uranio

Marta Salomon

Às vésperas de assumir a coordenação do grupo de ministros que cuida da energia nuclear, Samuel Pinheiro Guimarães (Assuntos Estratégicos) defendeu a exportação de urânio, assunto delicado para a diplomacia brasileira. E adiantou que pretende ver respondida primeiro uma outra pergunta: “E nós vamos enriquecer e vendê-lo enriquecido ou devemos vender em estado bruto?”.

A pergunta do ministro tem a ver com o domínio em escala industrial do ciclo que vai da extração ao enriquecimento do urânio. O Brasil detém tecnologia, mas ainda não a desenvolve em escala industrial. O ciclo completo depende, por exemplo, de uma nova fábrica de hexafluoreto, gás em que é convertido o urânio antes do enriquecimento.

“Já existe uma usina em construção em Aramar [centro experimental da Marinha em Iperó, município de São Paulo], mas não na dimensão necessária para abastecer Angra 1 e Angra 2”, disse.

A possibilidade de o país exportar urânio ainda é assunto aberto a debate no governo, embora a estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil) já projete a produção de excedentes do minério a partir de 2012. Guimarães pondera que a discussão pode ser menos difícil do que parece: “Primeiro, porque não é necessário exportar para qualquer país”.

O ministro avalia que os cortes nas emissões de gases de efeito estufa em discussão na conferência de Copenhague vão fazer multiplicar, nos próximos anos, o número de usinas nucleares no planeta. Os países que detêm a tecnologia do enriquecimento do urânio, com exceção dos Estados Unidos e da Rússia, argumenta ele, não têm o elemento químico. “O número de usinas em construção tem aumentado e será necessário combustível“, completa o ministro.

Há 435 usinas nucleares em funcionamento no mundo, outras 53 em construção e mais 136 já projetadas, além de 299 propostas, de acordo com relatório da WNA (World Nuclear Association). Nesse último grupo estão as quatro novas usinas nucleares que o governo federal pretende construir depois de Angra 3.

As grandes empresas que enriquecem urânio são a russa Tenex, a Urenco (consórcio da Holanda, da Alemanha e do Reino Unido), a francesa Eurodif/Cogema e a norte-americana Usec.

Fins pacíficos

Guimarães é contra qualquer compromisso extra ao TNP, o tratado de não proliferação nuclear, que imponha restrições ao enriquecimento de urânio no país.

“O enriquecimento de urânio para fins pacíficos é permitido pelo TNP”, lembra o ministro de Assuntos Estratégicos.

Ele critica os resultados do tratado: “O tratado é uma barganha. As potências nucleares disseram: “Nós eliminaremos nossas armas nucleares e, em compensação, os senhores não desenvolverão pesquisas ou armas nem importarão”, e assim por diante. Mas isso simplesmente não ocorreu, só ocorreu uma parte da barganha”.

Minas

O país produz atualmente, na mina de Caetité, na Bahia, aproximadamente 400 toneladas de urânio por ano. Em 2012, deverá produzir mais 1.500 toneladas por ano, com a primeira ampliação da extração em Caetité e com o início da exploração no município de Santa Quitéria (CE).

A mudança na coordenação da comissão ministerial responsável pelo programa nuclear brasileiro aguarda a publicação de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, a coordenação está nas mãos da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O grupo não se reúne desde o ano passado.

FONTE: Folha de São Paulo, via Resenha CCOMSEx

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Flavio De Paula
Flavio De Paula
15 anos atrás

ainda ele querer se o grupo da ministra não se reune desde ano passado?

No Brasil, tudo caminha a passos lentos. Alguns realmente querem ver o país crescer, mas a burocracia não deixa.

Felipe Cps
Felipe Cps
15 anos atrás

Não sei, não entendo nada da matéria, mas não sei até que ponto seria interessante vendermos Urânio, quer enriquecido, quer na forma de minério. Esse é um recurso raríssimo, que temos em relativa abundância, mas penso que seria mais prudente guardar para um uso futuro. Não devemos privar nossas futuras gerações dum recurso tão raro como esse.

Sds.

Ivan
Ivan
15 anos atrás

Felipe,

Também não conheço o assunto profundamente, mas também acredito que seria melhor não vender o urânio simplesmente, como se fôsse uma commodity.

Negociaria apenas em troca de tecnologia e conhecimento científico próprio da utilização de energia nuclear.

Abç,
Ivan.

Vassili
Vassili
15 anos atrás

Ivan, olha eu aqui novamente discordando de sua palavra, rsrsrsrsrsrs…..

Não existe um tratado que proíbe a trasnferência de tecnologia nuclear de um país para outro??????? mesmo que seja para fins pacíficos???????????

abraços.

Wilson "Giordani" de Souza
Wilson "Giordani" de Souza
15 anos atrás

Concordo com o Ivan e com o Felipe. Deixa esse urânio quietinho no lugar dele.

[]s

Ivan
Ivan
15 anos atrás

Vassili (Zaitsev?),

Acredito que transferência de tecnologia nuclear para fins pacíficos, ou seja, geração de energia e medicina nuclear, é possível negociar tecnologia.

Na verdade o que nos interessa é a tecnologia pacífica. A única belicosidade nuclear que temos é a propulsão do SubNuc, que é plenamente legítima.

Abç,
Ivan, mas não o Terrível…

Vassili
Vassili
15 anos atrás

Ivan, sou eu memso. Voltei de uma longa temporada de caça nas estepes da GRANDE PÁTRIA MÃE RUSSIA.

abraços.

Vassili, mas não o frio exterminador de oficiais nazistas, viu????

rsrsrsrsr………abraços.