Missão militar brasileira reformará Exército de Guiné-Bissau
A missão militar brasileira na Guiné-Bissau começa a operar já no segundo semestre deste ano e vai a reforma do Exército do país, garantiu o ministro da Defesa do Brasil, que começa na próxima segunda-feira um périplo por África.
Em Luanda, nos dias 27 e 28 de Maio, Nelson Jobim participará na reunião dos ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que terá a situação da Guiné-Bissau como um dos temas centrais.
Segundo Jobim, o Brasil vai enviar a Bissau nos próximos trinta dias um grupo de engenheiros para preparar o local onde funcionará a missão militar brasileira.
“É preciso mudar a estrutura de guerrilha que há ainda na cabeça dos militares guineenses”, afirmou Jobim, durante uma conferência de imprensa na terça-feira com os correspondentes estrangeiros em Brasília.
O ministro reforçou também que o Brasil vai ajudar na formação de uma força de paz para a União Africana, juntamente com Moçambique.
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil vir a integrar eventuais tropas das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Jobim foi enfático.
“Todas as possibilidades em relação a uma ajuda à África estão abertas. Mas não participamos em operações de intervenção para fazer a paz, mas sim para manter a paz, como é o caso do Haiti”, frisou o ministro.
Nos Estados Unidos, onde cumpre uma agenda cheia de hoje até sexta-feira, Jobim vai salientar no Departamento de Operações de Paz das Nações Unidas (DPKO) o desejo de o Brasil participar em missões internacionais, desde que o enfoque seja a manutenção da paz.
O ministro volta ao Brasil no domingo e já na segunda-feira parte para Praia, de onde seguirá com sua homóloga cabo-verdiana, Cristina Fontes Lima, para Luanda.
Após a XI Reunião dos ministros da Defesa da CPLP, Jobim visitará o Congo e a Namíbia, países com os quais também abordará a necessidade de uma visão concertada entre africanos e sul-americanos em relação ao Atlântico Sul.
Em Janeiro último, a Namíbia tornou-se no primeiro país a adquirir e receber navios de guerra fabricado no Brasil com a incorporação do navio patrulha Brendan Sinbwaye, construído pela Indústria Naval do Ceará (Inace).
Fora da América do Sul, a Namíbia é o país com o mais significativo programa de intercâmbio militar com o Brasil, que ajudou os namibianos a montarem a sua Marinha.
Após a venda do Brendan Sinbwaye, vários países, nomeadamente africanos, demonstraram interesse em encomendar navios ao Inace, de acordo com a empresa.
FONTE: Agência AngolaPress
[…] Leia mais sobre a cooperação militar brasileira com países africanos no blog ForTe. […]
Isso que é ação diplomática. Ajudar a organizar as FFAA destes países é ajudar na estabilidade dos mesmos. Atrás disso vem os contratos comerciais, de serviços como de nossa engenharia.
Sera que as empresas brasileiras venderao armas para eles?
Um Pouco Off-topic, mas nem tanto…
Palavras do Gen. Lessa, publicadas no Defesanet:
Assisti a palestra do ministro Nelson Jobim no Clube Militar sobre a nova Estratégia Nacional de Defesa – END, tão comentada nos últimos tempos.
Defesa@Net
Notícia sobre a Palestra no Clube Militar
Estratégia tem horizonte de 50 anos, diz Jobim no Clube Militar
http://www.defesanet.com.br/md1/end_16.htm
Defesa@Net publicou importante apresentação do Gen Lessa sobre a Amazônia – Defesa@Net 2002
http://www.defesanet.com.br/toa/genlessa/
Foi desolador ouvir o titular da pasta, por quase 3 horas, desfiar objetivos, metas, prioridades, princípios que, longe de convencerem, despertaram inquietação e pasmo pelo seu alto conteúdo teórico, calcado em falsas premissas de democratização, subordinação do militar ao poder civil e sua efetiva retirada do processo político brasileiro, alheando-o das grandes decisões nacionais.
Desembaraçado, com bom domínio da platéia, o ministro dissecou a dita END, as suas origens e a metodologia que foi aplicada na sua elaboração, e ao longo da exposição ficou muito evidente a falta de consistência das idéias apresentadas, pelo total alheamento com a realidade do país, seja qual for o campo que se considere – político,diplomático, científico, econômico, psicossocial – estabelecendo metas tão absurdas e descompromissadas com o tempo que, por pouco, faltou prever a nossa ida à lua, à marte ou, quiçá, até mesmo ao sol, ao longo dos próximos 50, 100 ou 1000 anos.
O descomprometimento temporal, a não convergência com as condicionantes políticas brasileiras de não se prosseguir projetos de governos passados, a ausência de orçamento econômico-financeiro de longo prazo, o descompasso técnico-científico que vive o país com até mesmo grandes dificuldades de absorção de novas tecnologias, põem por terra as supostas benesses que possibilitariam transformar as Forças Armadas Brasileiras em efetiva e confiável máquina de guerra.
É difícil citar projetos que vingaram e se firmaram na Nação desafiando sucessivos governos, sendo o mais evidente de todos eles o da Petrobras. Nada garante que os futuros governos aceitem, como prioritárias, as premissas estatuídas na referida Estratégia e deem a ela prosseguimento ao longo dos próximos 50 anos. É pura utopia assim pensar.
Talvez alguma coisa dê frutos e, como princípios a seguir, foram bem colocados a transferência de tecnologia na aquisição dos diferentes materiais e o incentivo à indústria nacional de defesa.
Todavia, nenhuma palavra sequer foi dita com o intuito de reverter as atuais fragilidades das Forças Armadas, com carências de toda ordem, obsolescência dos seus equipamentos e armamentos, precariedade dos seus sistemas logísticos, limitações no adestramento e na qualificação dos seus quadros e muitas outras, pois, nesse caso, o ministro teria que sair das suas considerações essencialmente teóricas e fora da realidade para efetivamente. se engajar e o atual governo na alocação de vultosos recursos que possibilitariam reverter tão preocupante cenário que ameaça até mesmo a soberania do país.
É fácil, mas sem sentido, elaborar um documento de tal envergadura jogando para os futuros governos a responsabilidade da sua viabilização. Na realidade, é com “forças desarmadas” que dispõe o país para a sua defesa, incapazes de se oporem com razoável grau de sucesso a possíveis investidas inimigas, sejam elas de que origem for.
A responsabilidade por esse desastroso quadro é dos políticos, tem nome e sobrenome – poder civil- que vem governando o país por mais de 20 anos e que não atribui ao seu segmento militar as prioridades que ele necessita.
Se fosse uma estratégia séria, teria previsto metas e objetivos a serem atingidos ao longo do tempo, comprometendo orçamentos econômicos e financeiros realistas para alcançá-los, conferindo em primeira mão alta prioridade à reversão do atual e melancólico quadro em que as Forças Armadas se encontram.
Mas isso o ministro não poderia garantir, particularmente face à atual conjuntura econômica mundial. Por isso, esquivou-se.
De fato. o que temos presenciado é o corte nos orçamentos militares, a considerável redução nas despesas de custeio e de investimentos e no número de conscritos a serem incorporados. Essa é a realidade das Forças Armadas e não a ficção, o sonho quimérico, lunático, que o ministro pretendeu vender como uma verdade futura.
Considerar a Amazônia como área prioritária não constitui novidade. Há muito tempo assim o entendem as Forças Armadas, especialmente o Exército, quando nos últimos 20 anos para lá transferiu várias das suas brigadas. Mas é chocante confrontar-se os ditames da atual Estratégia com as enormes dificuldades com que civis e militares lá se defrontam. quando até mesmo as condicionantes básicas de vida estão muitas vezes ausentes nos pelotões de fronteira, onde, ainda hoje, são raridades a energia elétrica, o esgoto, a água tratada e encanada, as comunicações confiáveis etc.
Antes de sonhar com esse hipotético soldado do futuro, réplica crioula de um mimetizado “X-Man”, é preciso cuidar do soldado do presente, tão esquecido e desprezado nessa Estratégia.
Considerar que os problemas que envolvem a TI Raposa Serra do Sol não ameaçam à soberania do país e que, também, não são da alçada do Ministério da Defesa é um lastimável engano e uma grande decepção pela miopia da visão distorcida, pela não valorização da unidade nacional e pelo desconhecimento ou menosprezo das pressões internacionais sobre a Amazônia.
Pobre das Forças Armadas que continuarão sendo iludidas por aqueles que sobre elas têm responsabilidade, prometendo-lhes mundos e fundos que nunca virão, tônica presente em todos os últimos governos, a despeito da lealdade, competência e eficiência com que vêm servindo a Nação!
Infelizmente, e o futuro dirá, a Estratégia Nacional de Defesa é mais um engodo, mais um desvario megalomaníaco, um documento para “inglês ver” e do qual não sairão Forças Armadas efetivamente dotadas de poder combativo capaz de respaldar o país na defesa dos seus mais altos interesses.
Francisco AMX, na boa, não bastava apenas informar o link?
Robson Br
Concordo com você.
Cantarelli
Por trás de toda ajuda há sempre um interesse. Nâo necessáriamente em armas neste caso más certamente havendo oportunidades acredito que sim, venderemos armas a estes paises ou produtos divérsos como alimentícios dentre outros.
Por trás está a construção civil, conheço varios engenheiros que estão na Africa, reconstruindo as coisas por lá.
O brasileiro é bem-vindo por lá, como em qualquer lugar que vá, pois respeita a tradições, religiões e leis locais.
Este é o tipo de comércio que é muito bom, mesmo havendo o “interesse”, ele é benefico para todos os lados.
Isso é que o Brasil tem que fazer, é assim que fortalece suas FFAA´s, ajudando militarmente outros Países, se fortalecendo!! Hoje na África, amanhã na Ásia e depois quem sabe, EUROPA !!! E não ficar a rasgando dinheiro com los hermanos !!
Sds.
É muito importante decisão de enviar pessoal de Brasil para reestrutorar e refomar Militares da Guiné-Bissau,parabens Jobim.
Concordo com o Ministro no seguinte ponto:
NADA de meter o Exército em missões de peace-enforcement (“imposição” da paz)!!! Missões de peacekeeping são suficientes para projetar o nome do nosso país no cenário mundial.
Excelente iniciativa brasileira. E não se estranhem se aparecerem cada vez mais Cadetes de Guiné-Bissau a serem formados na gloriosa AMAN.
Abraços.
Adler, na boa, te encomodou tanto assim? peço desculpas
Peço aos administradores do blog retirar o meu post sobre o que escreveu o Gen Lessa… achei que era importante, mas pelo visto encomodou alguns.
Obrigado
Será o Brasil o país que irá mudar a história da Africa?
Francisco AMX
Não leva a mal, más se vc olhar teve um tópico a poucos dias com esse mesmo texto, na integra.