Nova política nuclear dos EUA
Fernando Eichenberg
Opresidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu mais um passo, ontem, em seu projeto de tornar obsoleta a imagem da mala com o código secreto que permite acionar o botão detonador de um ataque nuclear a uma nação inimiga, propagada em romances e filmes de espionagem. Pelo menos, no papel. A nova política de estratégia nuclear anunciada por seus secretários de Estado, Hillary Clinton, e de Defesa, Robert Gates, no Pentágono, limita o arsenal americano e restringe as possibilidades de seu uso em conflitos. As medidas do pacote definido como Revisão da Postura Nuclear (Nuclear Posture Review), de 72 páginas, estabelecem novos critérios estratégicos desde a Guerra Fria e divergem da doutrina dos precedentes governos de George W. Bush, pós-atentados de 11 de Setembro. As últimas alterações nas regras haviam sido feitas em 1994 e 2001.
Pela primeira vez, os EUA se comprometem a não usar suas ogivas contra países não dotados de armamento nuclear e signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), mesmo em caso de ataques com armas químicas e biológicas. Washington, no entanto, abre uma exceção para eventuais ataques a países que violarem as regras internacionais do TNP. No caso, estão na linha de mira as potenciais ameaças representadas por Irã e Coreia do Norte, dois países que têm se recusado a acatar os princípios do tratado e a vigilância da comunidade internacional em seus programas nucleares.
Anúncio decepciona os dois extremos
A nova política nuclear americana indica a mudança de foco em sua lista de principais possíveis inimigos, definida desde os tempos da Guerra Fria pela dissuasão nuclear entre EUA e União Soviética. Saem as potências nucleares tradicionais, como Rússia e China, e entram os grupos terroristas e os chamados “Estados fora da lei”, suspeitos de patrocinar e acobertar o terrorismo.
O anúncio decepcionou os dois grupos extremos: os que defendem a manutenção e reforço da opção bélica nuclear e, do outro lado, os que esperavam uma atitude mais radical de renúncia ao seu uso e seu arsenal. Alguns analistas colocam a iniciativa de Obama mais no campo da retórica do que da prática. Outros acreditam que aponta para uma real mudança de rota.
Segundo o professor Matthew Bunn, especialista em armamento nuclear da Universidade de Harvard e ex-conselheiro do Departamento de Estado para Política de Ciência e Tecnologia, Obama poderia ter “ido mais longe”. Mas, ele vê como positiva a sua Revisão da Postura Nuclear.
– É um primeiro passo para que os mísseis nucleares sejam colocados em um plano secundário na política internacional. Eles estão se tornando cada vez menos importantes. Hoje, nas conversas entre EUA e China se ouve muito mais a palavra “moeda” do que “mísseis nucleares”, o que há 40 anos era impensável – disse ele ao GLOBO.
Medida precede reunião de cúpula
O pacote nuclear americano determina ainda a suspensão do desenvolvimento de novas armas nucleares – uma prioridade dos anos George W. Bush -, e prevê novos investimentos (cerca de US$5 bilhões) para a extensão da vida útil do arsenal existente.
Depois de passar pela prova de fogo da aprovação da reforma da saúde, um dos pilares de sua campanha eleitoral, Obama mostra estar disposto a dar um novo impulso ao seu governo em seu segundo ano de mandato. O anúncio da Revisão da Postura Nuclear antecede em dois dias a assinatura, em Praga, do novo Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start, na sigla em inglês), entre Estados Unidos e Rússia, e em uma semana a cúpula sobre não proliferação de armas nucleares (nos dias 12 e 13) , que reunirá em Washington mais de 40 chefes de Estado – entre eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
FONTE: O Globo, via resenha CCOMEx
Tudo indica que o que estão realmente fazendo, é desativando as velhas e obsoletas testadas, mas na frente de jornalistas vem com este papo “O mundo sem armas nucleares…”, blàblàblà !!
Pra mim o Brasil deveria era abandonar este tratado, e começar a ir atrás dos próprios meios, ai teremos argumentos válidos para contrapor aos deles, sem ter que escutar nunca mais em mesa diplomática o discurso:
“-Devemos recordar aos senhores que possuímos um grande exército e um grande… devastador arsenal militar direi, então os convidamos à re-considerar a vossa posição sobre este acordo comercial que propomos…”
Se eles tem Nukes, nós também possuímos o direito de ter !!
Valeu, e abaixo a submissão aos povos detentores de Nukes!
nossa pra alguns bombas burras são aquelas que não seguem.
Pra mim as bombas burras são as Nucleares onde você com um botão mata milhões com uma só.
imagina 1.500 agora você acaba com uns 70% da população.
Ele tem de fazer algo para justificar o Nobel da paz.
Acho que fez bem …
“..ai teremos argumentos válidos para contrapor aos deles, sem ter que escutar nunca mais em mesa diplomática o discurso”….
qual é exactamente a queixa Francoorp?
isto é um simples aviso: aos que não tem, não tentem frabicar pois serão arrasados.
O recado é: Querem ter armas nucleares? Devem arcar as consequencias.
É injusto somente alguns países terem armas nucleares?
Sim.
Devemos ter? na minha opinião, não.
[]’s
Essa do Obama está parecendo aquela velha estória do cara qte se vendo ameaçado por um cara com porrete igual ao que tinha na mão, desafiou o cara a jogar o pau longe e se se enfrentarem de mãos limpas.
O oponente aceitou o desafio e jogou seu porrete longe. O cara então pegou o porrete do outro e lhe deu uma surra memorável.
Somente imbecis completos podem acreditar em alguma coisa de governos estadunidenses.
O Irã e Coréia do Norte não acreditam.
O Brasil já tem capacidade de produção de um artefato termonuclear, pois temos a uraninita e enriquecemos urânio, e temos a fórmula matemática pronta (Dalton Girão Barroso, físico do IME). Isso já basta para ter capacidade dissuasiva.
Todos os países do mundo, e especialmente as potências, sabem que entrar numa guerra total com o Brasil seria uma tremenda gelada.
Armas nucleares são tremendos mico-pretos: não podem ser usadas sob pena de obliteração, e dão um gasto monumental para se manterem operacionais (e nosso orçamento militar já viram como é que é né?).
Quem as tem está tentando se livrar um pouco delas para “limpar a barra” e diminuir custos (por isso que a Rússia, que também não está nada boa das pernas, pressiona tanto por redução no arsenal americano).
Fora que se tentássemos fabricá-las o país só andaria para trás com as sanções econômicas. Teríamos as armas, mas voltaríamos a ser “pobres” e não comerciaríamos com ninguém que preste. Esse é o páis que queremos?
Quem ama as Forças Armadas e o país não pode apoiar uma idéia terrível e sem noção dessas. Arma nuclear pro Brasil é coisa de gente paranóica. Temos inúmeras outras prioridades pra resolver antes de entrar num jogo perigoso desses.
Sds.
muscimol disse:
8 de abril de 2010 às 0:28
“qual é exactamente a queixa Francoorp?”
Já esta na minha postagem acima…
“Se eles tem Nukes, nós também possuímos o direito de ter !!” 😡
Vader disse:
8 de abril de 2010 às 13:30
“Isso já basta para ter capacidade dissuasiva. ”
Isso é relativo! Uma intervenção política diplomática daria sim tempo para uma hipotética realização destas armas aqui no Brasil, mas uma preparação de invasão do nosso território, geraria uma série de ataques preventivos que nós limitaria muito à produção destas armas… ou em caso de conflito militar ativo, contra o Brasil, nossas instalações de preparação da “bomba” seriam sistematicamente bombardeadas, e continuamente sob ataque, o que poderia ser um golpe fatal ao nosso “programa nuclear”, abrindo assim a conquista do nosso território por parte do inimigo e ACABANDO com a nossa capacidade de “dissuasão” de SOMENTE SABER FAZER a “Dita Arma”!! 👿
Então creio que saber fazer não corresponda ao mesmo Índice de dissuasão do que possuir fisicamente estas armas em nossos arsenais… 😆
“Fora que se tentássemos fabricá-las o país só andaria para trás com as sanções econômicas. Teríamos as armas, mas voltaríamos a ser “pobres” e não comerciaríamos com ninguém que preste. Esse é o páis que queremos?”
Não creio que teríamos embargo, pois ao contrário da Coréia do Norte, somos uma democracia, temos cultura ocidental, e temos um maior número de acordos bi-laterais, com países váriados, o que aumenta o nosso peso na diplomacia internacional… 😛
Quanto a uma possivél comparação ao Irã, que tem “alguns embargos” internacionais, na maior parte deles de produtos industriais, mais precisamente da indústria mecânica de precisão, e isso nós temos aqui, uma grande indústria de precisão mecânica. 🙂
E este embargo médio que sofre o Irã seria até possivél para nós, 🙁 pois assim como eles, nós possuimos grandes reservas de recursos minerais, e o mundo precisa de matérias primas, mas possuímos ao contrário deles, uma alta produção de produtos agro-industriais, coisa que é devastador aos países que sofrem embargo, sendo este o maior setor de pressão na história dos embargos comerciais, que seria inúltil contra de nós, impedindo assim o escalar do embargo contra o Brasil, ficando no “embargo médio”. 😀
Além de que possuímos um média produção industrial, que pode ser maior e em maiores setores, dependendo das encomendas governamentais, e se o Brasil neste caso específico, sofresse um embargo, perderia mercado no Ocidente mas ganharia na China, país que tem uma população em preda fanática à religião ocidental do consumismo desenfreado, e precisará de mais e mais recursos, alimentos e até mesmo produtos industriais, e temos o precedente de que este país protege a Coréia do Norte, Irã, Birmania, etc., e isso é uma garantia de apoio e comércio com o nosso país em caso de embargo internacional. 🙄
Mas creio que a ONU analisando esta situação, veria uma vantajem maior em não ativar embargue algum contra o Brasil em caso de denúncia do TNP, mas sim de aceitar o Brasil no Clube Atómico Internacional… tendo que nós engulir !!! 😉
E em caso de realização deste embargue total do mundo contra nós, que dizes, viveríamos isolados comercialmente… e daí ??? O que tem o mundo que serve assim fundamentalmente para a sobrevivência da nossa população, que não temos aqui ??? Água doce, bio-diversidade, agro-índustria, indústria, energia, matéria-prima, ou será que é a tecnologia que não somos capazes de desenvolver, pois os seres humanos e cerebros deles são superiores aos nossos??? 😯
Lembrando que em caso de embargue internacional não deveríamos mais obedecer aos acordos assinados com a OMC, e a primeira retalhação do nosso país seria, sem dúvida alguma, a nacionalização de todas as empresas estrangeiras e multinacionais ao interno do território nacional, e com tudo o que tem “dentro”, inclusive os projetos de gaveta, o que nós daria uma base inicial para a substituição dos componentes importados, por meio de uma nova linha na produção interna, além de uma nova base científica para o desenvolvimento tecnológico nacional, em todos as áreas! 😮
Vejo assim esta situação do TNP, “eles tem, nós também !!!”, Justiça seja feita, pois os únicos deuses estão no céu e não na terra !! 😈
E para saber quem está errado ou certo entre nós dois, serviria o fato em sí, mas os embargos não nascem assim “da noite pro dia” como dizem e pregam na TV, 😐 serve um número muito grande de variáveis e análises diplómaticas para se chegar a um pedido formal de embargue, e nesse processo todo, podemos ficar fora dos mesmos, alguns países possuem o direito de veto, como a Rússia e a China, pois existe uma grande possibilidade de ser completamente inúltil contra de nós, além dos interesses recíprocos, e ainda de ter o efeito contrário, pois o risco de total independência do nosso país em relação às necessidades de importação, desenvolvimento, produção, e militar, aumentaria consideravelmente !! 😕
Valeu!!
Francoorp:
1. Não se planeja e prepara uma ação ofensiva ou uma guerra contra um país do tamanho e com a população do Brasil do dia para a noite. Nem para a única superpotência isso seria fácil. E os militares brasileiros sabem disso e estão atentos.
2. Sendo ou não uma democracia, iríamos sofrer sanções econômicas terríveis. Vale lembrar que Índia e Paquistão, embora democracias (pelo menos a primeira) até bem pouco tempo patinavam para trás em suas economias e em seus índices de desenvolvimento, por conta das sanções sofridas por seus programas nucleares.
3. Um embargo econômico contra nossa produção industrial seria ainda pior do que a reserva de mercado dos anos 80. Todos lembramos de como era eficiente e avançada a nossa tecnologia de carros e ciomputadores, só pra dar exemplo… Regrediríamos 30 anos em 10.
4. Como defensor ferrenho do Estado Mínimo, também sou defensor das Forças Armadas mínimas. Não quero um Exército de 1 milhão de homens-em-armas, para fazer desfiles estentóricos para o ditador de plantão. Prefiro um de 100.000, mas que seja extremamente móvel, bem equipado, bem adestrado e de preferência profissional. Não quero uma MB com 300 fragatas e 10 porta-aviões: prefiro uma com 50 submarinos. Não quero uma FAB com 200 aviões de caça e 100 bombardeiros. Prefiro uma com 70 multiroles, que cumpram sua função de proteger nosso espaço aéreo. Por isso seria uma incongruência completa apoiar a prospecção, desenvolvimento e manutenção de armas nucleares, brinquedinhos caríssimos e, repito, sem serventia.
5. Armas nucleares não podem ser usadas. O país que as usar decretará sua destruição pelos outros que detém a tecnologia. Nem mesmo os USA, apesar da retórica belicista, podem fazer uso delas, a não ser em caráter retaliatório (tem que ter sofrido um ataque semelhante antes). O governo americano (qualquer) que acaso usasse atômicos de forma ofensiva seria imediatamente derrubado.
6. Bote uma coisa em sua cabeça: o mundo mudou! As guerras hoje, muito antes de se chegar às armas, são travadas em dois campos ao mesmo tempo: diplomacia e dinheiro. Ocupação de espaços e negociação econômica. E com armas nucleares não teríamos o dinheiro, vale dizer: perderíamos a guerra.
Arma nuclear hoje é uma estupidez.
Sds.
Arma nuclear é realmente uma estupidez….Mas, se um dia atacarem o Brasil porcausa da agua, eu adoraria que tivessemos algumas….
Não que eu seja paranóico com relação a qualquer país, achando que vão nos atacar. Mas é bom ser prevenido, até porque, acho que ficou provado que o Iraque não tem armas químicas, não é?