Técnicas de sobrevivência na selva – orientação e navegação parte 2
O emprego da bússola
A bússola é uma ferramenta básica de navegação e orientação. Constitui-se basicamente em uma agulha contendo uma ponta magnética que se alinha com o campo magnético terrestre. Existem relatos de emprego de imãs pelos chineses por volta de 2.00 a.C., mas foram os navegadores europeus que fizeram grande uso deste equipamento no Século XV, a partir do conhecimento técnico passado pelos árabes.
Foi dito acima que a agulha imantada da bússola alinha-se com o campo magnético terrestre, mas o que é isso? O plante Terra é, na verdade, semelhante a um grande imã com dois pólos magnéticos (Norte e Sul). A questão principal é de que os pólos magnéticos da Terra não necessariamente se alinham com os pólos geográficos. Portanto, existe uma diferença angular entre ambos conhecida como declinação magnética.
Seria simples assim, não fosse o fato do campo magnético terrestre sofrer variações de região para região e de se alterar com o tempo. Portanto, uma boa bússola deve possuir mecanismos que permitam ao operador o ajuste da declinação magnética. Também cabe ao operador da bússola ter, pelo menos, noção da declinação magnética do local que está.
O mapa acima é um exemplo de carta de declinação magnética. Pelo apresentado no mapa a diferença entre um ponto próximo de João Pessoa (PB) e outro no extremo sul do Brasil chega a 30º.
Em navegações precisas e de longa distância (por exemplo aeronáutica) existe mais um item que deve ser observado. Trata-se da desvio bússola (DB), intrínseco de cada equipamento. Este item não possui muita influência para tropas terrestres.
Deve-se sempre estar atento à presença de metais ou equipamentos magnéticos que podem alterar a leitura da bússola. Existem até regiões com grandes depósitos de minerais metálicos (Carajás por exemplo) onde o emprego dela é desaconselhado. Por este motivo é sempre aconselhável estimar as orientações utilizando-se mais de um método.