O Emprego de Fuzileiros Mecanizados no Haiti
1. INTRODUÇÃO
Desde que o Governo Brasileiro decidiu contribuir com a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), nossos soldados têm convivido com situações pouco convencionais. A complexidade do quadro psicossocial haitiano tem apresentado desafios constantes à nossa tropa, desde os níveis de comando até os escalões de execução.
O escopo deste artigo é o de repassar aos leitores a experiência de um comandante de subunidade blindada em operações de manutenção da paz no Haiti. Dessa forma, abordaremos o ambiente operacional, com suas principais ameaças contra a tropa. Discorreremos, ainda, sobre a organização da subunidade e as principais missões cumpridas por ela, descrevendo a forma de atuação das frações elementares.
2. AMBIENTE OPERACIONAL
A cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti, caracteriza-se pela grande quantidade de favelas e bolsões de miséria, possuindo cerca de 2,5 milhões de habitantes.
Predomina, conseqüentemente, o ambiente urbano. As favelas apresentam construções de forma desordenada, com inúmeros becos, que por sua vez também ramificam-se irregularmente, sem qualquer padrão definido.
As duas principais favelas em que a tropa brasileira operava eram Bel Air e Cité Soleil. A primeira localiza-se próximo ao Palácio Presidencial, em uma área com predominância de morros, cujas construções são em sua maioria de alvenaria e dispondo de apenas alguns andares (de 5 a 7 metros de altura).
Na segunda o terreno apresenta-se plano, as construções são mais rudimentares, algumas de madeira e zinco. As ruas são mais permeáveis aos blindados, embora existam terrenos restritos devido à falta de consistência, criando verdadeiros atoleiros para as viaturas.
Em ambas, encontramos canais que dissociam e atrapalham o movimento das tropas, definindo compartimentos no terreno. Ainda como característica comum, citamos a imensa quantidade de lixo espalhada pela zona de ação, dificultando, sobremaneira, os deslocamentos de nossas frações, tanto embarcado quanto desembarcado.
Neste ambiente operacional, as principais ameaças sobre nossas frações eram o emprego de pequenos efetivos de forças adversas infiltrados nos becos e que, por vezes, executavam disparos de lajes no interior de vielas, pouco acessíveis, ou pela retaguarda das viaturas, evadindo-se depois pelos inúmeros becos da região. Tais disparos visavam, geralmente, a torre, o motorista e os pneus da VBTP.
Destaque-se, também, o emprego de pedras e coquetéis molotov contra nossas viaturas, causando efeito psicológico negativo na tropa, apesar de seu baixo índice de letalidade.
3. PRINCIPAIS MISSÕES CUMPRIDAS PELA CIA
Antes de abordar as missões cumpridas pelo Esqd Fuz Mec no Haiti, é importante frisar que o escalão superior esperava que nossa fração se constituísse em uma força de ação rápida, devendo apresentar-se pronta para qualquer eventualidade, em um intervalo de 20 a 30 minutos depois de acionada, em qualquer lugar da capital do Haiti. Além disso, contava com o poder dissuasório dos blindados.
Dentre a gama de missões atribuídas ao esquadrão, podemos citar as seguintes: patrulhamento em áreas de risco, ocupação de pontos fortes, reconhecimentos, desaferramento de frações engajadas, ocupação de posições de bloqueio, vigilância de zonas de ação, monitoramento de manifestações, desobstrução de vias públicas , escoltas de comboios e autoridades , apoio às ações da Polícia Nacional do Haiti, dentre outras.
O efetivo total do Esqd Fuz Mec era o de 150 militares, sendo composto por 4 pelotões de Fuz Mec e uma seção de comando. Contávamos, ainda, com 16 VBTP Urutu, dois caminhões de 5 Ton, uma Vtr Land Rover 90 e outra 120, além de uma ambulância bem equipada. Como elementos de saúde, dispúnhamos de um médico, um sargento enfermeiro e quatro atendentes.
4. FORMA DE ATUAÇÃO
De uma maneira geral, a forma de atuação do EsqdFuz Mec, na missão de paz do Haiti, seguia o padrão descrito a seguir.
4.1 CONCEPÇÃO DA MISSÃO
No início, tínhamos que concentrar nossos esforços no reconhecimento da área de operações, além da obtenção de informes valiosos para a montagem de um banco de dados fidedigno acerca da zona de ação. Entre os elementos essenciais de informação destacamos: levantamento de lideranças locais, identificação de necessidades da população, áreas de homizio de elementos de forças adversas, locais de reunião, principais vias de acesso utilizadas para deslocamentos de gangues, bem como limites territoriais entre elas.
4.2 PLANEJAMENTO
Cada pelotão recebia um determinado setor de patrulhamento e um horário a ser seguido.
O Cmt Pel distribuía uma zona de ação para cada GC blindado, realizando rodízios periódicos entre as frações. No respectivo setor de responsabilidade de cada Pel, eram informados os locais onde estes deveriam mobiliar pontos fortes temporários e onde deveriam concentrar seus esforços, a fim de obter informações de acordo com os elementos essenciais de informação recebidos . Para tanto, os GC eram reunidos e, então, eram lançados no patrulhamento a pé com a finalidade de reconhecer os becos e vielas da área de operações, além de levar a presença da tropa em locais inacessíveis aos blindados. Tais patrulhas contavam, algumas das vezes, com intérpretes locais, fundamentais para a coleta de informes.
A ocupação de postos de observação era imprescindível para a segurança dos deslocamentos, uma vez que, desta forma, poderíamos obter comandamento sobre as lajes da área de operações.
Quanto ao tempo de duração das patrulhas, a prática mostrou que o melhor rendimento era obtido quando estas duravam de 2, 5 a 3 horas.
4.3 EXECUÇÃO – PATRULHAS MECANIZADAS
Quando embarcados, os fuzileiros recebiam um setor de observação, incluindo as lajes acima da viatura. Nas escotilhas procurávamos manter apenas um militar, para evitar que dois combatentes entalassem nos casos em que se fazia necessário entrar rapidamente para dentro da VBTP. Outra vantagem desse sistema, era o de proporcionar rodízio entre os homens, de forma que cada esquadra permanecia cerca de 30 minutos atenta ao patrulhamento e 30 minutos em situação um pouco mais aliviada dentro da viatura.
Uma das maiores dificuldades para o comandante de GC blindado era o de controlar o motorista, haja vista o fato do sistema de intercomunicação ou apresentar defeitos, ou, mesmo quando funcionava a contento, o capacete não ter qualquer proteção balística. Como solução, os Cmt GC posicionavam um soldado no banco próximo à porta lateral da viatura para retransmitir ao motorista as ordens emitidas.
Outro problema grave era quando o motorista precisava “escotilhar” e tinha que conduzir a VBTP dessa forma. A visibilidade proporcionada pelos blocos de visão do Urutu é muito pobre, tornando esta tarefa muito difícil.
No aspecto blindagem, em geral a viatura suportava bem os impactos até mesmo de 7,62mm, desde que estes não fossem disparados a distâncias muito próximas (cerca de 20 a 50 metros). Nestas ocasiões houve casos em que projetis perfuraram a blindagem, colocando em risco a guarnição embarcada.
O reparo da metralhadora MAG apresentava o inconveniente de obstruir o curso da alavanca de manejo desta, por ocasião dos disparos, ocasionando interrupções indesejáveis na cadência de tiro. A solução adotada foi a adaptação de uma pequena barra de aço soldada no reparo a fim de fazer com que a alavanca de manejo pudesse se posicionar em plano mais elevado ao do berço do reparo. Outro problema era a incapacidade de executar disparos com a metralhadora de dentro da viatura.
Os maiores obstáculos à movimentação dos blindados eram os fossos escavados nas ruas, com o propósito de restringir a mobilidade das forças de segurança. Além disso, as verdadeiras montanhas de lixo e as carcaças de veículos carbonizados, também ofereciam sérias restrições ao movimento, além de provocar constantes avarias nos pneus, tornando-se sério problema logístico para nossa tropa.
4.4 EXECUÇÃO – PATRULHAMENTO A PÉ
Quando desembarcados, os fuzileiros realizavam o patrulhamento a pé, sempre apoiados pela sua respectiva VBTP dotada de metralhadora 7,62mm MAG. O itinerário destas patrulhas era curto e englobava, prioritariamente, os becos e vielas inacessíveis aos blindados. Ainda com o intuito de apoiar as frações que se deslocavam no interior da zona de ação, ocupávamos postos de observação ao longo de tais itinerários. Dessa forma, conseguíamos ampliar nosso campo de visão, bem como obter comandamento, evitando disparos vindos do alto das lajes adjacentes.
No interior da favela, a maior dificuldade era manter a comunicação visual entre as frações. Tal situação era agravada pelo fato da descentralização chegar, algumas vezes, ao escalão esquadra.
Isto se devia à escassez de espaço dentro da zona de ação, tornando ineficiente, e até perigoso, o emprego de efetivos maiores que o GC em uma mesma via de acesso.
O armamento também não se mostrava muito funcional, uma vez que apesar de estarmos armados de PÁRA-FAL, este, ainda assim, era longo demais, enroscando nas paredes e muros e exigindo o emprego de ambas as mãos para a execução do tiro. Ressalte-se que as distâncias de engajamento neste ambiente operacional variavam de 6 a 15 metros.
Embora houvesse dificuldades e riscos, o patrulhamento a pé se constituía em excelente
complemento ao patrulhamento mecanizado, pois projetava a tropa no interior da zona de ação, dificultando o homizio de forças adversas e restringindo-lhes o movimento.
Em suma, pode-se afirmar que os blindados transportavam a tropa com segurança e ampliava-lhe a capacidade de concentração e dispersão em curto espaço de tempo. Favoreciam o seu emprego no local e na hora em que fosse mais adequado ao cumprimento da missão; enquanto o deslocamento a pé aumentava a visibilidade de nossos soldados, contribuindo para o aumento da sensação de segurança na população haitiana.
5. ENGAJAMENTO COM FORÇAS ADVERSAS
Na esmagadora maioria das vezes, o engajamento com as forças adversas ocorria em situações inopinadas. Nestas ocasiões, era muito difícil precisar de onde os disparos partiam e levava-se algum tempo até conseguir definir esta suposta direção. Uma vez localizada a ameaça, adotávamos Técnicas de Ação Imediata (TAI) ofensivas. Definíamos uma área de vasculhamento e enquanto uma fração cercava os acessos a esta área, outra realizava o investimento. Os efetivos empregados variavam de acordo com a disponibilidade de tropa no local (tais situações passavam-se de forma muito rápida), com o tamanho da área e o efetivo aproximado das forças adversas. Como referência, geralmente, utilizávamos um ou dois pelotões no cerco, um pelotão no investimento e outro como reserva móvel, prosseguindo no patrulhamento e vigilância de outras áreas que poderiam ser utilizadas como azimute de fuga pelos meliantes.
A maior dificuldade do comandante de subunidade era a de filtrar as diversas informações enviadas pelos pelotões, entender a situação, montar um quadro mental do que estava o correndo, definir sua intenção e traduzí-la em um comando simples, objetivo e exeqüível. As ordens eram transmitidas pelo rádio, através de ordens fragmentárias, pelo modelo preconizado pelo Centro de Instrução de Blindados. A correta emissão destes comandos era de vital importância para o êxito da operação.
Outra séria dificuldade, era a de controlar o regime de fogos das frações. A tendência do soldado é a de atirar para se proteger, mesmo não tendo identificado alvos compensadores. Na tentativa de resolver este problema, os comandantes de pelotão e GC trabalhavam o psicológico de seus homens, tentando incutir-lhes confiança e a preocupação com a economia de munição, bem como a importância de se evitar efeitos colaterais indesejáveis para o êxito da missão de paz. Além disso, os Cmt GC designavam, através de comandos verbais, os elementos que deveriam engajar os alvos, utilizando- se da técnica prevista no manual de instrução individual básica: “observe meu tiro !”.
A instrução individual básica tem apresentado oportunidades de melhoria, principalmente no tocante à designação de alvos e objetivos, bem como no excesso de exposição de oficiais e sargentos durante os engajamentos.
Um aspecto de suma importância era a evacuação de feridos. A maior parte de nossos ferimentos foi oriunda de estilhaços de projetis dirigidos contra a torre dos Urutus, vindo a atingir nossos militares nos braços e região da face próxima dos olhos. Nestas oportunidades, os primeiros socorros eram prestados pelos companheiros ou atendentes dos pelotões. Em seguida, os feridos eram evacuados pelo médico, ou nas próprias VBTP, para o hospital de campanha da ONU (Argentino). Esta instalação de saúde possuía capacidade para operar apenas um militar por vez.
O ideal seria que os atendentes de pelotão tivessem conhecimentos de pára-médicos.
6. CONCLUSÃO
A missão de estabilização das Nações Unidas para o Haiti tem sido uma excelente oportunidade de ades tramento para nossas frações blindadas. Verdadeira escola de comando das pequenas frações, onde os tenentes e sargentos estão podendo exercitar sua liderança e conhecimento tático.
No Haiti, a tropa blindada vem mostrando seu valor e demonstrando a importância do judicioso emprego de blindados, mesmo em ambiente operacional urbano ou em missão de paz. Seria extremamente desejável que as preciosas lições colhidas em solo haitiano não se apaguem e possam servir para melhorar os padrões operacionais das pequenas frações blindadas e mecanizadas do Exército Brasileiro.
NOTA DO BLOG: Artigo publicado na Revista Ação de Choque do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires, com o título original de “O EMPREGO DO ESQUADRÃO DE FUZILEIROS MECANIZADO EM OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ NO HAITI”.
Monte,acabei me esquecendo pela explicação,valeu um abraço.
Jacahead,valeu pela explicação.
abraço.
referente ao carregamento de peso(mochila, armamentos, …) por soldados, eu li uma reportagem em um outro blog militar (sistema de armas, mes de maio)) referente aos soldados americanos, so blog tem a foto do equipamento… muito interessante
“A Lockheed Martin mostrou o seu projeto de exoesqueleto Human Universal Load Carrier (HULC) para aumentar a força de soldados e evitar fadiga prematura. O HULC está sendo desenvolvido em conjunto com a Berkeley BionicsTM. O HULC permite que um soldado leve 90kg de cargas sem esforço. Em combate já levam cargas pesadas diminuindo a agilidade e aumentando o desgaste. O HULC transfere o peso das cargas para a terra com baterias elétricas e um computador garante que o esqueleto se moverá seguindo os movimentos do corpo. “
Muito interessante o relato, pena que faltou o apoio as tropas em terra por meio de helis. Estes seriam um elemento importante na segurança dos soldados no ambiente urbano em que operam e representariam também uma boa evolução nessa doutrina que certamente já existe entre os Fuzileiros Navais.
Nada como o emprego das Forças Armadas em operações reais pra possibilitar a constatação de deficiências na doutrina e equipamentos.
Tomara que estejamos aprendendo com o erros/problemas citados na reportagem.
Ze,
Achei interessante e me lembrei da conversa que tivemos uma vez o relato sobre a dificuldade com a disciplina de fogo e a necessidade de um maior nivel no treinamento dos “medicos” nos pelotoes.
SF!
AÇOOOOO!!
Interessante que o ambiente urbano encontrado no Haiti é muito parecido com as favelas do Rio de Janeiro. Será que no futuro isto vai servir??
Vi um documentário sobre a MINUSTAH e foi muito legal ver como a maioria do povo gosta dos soldados brasileiros, principalmente as crianças haitianas. ADSUMUS!!!
Marcelo Tadeu,
Isso ocorre no mundo todo, as criancas quase sempre gostam dos soldados que garantem a protecao delas a noite. Foi assim comigo por todo o mundo inclusive no Iraque.
Seja a inocencia delas ja que nao dispoem de ideologia ou o que seja, elas e que fazem o nosso sacrificio valer a penas em terras distantes de nossas familias e lares.
Semper Fidelis!
Os fuzileiros não estão usando o blindado Piranha III no Haiti,o fuzil é o Pára-Fal prá mim é novidade.abraço.
João Terba:
Esses não são Fuzileiros navais! São Fuzileiros da cavalaria do EXÉRCITO! Abraço.
João Terba,
No jargão da Infantaria, dentro das unidades, o “Infante” é chamado “Fuzileiro”, vemos por exemplo: 1º Companhia de Fuzileiros, 2ª Companhia de Fuzileiros e por ai vai.
O Armamento padrão do CFN é M-16/M-4/Minimi(M-249)/PT-92 e eles estão sim usando alguns Piranha III lá. O FAL parece que ainda é usado no adestramento dos novos recrutas.
Não me recordo do CFN usando PARA-FAL, nem mesmo no Batalhão Tonelero.
Achei muito interessante a matéria.
O autor do texto foi o Jacahead isso?
Muitas coisas chamam a atenção, mas uma delas é fundamental: “Seria extremamente desejável que as preciosas lições colhidas em solo haitiano não se apaguem…”
Acredito que os militares enquanto executam a missão designada no Haiti devem estar “anotando” todos os ensinamentos que só a prática do combate proporciona. Isso é fundamental para todos nós, empresas ou governos. Na atividade privada a necessidade de reciclagem é continuada. Assim deve ser também na técnica militar.
[]s
Não Colt não é de minha autoria.
Foi retirado da Revista Ação de Choque do Centro de Intrução de Blindados General Walter Pires.
Apenas postei para compartilhar com os colegas algo que li recentemente.
José “Jacahead” da Silva, uma pergunta: vc não acha que a Infantaria da Aeronáutica esta perdendo uma boa oportunidade de adquirir experiência real, pelo menos um pouco, ao não participar da MINUSTAH, logicamente com um contingente muito menor que o EB ou CFN, mas pelo menos para formar alguma massa crítica…afinal, gostemos ou não, o Haiti é um laboratório.
Sds
Tambem achei o trecho (“Seria extremamente desejável que as preciosas lições colhidas em solo haitiano não se apaguem…”) o X de toda a questão.
Nós não temos doutrinas obsoletas, o que nós não temos é doutrina amadurecida de uma situação de emprego real recente, mesmo que seja uma operacao da ONU.
Tudo o que temos é oriundo do esforço, do treinamento e do estudo das experiencias de forças estrangeiras, agora estamos aprendendo com a nossa propria pratica e o país “tem que dar condições” para que os homens que viveram essa experiencia possam espalhar esse conhecimento pela força, das mais diversas formas possiveis.
Com certeza muitas das informações colhidas no Haiti irão servir para o programa da nova VBTP entre outros programas.
“O ideal seria que os atendentes de pelotão tivessem conhecimentos de pára-médicos.”
Essa questão, como disse o Marine, já foi tratada em conversa entre nós. É um tipo de peça chave, que sendo praça (SD ou CB) não pode ser dispensada depois de treinada. Deveriam ser o melhor instruidas que fosse possivel e incorporadas definitivamente na Força, mesmo que quando fossem promovidas a graduados (NCO), mesmo nao tendo vindo da EsSA.
O Haiti ja esta em 2040 ,data em que não haverá mais nada para fazer, por que os problemas simplesmente ja engolirão qualquer tentativa de solução.
ahh mais uma coisa….fui convidado a ir pro haiti e não fui, adorava o EB,aprendi muito lá sem contar o sofrimento nos treinamentos, mas não vale a pena arriscar minha vida num lugar onde não tem nem fuzil, essa é a realidade!!!
e depois tenho q ver os carinha falando de fx da fab, submarino nuclear…hahaah $$ tá em brasilia não no EB!!!hahaah
Como falou o Fernando Cabral, pena não ter o apoio de Helicópteros, para maior segurança da tropa.
As FAs brasileiras para mim sempre foram motivo de orgulho, porque “missão dada é missão cumprida” apesar de tudo.
Já pensaram essas forças, mais bem equipadas oque fariam?
Marine, vc serviu no Iraque? Mas vc é brasileiro, certo?
Outra coisa, eu jurava que estava lendo sobre os Fuzileiros Navais, depois que eu acordei. Mas, parabéns ao EB pelas missões tb!
NÓS SOMOS DA PÄTRIA A GUARDA…!!!!!
Marcelo Tadeu,
Sim sou brasileiro e no Iraque servi em Fallujah e Um Qasr.
Sds!
Excelente o texto.
Achei interessante a dificuldade da tropa na utilizacao do para-fal no ambiente urbano.
abs!
Eu confesso que não tinha idéia da capacidade da blindagem dos Urutu. Na minha igenuidade eu tinha dúvidas se resistiria a disparos de 0.50. A realidade é muito pior! Simples 7.62 podem penetrar a blindagem. Se bobear periga um Humvee oferecer mais proteção…
Jonas Rafael: uma vez falei que um 7,62mm ultrapassa a “blindagem” de várias viaturas, inclusive o M-113 e fui ridicularizado por alguns colegas… Bem pouca coisa segura um balaço de .50…
Isso por que essas milícias eram despreparadas e provavelmente só tinha acesso a munição “standard”; imagine um inimigo minimamente equipado, contando com atiradores e munição penetrante.
Felipe Cps mais a blindagem dos M-113 nao é feita de aluminio? rsrs pelo que lembro é feita de aluminio desculpem a ignorancia e os erros !
Marine, vc é brasileiro e serviu no USMC, como foi isso?
Marcelo Tadeu,
Nao quero tomar o espaco do blog com minha vida profissional sem contar que ia por muita gente pra dormir…zzzzzzzzzzz Hehehe
Entre nos chats que estou sempre la e ai posso esclarecer melhor suas duvidas.
SF!
Cantarelli,
Isso mesmo. A couraça do M-113 é feita de alumínio endurecido.
Mesmo não sendo militar, já entrei dentro de um, e digo que, mesmo sendo expessa, em algumas situações não consegue segurar .30 perfurante. Apenas o motorista e o motor tem essa capacidade. E olha que a suspensão inteira fica vulnerável, sem ao menos uma saia blindada para protegela.
Imagina o estrago que um lança rojão (tipo RPG) faria na tripulação, se impactasse na lateral????????????????
abraços.
Importante resaltar isso sera que eles vao repasar ao prototipo do urutu 3 estas liçoes ?
Mais uma vez entra na pauta de discussão a troca dos Fuzis FAL/ParaFal pelo exercito.
Qual o Fuzil e calibre mais adequados para o EB?
Seria necessário criar uma Unidade Especial de Guerra Urbana?
Qual a importância dos UAVs nestas operações?
Concordo com o Sparta, temos que aprender com os erros e identificar as deficiências. Se o Brasil quiser participar de futuras operações de Paz com mais desenvoltura terá que sanar estes problemas.
giovani
creio que uma unidade especial de guerra urbana nao e necessario, mas sim toda a forca ser preparada para esse cenario, que sera o cenario do futuro.
tem um artigo mto legal do prof. expedito bastos que coloca a adaptacao de alguns vetores do EB para a guerra urbana, entre eles um kit (como o tusk americano) para o leopard 1.
abs
Noel,
Desculpe por demorar em responder.
Não posso afirmar com certeza mas tenha uma vaga lembrança de ter visto fotos de infantes da Aeronautica operando integrados a unidades do CFN e do EB no Haiti.
Acho importante para os graduados da INFAer para poderem colher em primeira mão como é operar em ambiente de missao de paz e internacional e principalmente para os oficiais no ambito de Estado-Maior Combinado.
Mais do que isso acho desnecessario porque a principal funcao da Infantaria de Aeronautica e a protecao de Bases, instalacoes e material da FAB, se bem que isso esta mudando pelo mundo. Nos EUA por exemplo eles foram surpreendidos com os ataques as Bases Aereas no Iraque e no Afeganistao e a Infantaria deles teve que deixar a tradicional funcao de PA, principalmente desempenhada no CONUS e na Europa.
Passaram a operar como infantaria em grupos de Busca e Destruicao, pois o inimigo nao tentava atacar as Bases diretamente mas sim por meio de foguetes e morteiros e como esses nao cortam cercas, nem forçam gates eles foram obrigados a sair as ruas para caças os insurgentes em suas posicoes de tiro.
Resumo: Esta faltando gente na USAF para fazer esse serviço nos deployments da Alas Aéreas Espedicionarias e acabam sendo desfalcadas as unidades de seguranca convencional no CONUS, na Europa, Japão e Coreia do Sul.
José “Jacahead” da Silva, antes tarde do que nunca rsrsrs confesso não ter tido conhecimento que a FAB tivesse enviado alguma unidade de Infantaria pro Haiti, somente pessoal de ligação.
Quanto ao que vc citou da USAF, é interessante, pois no Vietnam eles tiveram esses mesmos problemas, aliás, muito piores, mudaram a doutrina de emprego da PA, matéria de um edição da Military Review de 1989 ou 90, se bem me lembro; e pelo que vc citou, foram surpreendidos de novo; e apenas confirma que a InfAer deveria aproveitar a oportunidade, no Haiti, prá adquirir experiência, e creio que ainda está em tempo.
Muito boa sua matéria, e obrigado pela resposta.
Abraço
O excelente artigo é de autoria do Cap Cav Carlos Alexandre Geovanini dos Santos, que servia no Centro de Instrução de Blindados, em Santa Maria, RGS.