Rebeldes admitem derrota no Sri Lanka
O grupo separatista que desde 1983 trava uma guerra civil no Sri Lanka para tentar conquistar um Estado independente para a minoria tâmil (18% da população) admitiu ontem ter sido derrotado pelo governo do país e ofereceu entregar suas armas se os militares suspendessem os ataques.
Os Tigres Tâmeis, que chegaram a controlar boa parte da região norte do país, inclusive com a presença de um sistema judicial, vinham sendo encurralados pelo governo. Já haviam perdido qualquer saída para o mar e, no sábado, estavam confinados a uma área de cerca de 3 km2.
As forças militares do Sri Lanka, no entanto, rejeitaram a oferta de cessar-fogo, afirmando que os milhares de civis -entre 30 mil e 80 mil pessoas, segundo estimativas da ONU- que estariam confinados na área de conflito até a véspera haviam sido resgatados, não havendo razão para interromper o ataque aos rebeldes.
Além disso, segundo o governo, os rebeldes não interromperam os ataques, apesar da oferta feita por meio de uma página oficial na internet de apoio ao grupo.
“Essa batalha chegou ao seu amargo final”, dizia a nota dos Tigres Tâmeis. “É o nosso povo que está morrendo, vítima das bombas, granadas, doenças e da fome. Temos apenas um último recurso -retirar a última frágil desculpa do inimigo para assassinar nosso povo. Decidimos silenciar nossas armas.”
O ministro das Comunicações do país, Anura Yapa, respondeu prometendo manter a ofensiva. “Queremos livrar este país desses terroristas.”
Segundo o governo, homens-bomba tâmeis deflagraram ataques suicidas às tropas do país ontem, mesmo depois da oferta de deposição das armas.
Ainda de acordo com as autoridades locais, um grupo de 70 rebeldes que tentava fugir de barco atravessando um lago ao norte do país foi interceptado e morto.
Vítimas civis
Grupos de direitos humanos responsabilizam rebeldes e governo por um “banho de sangue” na população civil tâmil após a escalada dos conflitos nos últimos meses.
A maior parte dos mais de 20 mil mortos civis desde janeiro, dizem grupos de ajuda humanitária no local, foram vítimas de ataques aéreos dos militares.
Ao mesmo tempo, eles acusam os rebeldes de manter civis à força dentro de seu cada vez mais diminuto território.
As acusações não impediram o governo local e integrantes da maioria cingalesa (74% do total) de comemorarem a derrota dos Tigres Tâmeis.
Anúncio oficial
É Esperada para amanhã uma declaração oficial do fim da guerra -que teve idas e vindas, e acenos de acordos de paz, desde os anos 80- pelo presidente cingalês, Mahinda Rajapaksa, em rede nacional de TV.
Ao chegar ao país de uma viagem à Jordânia, ontem, Rajapaksa foi saudado no aeroporto por ministros e representantes religiosos budistas, católicos, hindus e muçulmanos.
Na capital do país, Colombo, milhares de pessoas foram às ruas comemorar a admissão de derrota dos Tigres Tâmeis.
O destino dos líderes do grupo rebelde permanecia incerto ontem. Um integrante do Exército que não quis se identificar publicamente disse a agências de notícias internacionais que o principal líder do grupo separatista, Velupillai Prabhakaran, poderia ser um dos rebeldes que cometeram suicídio ontem ao serem cercados.
Segundo esse mesmo militar, os corpos ainda estavam sendo identificados.
FONTE: Folha de São Paulo
Caro Galante,
Seu blog está cada vez melhor. Parabéns, amigo!
do blogueiro de bolso Jorge Antonio Barros
Não conheço esse conflito e não sei como a coisa se passou, mas acho que a qualquer inimigo deve ser dada a chance de se render, ainda que incondicionalmente. Se não foi dada essa oportunidade a um inimigo já derrotado, penso que isso é grave. Com a palavra os que entendem mais do que eu.
Abs.
Caros,
Tenho uma informação curiosa sobre o conflito. O General Sarath Fonseca, do exercito singalês, é descendente dos lendários “casados” do século XVI, ou seja, é um primo distante nosso.
Sds.
Felipe Cps,
Vejo pelas informacoes que tenho que tal pedido de cessar fogo foi apenas uma busca em “comprar tempo” pelo Tigres Tamil com a esperanca de que assim pudessem escapar ou ate reinvindicar a chegada da comunidade internacional em algum tipo de negociacao que possibilitasse sua luta continua.
Concordo com a decisao militar de continuar com a ofensiva para assim atingir seus objetivos e trazer a paz o mais rapido possivel ao eliminar a guerra civil.
Semper Fi!
Felipe,
Os tamil são um grupo apoiado pela Índia e pelo bloco comunista, com apoio velado de muitos países ocidentais.
Juntam o radicalismo hindu ao internacionalismo comunista e têm movido sangrentas ações terroristas contra civis há décadas.
O que eles tentam agora é fazer o que o marine afirmou; ganhar tempo – pois não desejam admitir uma derrota total e a consequente rendição incondicional.
Mas a União Europeia, a mesma organização que promove a fragmentação do Brasil e a redução a colônia de todos os países europeus, já para lá enviou o socialista internacionalista sueco Carl Bild, para “negociar a paz”.
Nada disso é mais que a continuação do trabalho de desestabilização que também promovem no Nepal, na Tailândia, no Paquistão e outros locais da zona.
P.S: A ortografia correta do nome do general é Sarath “Fonseka”.