Corrida do Brasil para ser potência regional e investimento colombiano contra Farc alavancam investimentos

GENEBRA – A corrida do Brasil por se tornar uma potência regional, aliado aos gastos do governo colombiano com armamentos, fez com que o dinheiro gasto com armas na América do Sul tenha sofrido um aumento de 50% em apenas dez anos. Os dados foram publicados nesta segunda-feira, 8, pelo Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo.

A alta nos gastos militares da região estaria sendo gerada pela “corrida do Brasil pelo status de potência regional”, além do aumento dos gastos da Colômbia para lidar com as Farc. Em termos mundiais, 2008 registrou um recorde absoluto em termos de recursos para o setor militar. Nunca na história o mundo gastou tanto com armas como no ano passado. Foram US$ 1,4 trilhão, uma alta de 45% em relação aos últimos dez anos. No total, o mundo gastou 2,4% de sua riqueza para a compra de armas. O valor seria equivalente ao gasto de US$ 217 por habitante.

Nos últimos anos, a guerra no Iraque o conflito no Afeganistão já custaram US$ 903 bilhões aos cofres americanos. Os Estados Unidos ainda são os líderes nos gastos militares em 2008, representando 41% de tudo o que foi usado para a compra de armas. Mas, pela primeira vez, a China está na segunda posição entre os países que mais gastaram com armas em 2008. Em dez anos, Pequim quadruplicou seus investimentos militares. Os chineses representaram 6% dos gastos mundiais.

Fonte: Estadão

Foto / Comentário do Blog: em vista da realidade de contingenciamentos orçamentários das Forças Armadas, vivida diariamente, ainda falta muito para a linha de chegada dessa corrida de que fala a reportagem e o Instituto. Então preferimos ilustrar a matéria com uma corrida mais real, com foto 5º RCMec realizando corrida no “Dia Mundial do Desafio”, no último dia 27 de maio (Foto EB).

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Antonio
Antonio
15 anos atrás

Meu comentário é só um pedido: o Min. Managabeira Unger deu uma interessante entrevista ontem à noite no Canal Livre, da BAND.
Dava pra colocar aqui pros amigos assistirem ?
Abraço !

Igo
Igo
15 anos atrás

Isso é bla bla bla …

VirtualXI
VirtualXI
15 anos atrás

HAHAHAHAHAHAHAHAHA !!!!
Todos estão muito criativos ultimamente com as piadas dos mais variados tipos. Essa então é das boas. Corrida armamentista na América do Sul, e em especial o Brasil….

Onde estão os meios que poderiam justificar tal aumento de 50% em armas e equipamentos… sim porque uma guerra não se faz com pedras e paus(no bom sentido) e ao meu ver gastos militares devem corresponder primeiramente a gastos com equipamentos, munição, armas, mísseis, e todo o tipo de coisa destinada a uma coisa só… eliminar, exterminar um potencial inimigo da nação. Acompanhado a isso deve-se ter o treinamento para uso de tais equipamentos, da forma a torna-los mais letais possíveis. E de modo a tornar os soldados os mais eficientes possíveis na eliminação do inimigo.

A entrevista do Mangabeira Unger foi interessante. O problema foi o local onde foi entrevistado. De muito mal gosto e sem conteúdo interessante. Mas fica a idéia interessante de postar sim, na minha opinião, se não pelo companheiro de blog mas pelo proprietário da págica, afinal é sempre bom assistir algo que tenha a ver com defesa militar. Haja visto que no Brasil são poucas as alternativas que possuimos.

Marine
Marine
15 anos atrás

O que ha de se esperar de instituto liberal pacifista/utopico europeu….

Santa paciencia Batman!

FERNANDO
FERNANDO
15 anos atrás

Corrida armamentista aonde?
Aonde estão os equipamentos?
Palhaçada!
Compra 50 helis,
e sabe-se qdo será feita nova compra,
compra submarinos, mais até que eles
cheguem os outros ja terão comprado
outros.

Hornet
Hornet
15 anos atrás

É…pois é…

corrida armamentista na AL?

O termo “corrida armamentista” só se aplicava, de forma correta, na época da guerra-fria e se referia ao jogo de gato e rato das duas superpotências. Este termo não cabe aqui na AL, de jeito nenhum.

E pior, cria uma falsa idéia. Tanto para aqueles que criticam os “gastos” com armas (como este instituto de Estocolmo) como para aqueles que esperam que o Brasil gaste cada vez mais com armas (aquele pessoal aqui do blog que acha que o Brasil se resume apenas à defesa!).

No Brasil e nas vizinhanças o que está acontecendo é a substituição, aos poucos, de equipamentos velhos e obsoletos por equipamentos novos e mais eficientes…e só isso. Quem esperar que seja mais que isso, vai se decepcionar!

Ou alguém acha que 24 Flankers venezuelanos, 10 F-16 novos do Chile, 62 helis comprados pelo Brasil e mais um punhadinho (pequenininho) de armas compradas pelos países da América do Sul representa mesmo uma “corrida armamentista”?!!!

Seja como for, e não é corrida armamentista coisa nenhuma, é preciso não esquecer que temos um diferencial em relação aos vizinhos. Estamos associando, ao contrário dos outros países, a produção e compra de equipamentos de defesa com o desenvolvimento econômico-social-tecnológico do Brasil. Mas daí a dizer que está havendo uma “corrida armamentista” vai uma distância enorme!

O Brasil não é a China e nem a Córeia do Sul, e nem a América Latina é o Oriente Médio. Ainda bem!!!

abraços a todos

Marine
Marine
15 anos atrás

Hornet,

Agradeco que voce tenha mais paciencia do que eu para comentar tal “noticia”.

Tava sumido hein amigo…:)

Hornet
Hornet
15 anos atrás

Marine,

ando meio ocupado com o trabalho…mas não estou sumido, não!

E o Ciqnuini, tem notícias dele? É outro que “sumiu” também…hehehe

ainda vou achar tempo pra gente bater um papo no xat…prometo!

abração

Aluisio
Aluisio
15 anos atrás

Investimento puxado pelo Brasil e Colombia? Esqueceram de avisar pros suiços que os chilenos e o chavito andaram fazendo umas comprinhas “básicas” também…

Aluisio
Aluisio
15 anos atrás

É,Hornet,só pra complementar o que vc disse (mt bem dito por sinal…) seria mais um caso do “Dilema de Segurança” e não corrida armamentista.
A diferença entre os dois (no meu modo de entender…) é que o DS é uma resposta de um país ao fortalecimento de outro,assim comprando mais armas em resposta,o que o outro responde da mesma forma,gerando um ciclo. Corrida armamentista seria mais um país voltando sua economia quase a ponto de pleno emprego para o setor armamentista (como a URSS) ou no mínimo investindo significativa parcela de sua economia nisso,de forma contínua para poder obter uma hegemonia sobre os demais. Entao,no momento temos um DS,e na verdade nao vejo num futuro uma Corrida Armamentista aqui,e sim um fortalecimento considerável das nossas FAs para que possamos nos manter num nível próximo ao dos demais BRICs e termos condições de negociar em igualdade de termos,coisa que nunca aconteceu e ainda vai demorar um pouco para que aconteça…

RL
RL
15 anos atrás

Corrida armamentista, fala sério.

Gostei da idéia do amigo Antonio. Mangabeira Unger deu uma entrevista muito interessante na Band.

Seria interessante alguns poderem assistir.

Abraços.

Felipe Cps
Felipe Cps
15 anos atrás

Se tem uma coisa que me bota uma paúra imensa é europeu pacifista: sempre que europeu fala de paz o mundo acaba pagando a conta de alguma guerra deles…

Hornet
Hornet
15 anos atrás

Aluísio,

pode ser. Mas ainda assim acho que se tratam, antes de tudo, de duas coisas distintas que estão acontecendo aqui na América do Sul e que estão tentando relacionar, mas não existe relação:

– em primeiro lugar, vem uma questão mais imediatista, praticada pelos vizinhos: substituição e/ou modernização do arsenal velho e obsoleto da América do Sul. Mas é apenas uma substituição de equipamento (o que é normal acontecer de tempos em tempos, não é a primeira vez que isso acontece aqui na região). Ninguém está ampliando significativamente seus meios. Estão apenas trocando caças antigos por caças mais novos, blindados antigos por blindados mais novos (nem sempre “novos” de verdade, mas enfim) etc. Todo mundo fala do “rearmamento” da Venezuela, da Colombia, do Chile, do Peru…mas eles continuam com suas mesmas FAs de sempre: uma força aérea limitada, uma marinha limitada, um exército limitado…apenas compraram alguns equipamentos mais novos para substituir os mais obsoletos…e é só isso. São FAs de defesa mesmo. Não têm condições de atacar ninguém (a não ser uma “briguinha” de fronteira entre eles mesmos, uma coisa rápida…e olha lá), pois não têm condições reais para projetar força para além de suas fronteiras.

– E em segundo lugar: destaca-se o projeto do Brasil (que é diferente dos demais países). O nosso projeto é econômico-tecnológico por um lado, e político-estratégico por outro. O Brasil não está “se armando” pra se defender dos vizinhos. As duas premissas que regem todo o END são econômica-tecnológica e política-estratégica, e não tem nada que ver com a Colômbia, com a Venezuela, com o Chile ou com qualquer outro país. O que queremos é desenvolvimento econômico-tecnológico e ao mesmo tempo projeção política no cenário internacional (uma projeção que equilibre o peso econômico que o Brasil já tem com o peso político que ainda não temos).

A idéia de se afirmar como potência regional realmente existe no Brasil. Mas isso visa muito mais uma cadeira no CS da ONU, um maior peso político nas decisões internacionais, do que propriamente uma preocupação militar com a vizinhança. Não estamos olhando para Caracas ou pra Bogotá, estamos olhando para Nova York (que é onde fica o prédio da ONU!). E esse projeto é de longo prazo mesmo…não iremos conquistar nem a projeção política e nem o desenvolvimento tecnológico militar em duas semanas e nem em dois anos…não é assim que as coisas funcionam. Isso é um projeto pra 20 anos ou mais.

(Percebam uma coisa, os incrédulos do END e imediatistas: os EUA nas primeiras décadas do século XX já eram uma potência econômica – não a maior, mas estavam entre as maiores -, e ao mesmo tempo eram um “coadjuvante político”. As decisões realmente importantes do mundo passavam por Londres e Paris e não por Washington. Os EUA só conseguiram equilibrar poder econômico com poder político internacional depois de muito tempo também, só depois da II GG. Essas coisas demoram mesmo, não é do dia para noite que se consegue, pois não depende somente de um país, depende das relações de forças mundiais, com cada um defendendo seus interesses e ninguém querendo que o outro cresça muito, mesmo sendo aliados. Isso é normal, faz parte do jogo. E o Brasil tem que saber jogar esse jogo…e até acho que está sabendo; com muito equilíbrio e diplomacia está sabendo fazer as alianças certas nas horas certas).

Eu ainda acho que o pessoal, de um modo geral, entendeu muito pouco o END e a política internacional do Brasil. Acho que se pensa que o END é um “pacote de compras”, e ele não é isso. E a política internacional do Brasil visa ampliar parceiros e arcos de alianças justamente para ampliar o nosso poder de influência no mundo. Sem, com isso, deixar de fortalecer as alianças já consolidadas. Estamos apenas ampliando o leque.

essa é a “leitura” que eu faço do que está ocorrendo na América Latina atual, em termos de defesa. E eu discordo totalmente do texto do post (acho que este texto do jornal não condiz em nada com o que está acontecendo por aqui…é delírio puro). Não sei se vc concorda com minha análise, mas enfim…

abração

Hornet
Hornet
15 anos atrás

Aluisio,

e só pra complementar…

Muitos questionam (aqui no Blog) a viabilidade de um projeto de longo prazo, como é o END, certo? Perguntam se esse projeto não ficaria prejudicado com a troca de governo, com as eleições do ano que vem etc. etc. etc.

Mas antes que me questionem com isso, já vou procurar responder.

É claro que sempre poderemos ter um governante que não ligue a mínima para o projeto desenhado no END e coloque tudo a perder. Mas para que isso aconteça, é preciso ter um futuro governante que “enterre” inclusive o desenvolvimento econômico e social do Brasil. E isso já é mais difícil de acontecer, pois ninguém é tão louco assim. Não porque políticos sejam uma “raça” confiável…mas porque eles têm um instinto de sobrevivência invejável. E ninguém vai querer colocar o cargo em risco, ou a própria pele em risco.

Ou seja, para “brecar” o desenvolvimento do país, o “futuro presidente doido” precisaria fazer tanta pataquada, que não sei se a sociedade aceitaria pacificamente uma coisa dessas (isso geraria desemprego em massa, um caos social tremendo etc.)…certamente a sociedade não aceitaria isso e a cabeça dele estaria a prêmio (em termos políticos, é claro)…sendo assim, acho que o desenvolvimento econômico e social do Brasil é irreversível, independente de quem venha a ser o próximo presidente.

Não se alterando drasticamente o modelo de desenvolvimento do Brasil, o próximo presidente (assim como os que virão depois dele), não terá muita escolha no tocante à projeção política do Brasil…pois o desenvolvimento econômico e social só se viabiliza de fato quando está equilibrado com o peso político de uma nação, em termos internacionais.

resumindo: mesmo que tenhamos um doido irresponsável que por ventura se eleja presidente nas próximas eleições (xô uruca!!!), isso poderá atrapalhar um pouco, mas não tem muito espaço para ele romper de vez com esse projeto de Brasil desenhado no END, sob pena de ele se “enforcar” politicamente falando. E é essa a garantia maior que temos da continuidade do projeto. O que pode mudar é a velocidade (um irresponsável pode brecar um pouco a coisa, ou andar em ponto morto), mas não o rumo. O rumo já foi traçado e está atrelado ao desenvolvimento da sociedade brasileira, e não a uma contingência política.

abraços novamente

João Curitiba
João Curitiba
15 anos atrás

Hornet

Parabéns. Sua aula foi perfeita.

Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo.

Fala sério.

marujo
marujo
15 anos atrás

Grande,Hornet, bem embasados seus posts!

Marco Antonio
Marco Antonio
15 anos atrás

Hornet,

perfeito.