vinheta-clipping-forteUm convênio entre o Ministério da Defesa e a ABC (Agência Brasileira de Cooperação), ligada ao Itamaraty, deverá aumentar o número de militares de países pobres, em especial da África e da América Latina, que fazem treinamento prático ou teórico no Brasil.

Pelo convênio, os convites e a organização da estadia desses militares, hoje a cargo de cada uma das três Forças, serão centralizados na Defesa. Esta repassará a lista com antecedência à ABC, que paga as passagens e provê ajuda de custo aos convidados.

O diplomata Marco Farani, diretor da ABC, acredita que o convênio permitirá uma melhor programação orçamentária da chamada “cooperação técnica” no âmbito militar, abrindo caminho para a sua ampliação.

“Antes, o convite [aos militares estrangeiros] era feito de forma errática. Havia uma demanda fragmentada [para o apoio financeiro da ABC]. O convênio permitirá que isso seja feito de forma institucional. As próprias embaixadas poderão divulgar as informações sobre cursos e vagas disponíveis, fazer contato de Estado para Estado”, disse.

Trata-se de uma primeira iniciativa para institucionalizar uma prática que, em países desenvolvidos e com peso na indústria de armas, é política de Estado: a formação de militares estrangeiros.

No entanto o convênio cobrirá apenas uma pequena parte da cooperação nessa área entre as Forças Armadas brasileiras e as de “países amigos”. Hoje, a maioria dos acordos para treinamento no Brasil ou no exterior é feita de maneira descentralizada.

A Defesa não dispõe dos dados completos sobre participantes de cursos e intercâmbios em geral, que têm que ser solicitados a cada Força.

Pouca gente

A pedido da Folha, as assessorias de comunicação da Marinha e do Exército compilaram os números de estrangeiros que participaram de cursos nas respectivas escolas desde 2000, e de militares brasileiros que fizeram cursos no exterior.

A informação foi pedida também à Força Aérea, mas não havia sido fornecida até o fechamento desta edição.

Apesar do projeto brasileiro de ampliar a cooperação militar principalmente com os vizinhos da América do Sul, por meio do Conselho de Defesa Sul-Americano e da anunciada promoção de uma indústria bélica regional, os números permitem ver que, na área de formação, o Brasil ainda recebe pouca gente.

De 2000 a 2009, 2.789 estrangeiros passaram por cursos na Marinha (1.689) ou no Exército (1.100). Entre os que receberam treinamento da Marinha, 663 vieram da América Latina e 696, da África –graças à cooperação naval com a Namíbia, sacramentada por acordo em 1998.

Já o Exército recebeu 829 latino-americanos e 118 africanos no mesmo período. O número de sul-americanos que passam pelas escolas da Força cresceu desde 2005 de média de 53 por ano, entre 2000 e 2004, para média de 101.

Nos cursos de altos estudos da ESG (Escola Superior de Guerra), formaram-se 55 estrangeiros, dos quais 45 são latino-americanos.

EUA

Para efeito de comparação, os EUA, em apenas 1 de seus 20 programas para formação de militares estrangeiros, o Imet (International Military Education and Training), receberam 25.207 militares da América Latina e do Caribe entre 2000 e 2007, último ano para o qual há dados disponíveis.

Os outros programas mantidos pelos departamentos de Estado e da Defesa dos EUA recebem não apenas militares, mas também policiais, funcionários civis e acadêmicos. É o caso, por exemplo, do Centro para Estudos da Defesa Hemisférica, vinculado à Universidade Nacional da Defesa, que só em 2007 recebeu 5.484 estudantes latino-americanos.

FONTE: Folha online

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Nélio
Nélio
14 anos atrás

Quem faz guerra sabe ensinar e consequentemente tem maior procura certo?

Fly Man
Fly Man
14 anos atrás

Ja era hora, agora vamos abrir mais vagas para esses militares e treinarmos la fora também.

lujo
14 anos atrás

o brasil não cuida nem de seus filhos e ainda quer cuidar o filho dos outros!!! mas para fazerem propaganda e aparecerem sempre estão prontos em primeiro lugar.ha ha ha