Obama cria grupo de elite para interrogar suspeitos de terror
Equipe será subordinada ao Conselho de Segurança Nacional ligado ao governo, sem relações com a CIA
O presidente Barack Obama aprovou a criação de uma equipe de elite para interrogar os principais suspeitos de terrorismo, parte do esforço para modificar a política americana sobre prisões e interrogatórios. A informação foi publicada no mesmo dia em que o diário The New York Times disse que o Departamento de Justiça sugeriu ao procurador-geral, Eric Holder, a reabertura dos casos de abusos de prisioneiros, o que poderia expor funcionários e contratados da Agência Central de Inteligência (CIA) pelo tratamento cruel de suspeitos de terrorismo.
Segundo o jornal The Washington Post, Obama assinou a criação da equipe no fim da última semana. A unidade especial, chamada de Grupo de Interrogatório para Detentos de Alto-Valor (High-Value Detainee Interrogation Group) será formada por especialistas tanto do setor jurídico quanto da comunidade de inteligência e ficará instalada no FBI – a polícia federal americana. O time será administrado pelo Conselho de Segurança Nacional, o que significa que o grupo ficará fora da esfera da CIA e será totalmente controlado pelo governo americano, reportando-se diretamente à Casa Branca. Segundo o porta-voz da Casa Branca Bill Burton, a criação da nova unidade não significa que a CIA não atuará mais nos interrogatórios.
A nova unidade de interrogatórios terá como base para seus trabalhos o Manual de Instrução Militar (U.S. Army Field Manual), numa tentativa do governo de afastar-se das acusações de tortura. A prática da simulação de afogamento foi proibida, e o manual também elimina a técnica de obrigar presos a permanecerem num local com música em alto volume por longos períodos de tempo e proibi-los de dormir.
Assim que assumiu, o presidente Obama revogou os pareceres que legitimavam a tortura, ordenou o fim das prisões secretas e o fechamento de Guantánamo em um ano, além da indicação um grupo de trabalho que devia apresentar um relatório focado em como realizar os interrogatórios dos suspeitos de terrorismo. Porém, o presidente disse recentemente que não é a favor de processar funcionários do governo anterior por relação com as torturas de supostos prisioneiros.
Nesta segunda-feira, um oficial do governo confirmou a informação publicada pelo NYT de que os investigadores de ética do Departamento de Justiça recomendaram que Holder reabra os casos de suspeita de tortura e abuso de prisioneiros pelo funcionários e contratados pela CIA. A recomendação do Departamento de Justiça será uma mudança em comparação com a administração George W. Bush, que arquivou os casos. A iniciativa poderia resultar em processos criminais por supostos abusos contra suspeitos por terrorismo, nos anos posteriores ao 11 de Setembro. Holder ainda pode indicar um oficial ou um promotor criminal para trabalhar nos casos de abusos.
O porta-voz afirmou que Obama acredita que o procurador-geral deve ser totalmente independente da Casa Branca e que o presidente confia Holder para tomar a decisão de reabrir ou não os casos, com a possibilidade da criação de processos criminais.
O diretor da CIA, Leon Panetta, disse em um e-mail para os funcionários da agência de inteligência que permanecerá ao lado dos oficiais que fizeram o que foi pedido pelo país e seguiram as direções legais que foram dadas. “Essa é a posição do presidente também”, afirma a mensagem. Panneta disse que alguns funcionários da CIA foram disciplinados por irem além dos métodos de interrogatório aprovados pelo Departamento de Justiça na era Bush.
Ainda nesta segunda, um documento compilado em 2004 pelo então inspetor-geral da CIA será publicado e deve trazer detalhes de abusos contra prisioneiros. A divulgação do relatório foi requisitada pela União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês).
FONTE: Estadão
Será que contrataram o Jack Bauer???
brincadeiras a parte, mais um “esquadrão tortura” sendo criado…
quem apostou que o Obama ia mudar as táticas do Bush…”taí”
Mesma técnica, com roupas novas.
Oh oh. Parece que a amiga CIA sobrou desprestigiada dessa história. Obama que se cuide. John Kennedy vem à cabeça…
Verdade seja dita que se não estivéssemos a falar dos EUA mas sim de um qualquer país africano o presidente Bush seria apelidado de terrorista, assassino, criminoso, etc… E assistiríamos a uma pressão internacional para levar a tribunal os lideres políticos e os autores materiais daqueles crimes. Mas como estamos a falar dos EUA é tudo boa gente. Se Obama fosse tão “boa pessoa” como se acredita por esse mundo fora faria com que isso acontecesse, mas parece que para ele os valores também são relativos: um muçulmano torturado incomoda pouco, é mais importante escolher um cão para a Casa… Read more »