Exército Brasileiro e Iveco assinam contrato de produção da VBTP-MR
Contrato envolve 2.044 unidades do VBTP-MR em um período de 20 anos e é avaliado em R$ 6 bilhões
O Exército Brasileiro e a Iveco Latin America assinaram hoje, 18 de dezembro, acordo para a construção de 2.044 unidades do modelo base da nova família de Veículos Blindados para o Transporte de Pessoal Médio Sobre Rodas (VBTP-MR). Os veículos substituirão os antigos modelos Urutu hoje utilizados pelas Forças Armadas brasileiras. O contrato tem valor previsto de R$ 6 bilhões em 20 anos.
A fabricação do lote de 2.044 unidades tem início previsto para 2012, com término em 2.030. A produção dos modelos acontecerá no Brasil, com alto índice de conteúdo local, o que contribuirá para desenvolver a indústria de defesa nacional. A responsabilidade pela produção será da Iveco. A cadeia produtiva deverá envolver, no País, cerca de 110 fornecedores diretos e até 600 fornecedores indiretos.
O acordo foi assinado em cerimônia realizada no Quartel General do Exército, em Brasília, pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General de Exército Fernando Sérgio Galvão, e o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu. Também participaram do evento o Comandante do Exército, General de Exército Enzo Martins Peri, e o presidente da Iveco Defense Vehicles, Pietro Borgo.
O Projeto VBTP está alinhado com o segundo eixo estruturante da Estratégia Nacional de Defesa, relativo à reorganização da indústria nacional de material de defesa, para assegurar que o atendimento das necessidades de equipamento das Forças Armadas brasileiras esteja apoiado em tecnologias sob domínio nacional, proporcionando a geração de empregos diretos e indiretos no País.
Para o Exército Brasileiro, o projeto VBTP-MR significa aumentar a operacionalidade da Força Terrestre, incrementando sua capacidade de atuação nas diversas missões onde a utilização desse tipo de veículo é adequada, apresentando configurações diferentes (transporte de pessoal, reconhecimento, socorro, ambulância, etc) para atender às diversas necessidades operacionais.
DESENVOLVIMENTO NACIONAL
A família VBTP-MR é fruto da licitação promovida pelo Exército em 2007, vencida pela Iveco, montadora de caminhões do Grupo Fiat com fábrica no Brasil. Um dos fatores decisivos na escolha foi a experiência da empresa neste setor, oriunda da divisão mundial Iveco Defense Vehicles, que projeta, produz e comercializa veículos militares, incluindo modelos similares ao VBTP-MR brasileiro.
O VBTP-MR será uma família de veículos de transporte de 18 toneladas, equipada com motor diesel, tração 6×6 e capacidade anfíbia, capaz de transportar 11 militares. As especificações básicas indicam 6,91 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,34 metros de altura. O modelo poderá ser equipado com uma torre armada com operação por controle remoto para diversas aplicações diferentes. O modelo pode ser aerotransportado por um avião do tipo Hercules C-130.
Esta família de blindados está em fase de desenvolvimento. O trabalho vem sendo realizado em conjunto pelo Exército Brasileiro (por meio do projeto Mobilidade Estratégia e pelo DCT – Departamento de Ciência e Tecnologia) e a Iveco, responsável pela fabricação do modelo. Estão também envolvidas no projeto a IMBEL (sistema de comunicações), a ELBIT (sistema de armas) e a Usiminas e Villares (desenvolvimento do aço estrutural balístico nacional).
Cerca de 30 engenheiros e técnicos especializados estão diretamente envolvidos no projeto. O primeiro protótipo está em construção em Minas Gerais e fica pronto no primeiro semestre de 2010. Outras 16 unidades de um lote piloto deverão ser produzidas pela Iveco no Brasil entre 2010 e 2012.
Uma maquete em escala real do VBTP-MR foi demonstrada na Latin America Aero & Defense – LAAD (foto acima), a maior feira de equipamentos militares da América Latina, que aconteceu no Rio Centro, no Rio de Janeiro, em abril de 2009.
Segue a ficha técnica do VBTP-MR:
SAIBA MAIS:
ODEIO politica ,,mas temos que admitir que o MOLUSCO ,,esta fazendo o que pode pela nossas F.A.
SDS
Só acredito que o projeto não pode demorar tanto tempo….de 2012 a 2030 são 18 anos….precisamos de tanto tempo assim? Será que neste tempo todas as melhorias tecnologias poderão ser inseridas??
2030? VINTE ANOS????
Pomba pessoal, será que ninguém enxerga o que enxergo? Amigos, quando fiz meu curso de Blindados o M-113 tinha quase isso de modernização, e estava UM CACO! Um lixo! Caindo aos pedaços! Fora o fato de já ser um veículo completamente antiquado e totalmente fora de propósito e bem longe de ser uma VBTP segundo o que preceitua a moderna doutrina de guerra!
Alguém imagina o que representará essa viatura daqui a VINTE ANOS??? Quando a última for entregue a primeira já vai ter sido vendida como sucata! Sem mencionar que VINTE ANOS de evolução da doutrina de guerra MUDA TUDO!
De novo, só pode ser brincadeira, é rir pra não chorar… E nego ainda acha que isso é “evolução”, rsrsrs, ah não…
Sds.
Tb acho que o tempo estimado para finalizar o projeto seja muito grande.
felipe,
por falar no M-113, quando o EB vai procurar por um substituto????????
Ele ja deu o que podia, concordo que ele seja totalmente obsoleto. Nunca ouvi falar que alumínio seja material usado em blindagem ativa.
abraços.
20 anos!! espero que seja algum erro de interpretação.
Pior do que o tempo de produção é este modelo MR 6 x 6.
Não sei não…. é muita quantidade para um 6×6.
Acho que seremos os únicos há ter tanto 6×6 assim.
Todo mundo tá indo de 8×8…. e não vamos contruir nada neste lote ??
O Guarani 8×8 tem canhão de 105mm.
Sds.
Outra coisa, não é bem R$ 6 bilhões….falta um pouco para isto.
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
EXTRATO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO No- 12/2009
Nº Processo: 12/200-EME . Objeto: Servico de fabricacão em série
no pais e fornecimento de 2044 (dois mil e quarenta e quatro) VIATURAS
BLINDADAS DE TRANSPORTE DE PESSOAL MÉDIA
DE RODAS (VBTP-MR), após Ato de Adoção do Exército Brasileiro,
em conformidade com especificações e composições de Lotes
anuais a serem definidos por intermedio de Termos Aditivos. Total de
Itens Licitados: 00001 . Fundamento Legal: Artigo 25, inciso I, da
Lei 8.666/93 . Justificativa: I- A empresa é produtora exclusiva, em
razao de estar desenvolvendo um protótipo e lote piloto. Declaração
de Inexigibilidade em 15/12/2009 . CARLOS ALBERTO PASSARELLA
ARANTES – CEL . Ordenador de Despesas do EME .
Ratificação em 16/12/2009 . GEN BDA CARLOS ROBERTO DE
SOUSA PEIXOTO . Chefe de Gabinete do Estado-Maior do Exercito
Valor: R$ 5.443.227.412,84 . Contratada :IVECO LATIN AMERICA
LTDA . Valor: R$ 5.443.227.412,84(SIDEC – 17/12/2009) 160085-00001-2009NE900001
Sds.
Não chegaram a anunciar que seriam 3 mil?
Casseta, vinte anos?? bastante tempo nhe…e vem ca, 2000 unidades so pra substituir o Urutu?????
e o Cascavel? não entra nessa conta não????
Abraços
Vassili em 18 dez, 2009 às 16:02
“por falar no M-113, quando o EB vai procurar por um substituto????????”
Vassili: NUNCA! 🙂
Abraço.
Bronco,
no inicio, o EB vai encomendar (como acabou de fazer) apenas a versão básica, ou seja, transporte de tropas. Dessa versão, o nº estipulado no contrato é de 2044 unidades. Para as demais versões (porta morteiro, reconhecimento, caça tanques, comando&controle, etc) serão contratados posteriormente.
A versão reconhecimento/ caça tanques terá tração 8X8, e será equipado com um canhão 105mm, muito provavelmente um Oto Melara de 52 calibres, tal como o Centauro é equipado.
abraços.
Amigo Vassili, mas 2044 unidades so para substituir os Urutus??? Volto a perguntar, não é muito?? Qnts urutus temos em operação hj, não mais que uns 600 ou menos até…mesmo que os fuzileiros o usem (salvo engado eles optaram pelo Piranha III) ainda assim é um numero muito alto….será qu ai nomeio ja não viria uns lotes das outras versões tb???
Abraço!
Vassili,
Valeu, é verdade. Já estava decepcionado com esses 2 mil e poucos (que já é coisa pra caramba se compararmos a realidade atual), Rs.
Muito obrigado.
Abraços,
Gui
Rodrigo e Bronco,
Realmente imagino que o nº de 2044 unidades seja mais que suficiente para substituir o Urutu.
Mas, pelo que se observa no EB, diversas unidades que recebem o nome “blindada”, pouco ou nada tem disso. Imagino que esse elevado número encomendado seja para tornar essas unidades realmente compatível com o nome.
Espero que os contratos para as demais versões saia tão logo os protótipos estejam prontos, pois o Cascavel tb requer substituição urgente.
abraços.
quando disse “blindada”, entendam corretamente: me refiro as unidades de Infantaria Blindada. Não pensem que falei de Cavalaria.
O comentario anterior ficou meio confuso………..
abraços.
Vassili concordo com sua posicao, esse numero deve ser para por em praticas as unidades “esqueleto” e desfalcadas.
SF!
Mauro em 19 dez, 2009 às 16:04
“2044 blindados produzidos aqui, num período de 18 anos dá uma média de quase 10 veículos mês.”
Olhando por esse ângulo você tem razão.
Por mais me parece um ótimo blindado e vai nos da uma boa vantagem perante nossos visinhos, que alias provavelmente vão adquirir-los mais pra frente assim como alguns países da África… (mas claro é só especulação minha)
sds a todos
Carl,
Tb penso assim. Os países da região ja conhecem os produtos militares brasileiros, e muitos (praticamente todos) operam algum modelo ou tipo de equipamento militar fabricado no Brasil. Principalmente blindados e aeronaves turbohélice.
abraços.
A Iveco poderia trazer o LMV para o Brasil. Seria fantástico, ou mesmo projetar um novo carro leve de transporte.
Os Guaranis farão sucesso, mas como muitos colocaram com propriedade, vai demorar para ficar operacional em toda Força.
O que o EB/FAB e MB devem fazer é resolver de uma vez o problema com pensão e aposentadoria. Sem uma solução que limite os benefícios e os separe da Força será impossível levar a frente qualquer esforço de modernização. Porque não fazer como as outras empresas e se criar um fundo privado para gerenciamento das pensões e aposentadoria. Será que têm muito militar com medo disso? A verdade que se apresenta é que somos uma força com baixa atualização, e com muita gente fora dos quartéis na reserva e gozando de pensões fora do contexto hoje. Não quero ofender ninguém mas isso têm que ser discutido um dia.
Abs
Wolf
Alguém está sabendo algo sobre o SuperAV 8×8 da própria IVECO???
Será que esses cerca de 1000 que ainda faltam para fechar a conta podem ser SuperAV 8×8 em vez dos VBTP-MR 6×6???
Já tem uma série de matérias sobre o SuperAV na net.
Eu gosto daquela frase que de vez em quando generais que estao indo pra reserva falam:
“Os governos passam, mas o exercito fica.”
Muitos criticam o design ultrapassado do nosso guarani, bem como suas prestacoes em comparacao ao novissimo SuperAV da mesma fabricante IVECO, mas devemos ter em mente o momento que atravessamos agora.
Se notarmos as prestacoes dos nossos cascavel, urutu, jararaca, sucuri II na linha do tempo, concluiriamos que, na epoca dos seus lancamentos, eram carros de combate competitivos na arena internacional, o que levou a sua exportacao a varios paises.
Esses carros eram fabricados por uma sociedade anonima, ENGESA, que possuia personalidade de direito privado, regida por normas de direito privado, capacidade de negociacao alta e baixa burocratizacao da atividade.Portanto, a capacidade criadora e de negociacao era muito boa.
Por outro lado, o setor de defesa e, por excelencia, ligado ao poder publico e, muita das vezes, dele dependente por ser o principal consumidor e regulador da atividade. As inconsistencias politicas enfraqueceram o setor de defesa no nosso pais, levando-o ao ostracismo juntamente com as grandes empresas que tinhamos.
Com a quebra da ENGESA, Bernadinni e outras empresas do setor de defesa na decada de 90 todo o capital intelectual delas foi perdido aos credores. Isso incluia os projetos, as plantas, as listas de fornecedores, as patentes, os segredos industriais, os metodos de fabricacao, etc.
Como foi dito, o setor de defesa ficou no ostracismo. Este setor se divide em duas partes: a parte publica e a privada. A primeira compreende-se no Exercito e todos os outros orgaos publicos e privados que exercem a atividade de defesa. A parte privada sao dos fornecedores de materiais de defesa.
Ambos perderam nas incosistencias politicas. O exercito nao teve acesso ao material intelectual das empresas falidas, portanto teve que se virar nesta estrategia:
Qual empresa brasileira hoje possui capacidade para fazer um carro de combate que atenda nossos requisitos? Ninguem. E se chamarmos uma empresa enstrangeira com o seu projeto? Carissimo. Temos experiencia? Nao, mas podemos fazer algo baseados nos relatorios operacionais.
Portanto, o EB criou um carro de combate, detendo todo o capital intelectual para si e chamou uma empresa executora.
Nao ha, portanto, tecnologia italiana criadora a priori neste projeto (a nao ser tecnlogia executora, logicamente).
Assim o EB resolveu o problema da descontinuidade da prestacao tecnologica das empresas de defesa que sofriam com o descaso publico e atendeu (mesmo que meia-boca) o seu mister de renovacao da frota blindada.
O Exercito, como instituicao perpetua, teve que agir deste modo.
Esta é apenas a ponta do iceberg; o Brasil será, até o ano de 2025, uma das maiores potências militares do Planeta, como prevê o Decreto 6.703, de 17 de dezembro de 2008, aprovado pelo Presidente Lula. Segundo o referido Decreto Presidencial, que aprovou a Estratégia Nacional de Defesa, o Brasil deverá estar preparado para entrar em guerra “contra uma grande nação ou contra uma coligação de nações” que queiram reivindicar sobernia sobre a Amazônia.
Quem viver verá!