minustah

A Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), que é comandada militarmente pelo Brasil, completa hoje cinco anos a um custo para os cofres do país de pelo menos R$ 577 milhões.
De acordo com o Ministério da Defesa, essa verba corresponde aos gastos entre junho de 2004 e dezembro de 2008. A estimativa de despesas para o ano todo de 2009 é de R$ 128,4 milhões. O ministério não divulgou balanço sobre o primeiro semestre deste ano.

Aproximadamente 40% de tudo o que o Brasil gasta no Caribe é reembolsado pelas Nações Unidas ao Brasil, segundo o Ministério da Defesa. Até o fim do ano passado, a cifra devolvida alcançava R$ 253 milhões (44% da verba gasta).

Quase 58% desse valor corresponde aos salários dos militares. O valor reembolsado por gastos com transportes corresponde a 8% da verba.

O restante do reembolso (34%) é uma espécie de aluguel pago pela ONU pelo uso de equipamentos brasileiros, como veículos blindados de transporte de tropas, jipes e maquinário em geral.

A verba de R$ 577 milhões se restringe ao gasto militar brasileiro no Haiti. Mas a Minustah possui também ampla estrutura civil destinada a reconstruir o Haiti financiada por 192 países-membros da ONU.
O orçamento até outubro deste ano é de US$ 3,05 bilhões, dos quais US$ 96 milhões ainda não estão disponíveis.

Essa verba se destina a manter a segurança -desde 2007 não há confrontos entre rebeldes e militares- e reconstruir as instituições do Haiti, que hoje ocupa a 146ª posição entre 177 países no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

A ONU acredita que em 2011 a conjuntura do Haiti permitirá uma retirada gradual de tropas.

Treinamento

Um dos maiores argumentos do governo para investir na missão é treinar militares e testar equipamentos bélicos em situação instável e real. O Brasil mantém no Haiti um contingente de aproximadamente 1.200 militares (trocados a cada seis meses) do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha. Até hoje já passaram pelo Haiti cerca de 12.100 militares.

O Ministério da Defesa também afirmou que a missão de paz é uma das prioridades da atual Política de Defesa Nacional, que preconiza a maior inserção do país no âmbito das Nações Unidas e nos processos decisórios internacionais.

Além disso, a missão também está inserida no esforço brasileiro de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Ministério das Relações Exteriores afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que a missão não se restringe ao pleito pela vaga no conselho, mas sim a um objetivo maior de estabilidade e manutenção da paz regional.

FONTE: Folha de São Paulo / FOTO: EB

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Robson Br
Robson Br
15 anos atrás

“Quase 58% desse valor corresponde aos salários dos militares”. É lógico que existe adcional nos salários por estarem lá, mas de qualquer maneira o Brasil já gastaria com eles. Como diz o título “Brasil investiu”. As FFAA não tinha muita tradição nesse tipo de operação urbana, daí os erros iniciais inclusive com a “morte” de um dos comandantes. Tiveram que adaptar velhos equipamentos, inclusive comprar novos como no caso dos Fuzileiros. O patamar do EB e dos Fuzileiros agora é outro. Também devemos destacar a logística dos navios da MB e dos aviões da FAB.

Francisco AMX
Francisco AMX
15 anos atrás

Gostaria de saber quanto gastou a Câmara dos Deputados e o Senado, com superfluos, neste mesmo tempo…

fuzileiro
fuzileiro
15 anos atrás

A morte de um dos comandantes nada tem haver com os erros iniciais.

Marine
Marine
15 anos atrás

Alguem aqui poderia nos informar dos tais erros iniciais?

Sds!

luiz
luiz
15 anos atrás

o judiciario, executivo, legislativo, são mais importantes que a missao de paz do EB, essa é a verdade…

Vinicius
Vinicius
15 anos atrás

Parem de reclama ,estamos ajudando o capitalismo.

Hahahaha

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