Para generais END é politico e não resolve o problema da defesa nacional
O Exército “escalou” três generais às vésperas da aposentadoria para atacar e mostrar a insatisfação da Força com a Estratégia Nacional de Defesa. Na reunião do alto comando, hoje, eles apresentarão três documentos com críticas ao plano elaborado pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.
Nos textos, obtidos pelo Estado, os militares se queixam da “politização” em curso na pasta e alertam contra o projeto de centralização de compras de armamentos, mais permeável, segundo avaliam, a casos de corrupção. Os documentos foram elaborados pelos generais Luiz Cesário da Silveira Filho, ex-comandante Militar do Leste, Paulo César de Castro, chefe do Departamento de Ensino e Cultura do Exército, e Maynard Marques de Santa Rosa, chefe do Departamento Geral de Pessoal.
Segundo os generais, as Forças Armadas não foram ouvidas na elaboração do plano. Um dos documentos diz que a implementação do projeto “ocasionará danos de difícil reparação, os quais poderão redundar em significativo comprometimento do sistema de defesa nacional”.
Outro trecho classifica o plano de defesa como “documento de cunho político, sem respaldo em ideias de consenso nacional e sem uma solução para o principal problema da Defesa: orçamento incompatível com as necessidades de custeio das instituições e de investimento para a modernização dos seus sistemas de armas”.
Ainda segundo esses três documentos, algumas medidas são “utópicas” e outras, “inexequíveis”, já que “poderão trazer consequências negativas para o futuro das instituições militares”.
Os autores avisam não ter a intenção de promover uma rebelião, cooptando os demais integrantes do Alto Comando do Exército contra o ministro da Defesa. Silveira Filho e Castro vão para a reserva no final do mês.
FONTE: O Estado de São Paulo
Bem, aqui está mais uma informação sobre este assunto:
“Críticas de generais a plano de Defesa preocupam Jobim
04 de Março de 2009
BRASÍLIA – Informado de resistências à Estratégia Nacional de Defesa na alta cúpula do Exército, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, telefonou ontem ao comandante da Força, general Enzo Martins Peri, que participava da reunião com o generalato, no Quartel-General, para saber da extensão das críticas e do nível de contaminação delas na caserna.
Na conversa, o general Enzo tranquilizou Jobim e disse que os documentos com críticas apresentados por três generais de Exército, o mais alto posto na hierarquia militar, eram pessoais Segundo ele, as críticas eram pontuais e foram apresentadas aos demais generais com objetivo de deixar registrados seus pontos de vista. Dois dos três generais que apresentaram suas críticas à Estratégia de Defesa, formulada pelo próprio Jobim, estão deixando o serviço ativo no próximo dia 31 de março.
Algumas das críticas dos generais passam pelo que chamam de temor de politização das Forças Armadas. Eles protestam contra o fato de que os militares poderão ser ainda “mais afastados dos círculos decisórios”.
Nos documentos, os generais deixam claro ainda a insatisfação com a parte que coube ao Exército no plano de Defesa, que “evidencia uma desproporção no que tange aos objetivos das Forças Armadas”, não prevendo para o Exército “nenhum projeto de modernidade, ao contrário do que ocorre em relação à Marinha e à Força Aérea”.
Os militares condenam ainda o artigo do plano de Defesa que unifica as compras pelo Ministério. Não usam esta expressão, mas temem que seja instaurada “a política do empurrômetro”, como alegam que ocorreu agora com a aquisição de 12 helicópteros de ataque russos para a FAB e 50 franceses, divididos pelas três Forças, fruto de acordos comerciais e políticos.
A maior crítica é aos helicópteros russos considerados de “não prioritários” e “impróprios”. Um dos documentos cita que essa centralização de compras permite “a introdução de idiossincrasias típicas da administração civil, como a corrupção e o tráfico de influência”, e lembra que a “a manutenção das referidas aeronaves terão um custo logístico que não estava programado no orçamento da Força”.
Os autores dos três documentos apresentados são os generais-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho, que deixou o comando Militar do Leste; Paulo César de Castro, que também está indo para a reserva e deixa o Departamento de Ensino e Cultura do Exército, no final do mês; e Maynard Marques de Santa Rosa, que fica até 2010 na chefia do Departamento Geral de Pessoal. Os generais Cesário e Santa Rosa já haviam se desentendido anteriormente com o ministro Nelson Jobim. Procurado, o ministro da Defesa não se pronunciou.”
Fonte: Tribuna da Imprensa
abraços a todos
Só faltava essa…
Realmente, alguns pontos da END são difíceis de entender. Se os Oficiais Generais das 03 forças não foram ouvidos no desenvolvimente deste documento, fica difícil compreender como foi feito a sua eleboração. Compras centralizadas de material bélico são feitos por muitos países, a França inclusive. Más para a elaboração de um documento importantíssimo como este nossos Generais deveriam sim ter sido ouvidos.
Outro sim, a politização de uma pasta como o Ministério da Defesa é algo que jamais deve acontecer. As Forças Armadas existem para servir ao Brasil e seu povo e não ao Estado. Elas são um instrumento de Diplomacia para uso do Estado Brasileiro – no interesse do País – em algumas situações que se fizerem nescessárias de acordo com a destinação CONSTITUCIONAL cada uma delas. Portanto, não são um instrumento de governo e sim do País.
A Inglaterra tem revisto a sua estratégia de defesa a cada 08 anos. Antes era a cada 12 ou 15 anos. Poderemos também no futuro rever a nossa END para melhor adequar nossas Forças Armadas para os desafios que estão por vir, sempre ouvindo quem realmente passa a vida inteira estudando profissionalmente o seu uso e destinação. Não tem outro jeito.
Vale lembrar que o Ministéiro da Defesa ainda possui uma estrutura débil com relação aos funcionários civis que lá se encontram. A maioria desses funcionários foram trazidos de outros ministérios, através de cessão ou até mesmo pela simples disponibilidade de pessoal de pastas que foram extintas. Até hoje, não houve concursos para esta área na qual o conhecimento geopolítico, extratégico e militar devem fazer parte do processo seletivo que envolve a contratação de pessoal especializado através de concurso público. Portanto, é preciso rever com a maior urgência a ESTRUTURAÇÃO deste importante Ministério. Com DEFESA não se brinca. Poderemos pagar caro no futuro por um erro desses. É preciso pessoas de alto nível para trabalhar numa pasta como essas. Precisamos de ter pensadores estratégicos podendo até mesmo suprir alguns funcionários com a contratação temporária de pessoal da Reserva das Forças Armadas enquanto não houver concurso público para civis especializados nessas áreas. Afinal, várias universidades e faculdades possuem centro de estudos estratégicos. Como exemplo temos: Geraldo Cavagnari Filho.
Especialista em Estratégia e pesquisador da Unicamp. Doutor emCiências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e analista em Inteligência Estratégica pela Escola Nacional de Inteligência. Cavagnari foi o introdutor dos estudos estratégico-militares na universidade brasileira.
Espero que resolvam com a maior brevidade possível os “gargalos” que fazem parte da END e que os profissionais das nossas Forças Armadas sejam ouvidos. São eles quem mais entendem do assunto e podem e devem contribuir muito para uma melhor elaboração deste importante documento.
Abraços a todos.
Pelo contrário, as Forças Armadas existem para servir unicamente o Estado.
E não para servir um partido.
Senhores administradores do blog a matéria EFV – Veículo de Combate Expedicionário está apresentando erro! Favor verificar!
Serão os documentos dos generais uma reação corporativista à END?cen
Lacen:
Discordo. O Estado – ainda no Brasil é assim – é o partido que está no poder. Infelizmente ainda é assim. Não é atoa que desde todo presidente da república neste país tem em suas mãos (ou canetas), 25.000 cargos para distribuir para os seus aliados e “cupinchas”. Hà muito tempo é assim e não é exclusivo desse governo que aí está. Para você ter uma idéia o Presidente dos EUA possui apenas 400 cargos para preencher. O restante são funcionários públicos de carreira.
O dia que fizerem uma reforma do Estado Brasileiro aí sim teremos um Estado legítimo, constituído em sua grande maioria por funcionários públicos concursados e técnicos de auto nível de preparação para gerir a coisa pública. Do contrário, é isso que você está vendo…
Abraços.
O END perdeu um pouco o peso prático quando o presidente pediu que se retirasse a cláusula que destinava 2,5% do PIB para a Defesa.
Mas acredito que, desde a democratização do país, não se via um movimento por parte do governo em prol da defesa… e que pudesse gerar um documento específico para tal. Então, bem ou mal, acho que saímos da estagnação total.
Galera por favor achei algo muito interessante!
Por acaso nós temos algum tipo de minigum?Por que eu vi isto aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=G_sSkuEvJ-0
Na verdade está mais parecendo que esses generais estão insatisfeitos com o fechamento da fonte de propinas que sempre foram os ministérios militares. A centralização das compras em uma agência estatal é o caminho mais seguro e mais econômico para a negociação destes materiais. Sem falar propiciam a padronização de meios e a unificação da logística. A verdade é que este governo, com todos os defeito que possui, transformou assuntos ligados à defesa para a agenda política. O SNB deixou de ser um projeto da marinha para ser u projeto de país. O que é um avanço, talves aquém do esperado, porém é um avanço importante.
O nome é “Lecen” e não “Lacen”. Se desse o trabalho de ler, talvez não cometesse erros no seu julgamento.
As Forças Armadas de qualquer país civilizado respondem somente e unicamente ao Estado a qual pertencem.
Ponto final.
Tudo bem, críticas são sempre bem vindas…mas perá lá. Dizer que o END não contou com a participação das FAs não é bem uma verdade. O END foi discutido e aprovado pelo Conselho de Defesa nacional no final de 2008. E deste conselho paricipam como integrantes fixos os 3 comandantes das FAs. Eles assinaram e aprovaram o END.
Se os comandantes das FAs não representam as FAs, então quem representa?
Uma outra questão que me chamou a atenção, no texto aí de cima e que contraria o que as FAs viviam dizendo e desejando até agora: a padronização e otimização dos equipamentos. As FAs nunca foram contrário a isso….não tinham era organização e comando centralizado para fazer, coisa que o MD agora pode fazer.
E dizer que o END é político é o mesmo que dizer que a água é molhada. É evidente que o END é um documento político. É uma política de Estratégia Nacional de Defesa, justamente o que nós nunca tivemos antes e que agora temos. A palavra “política” é muito mal entendida na sociedade brasileira…leva a equívocos e más interpretações.
E o END é justamente o contrário do que foi dito acima: e uma estratégia de Estado e não de governo, procura atender ao Brasil e não a um partido…além disso, não é um pacote de compras e nem tão pouco visa ao imediato (visa o médio e longo prazo). Quem não entendeu isso, não entendeu o END.
Enfim…não entendi a posição dos militares do Exército citados na matéria. Ou a posição que o Estadão quer defender, vai saber…vindo do Estadão sempre tenho um pé atrás…se viesse da Folha teria dois pés atrás…
abraços a todos
Sobre a questão da corrupção, eu discordo da matéria. Acho justamente o contrário…quando pulverizada as compras, e com vários caciques enfiando a mão no dinheiro é que a corrupção cria asas….quando centralizada no MD é mais fácil de vc identificar os caminhos do dinheiro e fiscalizar os possíveis casos de corrupção.
Enfim…
abraços a todos
Hornet
Está certíssimo e parabens!!!
Olá amigos!!!
Hornet, você fez excelentes observações tanto no que se refere a discussão do projeto da END bem como em relação a centralização das compras para as FAAs, já deveria ter sido feito isso a muito tempo, é conversa pra boi-dormir isso de que os militares não foram ouvidos, façam-me o favor, quem estes Generais pensam que acreditara numa lorota dessas, o projeto é muito bemvindo sim e como disse o ministro da Defesa Nelson Jobin na reportagem sobre a visita do chefe do Estado-Maior de Defesa das Forças Armadas dos Estados Unidos, Mike Mullen, “A visita de Mullen ao Brasil mostra a importância do nosso país e o nível de relacionamento que passamos a ter, ou seja, de relacionamento olho-no-olho, com posições claras e definidas. Temos exatamente a intenção de sermos uma potência, participando na América Latina´´, pronto ai esta, isso é oque o projeto da END diz tambem com todas a letras, “Queremos e vamos ser potência sim´´, agora se no ceio dos proprios militares teem pessoas que não acreditam na cápacidade do País de alcançar tal objetivo e lastimavel pra dizer o minimo…
Olha, sobre o END, eu tive palestra com um alto-oficial da Força Aérea lotado no MD, um dos objetivos do END é colocar profissionais civis capacitados para exercer a função que hoje é feita por militares e com isso os militares poderiam voltar as suas respectivas forças. Trocando em miudos, o MD está cheio de militar 😉
Alguns ainda acreditaram que os profissionais tiveram participação nesta balela chamada END…quanto às moribundas FFAA servirem a um partido, não se preocupem, já temos uma MEDIDA ADMINISTRATIVA (??) que permite a SS, digo, a força nacional de segurança intervir nos estados sem a devida autorização dos governadores, claro que não será para combater o narco-terrorismo ou os assassinos do MST e sim agir contra qualquer UF que ousar causar empecilho ao nefasto programa PeTista para destruir as intituições democraticas do Brasil.
Sei que sou um estranho no ninho aqui e que o evento foi do EB, mas venho aqui sugerir este mesmo debate no Blog do Poder Naval.
A discussão da END é sempre válida.
O que fica difícil de acreditar no Brasil é que sua classe política irá se despir de seus interesses pela “defesa da Pátria”. Quem rouba da saúde e da educação irá se furtar (com trocadilho, por favor) a explorar um novo filão como este da Defesa?
Devagar com o andor que o Santo é de barro, amigos. Algumas coisas ditas aí em cima são verdadeiras, outras verdadeiras “viagens”. A Força Nacional, onde chega, é bem vinda, pois vemos polícia nas ruas e, enquanto ela fica, os bandidos fogem. Elas dão o exemplo. Claro, sempre há o risco de contaminação local. O MST precisa ser contido, sim, tá na cara. O END é uma boa. Mas, se precisar ser reformado, que o seja. Os militares, por formação, não são bons políticos. É só ver as manifestações de decontentamento, como a do brilhantíssimo general Heleno, que, ao invés de receber reprimendas, deveria receber promoções (agora, depois de falar, sei lá). É preciso avisar aos políticos (que mandam nos países democráticos, sim) que quem entende de guerra por aqui são os nossos militares (frutos de algumas das melhores escolas brasileiras, onde não se passa de ano sem ser muito bom).
Quanto à Democracia Brasileira, precisa ser defendida, custe o que custar,e por meios democráticos. E, como já citei em algum lugar destes blogs “o preço da liberdade é a eterna vigilância”, como disse acho que o Foster Dulles (ex chanceler americano de minha juventude, excomungado pela esquerda. Nem sei se ele era “malvado” mesmo). O fato é que o que disse acim é a mais pura verdade. Hoje e sempre (inclusive lá nos EUA, cheios de minorias radicais de todos os tipos, que são monitorados e contidos pelo FBI e congêneres). Abraço a todos!
WAR,
Com certeza esse e o preco da liberdade assim como “A liberdade tem um preco que os protegidos jamais saberao”…
Sds!
Isso me lembra a privatização das estatais. Acabou com a mamata de muita gente e é logico que eles reclamam.
A critica é bem vinda.
Estão retirando poder decisório sobre compras de equip. militar dos próprios militares e colocando na mão de quem?
Sobre custos, o MD como qualquer ministério civil vai sugar muito dinheiro com centenas de assessores de p.. nenhuma que justificarão seu din din com milhares de memorandos burocráticos… isso é a tônica da administração estatal. Não averá redução de custos mas ao contrário, expansão da despesa corrente fixa. Comprando ou não, o erário terá que sustentar uma miríade de servidores civis alocados no MD.
Sobre corrupção, acho até que facilita pois o MD é controlado por políticos que não têm compromisso de longo prazo com o cargo.
Os ministérios militares são geridos de ponta a ponta por pessoal de carreira, que no mínimo pensam duas vezes antes de fazer a bobagem pois podem perder uma pensão garantida na aposentadoria. Não é o caso dos políticos nomeados, assesssores “de confiança”, etc.
Só na secretaria do Mangabeira tem 600 cargos de assessores para “pensar” o Brasil….
Hornet,
Me assusta este tipo de declaracao vindo do mais alto oficialato do EB, espero que a decisao do FX2 por exemplo nao seja exageradamente politizada principalmente por alguma ideologia de partido ou pessoal da lideranca politica nacional sendo “empurrada” a FAB um meio nao desejado por eles.
Eu mesmo nunca compreendi esse negocio dos Mi-35 e havia os rumores de que era uma decisao “empurrada” como citaram os generais. Claro ha os dois lados da moeda mas generais nao saem por ai falando babozeira e entendo a razao de suas preocupacoes e espero que estejam equivocados para o bem das nossas FAs.
Sds!
Marine,
pois é, não dá pra saber ainda quem é que está com a razão nesta história…especialmente no caso dos helis russos.
O que fica ainda mais esquisito são 3 generais do EB discutir um assunto que, aqui no Brasil, é da FAB. Os helis russos são da FAB (não concordo muito com isso, acho que helis de ataque deveriam estar no FB…mas, fazer o quê? Aqui é assim, se voa é da FAB, se navega é da MB e se anda é do EB).
E aí é que fica ruim, pois os generais dizem que os helis não são “prioritários” e que são “imprópios”…mas a FAB diz exatamente o contrário disso. Faz tempo que a FAB quer ter helis de ataque “puros”. É por isso que não vou me precipitar a tirar conclusões sobre este caso, precisamos ver todos os lados ainda. Os generais citados na matéria têm o direito de falar e expor suas opiniões…mas, suas opiniões não necessariamente precisam estar corretas.
Veja esta matéria que saiu na Revista Asas, onde a FAB explica seus motivos para a aquisição de helis de ataque:
“FAB compra Mil Mi-35 Hind
(Da Redação, 28 de novembro de 2008)
O Brasil anunciou esta semana a compra de 12 helicópteros de ataque de fabricação russa, o Mil Mi-35 Hind, pondo fim a uma concorrência que perdura há mais de dois anos. O contrato, avaliado em US$ 300 milhões inclui suporte técnico, treinamento e a possível instalação de uma oficina de manutenção no Brasil. Os primeiro helicópteros, que deverão chegar entre 2011 e 2012, vão permitir que a FAB tenha, pela primeira vez na história, um helicóptero “puro” de ataque, que foi projetado e desenvolvido exatamente para essa função. E o Mi-35 já provou diversas vezes o seu valor no Teatro de Operações, tendo atuado em dezenas de conflitos, notabilizando os do Afeganistão, Líbano, Iraque e Kosovo.
Na doutrina da FAB, esta categoria de aeronave passou a ser considerada não apenas pelo seu papel extremamente eficaz na oposição à forças blindadas inimigas, interdição em campo de batalha, e outras ações do tipo; como também no contexto de operações CSAR (Combate Search And Rescue, busca e resgate em zona de combate). Com velocidade de 320km/h, o Mi-35M tem raio operacional de 450km, sendo equipado com duas turbinas Klimov TV3-117VMA, de 2.200shp cada, que possuem TBO (Time Between Overhauls, tempo entre revisões) de 2.000 horas, e vida útil total de 6.000 (limites que estão sendo “expandidos” para 3.000 e 9.000, respectivamente).”
Independente de ser russo, tailandês ou marciano…o fato é que a FAB faz tempo que quer ter um heli de ataque e transporte. E certamente ela não acha esses helis como não prioritários e impróprios.
Agora precisamos saber o que exatamente os generais estão chamando de não prioritário e de impróprio…se são os helis de ataque, ou se são os helis de ataque russos? E fica complicado isso também, né? Nas duas questões fica complicado.
Não sei, é o meu modo de ver…mas o que vc acha?
abração
Os generais estão certos!
O que falta é verba e principalmente “previsão de verbas”!
O que falta mesmo no Brasil é uma lei que vincule um percentual do PIB anual nacional destinado às Forças Armadas. Uma das propostas de emenda à constituição(2004) nesse sentido foi do senador Marcelo Crivella que destinava, no mínimo, 2,5% do PIB para as FAs por ano pelo período de 10 anos, mas que não foi aprovado. O que falta mesmo é previsão orçamentária, escolher o que é melhor com as verbas que se dispõe os militares sabem de olhos fechados.
Imagino que nenhum dos colegas aqui faz compras a vista ou a prazo sem saber quanto dispõe no bolso. Mas infelizmente é isso que acontece com as FAs no Brasil, esse ano tem verba e em 2010? Ninguém sabe, vai depender da votação do orçamento federal de 2010!
É por isso que vemos projetos como o do Submarino Nuclear Brasileiro e de tantos outros se arrastarem por décadas sem uma conclusão. Como “planejar” os gastos de manuntenção dos meios atuais e investir em novos projetos ou compras pelos próximos 5 ou 10 anos se não se sabe quanto se disporá em verbas no futuro???
Perceberam como nos últimos anos as FAs chilenas vem se modernizando? Eles possuem uma lei/emenda que fixa um percentual mínimo do PIB destinado as FAs.
O “ponto chave” da END deveria ser exatamente este, a previsão de verbas, mas foi retirado do texto da END…
Se isto não for mudado, continuaremos no mesmo barco de sempre…
Link para proposta do senador Marcelo Crivella:
http://legis.senado.gov.br/mate-pdf/2798.pdf
Marine,
só pra complementar. E não estou querendo defender nada, apenas estou tentando entender também.
Acho também que a escolha dos helis deve ter tido um componente político. Como provavelmente haverá na escolha do FX2. Mas não sei se esse componente é totalmente desvinculado de uma análise técnica prévia. Acho que as duas coisas andam juntas, tanto num caso como no outro.
Tal como no FX2, no caso dos helis de ataque a FAB também selecionou peviamente alguns candidatos. Segundo consta:
“No início de 2007, a Aeronáutica decidiu abrir um processo seletivo por carta-convite. Foram consultadas, além da Agusta-Westland e da Rosoboronexport, a Eurocopter, a Bell e a Sikorski. Apenas as três primeiras responderam. O Mil Mi-35 foi cotado a US$ 8 milhões a unidade; o Mangusta, cerca de US$ 20 milhões e o Tigre, oferecido pelo consórcio europeu desclassificado pela comissão, US$ 30 milhões.”
Após esta primeira seleção, a comissão técnica da FAB selecionou dois candidatos finais: o italiano (Mangusta) e o russo (Mi-35). E no fim, deu o russo.
Quais os motivos de se ter escolhido o russo? Não sei…podemos especular um monte de coisas…desde o preço ser bem menor, até questões meramente comerciais entre os dois países, questões de equilíbrio da balança comercial (a Russia é uma grande importadora de carnes do Brasil). Mas de qualquer modo a FAB havia selecionado o heli russo previamente, e creio que de modo técnico. O ponto que quero chegar é: o Brasil não comprou um heli que a FAB não queria. Comprou um dos selecionados pela própria FAB. Entende o meu ponto de vista? Tem um componente político nas compras de equipamentos militares, mas ele é limitado pelo componente técnico (ou vice-versa…pois andam juntos).
O ruim seria a FAB ter selecionado o heli russo e o heli italiano e o governo, malucamente, ter comprado um heli chinês…ou sei lá…algo assim. Aí, realmente seria o caso de se dizer: foi compra política e só política.
Por isso que eu estou cauteloso em relação ao que disseram os generais. Como eu disse, eles estão no direito deles…mas, nem tudo o que reluz é ouro…às vezes é, mas às vezes não é…
era só esse complemento que queria fazer, até pra gente pensar junto esta questão toda.
inté
ps. E tem um outro ponto na matéria que eu postei que acho razoável a gente refletir um pouco. Está nesta parte:
“Nos documentos, os generais deixam claro ainda a insatisfação com a parte que coube ao Exército no plano de Defesa, que “evidencia uma desproporção no que tange aos objetivos das Forças Armadas”, não prevendo para o Exército “nenhum projeto de modernidade, ao contrário do que ocorre em relação à Marinha e à Força Aérea”.
eu acho que é aqui que está o problema. Cadê o submarino nuclear do EB? Cadê o FX2 do EB? Entende aonde eu quero chegar?
Hornet,
Concordo, tambem estou de olho nesse assunto todo com cautela principalmente com os Mi-35. Com certeza as decisoes tem um pouco de “politicagem”, e a natureza do negocio, o que nao pode haver e um abuso ou exagero disso mas como voce disse nao temos as informacoes necessarias para omitir uma opiniao definitiva sobre o assunto.
Com relacao a um super programa para o EB “a la SSN e FX-2”, isso cheira um pouco de ciume e rivalidades internas como ha em qualquer pais do mundo mas o exercito pelo fato de sua natureza e uma forca mais humana do que as outras, nao dependem tanto em meios para locomaocao como uma FA ou Marinha.
Penso eu que mesmo se o EB adquirisse novos blindados, sistemas de artilahria e tal, eles sao intens menos “sexy” do que navios, subs e cacas…Mas o que a forca realmente necessita sao investimentos pesados no seu melhor equipamento – o soldado em si. Ele deve ser visto como todo um sistema de armas, da mesma maneira que um tanque ou bombardeiro, quer dizer oculos noturnos, miras holograficas e muitas outras coisas…
Mas esse e um problema em todos os paises pois generais tem tendencia em so prestar atencao em itens de alto valor com muitos cifroes como Subs, Avioes e tal e se esquecem dos “baratos” como o investimento no infante e seu equipamento.
RodrigoBR,
Concordo quando voce diz que no Brasil ainda falta algo parecido com um QDR (Quadrennial Defense Review) para se poder planejar melhor!
Sds!
Marine,
pois é, por isso que estou cauteloso. Politicagem sempre há, sim. Não somos ingênuos para acreditar que isso não exista, né?…hehehe
Mas neste caso em específico está estranho, porque a FAB, desde 2006 (se não me engano) tem esse projeto dos helis de ataque. Não foi uma coisa que apareceu do nada. Não consigo ainda ter uma opinião formada. Até coloquei essas nossas questões lá no aéreo, no post do recebimento dos primeiros Mi-35, pra ver se alguém ajuda a esclarecer…(depois preciso voltar lá, pra ver se alguém escreveu alguma coisa, trazendo novas informações…o Baschera é bom pra isso)…passa por lá depois.
Já quanto a ciumera, também não vou afirmar, mas que parece ser isso, parece. Sei lá…
vamos ver o que vira isso…mas em alguns casos, é bom ter um pouco de cautela, porque senão podemos nos precipitar…enfim, vc sabe isso melhor do que eu.
abração
RodrigoBR,
quanto a questão da falta de verbas também concordo. Fica difícil de se planejar sem isso.
Só não sei se isso deveria estar no END, pois isso poderia amarrá-lo e condicioná-lo a verbas que são sempre conjunturais…e aí, algo que é estratégico viraria um plano conjuntural. Eu vejo o END como diretrizes gerais da Defesa e não como um meio administrativo, de compras de equipamentos, ou algo assim.
Posso estar enganado, mas até mesmo as compras dos subs e o FX2 não estão escritas no END. Ambos já existiam antes, como projeto. O END apenas as direcionaram para um tipo de ação concreta, no sentido de melhor viabilizá-las. (por exemplo, o END prevê que todo material adquirido traga algum tipo de ganho para a nossa indústria, pois o END prevê um fortalecimento de nosso complexo industrial-militar…e isso eu vejo como um dado estratégico. E é isso que está acotecendo e deverá acontecer tanto com os subs como com o FX2).
Acho que o END é muito bom no sentido de dizer que tipo de defesa teremos, qual o norte seguiremos etc. Já na questão orçamentária e de previsão de recursos acho que o Jobim deveria se empenhar mais junto ao Congresso e a área econômica do governo para estabelecer algum tipo de planejamento orçamentário…nem que fosse mínimo (o planejamento, não as verbas, pois essas já são mínimas).
um grande abraço
[…] Julio Soares de Moura Neto, defendeu ontem a Estratégia Nacional de Defesa das críticas feitas por generais em um documento apresentado anteontem na reunião do Alto Comando do E…. Embora tenha dito que só teve conhecimento da carta assinada por três integrantes da alta […]