Sem data para terminar, MINUSTAH atualmente combate a pobreza
GISELE LOEBLEIN
Quando os primeiros militares brasileiros desembarcaram em terras haitianas, em maio de 2004, tinham pela frente o desafio de tentar pôr fim ao caos que se seguiu à deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide. Hoje, as novas tropas que chegam ao país caribenho deparam com uma missão que é, mais do que nunca, social. Encontrar a melhor arma para o combate à pobreza extrema – 80% da população vive com menos de U$S 2 (R$ 4,03) por dia – é o principal objetivo.
Ainda que o objetivo inicial da missão tenha sido alcançado, o trabalho dos militares brasileiros no Haiti, por enquanto, não tem data prevista para terminar, segundo o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. A missão deve continuar sendo renovada pelas Nações Unidas por mais algum tempo, como vem ocorrendo todos os anos, com o apoio do Brasil.
– A estabilização do país foi extraordinária. A missão da Minustah criou novos parâmetros de forças de paz – observa Garcia.
Em cinco anos, o Brasil enviou cerca de 12 mil homens ao haiti – boa parte deles gaúchos. Hoje, 1,2 mil militares brasileiros marcam presença no território caribenho. Desenvolvem suas ações em uma área de cerca de 24 quilômetros quadrados (pouco menor do que a área do município de Esteio), em Porto Príncipe. E comemoram os resultados positivos da missão: redução dos índices de criminalidade do país, possibilidade de deslocamento em áreas antes restritas, retorno de atividades comerciais em regiões até então tomadas por gangues e acesso de organizações humanitárias, que costumavam ser barradas. Com as conquistas, surgem também novas prioridades: de acordo com Garcia, o esforço das tropas passou a estar mais focado em obras sociais.
Para o gaúcho Ricardo Seitenfus, um dos mais renomados especialistas em questões haitianas e atual representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) no país do Caribe, o cenário hoje é “de tranquilidade do ponto de vista de segurança”. Por isso, para ele, é chegado o momento de desenvolver um novo modelo de atuação na nação caribenha:
– O haiti tem de encontrar um caminho para tirar da miséria uma grande parte da população. O modelo de intervenção que a comunidade internacional utilizou em 2004 era um modelo de estabilização de uma situação política e de segurança, e não de desenvolvimento.
Sobre a permanência das tropas, Seitenfus ressalta: para ele, a qualidade de uma missão de paz “é inversamente proporcional a sua duração”.
FONTE: Zero Hora, via Notimp
A participação em missões de paz projeta o Brasil no cenário
internacional e reforça sua postura pacífica, e ao mesmo tempo
prepara nossos militares para a defesa da Nação. O profissional
militar precisa ser treinado, preparado, adestrado, e a melhor oficina de aprendizagem, sem dúvida, é a situação real de emprego.
A participação brasileira na Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti materializa o compromisso do país com a reconstrução, a institucionalização e o desenvolvimento do Estado haitiano.
Sob o comando brasileiro, o trabalho da força militar no Haiti inclui ações humanitárias e apóia projetos e ações de cooperação em âmbito civil.
A MINUSTAH tem sido considerada um bem-sucedido e inédito modelo
de operações de paz, que influencia na inserção internacional do Brasil, visto como uma potência regional.
A Missão sob liderança brasileira representa um novo paradigma de operações de paz, que pode vir a ser aplicado em outras situações de crise e necessidade.
Somos um país com tradicional vocação para a paz, mas as nossas Forças Armadas têm um reconhecido nível de adestramento. Isso tem ensejado seguidas solicitações a contribuirmos com tropas
em diversos cenários.
Otimo conseguimos o primeiro requisito – Seguranca. Agora e que vem a parte mais dificil – Nation Building! O Brasil agora tera que lidar com esse “mission creep” que tantos outras paises tiveram e tem levado pauladas pra aprender…
O compromisso das tropas Brasileiras foi a estabilização da segurança no Haiti. Este compromisso nunca foi com aquele país e sim com a ONU, já que o governo vislumbrou este caminho, um tanto modesto mas adequado para início, para atingir o objetivo que é o CS. A missão foi cumprida graças às ações da tropa em combates urbanos, e não graças à simpatia, embora ajude muito, mas nunca com o futebol, churrasco ou 51 como pensam alguns mandatários mandrakes.Já é hora de partir. O desenvolvimento do país é obra para os haitianos, a menos que o Brasil objetive realmente uma ‘base de apoio” no caribe. Então deveria realmente investir lá, mas isso seria independente dad MINUSTAH.
Aqui (link abaixo) tem uma entrevista interessante, com um professor da PUC-RJ, avaliando a participação do Brasil no Haiti:
“Missão no Haiti não dará vaga no CS”
Professor da PUC-Rio diz que participação do Brasil na Minustah não garante lugar do País no Conselho de Segurança da ONU”
http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm
abraços a todos