Após uma concorrência internacional, lançada em 2007, o sistema de defesa aérea VL MICA de curto alcance, na sua configuração terrestre, ganhou sua primeira encomenda de exportação. Isso reforça o sucesso já alcançado pela variante naval do VL MICA, que já foi ordenada por dois clientes estrangeiros.

O VL MICA utiliza o mesmo míssil ar-ar usado no caça Mirage 2000 e no Rafale, adaptado para o lançamento a partir da superfície. Cada míssil pesa 112kg e tem uma ogiva de fragmentação de 12kg.

A MBDA será o contratante principal e integrador de um sistema baseado num centro de comando e coordenação (conhecido como Centro de Operações Táticas ou TOC), um número variável de veículos de lançamento vertical, produzidos pela MBDA, bem como um radar de vigilância e aquisição.

O desenvolvimento do VL MICA começou em 2005, beneficiado pelo financiamento da DGA (Délégation Générale pour l’Armement) no âmbito do Programa “Salva”, conseguido com o apoio das Forças Armadas francesas.

Segundo o fabricante, o míssil MICA é o único em sua categoria no mundo capaz de ser equipado com uma cabeça rastreadora por radar ativo ou um rastreador IR: esta capacidade oferece a garantia de uma resposta eficaz contra ataques de saturação em um ambiente com severas contra-medidas.

O VL MICA utiliza um sistema de lançamento vertical para garantir cobertura em todos os azimutes. A munição está alojado em um ambiente fechado, que atua tanto como recipiente de armazenamento e lançamento, garantindo a proteção dos mísseis contra as condições ambientais. Este sistema tem a vantagem de reduzir as operações de manutenção preventiva, com uma simples verificação periódica, que melhora significativamente a vida útil do míssil.

Vantagens e características do VL MICA:

  • Cobertura 360°
  • Lançamento vertical
  • Excelente manobrabilidade (TVC)
  • Capacidade de intercepção de curto alcance contra todos os tipos de ameaça
  • Não necessita de sistema de direção de tiro dedicado
  • Utiliza mísseis fire-and-forget
  • Multi-alvo, anti-saturação
  • Disparo em salvas
  • Nenhuma limitação com relação ao número de mísseis simultaneamente em voo
  • Qualquer tipo de alvo
  • Todas as condições climáticas, todas as condições, dia e noite
  • Altamente resistente a contramedidas, combinando tecnologias RF e I
  • Fácil integração
  • Míssil já provado e testado
  • Alcance de cerca de 10km, para alvos a até 9.000m de altitude

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Vassili
Vassili
15 anos atrás

Tal como o VL MIca Naval, o terrestre tem um alcance estimado em 10 KM.

Tenho informações sobre esses dois sistemas à pelo menos 5 anos, através da Revista Tecnologia&Defesa, porêm uma coisa sempre me deixou intrigado:

O Mica (versão lançada de avião), tem um alcance estimado em 60/70km. Mesmo levando em consideração a energia cinética que a aeronave lançadora despeja no míssil, é de intrigar o fato de os dois modelos anti aéreos conseguirem atingir apenas 10km.

Nunca acreditei totalmente nessa conta. É muito pouco para o tamanho do Mica.

abraços.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Vassili,
mas eu acho que a redução do alcance é de umas 5 x mesmo, pelo menos.
Mesmo porque, o alcance nominal dos mísseis ar-ar alardeado pelo fabricante é em condições ótimas de velocidade e altitude.
Um mica ao nível do mar não deve ter um alcance maior que uns 20 km mesmo quando disparado de um caça.
Um abraço.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

A tendência, pelo menos no ocidente, em se adotar esse tipo de conceito (derivado de um ar-ar, lançamento vertical, etc) parece ter se firmado.
O Mica, O Iris-T, o Asraam, o Python 4/5.
Só quem ainda não aderiu foi o AIM9X. Por enquanto.
Sem falar nos Amraam, Derby, Sparrow, Sidewinders, Aspide.
Pelo jeito esse conceito está tomando de vez o lugar dos mísseis sup-ar CLOS que fizeram tanto sucesso nas décadas de 80 e 90 e que deverá ter como últimos modelos projetados o Bamse sueco em terra e o Barak israelense naval.

Francisco AMX
Francisco AMX
15 anos atrás

Bosco, acredito que estes mísseis, para terem sucesso comercial de fato, devam alcançar 20km no mínimo, haja visto que sistemas tradicionais SAMs, de tamanho pouco maior, atinjam alcances maiores que 20km… penso eu… um Stinger/Igla fica na casa do 5km… será que eles levam mais combustivel, proporcionalmente, que um Mica? será que sua carga explosiva é menor, proporcionalmente, em detrimento de combustivel?

Abraço Bro

Francisco

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Francisco,
o curto alcance também é proveniente do sistema de orientação e não apenas do pacote cinético (aerodinâmica, propulsão, peso relativo, perfil de vôo, etc). Provavelmente, versões posteriores deverão incorporar um sistema de data-link de duas vias para que possam ocorrer travamento após o lançamento de modo confiável em grandes distâncias.
Esse VL-Mica sem dúvida deve poder travar após o disparo, capacidade obrigatória no caso de mísseis lançados verticalmente, mas só contra alvos dentro do alcance estipulado de no máximo 10 km.
Geralmente mísseis possuem um alcance cinético maior que a capacidade de aquisição da cabeça de busca (outro limitante é o tempo da bateria). Por isso uma maneira de aumentar o alcance é prover o míssil da capacidade de travar depois do lançamento (LOAL) e de preferência com data-link.
Um bom exemplo de um míssil semelhante com o dobro do alcance é o Umkhonto da África do Sul. Ele possui peso semelhante, lançamento vertical, cabeça de busca IR. Mas o diferencial é o data-link.
Ou seja, o cara lança o míssil e aguarda uns 15 segundos pra ver se o alvo some da tela de radar. Nesse meio tempo ele só pode “rezar”.
Mesmo um Stinger (ou um Igla), só é lançado quando a unidade de lançamento da o “ok” através de um sinal acústico. Isso dá ao lançador segurança que houve um travamento do sensor do míssil no alvo.
Para um operador do VL-Mica, deve ser uma tortura designar um alvo, lançar o míssil, e esperar que o piloto automático junto com o sistema inercial “vire” o míssil para o lado certo e vá de encontro a um ponto pré-determinado onde há grande probabilidade da cabeça de busca travar no alvo.
Depois do lançamento, esse míssil é totalmente independente, não informando se conseguiu travar ou não e nem permitindo nenhum tipo de comando pós lançamento.
Interessante é que a versão ar-ar do Mica é dotado de data-link e a versão sup-ar não é .
Um abraço meu caro amigo.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Correção:
“Ou seja, o cara lança o míssil e aguarda uns 15 segundos pra ver se o alvo some da tela de radar. Nesse meio tempo ele só pode “rezar”.”

Esta frase ficou fora de ordem. Ela teria que estar abaixo desta frase:
“Depois do lançamento, esse míssil é totalmente independente, não informando se conseguiu travar ou não e nem permitindo nenhum tipo de comando pós lançamento.”
Rsrs…..

giovani dos santos
giovani dos santos
15 anos atrás

Parece ser um bom sistema para defesa de Bases Aéreas, uma otima opção para o Brasil.

trackback
15 anos atrás

[…] MBDA VL MICA é um sistema de defesa antiaérea que usa o mesmo míssil ar-ar usado no caça Mirage 2000 e no […]

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Os EUA testou com sucesso no dia 16 de junho um AIM9X lançado de terra.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

O potencial do AIM-9X é muito grande. Tanto ele deverá ser compatível com os lançadores do Slamraam nos Hunvees, complementando o sistema, quanto poderá ter uma versão de lançamento vertical como o VL Mica, já que conta com TVC e com sistema inercial.