O governo prevê a aplicação este ano de R$ 188,7 milhões em 25 projetos da área de defesa, desenvolvidos pelos centros de tecnologia das Forças Armadas em parceria com empresas privadas. Esses recursos serão oriundos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Para 2010, a previsão de investimentos públicos nos projetos de defesa será de R$ 492,4 milhões.

Entre os projetos estão o radar SABER M-60 e SABER-200, do Exército, e o Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado), da Aeronáutica, e o de desenvolvimento de fibra de carbono de alto desempenho da Marinha. Os números foram apresentados na terça-feira (7) pelo diretor do Departamento de Mobilização (DEPMOB), general-de-divisão Adriano Pereira Jr., em palestra no seminário “Estratégia de Defesa Nacional e a Indústria Brasileira”, realizado na Câmara dos Deputados. O DEPMOB faz parte da Secretaria de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia (Selom) do Ministério da Defesa.

Ações

De acordo com o general, a Estratégia Nacional de Defesa trouxe várias ações que terão que ser apresentadas pelo Ministério da Defesa para o estímulo à indústria de defesa. Entre essas ações, estão a atualização da Política Nacional da Indústria de Defesa; criação de regimes jurídico e econômicos especiais que possibilitem o desenvolvimento da indústria nacional de defesa; alterações na Lei 8.666, Lei de Licitações, de forma a incentivar a compra de tecnologia nacional; e concessão de garantia para a exportação do produto de defesa nacional. Uma primeira proposta de atualização da Política Nacional da Indústria de Defesa para adequá-la à Estratégia, que já foi apresentada pela Selom ao ministro da Defesa.

O general Adriano lembrou que a ausência de recursos tem sido, ao longo dos anos, um problema que vem impedindo o reaparelhamento do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Segundo o general, tendo em vista os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa, as Forças Armadas já vêm revisando seus antigos planos de reaparelhamento. Em troca, estão colocando metas de aparelhamento, a serem submetidas em breve ao Ministério da Defesa, com horizonte de longo prazo (até 2030).

Equipamentos

Essa mudança de procedimento tem algumas implicações. A primeira é que exige, por parte do governo, uma política previsível de compras, uma vez que material de defesa não constitui artigo “de prateleira”. Ao contrário, requer um planejamento de compras antecipadas de modo a dar à indústria nacional tempo para produzir os equipamentos. A introdução do fator previsibilidade, no entender do general Adriano, só será possível por meio de um “programa de governo de aquisição de produtos de defesa”. O programa de aquisição, conforme acrescentou, deve ter duas bases de apoio. A primeira delas em um programa orçamentário plurianual, que daria tranquilidade à indústria fornecedora. A segunda base seria o orçamento anual, fator que daria à indústria de defesa a segurança dos recursos para a cobertura dos gastos de curto prazo.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – Boletim Em Questão nº 789

Foto: radar SABER 60 Centro de Tecnologia do Exército

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gaspar
gaspar
15 anos atrás

qual a diferenca do saber M60 pro saber-200 ??

Rodrigo
Rodrigo
15 anos atrás

* Saber X60 – Protótipo do Saber M60, funcionou apenas para confirmar aos financiadores de que o projeto era viável.
* Saber M60 – A primeira versão funcional do radar. Tem capacidade de acompanhar até 40 alvos, em um raio de 75km e até uma altura de 5.000m, os dados dos alvos estão em 3D, é operado por 3 militares e tem um peso de 200kg.
* Saber M200 – Projeto para um radar semelhante ao Saber M60, porém com maior alcance, raio de 200km e altura de 10km.

J Roberto
J Roberto
15 anos atrás

Este radar é similar ao Elta EL/M-2106NG israelense-radar de busca para defesa aérea tática.
Está mais na hora de termos um radar com alerta rápido e preciso sobre ataque de helicópteros artilhados ou de caças em voo à baixas altitudes.Ideal para tropas móveis pode ser transportado por qualquer aeronave de asa fixa ou rotativa.
Uma versão naval do M-200 embarcada até que não era ruim.

gaspar
gaspar
15 anos atrás

caramba, nao sabia que temos capacidade de fabricar radares 3D…
esses radares podem ser instalados na Amazonia e ter a sua localizacao diferente a cada dia…
esse radar emite alguma frequencia/sinal ??? pois tem radares que operam sem emitir nenhum sinal, assim o alvo nao sabe que foi “trackeado”…
mas ja e um belo avano para nos…

Hornet
Hornet
15 anos atrás

Boas notícias! Já é uma colheita do END, uma vez que este mudou a lei para incentivar e privilegiar o desenvolvimento de tecnologia de defesa nacional. O caminho é esse mesmo.

abraços a todos

RJ
RJ
15 anos atrás

Estou louco para ver um M200 equipando uma Fragata brasileira…
Já estão pensando em versões embarcadas desse radar?

Leonardo Besteiro de Almeida Alves
Leonardo Besteiro de Almeida Alves
15 anos atrás

Bem, o que podemos tirar desta lição? É que o nosso país é perfeitamente capaz de suprir suas necessidades em termos de tecnologia de defesa, isso quando o dinheiro necessario é alocado. Particurlamente eu prefiro ver o nosso dinheiro sendo gasto para o desenvolvimento cientifico nacional, mas ao contrário nosso suado dinheirinho é gasto com passagens de parentes de politicos, salários para funcionarios fantasmas e outras mil falcatruas que ocorrem no senado e na camara dos deputados. Só para se ter uma idéia se somarmos toda essa grana que é ROUBADA dos cofres publicos de maneira legal, a Marinha do Brasil poderia ter mantido o A11 Minas Gerais na Esquadra desempenhando a função de Porta- Helicópteros, algo do qual a mesma carece com certa urgência, e só para lembra, quando ele foi vendido para sucata (pois a marinha não teria condições de manter o A11 e o A12) ele tinha acabado de passar por uma revitalização.

Ronaldo  Braz  de Araujo
15 anos atrás

fico mais aliviado,vendo o governo se precupando com a defesa do país. é preciso muito mais ,é muito pouco para um país como o brasil