Irã realiza manobras para defender instalações nucleares

3

vinheta-clipping-forteO Irã iniciou ontem uma série de manobras de defesa aérea destinadas a proteger as instalações nucleares do país de possíveis ataques. Os exercícios terão duração de cinco dias e também têm o objetivo de melhorar a cooperação entre as unidades do Exército. Eles abrangerão um terço do território iraniano, incluindo as Províncias de Bushehr, Arak, Isfahan e Yazd, onde estão algumas das principais instalações nucleares do país.

Em alusão a um possível ataque de Israel, o comandante da força aérea dos Guardiães da Revolução, general Amir Ali Hajizadeh, assegurou que “os F-15 e F-16 [israelenses] serão aniquilados por nossa defesa antiaérea”. “E, caso consigam escapar, as bases das quais tiverem saído serão atacadas com mísseis terra-terra antes que aterrissem.”

O general minimizou as ameaças de Israel, classificando-as de guerra psicológica. “Temos certeza de que eles não são capazes de fazer nada contra nós já que não podem prever nossa reação”, disse.

O governo de Israel não descarta uma operação militar contra as instalações nucleares do Irã caso o país não ponha fim a seu programa de enriquecimento de urânio e aceite as propostas feitas por países ocidentais. Em outubro, EUA, França e Rússia ofereceram um acordo para o intercâmbio do urânio, mas Teerã ainda não respondeu oficialmente, dando sinais de que pode recusá-lo.

Também ontem, o ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi, disse que seu país planeja continuar o desenvolvimento e produção de seus próprios mísseis de defesa aérea. A afirmação foi aparentemente uma resposta ao atraso na entrega, pela Rússia, dos mísseis antiaéreos S-300, um importante item da defesa aérea do Irã.

FONTE: Folha de São Paulo, via Notimp

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

3 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Colt
Colt
15 anos atrás

Interessante, manobras de defesa qdo o chefe das FAs está viajando, coincidência. rss
A própósito, a visita do presidente do Irâ, muito embora, com certeza polêmica, tem uma certa lógica.
Lula tem dito que não adianta somente os países amigos sentarem para discutir a questão do Irâ, isso vira um clube de compadres.
Segundo o discurso do presidente, o Irã precisa fazer parte do grupo, também negociar, expor suas reinvidicações, e realmente isto faz sentido.
A experiência tem mostrado que enfrentar RADICALMENTE, governos RADICAIS, mina as chances e possibilidades de políticos moderados, nesses países, assumirem os governos.
Vale dizer, um política de confronto, ao final das contas, é o que tem alimentado a questão Israel – Estado Palestino, ao ponto de após décadas de conflitos isso ainda hoje ser um problema.
Essa visão do Governo Lula, muito embora pelos parâmetros da imprensa ocidental, seja arriscada, na verdade é realista.
É bastante simples, para resolver as questôes é necessário dialogar.
Pessoalmente, acredito que boa parte dessa impossibilidade de diálogo seja patrocinada pelo Complexo Industrial Militar a que o Predidente americano Dwight Eisenhower se referiu em seu discurso de saída da presidência.
Esse Complexo, através das doações a partidos e a políticos e do trabalho de lobbies junto aos detentores do poder, tornou-se poderoso ao ponto de comandar a política interna e externa do USA por muito anos, provavelmente até a chegada de Obama.
De fato, a política externa Norte Americana sempre foi a do Big Stick, isto aumenta o anti-americanismo, impede a crianção de governos moderados e força os USA a manterem as forças armadas super nutridas e como consequência engorda os cofres da indústrias militares.
É um movimento que se auto alimenta, impedindo o processo de paz, como por exemplo na questão palestina.
Resumindo, muita gente ganha muito dinheiro com a questão palestina, com as guerras pelo mundo ou pelos menos com a venda de armas para não ter guerra.
Claro, a questão toda não é tão simples, mas é importante perceber que fica mais fácil não haver paz, e vender mais armas, quando os governos bravejam e invadem outros países.
Fica mais difícil vender armas quando os políticos sentam para conversar e dialogam sobre seus pontos de vista e necessidades dos seus países.
Criar um clima favorável ao diálogo sempre foi um péssimo negócio pra muita gente.
O exemplo do Irã ilustra bem essa idéia.
Como vimos nas últimas eleições daquele país, existe uma sede entre o povo, por modernidade, por democracia, por liberalismo (inclusive religioso).
Esse povo poderia ter ganho as eleições últimas, caso o governo atual do Irã não estivesse numa contenda nacionalista-reliosa contra o Ocidente.
O Irâ é um exemplo perfeito de como quanto mais pior, melhor, para alguns.

Clésio Luiz
Clésio Luiz
15 anos atrás

Brilhante avaliação Colt, concordo plenamente. Eu considero Cuba como um exemplo do que você falou. Todos os atos de agressão americanos contra o governo de Fidel só fizeram fortalecer a posição dele. Tivesse os EUA deixado as coisas correrem seu curso natural, teria sido mais uma ditadura que teria caído com o tempo, por força do capitalismo, como tantas outras pela América Latina.

Todo mundo tem orgulho, até os governantes. Se você fala grosso com ele, é lógico que aquele país não vai abaixar a cabeça, se ele tiver condições para tal. O tempo e o diálogo podem resolver as coisas, basta a indústria bélica não atrapalhar.

Colt
Colt
15 anos atrás

Verdade Clésio, Cuba hoje seria uma outro pais se a abordagem tivesse sido diferente.