O general britânico responsável pelo comando militar das forças no sul do Iraque, Andy Salmon, transferirá nesta terça-feira o controle da região para o norte-americano Michael Oates, em um ato que representa o início oficial da retirada das tropas britânicas do país.
A partir desta terça-feira, soldados americanos e britânicos passarão a ser comandados pelo oficial dos Estados Unidos, no que passará a ser chamado de Divisão Multinacional do Sul.

A maior parte dos 4 mil soldados britânicos – que agora estão estacionados nos arredores da cidade de Basra – deve deixar o país até o dia 31 de maio, quando termina a operação de combate britânica.
A partir desta data, apenas 400 soldados da Grã-Bretanha permanecerão na região, para exercer funções no quartel-general da coalizão e treinar a Marinha iraquiana.

Em entrevista à BBC, o general Salmon afirmou que muitos objetivos foram atingidos nos últimos seis anos de ocupação no Iraque.
“Nós ajudamos a aumentar a segurança e colocamos as condições para o desenvolvimento econômico e social. Acho que podemos sair com a cabeça erguida”.

Comando americano

Os soldados britânicos já começaram a desocupar edifícios e transferir tarefas para os colegas dos EUA, enquanto se preparam para a retirada depois de seis anos.
Segundo a correspondente para assuntos de defesa da BBC, Caroline Wyatt, a presença dos soldados norte-americanos já é visível em Basra.
A partir de agora, o papel dos Estados Unidos no sul do Iraque será ligeiramente diferente, devendo se focar no treinamento de policiais iraquianos e na manutenção da rota de transporte de suprimentos entre o sul e Bagdá.

Segundo o coronel norte-americano AJ Johnson, responsável pelas ligações com o Exército iraquiano no Centro de Operações de Basra, os Estados Unidos manterão a estratégia que vinha sendo adotada até agora na região.
Isto significa que os soldados e policiais iraquianos devem continuar a ser a presença mais visível nas ruas da cidade.
“O objetivo da transição é garantir que não se perceba que o Exército dos EUA está aqui e que nós não faremos nada diferente do que os britânicos fizeram na região”, disse Johnson à BBC.

Os americanos também estão reduzindo o número de tropas no país. Duas brigadas devem sair da Província de Al-Anbar, que antes era considerada o centro da Al-Qaeda no Iraque.
A retirada total das forças americanas do país está prevista para 2011.

FONTE: BBC

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Vassili Zaitsev
Vassili Zaitsev
15 anos atrás

Ao que parece, os Britânicos tiveram mais êxito que os americanos em pacificar o local por eles patrulhado no Iraque. Deve ser pelo sentimento “anti-americano” muito presente no povo árabe.

Mas os americanos, embora tendo muitas baixas fatais para a irsurgência, tb conseguiu controlar os milicianos sunitas. Para isso, tiveram que mudar sua política de relacionamento com o povo iraquiano. Pouco à pouco, passam o poder de polícia aos próprios iraquianos, com isso acalmando os ânimos dos mais rebeldes. O General David Petraus teve bastante exito nesse quesito: o de se aliar aos líderes tribais, e os incentivar à expulsar os integrantes da Al Qaeda por si sós.

No fim das contas (mesmo com tantas baixas), os militares americanos saem com a cabeça erguida, com o sentimento de dever cumprido.

Mas, o Bush mentiu ao dizer ao Mundo que Sadam Hussein tinha armas químicas e bacteriológicas, e que era um aliado de Bin Láden.

abraços.

Dalton
Dalton
15 anos atrás

Vassily,

nao tenho tanta certeza sobre isso. Os ingleses ocuparam o Iraque durante a primeira guerra e permaneceram lá por um tempo depois e
houveram serios problemas envolvendo inclusive o esmagamento de uma revolta usando-se a RAF, portanto nao acredito que haja grandes simpatias pelos britanicos.

Recentemente uma pesquisa de opiniao revelou que 80% acharam negativa a permanencia dos soldados britanicos em Basra, inclusive varias mulheres acusadas de namorar soldados britanicos foram mortas pelos proprios pais ou outros parentes masculinos, já que tal relacionamento envergonhava a familia e apenas a morte poderia curar.

Terras e costumes, muito estranhos para nós ocidentais.

abraços

Marine
Marine
15 anos atrás

Vassily,

Nao tem aver com os britanicos terem tido mais exito ou tivessem alguma estrategia secreta que os EUA nao utilizaram, mesmo porque os britanicos como todos os outros caiam sobre diretriz do comando central americano e do comando localizado em Bagda.

Na verdade o que houve e que Basra como o sul do Iraque e predominantemente Shia e a grande maioria da insurgencia vinha de areas Sunni como aonde estive na provincia de Al Anbar (Fallujah, Ramadi e outras cidades), o AQI (Al Qaeda in Iraq) tambem era um movimento de sua maioria Sunni, entao os ingleses deram “sorte” por estarem em uma area relativamente segura em comparacao com Bagdad e Al Anbar quando a insurgencia e Al Qaeda ainda estavam a todo vapor.

Como mencionou o colega Dalton as coisas so comecaram a melhorar depois de um “approach” novo por nos e pelo desgaste da populacao sunnita com os metodos da AQI a partir do segundo semestre de 2007.

Semper Fidelis!

joao terba
joao terba
15 anos atrás

Pobre povo iraquiano,os caras vem bombardeiam tudo,acabam com a infra-estrutura do país,a corrupção entre as empreiteiras e os generais americano é grande, marcam uma data para sair e começam vender aviões,tanque e etc, aí vem o presdente do Iraque e diz que o grande inimigo é o Irã e a Síria,assim é demais.um abraço.

Marine
Marine
15 anos atrás

Joao Terba,

“…a corrupção entre as empreiteiras e os generais americano é grande…”

Sera que voce poderia nos colocar a parte de suas fontes que mostram a corrupcao dos generais americanos?

Vassili Zaitsev
Vassili Zaitsev
15 anos atrás

Dalton e Marine,

Beleza amigos. Aceito seus pontos de vista. Podemos ser um pouco devergentes em um ou outro quesito, mas concordamos com o geral: Saddam Hessein era um tirano. Tinha mesmo que ser desposto do trono.

João Terba,

Vc confundiu totalmente as bolas. Confundir oficiais generais com empreiteiras comandadas por políticos?? Não dá né???????????

Se vc tivesse falado que as empreiteiras são corruptas, tudo bem, pois é uma empresa, e como toda empresa, visa o lucro. Não importa como, ela quer é lucro.

E vou dizer mais: No Iraque, muitos militares americanos perderam suas vidas tentando consertar as cagadas provocadas por essas empreiteiras. Cito um bom exemplo: Lembra quando os insurgentes mataram, queimaram e dependuraram quatro americanos em uma ponte em Fallujah???? esses 4 americanos pertenciam à Black Water, do vice prsidente Dick Chenney.

Pergunta: depois que os rebeldes tomaram a cidade, quem teve de ir até lá para restaurar a ordem????? as empreiteiras ou o US Marine???????

abraços.

joao terba
joao terba
15 anos atrás

Dalton e Marine,meus caros amigos esse envolvimento entre generais e empreiteira é real, o congresso americano está investigando,não me lembro agora da fonte,vou tentar localizar.um abraço.

Marine
Marine
15 anos atrás

Vassily,

Apenas quero te corrigir em um ponto para que nao vire “lenda” da internet….

A BlackWater nao pertence a Dick Cheney, foi fundada e tem como CEO um Ex-Navy SEAL.

Sds!

Leo Paiva
Leo Paiva
15 anos atrás

O Marine está correto sobre o Dick Cheney, ele tem, ou tinha, ligação apenas com a empresa Bechtel, que faz instalações sanitárias e de sistemas elétricos.

Já com relação às empreiteiras americanas no Iraque, estima-se que em dado momento a quantidade de funcionários trabalhando superou a quantidade de soldados, é aquele velho esquema que é bom para “todos”, o Exército vai na frente destruindo e as empreiteiras vão atrás reconstruindo, os fabricantes de armas ganham bilhões para ajudar a destruir, e os empreiteiros ganham bilhões para reconstruir, ( dinheiro do Iraque obviamente ), no final os políticos ganham algum financiamento de campanha e “todos” ficam felizes ( exceto as viúvas e os órfãos de ambos os lados ).

Quanto a BlackWater, ( nunca vi um nome tão apropriado para uma empresa ), eles não são muitos, comparados ao universo total de americanos, entretanto, eu usaria uma frase parecida com a de Churchill na IIGG, “Nunca tão poucos sujaram a imagem de tantos em tão pouco tempo”, se o ódio aos americanos já existia essa empresa conseguiu levá-lo ao extremo.

Os comandos da BlackWater se escondem no vazio legal existente, criado principalmente pela ordem 17, da época da administração do embaixador Paul Bremer, ela garante imunidade aos trabalhadores das empresas contratadas em outsourcing por atos cometidos no Iraque, eles não podem ir à Corte Marcial, não podem ser julgados nos EUA e nem no Iraque, ou seja, a certeza da impunidade incentiva os maus a praticarem seus atos.

Quanto a sair do Iraque com a cabeça erguida, eu penso que os soldados sairão, pelo menos os soldados de verdade, que eu acredito serem maioria, afinal cumpriram seu dever e ponto. Agora os EUA não sairão com a cabeça erguida e nem tão cedo vão levantá-la.

Sds.

Vassili Zaitsev
Vassili Zaitsev
15 anos atrás

Marine,

Então peço mil desculpas. Pelo que eu sabia, a BW pertencia à um vice presidente. Mais uma das “lendas da internet”.