Soldados das 3 Forças Armadas Brasileiras

Brasil - Soldados das 3 Forças Armadas Brasileiras

O Brasil possui riquezas naturais que exigem muita atenção e investimento governamental. No início de outubro de 2008 o Ministério da Defesa tornou público os recursos da Marinha, Exército e Aeronáutica, retidos no Tesouro Nacional e que já somam R$ 1,8 bilhão. As dificuldades da indústria bélica estão perto do fim. Agora, no final de novembro de 2008, o Governo Federal decidiu ajudar as empresas do setor liberando créditos através de participação acionária, por meio da edição de uma Medida Provisória (MP). O apoio a esse setor está cada vez mais perto.

Já começaram conversações entre Governo e o Congresso Nacional para transformar a MP em Lei. Será um grande impulso à indústria bélica que se integrará à política industrial brasileira. Isso é um bom sinal para os fabricantes de aviões, veículos blindados, helicópteros, aviões, armamentos, embarcações e outras tecnologias, como radares.

Além disso, existe também uma preocupação com a defesa de nossas fronteiras, a partir do “rugido anti-brasileiro, que vem de alguns vizinhos, liderado por nações que pregam a redistribuição de riquezas”, frase publicada em artigo na revista norte-americana Newsweek. O texto ainda dizia que o desenvolvimento do Brasil como potência desperta “agressividade” em vizinhos. Entre outras preocupações, está o nosso mar chamado de “Amazônia Azul”, que representa mais e 50% do território nacional e riquíssimo em petróleo e gás.

A nova MP deverá evitar o que ocorreu com a ENGESA, empresa fabricante de produtos bélicos, na década de 1990. A extinta indústria produzia carros blindados de combate para o exército brasileiro e também para exportação. A ENGESA começou a desenvolver projetos de carros de combate leves e blindados no final da década de 1960.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o Brasil recebeu dos Estados Unidos vários blindados, entre eles o Carro de Combate Leve M-8. Porém, já na década de 1960, estava completamente obsoleto. A ENGESA, a partir de adaptações neste carro de combate, desenvolveu o Cascavel, com um novo sistema de propulsão no eixo traseiro que foi patenteado como “ENGESA Boomerang”. O sistema permitia ao veículo absorver perfeitamente os impactos dos terrenos acidentados e ultrapassar obstáculos com bastante facilidade.

Outro veículo importante produzido pela empresa era o Urutu, um blindado de transporte de tropa anfíbio, totalmente brasileiro que, junto com o carro de combate Cascavel, tornou-se sucesso internacional, pelo alto desempenho técnico e operacional.

Em 1982, a ENGESA, projetou um veículo de combate para satisfazer as necessidades do Exército Brasileiro e que também pudesse ser exportado. Foi o EE-T1, batizado sob o nome de Osório, um tanque de guerra projetado para ser o principal carro de combate do Exército Brasileiro. Por causa deste veículo essa indústria de produtos bélicos foi à falência. Não que a produção deste tanque tenha sido a causa, mas a falta de empenho e interferência governamental em uma negociação com a Arábia Saudita, para a venda de 702 tanques em um contrato de US$ 7,2 bilhões.

A negociação seria fechada entre os dois governos em uma reunião em Riad entre o então presidente Fernando Collor de Mello e o príncipe Sultan Azsiz Abdulazis. O encontro, inicialmente marcado para o mês de agosto de 1990, foi cancelado por um problema de saúde do príncipe. A nova data havia sido marcada para novembro do mesmo ano. Nesse intervalo, a Arábia Saudita anunciou que compraria os tanques dos Estados Unidos e não mais do Brasil. Como a ENGESA havia apostado todas as fichas na fabricação do tanque Osório, acabou contraindo uma dívida de US$ 53 milhões e que não recebeu apoio para refinanciamento do Governo Federal, que poderia absorver os tanques para o Exército Brasileiro. A companhia quebrou e fechou seis mil postos de trabalho com graves conseqüências econômicas, sociais e também militares.

O lançamento do Plano Estratégico de Defesa, que estava previsto para o dia 7 de setembro deste ano, está com quase dois meses de atraso. A MP, que refere-se aos incentivos financeiros à indústria de equipamentos bélicos, é uma parte do tripé que o governo pretende conceder ao setor. Entre as outras medidas estão: isenções tributárias, linhas especiais de crédito e mecanismos de garantia dos contratos de exportação. Essas medidas deverão aquecer o setor, evitar o que ocorreu com a ENGESA, e, quem sabe um estímulo para o fortalecimento das fronteiras cobiçadas de um gigante ainda pacífico.

Por Marcelo Gonçalves – www.administradores.com.br

Nota do Blog: Houve um equívoco do autor. O EE-T1 Osório nunca foi projeto visando o Exército Brasileiro, mas sim o mercado de exportação.

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W
W
16 anos atrás

Uma grande perda da noca industria belica.Foi esa interferencia Americana com os Sauditas .O medo Yanke era grande muito mais quando nos testes o modelo Yanke DEVEU pro OSORIO.Vamos ver se nessa nova politica de defesa o Brasil nao toma proveito e adpita pra nossa condicoes .
cresa Brasil

AJS
AJS
16 anos atrás

A única interferência americana no caso, foi recusar o financiamento de um material bélico estrangeiro, num momento em que o desemprego grassava nos EEUU, eles tem a filosofia de empregar recuirsos americanos em prol de americanos, hoje, talvez o BNDES assumisse o financiamento, mas à época tal não ocorreu.

AJS
AJS
16 anos atrás

…recursos…

AMX
AMX
16 anos atrás

A julgar pelo site (‘administradores’), aparentemente demonstra o acompanhamento, compreensão e, sendo otimista, adesão de uma parcela da nossa sociedade. Isso, na minha opinião, já foi bem pior.
Abraços!

Invincible
Invincible
16 anos atrás

O texto está bem legal… so precisa de uma correção no nome. O Brasil não é um país pacífico e um país P A S S I V O ! ! ! E existe uma grande diferença entre essas duas palavras.

Corsario-DF
Corsario-DF
16 anos atrás

Muito boa Invicible, disse tudo.

camarada
camarada
16 anos atrás

Quando um país se envolve em uma situação de guerra,precisa-se mobilizar-se militarmente.Isso exige o emprego,em larga escala,de materias b´licos tão diversificados,que uma grande parcela de suas indústrias tem se voltar inteiramente para a produção dos mais variados tipos de equipamentos e armas:desde simples presilhas de capacete até sofisticados aviões de combate,além de uniformes,barracas,rações enlatadas,munições e uma infinidade de outros suprimentos.A capacidade de produção e o nível de desenvolvimento tecnológico das indústrias de um país constituem ,assim, importante fator de segurança nacional.Seria assim, um dos fatores decisório na hipótese de um conflito entre vencer e ser vencido .A indústria bélica brasileira tem que voltar a ser forte como era na década de 80.Tudo que se torna velho,fica obsoleto e tudo que se torna obsoleto tende-se a desaparecer…

Almeida
Almeida
16 anos atrás

Gratificante notar o interesse de outros setores da sociedade na discussao de nossa defesa! Parabens para estes administradores!