Soldados de Israel relatam assassinatos de crianças e vandalismo em Gaza
Os soldados israelenses que lutaram durante os 22 dias da recente ofensiva contra o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, admitiram que mataram civis [ao menos 900, segundo números do ministério palestino] que não representavam ameaça às tropas e destruíram intencionalmente suas propriedades, “simplesmente porque podiam”. As declarações foram divulgadas em reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal israelense “Haaretz”.
As confissões chocam pela franqueza. “A atmosfera em geral, não sei como descrever. As vidas de palestinos, digamos que são menos importantes que as de nossos soldados”, diz um dos trechos da declaração de um chefe de pelotão que atuou em Gaza, ao justificar a morte de uma palestina e seus dois filhos, mortos por um atirador de elite israelense. “Porque, depois de tudo, fez seu trabalho segundo as ordens que lhe foram dadas. […] Assim, se eles estão preocupados, podem justificar desta forma”, completa. O jornal publicou trechos de declarações de militares que lutaram durante a operação em Gaza realizada entre 27 de dezembro e 18 de janeiro deste ano e que deixou ao menos 1.300 mortos, entre eles ao menos 900 civis, além de destruir milhares de casas e a infraestrutura do território palestino.
Os militares, entre eles pilotos de combate e soldados de infantaria, fazem as revelações em relatório do curso preparatório para soldados de Yitzhak Rabin. Seus testemunhos contradizem declaração oficial do Exército israelense sobre o rígido comportamento moral de suas forças durante a operação e confirmam em parte as acusações de organizações internacionais de direitos humanos que criticaram o excesso de violência na operação.
Falha de comunicação
Os testemunhos incluem a descrição de um líder de um pelotão de infantaria sobre um incidente no qual um atirador de elite disparou por engano contra uma mulher palestina e seus dois filhos. Segundo o militar, o comandante de outro pelotão deixou que a família saísse de um edifício no qual tinha ficado retida por soldados sob seu comando, para evitar que fosse confundida com militantes do Hamas. “Disseram para que fossem pela direita. Uma mãe e os dois filhos não entenderam [o comandante] e foram à esquerda, mas esqueceram de dizer ao atirador de elite no telhado que deixasse eles irem, que tudo estava normal e que não devia atirar. E ele fez o que achava que devia fazer, cumpria ordens”, disse. Segundo o militar, “o atirador viu a mulher e os dois filhos se aproximando dele além das linhas que ninguém devia atravessar”. “Atirou. Em qualquer caso, o que aconteceu é que os matou”, resume. O chefe de pelotão disse ainda não acreditar que o atirador se “sentisse mal a respeito”, afinal, fazia apenas seu trabalho.
Não há lógica
Segundo o jornal, o chefe do pelotão conta ainda que foi conversar com seu comandante sobre as regras da operação que permitiam que os militares “checassem” as casas à procura de militantes palestinos com armas na mão e atirando sem nem ao menos avisar os moradores com antecedência. Depois que as regras foram mudadas, afirma o jornal, o líder do pelotão reclamou que eles “deveriam matar todo mundo em Gaza”. “Todo mundo é terrorista”, explicou. “Você não tem a impressão dos comandantes de que há qualquer lógica nisso, mas eles não dizem nada. Nós escrevíamos “morte aos árabes” nas paredes, pegávamos as fotos de família deles e cuspíamos nelas, apenas porque podíamos”, conta o chefe do pelotão. “Eu acho que este é o principal: Entender o quanto as Forças Armadas israelenses caíram no âmbito de ética. Isso é o que eu mais me lembrarei”, disse o soldado.
O chefe do serviço jurídico do Exército israelense, Avichai Mendelblit, ordenou a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias dos fatos relatados pelos soldados, que considera “errôneos” e “inaceitáveis” para as Forças Armadas de Israel.
Fonte e foto (H. Moussa, AP via FSP): Folha de São Paulo
Nota do Blog: vale a pena relembrar matérias anteriores publicadas no Blog das Forças Terrestres desde o primeiro dia da ofensiva israelense em Gaza, assim como os comentários dos participantes do Blog, e então fazer uma reflexão comparada a esta última matéria. Para rever os posts, basta digitar no campo busca, no canto superior direito da página, palavras-chave como Hamas, Israel e Gaza.
lamentável e repugnante.
assassinos fardados? os oficiais e os executores deveriams er submetidos à um tribunal internacional e julgados por crime de guerra, racismo e genocídio de civis.
cometem os mesmos crimes os quais acusam seus inimigos.
à 60 anos isto tinha nome chamava-se nazismo…
parece que essa raca nao aprendeu nada com a SGM…
e ainda se dizem um dos melhores exercitos do mundo…
lembramos o fato de eles usarem bombas de fosforo branco em civis…
lamentavel que o mundo nao faca nada a respeito… logo mais as nacoes arabes vao tomar as dores, ai eu quero ver…
agem igualzinho aos nazistas, fazem a mesma coisa que hitler fez com eles…lamentável…
Alguem ainda acha que os judeus sejam melhores que os nazistas???Quem vence a guerra escreve a historia.
tomara que o iran faca logo sua bomba nuclear para acabar com esses assasinos de crianca, sao covardes e nao tem piedade de ninguem.
Pois a unica coisa que os palestinos querem e somente o estados palestino…a unica coisa que fazem e jogar uma bomba de 1 tonelada em um predio lotado de pessoas, pois somente procuram por uma unica pessoa e acabam matando todas….
Cuidado, pessoal, com a discriminação racial. Não contribui em nada, nesta altura do campeonato, fazer comentários de ordem racial. E cuidado também com as generalizações…pois são justamente essas coisas que levam a conflitos idiotas e sem sentido.
Tais coisas, que estão na matéria do jornal, já haviam sido denunciadas pela Anistia Internacional, por observadores da ONU e por vários outros órgãos internacionais desde quando começou o conflito. Não se trata extamente de uma novidade. A novidade é a confissão.
As perguntas que ficam agora, na minha opinião, são:
o que Israel fará com esses soldados e com seus comandantes? Punirá? O correto, ético e digno seria isso. Mas o comando das FAs de Israel vai ter peito e coragem de fazer isso, ainda mais com o governo de (extrema)direita que tomou posse nas últimas eleições?
O que a ONU vai fazer?
O que os aliados de Israel, particularmente os EUA, vão fazer, diante desta situação?
Pelo visto, tratam-se de crimes confessados pelos próprios soldados israelenses…então…vamos aguardar.
Se nada acontecer, se não houver algum tipo de punição para Israel e para esses soldados/comandantes, não vai dar mais pra chamar o Hamas de terroristas, na minha opinião. Ficou tudo nivelado…nivelado por baixo. Farinha do mesmo saco.
Quem sofre são apenas os judeus e os palestinos que não querem e nem nunca quiseram esta guerra idiota e sem fim.
abraços a todos
Hornet,
Muito bom e bem seu comentário.
Abraços
Hornet,
discordo somente em um ponto.
NAO sao apenas os judeus e palestinos que sofrem, ach que o mundo inteiro sofre com esse conflito…
onde ja se viu combater pedras com misseis, bombas de fosforo branco…
so lamento que a SGM nao tenha servido de exemplo…
Fernando, a suposta bomba nuclear do Ira so ira botar mais lenha no incendio…
nao sei nao, mas ta pintando a 3 guerra mundial ali no Oriente Medio…
Lamentável e repugnante o comportamento dos soldados, “que agiram somente por que podiam agir”, acredito que esse comportamento não é da maioria dos militares de Israel. Mas, que sirva de lição para nós brasileiros. Um país, que não consegue se defender, que suas FAs não estejam devidamente equipada e treinada, deixa seu povo ao livre arbitrio e abusos dos possíveis inimigos.
Em que guerra isso não aconteceu?
O antissemitismo campeia solto nos comentários…
Um delinquente aí em cima disse: “Alguem ainda acha que os judeus sejam melhores que os nazistas???Quem vence a guerra escreve a historia.” É sempre bom lembrar que o Código Penal prevê punição para esse tipo de manifestação. Se trocarmos o “judeu” da frase por “negro”, a coisa se complica, né? Mas judeu pode, afinal, não é uma minoria de manual.
Agora, bem que o blog poderia colocar os vídeos das crianças sendo treinadas pelo Hamas ou sendo usadas como escudo, né? Não custa nada. A propósito: cidades israelenses na fronteira com Gaza estão sob ataque de foguetes nesse exato momento. Nenhum comentário a respeito?
Liddell Hart
Em que guerra isso foi confirmado e não existiu punição para os responsáveis?
Essa é a pergunta. Afirmações do tipo “sempre foi assim” mostra o quanto é moderna a nossa civilização.
Abraços
Gaspar,
vc está certo. Boa observação.
abração meu caro
As vezes me pergunto se o Holocausto foi do jeito que os “vencedores” da WWII divulgam a história…. parece que o estado de Israel usa a mesma “solução final” de forma muito bem orquestrada, quase sutil, pois de vítimas passam a executores da sentença proferida a muitos anos… morte aos palestinos! a prova disso são as desmedidas reações aos ataques palestinos ao território de Israel…fica a nítida impressão que os líderes israelenses torcem por estes ataques, que usam como justificativas ao kasans, bombas de fósforo, de celuloses de 500kg, mísseis de cruzeiro, tanques… de forma destruidora e aniquiladora geral! matam 100 civis para capturar um suspeito! junte-se isso a segregação ferrenha que fazem, e não é de hoje! TUDO ME PARECE MUITO ORQUESTRADO! LAMENTÁVEL!
O caso é que não se trata de ato isolado de soldados ou comandantes, pelo somatório de todos os relatos já divulgados isso foi um procedimento praticamente institucionalizado de Israel para com o povo da Faixa de Gaza, o famoso “terrorismo de estado”.
Tudo isto também foi levantado na matéria do blog sobre a recusa de jovens israelenses em se alistar, por motivo de não terem que tomar parte nessas atrocidades.
Em entrevista a imprensa um general israelense ainda divulgou que a “missão” era realmente provocar deliberadamente o maior dano possível à população.
E o pior de tudo é que Israel conseguiu formar uma legião de militantes do Hamas com esses ataques, muitos jovens que não tinham qualquer ligação com o grupo, agora, depois de terem suas famílias inocentes assassinadas por Israel, se tornarão fortes candidatos a guerrilheiro e homem bomba no futuro.
Infelizmente , independente desta ultima ofensiva israelense, o Hammas continuaria a ter voluntarios já que as crianças sao ensinadas a ter odio de Israel.
O Hammas, sabe muito bem o que está fazendo, usando as crianças palestinas para vencer a guerra,escondendo-se entre a populaçao e pelo menos moralmente já derrotaram Israel, pois a imagem de uma criança morta ou orfã é a maior arma que eles possuem e eles sabem muito bem disso e nao acredito que se importem.
quando terroristas matam crianças ninguem fala nada
O mesmo acontece no Brasil,polícia atirando contra carro de inocentes,bandido arrastando criança pela rua,bala perdida matando inocentes,morrem mais de 50 mil por ano,existe guerra pior do está.Um abraço.
Tem gente ruim em qualquer lugar e o exército israelense tb tem seus canalhas.
O problema é que esse tipo de coisa lá não é isolada, é política de Estado. Ninguém controla, ninguém pune, aí os canalhas colocam de fora o que tem de pior.
É intenção do Estado Israelense erradicar os palestinos, por isso cruzam a linha da moralidade e retornam só por pressão internacional.
O pessoal aqui critica muito os russos e chineses, pelo menos eles fazem na cara dura, os israelenses são falsos, se fazem de vítimas, a diferença é só essa.
A maior prova da ocorrência do holocausto são fatos como esses de Israel contra o povo palestino, afinal só tendo passando por isso para aprender a reproduzir tão bem, Lamentavel!!!!!
Notícias como essas realmente nos deixam indignados, e nos fazem ver como o estado israelense é tão covarde como os militantes que usam crianças como escudos humanos, julgando que vale a pena matar dezenas de inocentes para eliminar um inimigo. Mas devemos nos lembrar que toda generalização é perigosa e nos leva a cometer injustiças graves. É importante lembrar que muitos judeus israelenses se opõem frontalmente a essa política assassina do governo de Israel. Muitos atuam ativamente, lutando contra a opressão contra os palestinos, dando apoio apoio às vítimas dos ataques das forças israeleses, ajudando a reconstruir casas, fornecendo alimentos e remédios etc. É justamente por causa dos casos horripilantes como esses que vieram à tona agora que é cada vez maior o número de jovens israelenses que se recusam a prestar o serviço militar. Mas infelizmente parece que essas pessoas ainda são minoria em Israel.
A guerra é um ato extremo e, como tal, leva a atos extremos.
Regras de Engajamento?
Convenção de Genebra?
Valem para quem está fora.
Para quem está no combate, a regra é o instinto.
Não houve, JAMAIS, nenhuma guerra em que atos extremos (como ela própria) não fossem cometidos. Alguns foram registrados, outros não. Alguns foram punidos. Outros não.
Não há perdão para quem os cometeu, aqui, fora.
Não há perdão em nenhuma situação, lá, dentro.
Como sempre é complicada essa situação, eu não acho que o correta seja punir o soldado, apesar de não concordar com a atitude deles, afinal ao soldado nao cabe pensar e sim obedecer as suas ordens. De fato o que ocorreu foram crimes de guerra e quem deve ser punido é quem deu a ordem. No entanto se o Estado de Israel não punir o comando culpado quem deverá arcar com a responsabilidade é o Estado.
Não estou dizendo que o Hamas é Santo, mas se Israel é um Estado legalmente constituído entao ele deve seguir as regras internacionais, se ele nao segue entao acredito, assim como o Hornet, que ele estará se igualando a esses terroristas.
Sonho com o dia em que veremos um lugar aonde os povos de Israel e da Palestina vivam em paz.
Interessante que quando soldados de Israel denunciam colegas – e o próprio Exercito de Israel afirma que ira investigar ( e punir ) pois Israel é um pais em que as leis sao cumpridas, os Anti-Semitas de plantão se prontificam a denunciar Irsael nos piores termos.
A Guerra é uma tragedia humana – o que diferencia Israel dos Arabes, é a consciência de que eles também erram.
Quando um terrorista Arabe entra em um Restaurante em Tel-Aviv e mata uma duzia de inocentes, os ‘moralistas’ de plantão dizem o que ? Justificam como ‘ Resistência a Ocupação ‘
Dois pesos e duas Medidas.
Prezado Cahê Gündel Machado,
Conforme escrito na nota do Blog ao final da matéria, basta digitar palavras-chave como Gaza, Israel e Hamas no campo busca, no canto superior direito da página, para acessar notícias anteriores sobre o assunto publicadas pelo Blog, procurando sempre mostrar os vários aspectos da questão (o que inclui matérias sobre lançamento dos foguetes na direção de Israel, com fotos – http://www.forte.jor.br/?p=1173).
Deus do Céu …
que declaracões :
marlos barcelos em 19 mar, 2009 às 15:18
“agem igualzinho aos nazistas, fazem a mesma coisa que hitler fez com eles…lamentável…”
gaspar em 19 mar, 2009 às 15:03
“logo mais as nacoes arabes vao tomar as dores, ai eu quero ver…”
gaspar em 19 mar, 2009 às 15:03
“parece que essa raca nao aprendeu nada com a SGM…”
jose adelino em 19 mar, 2009 às 15:35
“Alguem ainda acha que os judeus sejam melhores que os nazistas???Quem vence a guerra escreve a historia.”
Francisco AMX em 19 mar, 2009 às 20:56
As vezes me pergunto se o Holocausto foi do jeito que os “vencedores” da WWII divulgam a história…
Que pobreza : Anti-Semitismo velado, racismo, generalizações de clichés
Não da nem para discutir, aqui não ha o que dizer senão ‘Deus nos Acuda !’ e tchau.
Vendo alguns comentarios aqui,
Acho que o mundo ocidental ja esta derrotado pelos extremistas religiosos, vendo o que se ve aqui ja perdemos a batalha mais importante de todas…Caimos como patinhos e nos rendemos em prol de palavras vazias e utopicas.
Abracos a todos…
Guerra Santa de Israel em Gaza
De acordo com o jornal O Globo, 20 03 2009, no artigo “Militares confessam abusos em Gaza”, segundo O GLOBO ONLINE, 20 03 2009, 13h23m, “Combatente diz que rabinos incitaram guerra religiosa em Gaza”, a ordem partiu dos rabinos do exército israelense (IDF), com a seguinte “mensagem bem clara”: “Nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa.”
“O sentimento entre os soldados era de uma missão religiosa”, com orações na frente de batalha, com a distribuição de livros de salmos e panfletos sobre a história de Israel em Gaza desde 1948, enfatizando que “esta operação era uma guerra religiosa”.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/03/20/combatente-diz-que-rabinos-incitaram-guerra-religiosa-em-gaza-754921448.asp