoje é a influência cultural do Brasil através do idioma, pois, o português avança muito nesses países e não aprendemos espanhol.

Leandro RQ
Leandro RQ
14 anos atrás

Como disse O rei Juan Carlos da Espanha para Chaves:

Ahmadinejad, POR QUÉ NO TE CALAS?

Renato
Renato
14 anos atrás

A atuação brasileira nem se compara a americana, a última guerra que nos metemos foi pq os paraguaios sem noção resolveram arranjar briga com todo mundo e se ferraram. A cisplatina que foi a única “colônia” brasileira nem foi por tanto tempo e para nós foi melhor se formar um Uruguai do que ter a Argentina dos dois lados da foz.

Renato
Renato
14 anos atrás

última no cone sul claro, sem esquecer da FEB.

Alecsander
Alecsander
14 anos atrás

Não quero defender o Irã, pois nenhum país que passa por cima dos direitos humanos merece ser defendido, mais o caso é que existe um linchamento contra países anti-ocidentais, mascarado de defesa dos direitos humanos. E eu falo isso, porque eu leio muito a respeito de outras nações do Oriente Médio que também são tão radicais e opressores quanto o Irã, mais que por serem aliandos dos E.U.A suas atrocidades são abafadas pela mídia internacional. Como por exemplo, um religioso iraniano ao dizer que os terremotos aconteciam por que as mulheres iranianas usavam maquiagem, isso teve repercussão mundial, mais na Arábia Saudita que é um aliado americano, as mulheres que comentem adultério, são condenadas a morte, seja por enforcamento, apredejamento ou decapitação, sem contar em um caso de 2008, em que uma menina foi condenada a levar noventa chibatadas por ter levado um celular pra escola, e essas coisas são pouco difundidas na imprensa internacional, eu só fiquei sabendo mesmo por que vi isso na internet. Se vocês procurarem sobre direitos humanos na Arábia Saudita, vocês vão ver mais de 180.000 paginas sobre esses tipos de casos no Google, ou qualquer provedor de busca. E no Pakistam a coisa e ainda pior.
Agora, sabendo que aliados dos ocidentais são iguais ou piores que o Irã, da para levar isso o que estão falando do Ahmadinejad a serio?

Um grande abraço.

Vader
14 anos atrás

Jorge Nunes disse:
27 de abril de 2010 às 10:21

Caro Jorge Nunes.

Reitero ao amigo: perca sua ingenuidade histórica se quiser ser um escriba isento.

“Mas o Brasil não tem hábito de derrubar governos vizinhos e muito menos espalhar bases militares.

Verdade, não espalha bases militares. O Brasil vai lá e conquista tudo de uma vez!

O amigo já ouviu falar da Guerra da Cisplatina? Sabe como a historiografia argentina chama tal conflito? GUERRA DO BRASIL!

Sabe porque eclodiu? Porque o Império do Brasil patrocinou a derrubada do governo uruguaio que havia recém declarado independência. E logo após invadiu o país.

Veja uma referência rápida (com incorreções) na wikipedia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Cisplatina

Aliás, a questão uruguaia era recorrente: o Brasil durante todo o primeiro e segundo império continuou a intervir na política uruguaia, ora apoiando golpes de um lado, ora de outro. Veja mais sobre como o Brasil é “bonzinho e pacífico” em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Prata

Detalhe: sabe porque Argentina, Uruguai e Paraguai não formaram um único país (até a independênia existia apenas o Vice-Reino do Prata)? Porque o Brasil sempre inteveio! Apoiou independentistas uruguaios, e no que pôde contribuiu para a divisão dos três países!

Há muitos que dizem, inclusive, que o Ditador Paraguaio Solano Lopez declarou guerra ao Brasil por conta da contínua interferência brasileira na política uruguaia. O Brasil não queria cucarachos unidos, por uma questão estratégica! Não queria um enorme vice-reinado cucaracho nos seus fundilhos!

E olhe lá qual foi a maior guerra da AS:

“A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul.”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Paraguai

Amigo, a chamada “Guerra do Chaco” entre Paraguai e Bolívia foi uma briguinha de moleques com estilingues perto da Guerra do Paraguai que, como as esquerdas adoram frisar (aliás, com um exagero histórico que revela o desmazelo proposital destas com os fatos históricos), teve os aliados vencedores armados pelo, à época, todo-poderoso Império Britânico!

Igualmente a Guerra do Pacífico não chega nem perto da Guerra do Paraguai quer em números de mortos, quer em destruição. E o Chile jamais chegou a ocupar todo o Perú, sendo portanto mentirosa sua menção a tal fato:

“Ocupação do Peru
Depois de Lima, as forças chilenas continuaram avançando rumo ao norte do Peru, mas não conseguiram subjugar por completo o combalido país.”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Pac%C3%ADfico_(s%C3%A9culo_XIX)

Já te dei, só nessa brincadeira, TRÊS guerras que o Brasil (independente – nem vou falar das do tempo de colônia, no qual as forças eram chamadas de portuguesas mas o exército combatente era mesmo composto por brasileiros) lutou contra os castelhanos. E olha que não há nem como contabilizar os inúmeros golpes de estado patrocinados pelo Brasil no Uruguai, além de tentativas na Argentina e Paraguai.

“No Acre seringueiros brasileiros criaram um Estado independendo em território boliviano (…) Até que o governo cansou e resolveu ocupar o Acre como território brasileiro (…) O governo de Manaus financiava o movimento da independência acreana sem o governo do Rio de Janeiro saber”

Ah sei, o governo central “não sabia de nada” (me lembra um outro presidente que também nunca sabe de nada…) Sabe o que me lembra isso? Veja:

“O Texas foi explorado e colonizado inicialmente pelos espanhóis. Passou ao controle mexicano quando o México tornou-se independente da Espanha, em 1821. A crescente migração de norte-americanos para o Texas fez com que movimentos pró-secessão do México crescessem. Em 1836, uma rebelião em Álamo foi extinguida pelos mexicanos, que mataram todos os norte-americanos participantes desta rebelião – com exceção de algumas mulheres, crianças e escravos. Os mortos em Álamo tornaram-se heróis no Texas e nos Estados Unidos. Ainda no mesmo ano, o Texas tornou-se independente do México, tornando-se uma república. Nove anos depois, tornou-se um estado norte-americano, sendo admitido como o vigésimo oitavo estado da União em 29 de dezembro de 1845.”

http://pt.wikipedia.org/wiki/Texas

Aí te pergunto: qual a diferença do que “uzamericanu” fizeram no “Texico” mexicano para o que nós brasileiros fizemos no Acre? NENHUMA! Tomamos deles! E pouco importa se era o governo central ou não: eram brasileiros! Nosso povo!

Sabe porque o Brasil não tem grandes conflitos territoriais hoje? Porque houve um gênio brasileiro da diplomacia chamado José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, que fez a paz honrosa com todos nossos vizinhos, resolvendo definitivamente as questões fronteiriças pendentes, através do uso do tato, concessões e diplomacia NEUTRA e não interventiva. Posição esta de NEUTRALIDADE que nossa diplomacia bolivariana está se esforçando por deitar por terra, agora a nível mundial!

Repito: perca suas ilusões! Temos mais similitudes históricas com os Estados Unidos da América do que com a maioria de nossos vizinhos. Aliás, o primeiro nome do Brasil republicano foi Estados Unidos do Brasil. Não foi à tôa, podes crer!

E o Brasil nunca foi, não é, e jamais será um país pacífico e bonzinho! Nossos vizinhos podem até admirar nossa grandeza, mas nos odeiam desde o mais recôndito de suas almas! Invejam e odeiam! E quer saber do que mais? SE PUDESSEM SERIAM RIGOROSAMENTE IGUAIS A NÓS! E AOS EUA!

Por fim só pra concluir: a influência brasileira não se dá pelo idioma não, até porque é mais difícil para o falante de castelhano aprender português do que o inverso.

A influência brasileira é econômica! A pujança econômica brasileira está a ENGOLIR as economias de nossos vizinhos, notadamente Uruguai e Argentina, dado que o Paraguai não possui economia própria (sem o comércio – a maioria ilegal – com o Brasil, e sem Itaipu Binacional o Paraguai quebra em duas semanas). Por isso que o Mercosul, bem como qualquer tentativa de união com nossos vizinhos que não passe por uma união política está fadada ao fracasso mais retumbante e absoluto! É o “soft power” brasileiro em ação!

Perca sua ingenuidade histórica parceiro. Procure outras fontes além das que está acostumado a ler.

Ou, se não acredita em mim, e todas as fontes são suspeitas, viaje um pouco pelos países vizinhos. Vá conhecer a beleza que é o Paraguai. Vá perguntar a um paraguaio de quem é a culpa pelo paraguai ser o que é hoje. Pergunte a um boliviano o que ele pensa do Acre brasileiro… Sabe o que ele te dirá? Que “el acre fue trocado por un caballo” (Evo Morales – 2002).

Perca sua ingenuidade.

PS: desculpem-me os demais e os editores pelo off-topic. Mas não pude deixar passar.

Athos
Athos
14 anos atrás

Desculpe mas a manchete esta incorreta.

Ele disse que satânico é o poder de veto que 5 nações tem.
Nunca chamou o Conselho de segurança de satânico.

Para quem sabe ler o erro salta aos olhos.

Vader
14 anos atrás

Athos disse:
27 de abril de 2010 às 18:37

“Para quem sabe ler o erro salta aos olhos.”

À matéria:

“O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad rotulou como “satânico” o Conselho de Segurança da ONU EEEEEEEE (!) o direito de veto na posse de seus cinco membros permanentes” (grifo nosso)

Para quem tem os dois olhos sinistros, basta saber ler assim…

Jorge Nunes
Jorge Nunes
14 anos atrás

– Vader, pesquisou bem mas o Guerra do Chaco não foi guerrinha não : http://www.airpower.au.af.mil/apjinternational/apj-p/2003/1tri03/corum.html

– Na guerra do pacífico o as forças do Peru se reduziram a guerrilha misturando militares e voluntários civis (eu li um livro sobre o assunto há uns 10 anos… vou procurar saber).

— Não mencionei um detalhe: Quando o Brasil aumentou seu território para o oeste o país era colônia espanhola no tempo da União Ibérica. Ou seja os brasileiros podiam avançar sobre territórios espanhol, pois na época os brasileiros eram súditos do rei da Espanha.

Cisplatina foi a Espanha que cedeu para Portugal e o Brasil herdou e não soube lidar com a província. Do mesmo modo que ocorreu com o Rio Grande do Sul, a diferença é que as forças do Império Venceram os farrapos. E o no caso o Brasil perdeu território.

Toda a interferência do Brasil foi em apoio interno a determinados grupos internos.

O Brasil nunca fez guerras de conquista, quando tropas brasileiras desembarcaram em Buenos Aires foram para dá apoio a um lado e não tomar terras.

O mesmo no Uruguai que era antiga província brasileira.

O Brasil tomou terras da Bolívia por pressão dos brasileiros que exploravam aquelas terras. Mas nunca empreendeu guerra de conquista, pois, o país já era grande.

De certa forma o Brasil é bastante isolado na história da América do Sul, só temos relações históricas firmes com Argentina, Paraguai e Uruguai (basicamente nos relacionamos mais com a Argentina).

Vader
14 anos atrás

Jorge Nunes disse:
27 de abril de 2010 às 22:20

“Guerra do Chaco não foi guerrinha não”

Não disse que foi guerrinha. Disse que perto da Guerra do Paraguai foi briguinha de moleques com estilingue. E foi mesmo.

“Na guerra do pacífico o as forças do Peru” (…)

Não foi isso que você disse. Você disse que o Perú foi ocupado inteiramente pelo Chile, o que eu provei ser uma mentira.

“Ou seja os brasileiros podiam avançar sobre territórios espanhol, pois na época os brasileiros eram súditos do rei da Espanha.”

Parceiro, isso é mentira, não venha dourar a pílula não. Então a recíproca era verdadeira? Os espanhóis poderiam ter avançado no território português? E porque não o fizeram? Simples: o território conquistado pelos brasileiros era uma terra extremamente inóspita e na maior parte desabitada, a não ser por indígenas ferozes.

Mas ainda que fosse verdade, muda alguma coisa? O fato é que fomos NÓS que tomamos a terra de quem de direito (deles)!

No mais, é um erro grotesco acreditar que porque as coroas eram unidas a administração do Império Ibérico também era. Não era! Portugal era Portugal, Espanha era Espanha: A Espanha jamais se estabeleceu, por exemplo, no Japão, na China ou na Índia, territórios de Portugal! Por outro lado, Portugal jamais foi “cheirar” nas Filipinas, no México ou no Caribe: os navios portugueses que acabavam indo parar lá eram imediatamente apreendidos e a tripulação enviada a ferros pra Espanha! E vice-versa!

E outra: o Império Português era tão vasto quanto o Espanhol, e a Espanha não dispunha de pessoal para administrar ambos os impérios, motivo pelo qual o Rei Filipe I de Portugal (II de Espanha) governava o Império Português para e através dos portugueses.

Ou seja: quem conquistou as fronteiras brasileiras pós-Tordesilhas? BRASILEIROS! Portugal simplesmente não tinha tropas para enviar para o Brasil, que aliás não era sequer a parte mais lucrativa do Império Português e foi largado literalmente às moscas. Nas mãos dos brasileiros!

Sobre o tema, sugiro ao amigo ler: Boxer, C.R. (1969). The Portuguese Seaborne Empire 1415–1825 (O Império Marítimo Português), lançado no Brasil pela Companhia das Letras.

Por fim, a União Ibérica durou apenas 60 anos, até 1640, sendo que a maior parte da expansão brasileira se deu bastante depois disso.

“Cisplatina foi a Espanha que cedeu para Portugal”

Que cedeu coisa nenhuma cumpadi, pare de falar asneiras, por favor! O Uruguai foi OCUPADO por tropas portuguesas em 1817 (leia-se: brasileiros apoiados pela Marinha Britânica).

“o Brasil herdou e não soube lidar com a província. Do mesmo modo que ocorreu com o Rio Grande do Sul, a diferença é que as forças do Império Venceram os farrapos”

Amigo, herdou o que? Uma terra habitada por castelhanos: outra língua, outra cultura, outro mundo? O que o Brasil tinha que fazer lá? O Império do Brasil já não tinha terras suficientes?

O Brasil “largou mão” do Uruguai simplesmente porque não compensava ficar por lá. Bem diferente do Rio Grande do Sul, que era uma terra habitada por brasileiros, que estavam querendo separar-se do Brasil.

“Toda a interferência do Brasil foi em apoio interno a determinados grupos internos.

Sim, como eu disse em meu comentário anterior: apoiando inúmeros golpes de Estado, revoluções, contragolpes, putschs (chame como quiser) ao longo da fronteira. Criando instabilidade. Desunindo.

“O Brasil nunca fez guerras de conquista

Verdade, o Paraguai que o diga… 🙂

“quando tropas brasileiras desembarcaram em Buenos Aires foram para dá apoio a um lado e não tomar terras.”

Amigo, o que quero lhe dizer desde o começo, e que você recusa-se a entender, é que DO PONTO DE VISTA DOS CASTELHANOS POUCO IMPORTA A QUE TÍTULO O BRASIL INTERFERE! Do ponto de vista deles, somos tão agressores quanto os EUA! Se foi para apoiar blancos, colorados, ou qualquer coisa que o valha, não lhes interessa! Para eles, está demonstrado nosso Imperialismo Brasileiro!

“O Brasil tomou terras da Bolívia por pressão dos brasileiros que exploravam aquelas terras.”

Voltamos ao mesmo ponto: do ponto de vista cucaracho pouco importa o porquê! Não interessa se foi por pressão, ou sem pressão! O fato é que TOMAMOS! Ou vc acha que eles estão preocupados com nossas justificativas? Ahahaha, estão tão preocupados com elas quanto os iraquianos com as justificativas dos “malditos yanques”! Para eles somos tão imperialistas quanto!

“Mas nunca empreendeu guerra de conquista, pois, o país já era grande.”

Sim e era grande porquê? Porque tomou as terras deles! Percebe como voltamos ao mesmo ponto?

“De certa forma o Brasil é bastante isolado na história da América do Sul, só temos relações históricas firmes com Argentina, Paraguai e Uruguai”

O amigo acaba de redescobrir a pólvora!!! Parceiro não temos relação alguma com eles! Somos isolados porque somos ÚNICOS, somos a poderosa e unida América Portuguesa, não a desunida, frágil e patética américa castelhana! Nossa relação com eles foi travada na base da bala e da baioneta desde os primórdios, e isso, queira o amigo ou não, é um paralelismo histórico fantástico sabe com quem? Com os Estados Unidos da América! Eles! O “Grande Satã do Norte”! Somos tão conquistadores quanto os yanques! E para os cucarachos, não passamos de yanques que falam português!

Ou se não acredita em mim experimente chamar um paraguaio de “rapai” (corruptela de “rapaz”, como chamavam entre si nossos soldados na “Guerra Grande”). Mas cuidado com a facada que decerto virá…

Do ponto de vista histórico-cultural temos mais a ver com Angola, Moçambique e Timor Leste do que com qualquer cucaracho nosso vizinho.

Amigo, dispa-se da hipocrisia, da cultura do “preciso achar alguém em quem botar a culpa”, aceite que somos tão imperiais quanto os EUA, e viva feliz dando graças a Deus porque não nascemos falando castelhano. Pois se pudessem os cucarachos seriam exatamente como nós. Ou pior ainda: como os EUA.

Jorge Nunes
Jorge Nunes
14 anos atrás

Parceiro, isso é mentira, não venha dourar a pílula não. Então a recíproca era verdadeira? Os espanhóis poderiam ter avançado no território português? E porque não o fizeram? Simples: o território conquistado pelos brasileiros era uma terra extremamente inóspita e na maior parte desabitada, a não ser por indígenas ferozes.

Não menti nos demais, posso ter deixado incompleto.

—> Sim os espanhóis poderiam fazer o mesmo, porém economicamente não necessitavam. Pois as bandeiras no Brasil eram para achar metais preciosos ou pedras preciosas e para apreensão de escravos indígenas.

As colônias espanholas já exploravam metais preciosos, então não precisavam buscar outras fontes e a lei espanhola considerava todo o habitante das terras espanholas como súditos do rei ou seja não podiam ser usados como escravos. Assim os espanhóis não precisavam avançar continente a dentro em busca de metais e escravos.

— De quebra o inimigos da Espanha passaram a ser inimigos de Portugal. E colônias que eram portuguesas foram tomadas por holandeses.

“E outra: o Império Português era tão vasto quanto o Espanhol, e a Espanha não dispunha de pessoal para administrar ambos os impérios, motivo pelo qual o Rei Filipe I de Portugal (II de Espanha) governava o Império Português para e através dos portugueses.”
–> Não é bem assim, A Espanha via Portugal já como seu território, pois não havia herdeiros para o trono português, a união ibérica durou mais de meio século, havia outros detalhes no Brasil um pouco diferentes. Mas o teve uma família no Brasil que fez uma aliança por casamento com a Espanha que nos manteve falando português e juntar a colônia nas guerras contra os holandeses (daqui a pouco vamos ter que escrever um livro).

A guerra contra a Holanda no Brasil contou com uma força tarefa formada por súditos do rei da Espanha vinda de toda a América Espanhola (jornada dos vassalos). Mas a arrogância do comandante espanhol o fez perder esta guerra.

A Cisplatina pertencia a Portugal e automaticamente passou para o Brasil no momento da independência assim. Para mante-la o império gastou muitos recursos e a Argentina queria a província alegando laços culturais. Para encerrar a guerra a arbitragem internacional achou melhor da o Uruguai independência. Porém muitos brasileiros morreram para manter a província Cisplatina.

Vader, eu acho que você tem certo preconceito com nossos vizinhos. Logo os Argentinos que nos garante o trigo e pão da padaria.

Mas de modo geral não vejo o Brasil como país agressivo. Internamente o Brasil era bem variado, não precisa buscar pulga para se coçar em outros território (visto que o imperador Pedro I devolveu metade da Bolívia de províncias cujos os governadores queriam de bom grado se integrar ao Brasil).

Tanto que não há muito rancor contra nós na vizinhança… tá os paraguaios tem certa pulga atrás da orelha. Mas na maioria dos casos a rusgas não é com a gente.

Os Estados Unidos colhem o que plantam na região, pois derrubou o ajudou a derrubar governos eleitos em toda a América Latina (incluindo o presidente João Goulart do Brasil): http://vimeo.com/3303267

E o Irã? Não é nosso inimigo, não temos inimigos declarados no mundo. Podemos ter negócios com todo mundo.

Vader
14 anos atrás

Bom Jorge Nunes, eu desisto. Não vou ficar dando aulas de história para você, até porque você escreve propositadamente de forma confusa, e mistura temas completamente divergentes (Holanda e Espanha?) como se fossem uma coisa só, de maneira a que fique difícil o interlocutor lhe responder. Típico de quem tem respostas prontas a todas as questões, derivadas de uma visão de mundo concebida de antemão sobre todas as coisas.

Enfim seja como quiser. Não lhe irei mais responder neste tópico. Dei dados e fatos suficientes para que qualquer pessoa de mente aberta e despida de hipocrisia e visões de mundo pré-concebidas chegue à mesma conclusão. Se chegarão ou não tanto se me dá.

O fato é que o Brasil foi, é e será tão imperialista quanto qualquer potência global. Apenas muda que as guerras hoje são travadas pela economia, e o Brasil está a vencer a “guerra” contra a Argentina e o Uruguai (já venceu contra o Paraguai) engolindo a economia de tais países. A Argentina hoje não fabrica nem pasta de dentes. Nem sabonete. É tudo importado do Brasil. Compramos trigo deles? Ora, ninguém mais planta trigo no mundo? Tanto é que quando nos baixam os estoques compramos do “Grande Satã do Norte”.

No outro off-topic inaugurado por você, não vou ficar dando dados. O ônus da prova incumbe a quem alega e eu quero é provas de que os EUA foram quem derrubaram governos da AL, especialmente o de Jango. Eu tenho provas em sentido diametralmente oposto, mas não vou ficar gastando meus dedos nisso, até porque não adiantaria: seu pré-conceito é tamanho que você não acreditaria nas fontes. É a velha visão esquerdista que “todo que não é esquerda é suspeito”.

Sugiro ao amigo a leitura de Élio Gaspari (notório petista), “A ditadura envergonhada”, para que o amigo veja que a participação americana no episódio da Revolução de 1964 limitou-se a “apoio moral” (e essa foi a regra em toda a AL): quem derrubou o Jango (no mais um fraco e um despreparado) foi o povo mesmo, rogando aos militares que fizessem algo.

E Jango caiu pelas mãos dos militares para que não se instaurasse uma ditadura bolchevique no Brasil; Élio Gaspari diz: para que não se instaurasse um “Cubão”.

De maneira que essa “lenda” do Grande Satã do Norte, bobo, feio, chato, comedor de criancinhas e derrubador de governos inocentes não cola comigo.

Adeus.

José Maria Bravo
José Maria Bravo
14 anos atrás

Prezado Jorge Nunes

Parabéns pelos questionamentos, pelas posições, e pela elevação do debate nesse meio.

Faço, porém, algumas ponderações:

1 – Sobre o neocolonialismo chinês em território africano, lembre-se que Adam Smith (1776) já pregava o imperialismo “suave”, por ser mais barato e eficaz do que o militarizado, e que o colonialismo britânico vitoriano, na Índia, se caracterizava também (embora não só, concordo de saída) por “grandes obras públicas de impacto social e uma leva de mercadorias baratas que permitem a milhões de… ‘nativos’ … entrarem no mercado de consumo;”

Esse debate é obrigatório nas RRII de hoje, mas poucos se dispõem a fazê-lo; Os defensores dos modelos analíticos de “redes” de produção e de troca, para as RRII, se esquecem de um detalhe que é absolutamente vital, inclusive, modestamente me parece, para a análise do caso da China: onde estão os centros de decisão e quem tem voz ativa determinante no respectivo processo decisório; Se a China participar ativamente das decisões sobre obras e benfeitorias, então, me parece, o neocolonialismo é efetivo, enquanto modelo, mas não pode servir a reducionismos, claro;

2 – Os Estados Unidos são, de longe, o maior exportador de ideologias da história contemporânea, e é lamentável que se evite a constatação em qualquer análise;

3 – Quanto à nossa Política Externa para a AL e o Mundo, os pontos por você elencados em programa são bastante sensatos; Destaco:

3.a) O servilismo aos EUA, aqui presente, inclusive;

Travando a disputa ideológica com os EUA, assim que foi nomeado para a malfadada missão da ONU no Iraque o Embaixador Sérgio Vieira de Mello retificou uma pergunta na coletiva de imprensa sobre os “Insurgentes” iraquianos: “Insurgentes não. Eles são ‘ resistentes’, em um país que foi invadido e ocupado. Se eu visse tanques americanos em Copacabana faria o mesmo que eles.”

Diferentemente do falecido Embaixador, desconfio que muitos “analistas” brasileiros correriam a varrer a areia do caminho dos tanques, desde que tivessem a bandeira norte-americana;

3.b) Desprezo ignorante a mercados e nações da periferia; Você está correto, mas não se trata apenas de ignorância, senão de ilusão ideológica;

4 – Irã – Novamente você foi preciso: o debate é maniqueísta e simplório; E ninguém fala uma das obviedades de nossos interesses estratégicos, significada por nosso programa nuclear; A Política Externa brasileira está fadada a defender o programa iraniano – enquanto não se suspeite razoavelmente (o que exclui os discursos no estilo “GeorgeW.Bush”) de finalidades bélicas do mesmo-, pela simples razão de que o nosso programa é bastante semelhante; Por que o Brasil poderia e o Irã não?; Se a diferença reside em ser governado por uma teocracia, então a ONU tem que desarmar Israel;

5 – Guerra do Chaco – Triste episódio cuja lembrança aproveito para situar os interesses estratégicos, pois foi provocada pelas grandes empresas de petróleo;

6 – Isolamento da AL; como disse García Marques, certa vez, “o Brasil é um país de frente para o Atlântico e de costas para a AL”; Creio que tenha mudado algo nos últimos anos, mas há ainda muito a percorrer para a necessária integração, aliás fixada como programa político de nossa Nação na Constituição de 1988;

7 – EUA x AL; o anti-americanismo de hoje é, no mínimo, compreensível, senão justificável.

Saudações e renovados parabéns.

Aldo
Aldo
14 anos atrás

Pode-se discordar das atitudes de Israel e de seu programa nuclear as escondidas, mas chamar Israel de Teocracia é o cúmulo. Israel é uma democracia parlamentar e laica, que frisa ser um estado judeu, mas entendendo judaísmo como uma etnicidade e não religião, já que a maioria dos fundadores do estado de Israel eram arreligiosos e até ateus. A própria esquerda trabalhista sempre foi muito forte no parlamento, que conta com representantes comunistas e árabes. Israel já teve sua existência ameaçada por duas vezes e os movimentos extremistas árabes falam abertamente em riscar Israel do mapa. O Irã , tirante a mal sucedida tentativa de invasão pelo Iraque não foi ameaçado de ser varrido por nenhum vizinho,e estava havendo uma certa acomodação do mundo ocidental com a teocracia islâmica até a eleição de Almadjinehad que resolveu por lenha na fogueira.isto já diferencia em muito as ambições iranianas de possuir uma arma nuclear do programa nuclear brasileiro.

Hate and Trust
14 anos atrás

Eu concordo plenamente com o que disse o Mahmoud Ahmadinejad o conselho de segurança da ONU necessita de uma reforma urgente.

José Maria Bravo
José Maria Bravo
14 anos atrás

Prezado Aldo

Não nutro nenhum sentimento anti-semita. Muito ao contrário, me dói perceber o quanto a política fascista do Estado de Israel de hoje, para com os palestinos, desonra os feitos e imagens dos hérois da Guerra de 1948, de Ben Gurion e seu gabinete, dos idealizadores dos kibutizin, e de tantos outros.

Mas Israel, por mais que formalmente seja uma democracia parlamentar – aliás a Ditadura brasileira de 1964-1985 também o era, por esses critérios – pode sim ser chamado de Teocracia por ter uma instituição religiosa, o Grande Rabinato, que na prática valida ou não as leis aprovadas no Knesset.

A descrição do general Herzog sobre os problemas enfrentados pelas T’zahal, na Guerra do Kippur, em 1973, é bastante vívida a respeito. Apesar da emergência do ataque Sírio-Egipto, o rabinato levou dois dias até admitir que se poderia pegar em armas no dia santo, o que causou inúmeros confrontos com judeus ortodoxos.

E, pelo que tenho lido, infelizmente a influência política do Grande Rabinato apenas vem aumentando, desde inícios da década de 1990, cada vez mais descaracterizando o estado laico pretendido pelos trabalhistas. Vide a condenação ao uso de preservativos (que se diferencia da anacrônica posição do Vaticano tanto pela eficácia do comando religioso, quanto pelo papel da mulher, considerada “impura” durante a menstruação, o que legitima o recurso à prostituição, ainda que implicitamente), que invalidou diversas campanhas contra a AIDS.

Mas, por favor, se tiver evidências do contrário, nos disponha, pois apenas enriqueceria o debate, e, sem ironia alguma, gostaria muito de estar equivocado a respeito.

Quanto ao Irã, concordo que algumas posições (negativa do holocausto, por exemplo) sejam irracionais. Mas repito que não vi nenhuma evidência de pretensão a ter armas nucleares (como Israel já possui há décadas), e confesso simpatia pela posição tornada pública recentemente: que ou todos estados as tenham, ou que nenhum detenha esta capacidade.

Por fim, meu caro, se fosse repetir sua linha de argumentação afirmaria que “dizer que o Irã nunca foi ameaçado” – o vem sendo há mais de 20 anos pelos EUA – é também o cúmulo. Mas, na verdade, acredito apenas que seja uma leitura da realidade distinta da minha.

saudações

Athos
Athos
14 anos atrás

Vader disse:
27 de abril de 2010 às 21:06

Athos disse:
27 de abril de 2010 às 18:37

“Para quem sabe ler o erro salta aos olhos.”

À matéria:

“O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad rotulou como “satânico” o Conselho de Segurança da ONU EEEEEEEE (!) o direito de veto na posse de seus cinco membros permanentes” (grifo nosso)

Para quem tem os dois olhos sinistros, basta saber ler assim…

Então, vamos ler novamente?
-> Primeiro a manchete, amplamente reproduzida, inclusive aqui.
Para Ahmadinejad, Conselho de Segurança é ‘ferramenta satânica’

-> Depois vamos ler o texto.
Sabe o que dizia Nelson Rodrigues sobre jornais e verdades?
Dizia ele que os jornais não tem a menor obrigação de dizer a verdade. Quem tem a obrigação de descobrir a verdade são os leitores.

“TEERÃ – O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou com dureza o direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, o qual definiu como uma ‘ferramenta satânica de opressão”, em um discurso realizado na noite de segunda-feira, 26.”

Ahmadinejad diz que poder de veto no CS é “ferramenta satânica”

Agência Estado – 26/04/2010 – 17:41

-> Porque para saber ler, tem que querer…