Para o pesquisador americano Frank McCann, a contribuição feita pelo Brasil ao esforço aliado durante a 2ª Guerra Mundial foi maior do que se imagina. As bases americanas instaladas em território brasileiro, afirma, foram fundamentais para os aliados na África, na ex-União Soviética e até na China durante o conflito, que poderia ter tido outra história se elas não existissem.

McCann lembra ainda que os Estados Unidos chegaram a temer que, assegurado o norte africano, os alemães atravessassem o Atlântico para invadir o Brasil, com apoio de revoltas das comunidades germânicas e italianas do Sul do país.

O pesquisador também relata que ocorreu, na 2ª Guerra, um choque de culturas, no qual os norte-americanos tiveram uma visão negativa dos brasileiros por causa da falta de condições de saúde dos soldados do Brasil.

Segundo ele, após o fim da Guerra Fria, e desde que foi superada a tensão que precedeu o rompimento, em 1977, do acordo militar de 1952, há mais respeito mútuo entre os dois países. “Havia alguma suspeita entre oficiais brasileiros de que os americanos estavam interessados demais na Amazônia”, disse McCann. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida por ele ao Estado:

O senhor diz que o Brasil na 2ª Guerra foi um dos primeiros exemplos do uso de civis em projetos militares. Como isso ocorreu?

Eu estava me referindo à construção das bases aéreas. Os militares americanos não poderiam fazê-lo, então foram à Pan American Airways, cuja subsidiária Pan Air do Brasil foi encarregada de obter as terras, os trabalhadores, e organizar as construção. O contrato da Pan Am com o Exército dos EUA estabelecia que construiria bases de Miami a Natal e então, através da África, de Dacar à Somália. Quando a Europa estava sob domínio alemão, e os japoneses dominavam o Pacífico, essa rede abasteceu os britânicos no Norte da África, a União Soviética e até o crucial teatro da China, Burma e Índia. Sem as bases brasileiras, a Segunda Guerra Mundial teria tido uma história diferente.

Qual foi o peso que teve, para a entrada do Brasil na guerra, a Operação Pote de Ouro, invasão planejada do Nordeste por 100 mil americanos para garantir a área para as operações dos EUA?

Não acredito que tenha tido alguma influência na tomada de decisão. Franklin Delano Roosevelt e o Exército americano não desejavam combater brasileiros. Em vez disso, temiam que a Alemanha, após assegurar o norte da África, lançasse um ataque no Nordeste brasileiro e que as comunidades alemãs e italianas no Sul se revoltassem em apoio ao esforço alemão. A vitória alemã contra a França e o ataque aéreo à Grã-Bretanha assustaram todo mundo.

Houve um choque de culturas entre brasileiros e americanos na 2ª Guerra?

O Brasil deu aos americanos uma visão negativa do País. Grandes recursos, maravilhosa hospitalidade, mas uma população doente. Embora o intenso treinamento tenha irritado alguns oficiais brasileiros, não era diferente daquele aos quais os soldados americanos eram submetidos. A regra era simples, soldados subtreinados poderiam logo ser mortos. Minha impressão é que oficiais como Castello Branco logo entenderam que o contínuo treinamento era necessário.

Por que a FEB teve apenas 25 mil homens? O que faltou? Dinheiro?

Não, foi simplesmente uma questão de não ter homens jovens saudáveis em número suficiente. Um dos problemas foi que o processo decisório no Brasil era muito lento. As decisões certas foram tomadas muito tarde para tirar vantagens das oportunidades que passavam rapidamente. Se o Brasil tivesse estado pronto para enviar suas forças em 1943 como parte da campanha no Norte da África, mesmo que tivesse tido somente um par de divisões, seu status teria sido diferente.

Como ficou a relação Brasil-EUA na área militar após o fim da Guerra Fria?

Acho que há mais respeito mútuo. Havia alguma suspeita entre oficiais brasileiros de que os americanos estavam interessados demais na Amazônia. O Brasil negou permissão para pouso aos EUA em alguns campos em Roraima no fim dos anos 80, mesmo em missões humanitárias. E, com pelo menos um treinamento envolvendo paraquedistas brasileiros em Roraima, os EUA foram advertidos para que mantivessem distância. Recentemente, o Brasil lançou um extenso programa de compras militares. Comprou equipamentos da Rússia e da França.

Os americanos continuarão distantes ou Obama poderia mudar esse quadro?

Ouvi que o presidente Obama estava impressionado com o presidente Lula. Mas ficaria surpreso se ele tivesse uma ideia clara sobre o que o Brasil é hoje. Espero que ele venha logo e consiga ver muito do País. Como regra, os americanos têm poucas ideias concretas sobre o Brasil. Quanto mais Obama ver, melhor será.

FONTE: Estadão

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Ulisses
Ulisses
15 anos atrás

Muito interessante esta matéria,dai vemos quanto fomos importantes na 2°GM.Claro,tivemos problemas e tal mas o legado nunca se apagará.

“Sem as bases brasileiras, a Segunda Guerra Mundial teria tido uma história diferente.”

Mas é claro,afinal na época a marinha mercante brasileira tinha uma das maiores frotas mercantes do mundo,isto foi fundamental para nós e os aliados,lutaram por um mundo livre.

Clésio Luiz
Clésio Luiz
15 anos atrás

_,_

Noel
Noel
15 anos atrás

Invasão do Brasil??? Que isso seu pesquisador. O Brasil nunca fez parte desses riscos mirabolantes, coisa de teorias da conspiração, e a Kriegsmarine não tinha a menor capacidade prá isso. Nem a Africa fazia parte das prioridades alemães, era um TO italiano, que quebraram a cara, e foram socorridos pelos tedescos, e mesmo pros italianos, os objetivos eram o Suez e Aden. Esse papo do pesquisador é só prá massagear nosso ego, pois o transporte para apoio à China e Campanha no Leste europeu, nada tem a haver com as bases no NE brasileiro, e sim a Africa e a Batalha do Atlântico.
Pesquisador é … tá bom.

Gustavo
Gustavo
15 anos atrás

Os nazistas poderiam querer e talvez até pensassem em invadir o Brasil, mas ja teriam sofrido muitas baixas até terminarem de conquistar o norte da áfrica e não teriam efetivo e nem uma frota para isso.

Ulisses
Ulisses
15 anos atrás

Noel

O Norte da África realmente não era prioridade dos nazistas,mas não deixa de ter sido importante,se os aliados tivessem perdido a batalha pelo Norte da África para os alemães,este ultimo poderia ter tomado Suez e outros territórios britânicos no Oriente médio,e os aliados não teriam base para nenhuma invasão para a Europa.

Portanto foi muito importante sim e saiba que nossa marinha mercante também contribuiu muito com matéria prima e outros recursos para abastecer as linhas de frente.

Abração.

AJS
AJS
15 anos atrás

Os protagonistas já há muito se foram, para negar ou confirmar os fatos.
Porém, é claro creio que para muitos, que se o governo brasileiro da época, negasse o fornecimento dos espaços pretendidos, os mesmos seriam ocupados em nome do mundo livre.
Foi bom o governo “permitir” a utilização do território, que seria concretizada com ou sem perda de vidas brasileiras.

Noel
Noel
15 anos atrás

Ulisses em 07 jun, 2009 às 21:43
Leia novamente o que escrevi: ” transporte para apoio à China e Campanha no Leste europeu, nada tem a haver com as bases no NE brasileiro, e sim a Africa e a Batalha do Atlântico.”
Talvez vc não tenha interpretado bem o que escrevi, ou eu não me fiz claro. Pois foi exatamente a importância do Brasil, no apoio aos dois TO, Atlântico, primeiro, e Africa em segundo; e pq postei nessa ordem? Por que sem o domínio dos mares, não se chegaria tão facilmente a Africa. E isso foi alcansado com o patrulhamento aéreo anti-submarino partindo do Brasil, e de ouros pontos logicamente, pela US Navy.
Agora, nossa participação foi muito boa, pelas condições precárias, e até ridiculas, em que se encontravam nossas FAs, mas não podemos superestimala, e achar que realmente tivemos peso na vitória aliada, ai, é querer esconder o passado; nossos militares creio que foram muito além das suas possibilidades, esse sim foi o grande mérito.
Sds

VirtualXI
VirtualXI
15 anos atrás

E por esse feito o Brasil não recebeu nada. Aliás, oque recebeu já vendeu na época canalhista FHC (Votantes e Votados), portanto cada gota de sangue de cada brasileiro que serviu nesta guerra, que não era nossa, foi em vão.

Não fomos reconhecidos como vencedores da guerra, não ganhamos algo a mais, um assento no conselho de segurança da ONU por exemplo. Fomos participantes e na verdade não tivemos o respeito que nos merecia após a guerra. E se ainda hoje perguntarem ao povo da Itália, na região onde o Brasil lutou, eles irão responder que quem os libertou dos nazistas foram os Brasilianos….

Portanto, que cada um lute a sua guerra, e não a dos outros.

Brasil faz bonito, mas infelizmente nunca em prol dele mesmo.

Marcos T.
Marcos T.
15 anos atrás

Havia uma planos concretos de invasão sim, e os ermanos Argentinos faziam parte do plano, tanto que muitos nazistas que fugirão vieram se refugiar na Argentina e o exercito já estava sendo treinado por oficiais alemães.

Dalton
Dalton
15 anos atrás

Para quem acha que o Brasil nao ganhou nada com sua participaçao na
guerra, sugiro pesquisar sobre o nascimento da Siderurgia nacional, sem falar na criaçao de portos aeroportos e estradas entre outras coisas.

Os EUA surpreenderam-se com o atraso do Brasil quando aqui chegaram e antes que pudessemos servir de base na luta contra os nazistas muita infra estrutura precisou ser criada e que pudemos utilizar depois do fim do conflito.

Nossa marinha mercante possuia sim um grande nr de navios, mas muitos eram de pequena tonelagem, nossa marinha mercante era de tamanho aproximado a da Grecia.

A Italia foi um palco secundario…a luta maior estava ocorrendo na França. Mandamos apenas uma divisao reforçada, 25.000 homens dos quais metade nem viu combate em apenas 8 meses.

Fomos transportados, armados e alimentados pelos EUA, aliás, foi motivo de embaraço para nós a chegada de suprimentos enviada aos nossos expedicionarios pois nao estavam de acordo com as normas sanitarias e os EUA solicitaram que o Brasil nao enviasse mais nada.

Como o Noel escreveu, nossos militares foram além de suas capacidades, mas há sim muita critica a FEB, inclusive um livro escrito por um ex-expedicionario, “verdades e vergonhas da FEB” e muito material na Internet.

Nunca encontrei nada que desabonasse a FAB, mas a realidade é que eram apenas 28 avioes o equivalente a dois esquadroes apenas.

nem tanto ao mar, nem tanto a terra.

sds

massa
massa
15 anos atrás

O que vale numa Guerra é a determinação de seus soldados e uma liderança competente e capaz, vide os vietcongs contra os soldados ianques no Vietnã !

Quanto a II Guerra Mundial, vejam a campanha de Rommel no Norte da Africa, os alemães não contavam com suprimentos regulares, eram mal armados e alimentados, portanto não tinham muita saúde também, além de serem em menor número, mas deram um trabalho danado, quase venceram, se não fosse a burrice de Hitler os germanicos tinham ganhado a Guerra mesmo com recursos inferiores…

Dalton
Dalton
15 anos atrás

Massa,

determinaçao e liderança capaz sao importantes, mas nao podemos desmerecer a industria.

os soldados japoneses eram tao obstinados quanto os vietcongues, e foram batidos varias vezes, guadalcanal, tarawa, iwo jima e okinawa
apenas para citar alguns exemplos por forças americanas bem treinadas e comandadas porém apoiadas por meios aereos e navais formidaveis.

os vietcongues nunca venceram uma grande batalha, e eram apoiados pelo Vietna do Norte, que por sua vez contava com o apoio da URSS e China e isso impediu os EUA de agirem com mais força, sem falar que os EUA apoiavam um governo fraco e corrupto do Vietnã do Sul.

Quanto a burrice de Hitler, infelizmente, ele acertou varias vezes também, e vc parte do principio que o fator humano e material dos nazistas era ilimitado…mas, nao era, e contra o mundo todo, os alemaes apenas podiam postergar a derrota, mas nunca vencer.

minha opiniao, claro.

sds

Felipe Cps
Felipe Cps
15 anos atrás

VirtualXI:

Deixa de ser burro e falar asnice rapaz. Nada do que foi conquistado se perdeu. Vc sabia que o Brasil é o primeiro a falar na Assembléia Geral das Nações Unidas, sempre? TODOS OS OUTROS, INCLUSIVE OS ESTADOS UNIDOS, tem de esperar sua vez na fila, O BRASIL NÃO! O Brasil é o país cujo orador abre a Assembléia Geral, uma homenagem mais que justa dos países aliados à participação da FEB e da FAB na Segunda Guerra Mundial e uma conquista quase pessoal de nosso corpo diplomático.

E se estás a falar da Vale do Rio Doce, saiba que a mesma é hoje, graças à privatização ocorrida no governo FH, uma das maiores senão a maior siderúrgica do globo terrestre! Mas não: alguns imbecis da esquerdalha gostariam que ela continuasse sendo o cabidão de empregos, a moeda de troca política e o antro de ineficiência que sempre foi neh? A vermelhuxada é isso: aposta no atraso, sempre…

É muita desinformação e muito fanatismo esquerdopata, por um lado, e muito ufanismo abobalhado por outro. Na Segunda Guerra não tivemos uma participação decisiva, e nosso governo foi letárgico, para dizer o mínimo (como é que um ditador fascista como Getúlio iria lutar de bom grado contra seus pares italiano e alemão?). O país era atrasado e nossas FFAA estavam ainda na idade da pedra; muito boas para caçar cangaceiro e fazer revolta na praia de Copacabana…

Mas na pouca participação que tivemos na WWII fizemos bonito e é isso que conta. A Argentina por exemplo mandou um navio, no final da guerra, que nem chegou às costa uruguaia e voltou pro porto. Nenhum outro país das américas teve uma participação como a nossa.

Abraços.

Bazooka
Bazooka
15 anos atrás

vi essa mesma materia no defesabr,mas tambem falando sobre a pissivel ocupação do territorio autriáco pelo brasileiros,depois da guerra,mas o brasil não aceitou,vejo o motivo no site http://defesabr.com/blog/index.php/07/06/2009/os-eua-e-o-grupo-bric-tem-divida-historica-com-o-brasil/

Marine
Marine
15 anos atrás

Dalton,

Excelente comentario!

Concordo com os que dizem que o Brasil fez o melhor que pode com o que dispunha na epoca, alias fizemos ate mais do que podiamos. Nao fomos protagonistas, fomos coadjuvantes mas nao ha nada do que sentir vergonha disso alias nao pode se esperar mais quando enviamos apenas uma divisao de infantaria leve treinada as pressas e equipada por outro pais.

Discordo dos que afirmam que o pais nao conquistou nada, a India e Australia por exemplo pagaram preco muito maior do que nos e tambem nao possuem assento no CS so para citar um ponto do debate.

Enfim, o pais pode ter orgulho de nossa participacao, avancamos muito com ela apesar de ate hoje termos muito que melhorar ainda claro mas tenhamos cuidado com o exageiro em esperar mais com apenas 25.000 homens…

Semper Fidelis!
A cobra fumou!

AJS
AJS
15 anos atrás

Para uma situação melhor, teriamos que ter concordado em permanecer como força de ocupação ao fim das hostilidades, o que foi negado por nosso governo, a partir disso, todo o transporte foi retirado da FEB, pois as ordens eram para que só contasse com transporte a força de ocupação.
Pelo acordado, deveriamos desembarcar em Dacar, mas a BBC em determinado ponto da viagem, anunciou a posição exata do navio transportando o 1º escalão e o navio teve seu destino alterado para Nápoles, base de um posto de ressuprimento do USArmy e não local para equipar uma divisão de infantaria, por isso ocorreram diversos problemas aos componentes da 1ª DIE.

Ulisses
Ulisses
15 anos atrás

Noel

Me desculpe,agora que eu vi,é…você está certo.

Sds.

Dalton
Dalton
15 anos atrás

AJS,

nunca soube que o destino do primeiro escalao seria Dacar…de qualquer forma, todos os escaloes seguintes tinham como destino certo a Italia, onde encontrava-se o 5 exercito americano.

Por que os escaloes seguintes nao foram enviados a Dacar se Napoles nao era adequada?

O que a FEB faria em Dacar? Treinar por mais alguns meses antes de ser transportada para a Italia? Mais de 2 anos se passaram desde a declaraçao de guerra ao eixo até o envio do primeiro escalao.

Sei que havia no inicio planos para empregar a FEB em açoes na retaguarda, talvez uma estada em Dacar retardasse ainda mais a entrada da FEB em combate.

abraços

Omega
Omega
15 anos atrás

Ate onde eu sei os EUA tinham sim um plano para invasao do Brasil pelo nordeste, vi documentarios sobre isso.
E putz, que na epoca so tinha doentes foi cruel.

estou se acentuacao pessoal, desculpem.

Marine
Marine
15 anos atrás

Pessoal,

O que o historiador disse sobre a falta de saude do soldado brasileiro na epoca e verdade, o que ele quer dizer nao e que o povo brasileiro e por consequencia o soldado brasileiro era doente…Para quem nao sabe o nivel de “saude” para que um soldado seja enviado para fora do pais exigido pelas nacoes de “primeiro mundo” e altissimo.

Umas das maiores causas para que o pais nao tivesse homens suficientes no nivel de tais nacoes era a saude dentaria e vacinacoes sem contar outras pequenas causas. So para se ter uma ideia, uma carie pode deixar o soldado em um status de “non-deployable” hoje em dia e temos que convir que o Brasil nos anos 30 e 40 nao era o pais que e hoje.

SF!

Adrik
Adrik
15 anos atrás

Felipe CPS,

Só uma correção amigo, a Vale não é uma siderurgica (apesar de ser acionista de várias siderurgicas, e sim uma mineiradora. A maior mineiradora de ferro do mundo e a segunda maior mineiradora diversificada do mundo (perdendo somente para a BHP BILITON).

Concordo que a Vale só passou a ser uma empresa grande e competitiva quando foi privatizada. A burocracia e falta de controle de quando era uma empresa estatal causa saudades aos colegas de trabalho que não gostam da labuta, e sim do dinheiro fácil.

Abraços.

AJS
AJS
15 anos atrás

Caro Dalton.
Eu também desconhecia esses fatos que mencionei e muitos outros, até ler o livro “A verdade sobre a FEB”, de autoria do `Marechal Floriano de Lima Brayner, o qual por ocasião dos fatos, era Coronel, Chefe do Estado-Maior da FEB.
Um abraço.

Angelo Nicolaci
Angelo Nicolaci
15 anos atrás

Felipe cps

Amigo, desculpe mas a esquerda tem varias alas, eu por exemplo defendo a privatização de alguns meios não estrategicos mas com supervisão direta do estado, como é feito na china, o governo te concede a estatal mas vc tem que honrar p pagamento devido da parcela dos lucros se houver divergencia o governo retoma e dá para outro administrar.
E caro Felipe essa briga ideologica esta ultrapassada, o mundo esta multi-polarizado, a esquerda e a direita andam muito parecidas, não vê o caso do Brasil?
Eu me considero um Neo-Comunista, apesar de ainda não ser considerado este termo nos meios academicos, eu vejo que o comunismo mudou muito nas ultimas decadas, e como tudo se adapta aos novos tempos.
Quanto a participação Brasileira na Italia, foi decisiva sim , obtivemos grandes exitos e sempre cumprimos nossa missão com bravura e destemor, meu Bisavô era italiano, ele tinha orgulho de ter lutado contra mussolini, e depois da guerra veio ao Brasil junto com seu irmão.
Os americanos iam sim invadir o Brasil com medo de Getulio apoiar veladamente Mussolini e Hitler devido a suas tendencias facistas, e o Brasil se entrasse no reich daria uma grande fonte de recursos a Hitler em seu esforço de guerra alé de criar mais um cenario de atrito aos aliados dispersando suas forças a um novo cenario.

Felipe Cps
Felipe Cps
15 anos atrás

Caro Angelo Nicolaci:

Respeito a idéia do amigo, mas só pra constar não sou nem de esquerda nem de direita (aliás, no Brasil isso nem sequer existe – só existe esquerda clássica, esquerda nova e extrema-esquerda – todas igualmente populistas), mas sei reconhecer quando uma idéia é retrógrada, e as chamo genericamente de esquerdalha, termo que pode estar etimologicamente incorreto, talvez o mais correto fosse “atrasália”, ou algo do gênero. Esse termo aliás nem é meu, é de Reinaldo Azevedo, que o cunhou da mistura de “esquerda” com “canalha”. Em termos de Brasil me parece extremamente apropriado, na medida em que a esquerdalha brasileira (todo nosso espectro político) está se cag. pra ideologias, o que eles gostam mesmo é de cascalho no bolso.

Ângelo, toda a tese comunista parte do pressuposto de que há uma entidade genérica e superpoderosa chamada “governo” ou “estado” que tudo pode e a tudo provê com justiça e igualdade. O grande problema é que a tese afunda quando esse governo é composto por pessoas, pessoas estas que se corrompem invariavelmente. Pra que exista comunismo justo, há que se ter um homo sapiens perfeito, e isso não existe. Até que os computadores, a ciência, Deus, ou sei lá o que, aperfeiçoem nossa psiquê, transformando definitivamente nosso senso de ética, o comunismo ou qualquer outro sistema de poder que dependa da vontade de um ou de alguns poucos é uma falácia. A propósito, leia “A revolução dos bichos” de George Orwell, uma ótima fábula que explica bem o que acontece quando a um determinado grupo é dado o poder de “governar” outro, em prol de todos.

Outra coisa: em Filosofia do Direito se estuda que a igualdade total é impossível para o gênero humano, na medida em que todas as pessoas são desiguais, todas tem suas peculiaridades. O que o Estado, através do império da lei, tenta fazer, é aplicar a regra de eqüidade, tentando tratar os iguais igualmente e os desiguais na medida de sua desigualdade. Assim, sem entrar em detalhes, o objetivo maior do comunismo, a IGUALDADE ABSOLUTA, é inviável. Por isso que se diz que o comunismo é uma utopia. Ora se é pra ser utópico, eu prefiro me classificar como anarquista: fim das leis, igualdade, fraternidade, etc. Todos felizes e contentes para sempre. Só que o ser humano não é assim: ele é ruim, errático e fraco.

Assim amigo, fuja enquanto pode de suas idéias comunistas. Não sei quantos anos vc tem, mas tb fui comunista em minha juventude, filiado e tudo. Mas cansei de ser massa de manobra de meia dúzia de dirigentes vagabundos, que pegavam a grana do partido e dos diretórios pra fazer churrasquinho com vagabundas no final de semana. É assim, o comunismo tupiniquim.

Run to the hills, amigo. Enquanto pode.

Felipe Cps
Felipe Cps
15 anos atrás

Ângelo, pra não misturar assunto:

A participação da FEB na Itália não foi decisiva em hipótese alguma. Foi uma participação prá lá de gloriosa, mas dizer que no meio de centenas de divisões uma única seria decisiva só porque era composta de brasileiros é messianismo, achar que somos o “povo escolhido por Deus” ou algo do gênero, idéia que me repugna na medida em que foi exatamente contra esse tipo de pensamento, de raça superior, que a FEB lutou.

Por fim, dizer que os EUA iriam invadir o Nordeste é tão paranóico quanto dizer que nos anos 60 os americanos iam tomar Rio de Janeiro, Santos, Vale do Paraíba e São Paulo, pra forçar a renúncia de Goulart. Ou dizer que eles vão invadir a amazônia deaqui há dez anos. Paranóia pura.

Entenda: estrategistas militares fazem planos e cenários. O tempo todo. Sobre todas as coisas. Fazem planos até de colonização de Marte e da Lua em caso de guerra nuclear! E pode até ter tido um plano ou cenário de invasão do Nordeste, mas não significa que isso IRIA acontecer! Tanto é que não ocorreu e jamais ocorreria com os EUA lutando em duas ou mais frentes de batalha. Ou seja: não é porque alguém no Pentágono desenha meia dúzia de traços num mapa que a invasão do Brasil está decretada, ok? Ninguém tem esse poder, menos ainda numa democracia plena como os EUA, onde o chefe executivo de plantão presta conta de seus atos a um Congresso forte, e onde a opinião pública é organizada e preponderante sobre todas as coisas.

Abraços.

Noel
Noel
15 anos atrás

Angelo Nicolaci, pesquise mais sobre os TO da Africa e Mediterrâneo, que vc vai ver o peso que a FEB teve, já adianto, nenhum; procure saber das capacidades da Kriegsmarine e veras que era impossível fazer transporte marítimo no Atlântico para a Alemanha e a Itália.

Fernando Gonzales
Fernando Gonzales
15 anos atrás

Este Felipe Cps ta mais perdido que cusco em procissão. É Neo-comunista, depois não é de esquerda nem de direita…ta meio confuso. Se voce não é nada, do que dizem que é, nem do que voce mesmo pensa que é, ou acha que é, ou aind….puts!
Cara faz o seguinte, para de de criticar os outros e põe apenas a tua opinião ou então pergunte o que alguém quiz dizer com tal coisa…é muito mais amigavel as pessoas discutirem os assuntos, corrigindo o que foi dito ou tentando explicar o mal entendido.

Marine
Marine
15 anos atrás

Felipe Cps,

Perfeito seu ultimo comentario sobre a FEB e 2GM em geral!

Semper Fidelis!

Felipe Cps
Felipe Cps
15 anos atrás

Caro Fernando Gonzales, vamos fazer assim, pode ser? Da próxima vez eu desenho pra vc entender tá? Saudações.

Osório
Osório
15 anos atrás

Estou impressionado como pessoas sem nenhum conheicmento histórico podem opinar sobre assunto tão importante….
É preciso estudar e ver que a participação brasileira na II GG foi muito importante.As Forças Armadas, em particular o Exército, melhoraram muito sua instrução e adestramento. Mas ficou um grande legado para o País, sobretudo na parte psicossocial e econômica.
Saímos sem dívidas da guerra e também com uma participação maior no cenário internacional. Implementou-se um parque industrial significativo para a época.

lobo
lobo
15 anos atrás

VirtualXI, vai estudar moleque,dizer que o Brasil não ganhou nada com sua participação na 2guerra é muita falta de preparo e conhecimento, as matérias primas que iam a inglaterra,estados unidos e europa(não ocupada pela alemanha,como portugal e espanha) foram pagas com bonus de guerra, dolares que o Brasil acumulou ao final da guerra que poderiam ser gastos em obras de desenvolvimento e infraestrutra e foram gastas displicentemente pelo governo dutra importando aparelhos de tv,quando sequer havia alguma empresa que transmitisse no nosso pais, a tv tupi foi fundada em 1950 , mas já haviam milhares de tv em são paulo compradas pelo presidente gastador irresponsavel ,tivesse ele empregado este dinheiro em infra-estrura, educação,saúde, naquela época, não teriamos jovens como voce falando abobrinhas e se achando o tal.

Igor Henrique
Igor Henrique
15 anos atrás

Noel

Na verdade o Brasil poderia ter sido sim invadido pelos nazistas caso eles tivessem vencido no norte da África. Eles mesmos já haviam declarado guerra submarina contra o Brasil e também seria uma área estratégica para abastecer seus submarinos.

E Ulisses

Eles tinham prioridade no Norte da África, pois era uma região estratégica e com bastante petróleo. Além disso, se tivessem vencido a Batalha de El Alamein, iriam cercar o Oriente Médio através do Cáucaso( uma região onde detinha 90% do combustível soviético) e do Egito, podendo assim dominar os grandes poços de petróleo. E não acho que o Brasil foi decisivo na guerra, isso é exagero desse pesquisador norte-americano. A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial foi simbólica, só tinham 25.000 homens. Quando os Pracinhas desembarcaram na Itália, ela já tinha se rendido! Só tavam enfrentando os nazistas. Quem foi decisivo na guerra foi o Estados Unidos, pois eles enfrentaram os japonêses praticamente sozinhos e deram armamentos para a URSS, através do Estreito de Bering. Se não fosse por eles, os soviéticos teriam caído de quatro diante dos nazistas assim como os franceses. Eles tinham uma quantidade de armamentos insignificante, seus tanques, os T-34 e os KV-1, eram muitos inferiores em comparação com os tanques alemães, os Panzer e os Tiger. Um exemplo disso, é só ver o filme Círculo de Fogo, que é sobre a Batalha de Stalingrado, para ver que os soviéticos eram completamente desorganzados. Mas sou contra a alguma aproximação com os americanos, pois acredito que um dia eles ainda vão invadir a Amazônia e eles foram uma das principais causas da falência da Engesa ( a outra foi o calote do Iraque), pois o EE-T1 Osório havia vencido a concorrência com o americano M1 Abrams na Arábia Saudita, mas os Estados Unidos agiram, alegando que o Brasil não respeitava acordos internacionais e, principalmente, que negociava com nações tidas como inimigas, fizeram com que a Arábia Saudita hesitasse em fechar o acordo com a Engesa. Hesitação que tornou-se recusa com a eclosão da Operação Tempestade no Deserto contra o Iraque, durante a Guerra do Golfo, em 1991, fazendo com que os laços entre os Estados Unidos e a Arabia Saudita se estreitassem de tal forma, que os sauditas decidiram ignorar a capacidade bélica demonstrada pelo EE T1-Osório e assinar o acordo com seu principal aliado, o próprio Estados Unidos. Então, nunca confiem nos Estados Unidos! Isto é para todos!

E VirtualXI

O Brasil entrou na guerra porque crescia a pressão popular, já que os cargueiros brasileiros estavam sendo afundados pelos U-Boat, o que forçou o Getúlio Vargas a declarar guerra às Potências do Eixo. Mas o combatentes brasileiros receberam medalhas após o fim da Segunda Guerra Mundial, com isso chega a ser um reconhecimento.(Infelizmente foram reconhecidos publicamente só 50 anos depois). E para ser do conselho de segurança da ONU, o Brasil tem que ter as suas Forças Armadas forte, algo ainda longe de acontecer por falta de investimentos em suas indústrias bélicas.

Sukhoi
14 anos atrás

“Por que a FEB teve apenas 25 mil homens? O que faltou? Dinheiro?”

Bem… os requisitos para ser um militante na guerra eram:

*Ter mais de 60 quilos;
*Ter mais de 1,60 m;
*Ter pelo menos 26 dentes na boca;
*Ser capaz de ler mapas e usar bússolas.

O Brasil queria levar 100 mil homens à guerra, mas pra não levar esfarrapados, levou 25 mil. E ainda sim, estes 25 mil passaram necessidades.

Eles tiveram problemas sérios com o inverno (até -20 ºC), tendo que recorrer aos norte americanos em busca de agasalhos para suportarem o gélido inverno…

R: Faltou $$$ e homens preparados.

E segundo os NERDs da Superinteressante…

“SAMBA, SUOR E LÁGRIMAS: Destreinados, desinformados, deprevenidos, os brasileiros foram anti heróis na Itália. E esquecidos na volta”.

Sukhoi
14 anos atrás

E sobre a Alemanha invadir o Brasil, isso era sério.

Talvez se concretizaria se a Alemanha tivesse ganho a guerra (se Hitler não fosse tão NAZISTA – radical).

Talvez assim Hitler seria o 1º a ter uma bomba atômica.
Sim, porque os mentores intelectuais da bomba eram…

Isso mesmo!

E Hitler, como era louco e porta voz da mística Thule Gesselshaft… Jogaria uma dessas nos EUA… URSS… O mundo seria outro.

A vida nos prega peças, Hitler que o diga! rs

MINHA OPINIÃO
MINHA OPINIÃO
14 anos atrás

Em janeiro de 1942, época em que os EEUU fecharam o acordo com o Brasil para o estabelecimento de bases no nordeste brasileiro, a Alemanha já estava ocupada demais com a Rússia para pensar em invadir a América do Sul. Isso poderia ter ocorrido se a Alemanha vencesse na Rússia, na Europa e na África, e, e só então, tivesse que cruzar o Atlântico para dominar os EEUU.

Mas se os EEUU tivessem levado avante a “Operação Pote de Ouro”, a invasão do nordeste brasileiro, aí sim, o rumo da guerra poderia ter mudado. E isso porque, embora o Brasil não tivesse significado militar algum, na ocasião, era, como é hoje, um território muito grande, continental. Se os americanos fizessem um desembarque no nordeste, teriam que dominar o país todo, sob pena de ficarem expostos a constantes contra-ataques, e para ocupar o Brasil todo, não poderiam fazer isso com 100.000 homens, teriam que dispor de muitas armas e contigentes numerosos que iriam fazer falta na guerra do Pacífico contra os japoneses. Da mesma forma como os japoneses invadiram mas não conseguiram dominar a China, os EEUU não conseguiriam dominar a situação em um teritório tão grande como o Brasil. Se isso acontecesse, a Alemanha iria dispor de bases no Atlântico sul para seus U-Boats e contaria com uma rica fonte de matérias primas; a mesma Alemanha forneceria armamentos e treinamento militar para a resistência brasileira; A Argentina e o Chile, cujas lideranças já nutriam grandes simpatias pela Alemanha poderiam sair em apoio ao Brasil. E aí, poderia pretear o olho da gateada.

Henicka
Henicka
14 anos atrás

Boa noite a todos…vou entrar no debate.

Getulio vargas, aliado preferencialmente aos nazistas antes das definições dos blocos principais,mas sofria pressão tanto alemã-italiana, quanto ao lado que apoiaria.
…Filinto Muller, enviou policiais brasileiros para um “estágio” na Gestapo…
Góes Monteiro, o chefe do Estado Maior do Exército…articipou de manobras do exército alemão e ameaçou romper com a Inglaterra quando os britânicos apreenderam o navio Siqueira Campos, que trazia ao Brasil armas compradas dos alemães.
…No entanto, as pressões norte-americanas foram intensas, contaram com o apoio de outros países latino-americanos e utilizou-se de diversos mecanismos, desde aquele que foi considerado o mais eficiente – a liberação de recursos para a construção da Usina de Volta Redonda – até um novo modelo de relação, batizado de “política de boa vizinhaça”, pelo presidente F. Roosevelt dos EUA. Intelectuais brasileiros visitaram os EUA, e mesmo o general Góis Monteiro – germanófilo – ficou encantado

Oswaldo Aranha é a grande figura da III Reunião de Consulta, a situação do momento era: Inglaterra falidae subjugada, França e Russia Invadida e resto da Europa ocupada…se o Brasil cedesse seria o primeiro reduto com altos recursos naturais fora da Europa, que desunificaria o Panamericanismo, e criaria o foco de alastramento continental.

Decidimos apoiar os aliados..

Os afudamentos da marinha mercante brasileira, estão envolvidos num contexto tático nazista de minar os suprimentos para a Europa pelo posicionamento brasileiro, então tudo que se dirigisse à Europa seria atacado de qualquer pais desde o Brasil ao Caribe no alcance dos subs alemães antes que se juntassem aos comboios protegidos.

O que o Brasil ganhou com a II guerra? Industrializou-se. Não éramos nada antes de 1950.
Pasmem, o Brasil foi o SEGUNDO pais a obter maior lucro $$$ durante a segunda guerra.

Simples, Obviamente os EUA faturaram muito mais, porém, Inglaterra perdeu imensas quantias e posses, França estava destroçada pela estrutura, bem como a Russia pelo esforço de guerra. O Brasil foi o segundo grande provedor de insumos ainda precariamente industrializados pois a demanda era imensa pelo parque industrial Europeu que estava dizimado e só iria melhorar anos mais tarde com a injeções do plano Marshal.
… Fomos os que mais lucramos por centavo investido em todo o globo. Se pensarmos bem, tivemos é muita sorte porque senão ainda seriamos um grande pais agricola de grandes barões de terra como era até 1940. Se olharmos para o mapa da industrialização, dos que já não eram industrializados, só os que realmente canalizaram suprimentos na II guerra realmente passaram para a clube dos emergentes.
O que aconteceu com Getulio no pós guerra? Como um ditador se manteria no poder após ter ido a Europa ajudar a derrubar outro ditador? Ninguem confia em quem ficou tanto tempo em cima do muro.

Por outro lado, um Brasil dominado pelos Nazistas seria um provedor imenso de recursos que os EUA iriam canalizar todos os esforços para impedir, ainda levando em conta a perigosa proximidade estrategica de uma potencia nazista em solo sul americano. Claro que eles tinham um plano B…e seria tomar o nordeste! O problema seria a abertura de mais um ampla frente de batalha com uma retaguarda cintilando de recursos.

Não tem com contestar a imensa e desproprocional importancia do Brasil nos bastidores e linha de frente.

algumas referencias..http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=406