A assimetria da relação Brasil-Argentina
Trechos do artigo de Diego R. Guelar, ex-embaixador e atual Secretário de Relaciones Internacionales do PRO (partido de Macri, prefeito de Buenos Aires).
- Há apenas 10 anos a relação econômica Argentina-Brasil era de 1 a 4, o que era uma paridade efetiva já que o Brasil tem 8,5 mi-km2 e 200 mi de habitantes e a Argentina 2,7 mi-km2 e 39 mi de habitantes. Consumo energético, produção e exportações mantinham relações aproximadas que permitiam montar uma integração baseada numa igualdade relativa. O esquema fechava com a inclusão do Paraguai e do Uruguai e assim foram formulados os tratados de Assunção (1991) e Ouro Preto (1994).
- O projeto contemplava a consolidação de uma União Aduaneira e a extensão progressiva a seus vizinhos. O mercado único seria um objetivo a longo prazo. A crise brasileira de 1999, o default argentino de 2001 e a inclusão do regime chavista, desviaram o rumo e alteraram o cronograma previsto. Pese a que a relação 1 a 4 ainda seja válida nas exportações (2008: exportações argentinas US$ 69,6 bi e brasileiras US$ 197,9 bi), outros dados comparativos mostram que devemos repensar a integração a partir do acesso brasileiro ao pelotão das 10 economias mais importantes do mundo.
- As dez maiores empresas, pelo valor de seus ativos: as do Brasil somam 313 bilhões de dólares e as da Argentina 73 bilhões de dólares. Por vendas as brasileiras somam 221,6 bilhões de dólares e as argentinas 51,1 bilhões de dólares.
- A Argentina ainda tem tempo de subir no trem da história e recuperar sua posição relativa. A Argentina conserva seu lugar no Mercosul, é o principal aliado extra-Otan dos EUA, exerce a secretaria permanente do Tratado Antártico e é integrante do G-20. Reconstruindo nossas instituições políticas, implementando um programa de convergência macroeconômica com o Brasil num prazo de dez anos e consolidando a dimensão sul-americana da proposta integradora, seremos atores importantes no século 21.
FONTE: Ex-Blog do Cesar Maia
Olha… Argentina o maior aliado dos EUA extra-OTAN??? E Israel e Japão???
A Crise Argentina é mais profunda e tem raízes na identidade nacional. Os Argentinos precisam de uma reforma na sua polítaca e na forma de pensar.
A Argentina ainda vive em um tempo que não existe mais. Sua credibilidade perante ao mundo está no fundo do poço. Eles estão extremamente vulneraveis ao chavismo e não tem condições de voltar a ser o que eram pelos próprios esforços. Somente um alinhamento com a maior economia da região pode auxiliar a retomada de sua economia. O desenvolvimento da Argentina passa pelo alinhamento ao Brasil.
Aí vemo o quanto eles precisam refletir, acreditam serem aliados de suma importância dos EUA,mas as relações carnais da era Menem só trouxe sucateamento e hiperinflação, destruindo o país.
“…seremos atores importantes no século 21.”
Se depender do nosso senado, seremos atores de alguma comédia pastelão, no máximo.
E torta na cara do povo brasileiro.
É. Enquanto os Argentinos perceberem que não estão mais nos anos 30, onde eram a 7° potencia mundial, não atualizarem seus parques fabris, não modernizarem seu sistema financeiro, não criarem agências reguladoras de serviços, não atualizarem sua diplomacia, enfim não se atualizarem em quase todos os processos de gestão do estado, eles continuarão “patinando”.
Porém, capacidade para isso eles tem. São muito cultos, tem um dos melhores ensinos da AL e são muito politizados.
Basta um novo modelo de liderança sem nenhum traço de peronismo.
Dai sim.
O Diego R. Guelar é um pensador bem antenado, gosto e suas análises e das provocações que ele lança.
Vou colar um texto (mal e porcamente traduzido por mim) que saiu na revista Fortuna (a Fortune argentina).
E deixo como sugestão de leitura o ótimo blog de geopolítica Todoso os Fogos O Fogo
http://todososfogos.blogspot.com/
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O Fim do Capitalismo
Assim como o ano de 1991, com a dissolução da URSS, marcou o fim do Comunismo (tal como o conhecíamos), o ano de 2008 marcou o fim do Capitalismo (idem). Nem o socialismo – como sistema de entrada – nem o capitalismo – como sistema de acumulação de capitais – desapareceram ou desaparecerão em curto ou médio prazo. Sem dúvida, serão reinterpretados, combinados e sobrepostos até o infinito. O original dessa revolução é que se produz sem um ator externo que a provoque ou uma troca que a represente. Pelo contrário, parece que será o país que produziu a crise (EUA) que terá a responsabilidade central para incluir as modificações que façam novamente viável o “Império Global”. Isso é possível? O caso, insisto, é muito curioso. Hoje não há dúvidas que o programa de lançar trilhões de uma vez de Pequím, Moscou, Bruxelas, Nova Dehli e Brasília são tão importantes como o pacote de salvação aprovado pelo congresso norte-americano. Como ficará a distribuição do poder mundial ? Preparemo-nos para mais surpresas sem mapa ou guia para as novidades. E falta gente. O desaparecimento de 50% dos ativos financeiros e uma depressão em pico são só números ou estatísticas? Nos EUA, não se conheceu desde 60 grandes mobilizações de protesto. O que ocorre agora? Na Espanha já há três milhões de desempregados e se espera um milhão e meio a mais durante o próximo ano. Haverá eleições antecipadas? Protagonizaremos um novo amanhecer ou uma dura e tormentosa noite?
As duas coisas.
O século XX foi o cenário da confrontação ideológica intraocidental: Comunismo, Capitalismo, Fascismo, Nazismo, Socialismo, Democracia-Cristã. O século XXI será o do mundo que questionará a supremacia do Ocidente e o possível giro para o Oriente. Japão será a fronteira ou um aliado da China nesta nova disputa? A fascinação pelas “oportunidades comerciais que a China abre” terá que incluir sua aspiração política e militar pela hegemonia global. Isso não é nem de graça nem pacífico: América do sul e África vão ser os primeiros territórios. Entendemos os valores que estão em jogo? Será esta a oportunidade para que o “gigante adormecido” nos mostre seu verdadeiro rosto? E os recursos naturais? E a mudança climática? E o fim da era do petróleo? Os que ingenuamente acreditam que a revolução é a Internet levaram uma grande surpresa. A Comunicação é somente o mensageiro. O que mudará é a mensagem.
Pode-se observar claramente nas entrelinhas a arrogância do autor, concordo com o comentário do Rodrigo postado acima onde diz que: “vivem um tempo que não existe mais”; tem um ditado popular que diz que, o maior negócio do planeta é: Comprar um argentino pelo preço de mercado e vendê-lo pelo preço que ele acha que vale!!! Espero que os hermanos saiam de sua crise, seria bom para todos os vizinhos. Sds.
Prezados
Uma notícia off topic , mas necessário. Gripe Suína
http://www.youtube.com/watch?v=CcgCBiyGljM
Abraço
Não tenho pena dos argentinos não! Foram eles mesmos que se enfiaram no lugar em que estão.
O Brasil tentando alavancar o MERCOSUL nos anos 90 e a Argentina só passando a perna e fazendo lambança. Foram eles que atrasaram e atrapalharam tudo.
Os amigos se lembram quantas vezes no governo do FHC eles quebraram os acordos comerciais com o Brasil? Nem eu, foram tantas vezes…
E quando nos desrespeitavam? Até um ministro da economia (eu acho, foi o “Cavalo?”).
O que se pode tirar de positivo desse POST é que “parece que peceberam” que estavam errados e agora querem “puxar a corda pro mesmo lado do Brasil”.
Espero que isso se concretize, pois dependemos deles também para que o MERCOSUL se concretize na América do Sul. Quanto mais integrados os países sul-americanos estiverem mais nós todos crescemos e nos tornamos mais fortes em relação ao mundo.
Hermanos, vamos deixar nossas rivalidades no futebol e trabalharmos juntos para a América do Sul seja forte e soberana!!!
para…QUE…a América do SUL … 😉
Caros a China tem encontrado espaço no mercado Argentino em detrimento do Acordo do Mercosul que tem sido rasgado em diversos momentos pelos hermanos, que criam barrreiras para nossos produtos buscando com isso mais um financiamento para sua combalida economia, até mesmo porque o Brasil pouco tem reagido, de tão instavel que são os argentinos num cumprimento de acordos.
Estão longe de uma solução.
Abs
RodrigoBR em 18 ago, 2009 às 2:54
“…Os amigos se lembram quantas vezes no governo do FHC eles quebraram os acordos comerciais com o Brasil? Nem eu, foram tantas vezes…”
Correto, quebraram os acordos automotivos mais de uma vez, linha “branca”(geladeiras, fugões), cotas para importação de frangos, etc… não admitiram a queda do Real, e agora lamentam.
Infelizmente não acredito que tenham percebido ou reconhecido seus erros, se não já estariam mudando, e ainda não foi o caso, até pela estrutura político/partidária deles, se a nossa é ruim, a deles nem merece comentário. Vão continuar no buraco.
O sistema político, econômico e financeiro dos argentinos já eram. E eles não vão mudar isso tão cedo. A não ser que elejam um presidente que tenha apoio suficiente para isso no congresso. Caso os peronistas, que são mais de 03 partidos (pasmem!!!) ainda tenham peso político no país dificilmente o próximo presidente, não sendo peronista, conseguirá.
Não acredito sinceramente na politização do povo argentino e tenho minhas dúvidas quanto ao seu sistema educacional. Há muito o mesmo não sofreu uma reforma abranjante como o Brasil vem fazendo ao longo dos últimos 15 anos.
Eles não são confiáveis. Quebram acordos que promentem cumprir e não se iludam, irão nos confrontar sempre e em todos foruns internacionais. Uma prova disso é que no PARLASUL eles pretendem que o Brasil diminua o números de representantes argumentando que o número deste seria desproporcional. Oras, isso foi acordado há muito tempo e chancelado por eles e agora querem mudar o jogo!!!
É sempre assim.
Eu só acho que o Brasil tem que deixar de ser bonzinho…
Tá sempre ajudando cumprindo acordos e eles nada..
Não sei se devemos ser tão radicais assim com os Argentinos. Fiz estágio na UBA…(universidade de Buenos Aires inclusive com oficias do estado maior Argentino.
O que vi e encontrei foi de fato um povo muito educado, culto porém muito ligado a idéias ainda arcaicas e conservadoras…
A ditadura militar Argentina, como eles mesmo dizem, deixou profundas marcas no estado argentino à começar pela economia Argentina que teve seu parque industrial, que florescia, reduzido pois o investimento se voltou para os grandes latifundios pecuarista. Queriam voltar aos tempos de glória Argentinos dos anos 30. Óbvio que esse modelo estava fadado ao fracasso. Depois no periodo Alfonsin veio a redemocratização porém aliada de muita corrupção e ressalvas por parte da forte direita Argentina. Já no periodo Menen o que se viu foi uma enxurrada de privatizações, a implemtentação do Estado mínino e a adoção do dolár como lastro da economia sem contudo haver uma reserva de capital para segurar o cambio em paridade com a moeda americana. Deu no que deu.
Hoje eles sofrem as consequências de uma série de erros cometidos e tentam, com muito esforço, recuperarem seu brio de outrora.
Quanto ao ensino Argentino não sou quem digo que, o mesmo, fulgura-se como um dos melhores da AL. São sim uma série de organismo Internacionais que atestam e confirmam essa afirmação. Outra coisa que faz a Argentina se diferir do Brasil, é sim sua forte descendência europeia, onde houve de fato uma migração com vistas de colonização para a construção de uma nova sociedade, diferente de nós que só tivemos essa experiência no sul e parte do sudeste Brasileiro. Isso também ajuda a moldar o caracter Argetino nem sempre aprazível, ratifico.
Enfim, respeito sim os Argentinos. Sei que eles tem dificuldades, como nós também temos. Mas só convivendo com eles para entende-los…
É uma relação de Amor e Ódio…
PS: quando me refiro a descendência maior de europeus na Argentina, em momento algum quero ser preconceituoso com outros povos ou raças que colonizaram o restante da AL. Porém que isso seja fator si non qua para um melhor entendimento da sociedade Argentina isso de fato o é.
Zero Uno:
De maneira alguma quis contesta-lo em sua esplanação sobre o tema.
Sobre o PARLASUR você esta coberto de razão, ainda que, também tivemos um Q de culpa no assunto. Só quis dar uma contextualizada histórica no discurso ora em prática.
Caro Alexandre G.R.S. nem a procendencia de sangue tem conseguido Salva-los e nem o nivel cultural.
Abs
Prezado Harry,
Quando digo em termos de colonização de modo algum me refiro a genes ou raça. Me refiro ao capital intelectual que os mesmos possuiam e que ajudaram na formação do caracter nacional (sem distinção de bom ou ruim, por favor)
Quanto ao fato deles se salvarem ou não acredito piamente que eles consigam sim.
Afinal diziam o mesmo do Brasil. E estamos saindo. Então pra nós do ponto de vista economico-geo-politico também é interessante que tenhamos nações vizinhas que estejam bem.
PS: por favor não sou preconceitoso!!! repito isso!!!
Até agora os argentnos não aprendeu que o mundo mudou e eles ficaram para trás.
Se estão nessa situação é eles mesmos que provocaram agora eles que aguenta pela sua irresponsabilidade sua arrogânçia de bancar os ricos os desenvolvidos da Americas do Sul.
Os argentinos só querem ferrar os brasileiros não tem humildade no .acordo comercial não respeita passam por cima sempre quiseram ser melhor do que nós sem ter cacique.
Não tenho penas nesse povo eu quero que eles se dane.Não entendo porque nós ajudamos esses povo?
abs
Caro Alexandre G.R.S. valeu.
Abraço
Os argentinos são arrogantes por natureza, queriam ter o território do Brasil, as praias, as mulheres, a indústria; ah, o futebol também, é claro.
Mas acho que no fundo eles gostam dos brasileiros e dessa convivência, mesmo que tenham um pouco de dificuldade em demonstrá-la. Um grande defeito é que são em maioria racistas. Das Nações que fazem fronteira, com os brasileiros é que têm as melhores relações. Creio que seria bom termos um vizinho mais forte, com economia e FAs mais saudáveis.
Aqui no RS tem o Grêmio e o inter. Os dois são campeões mundiais e só são grandes porque existe o outro como rival.