NYT divulga relatório federal sobre fracasso no Iraque
Um relatório federal ainda não publicado sobre a reconstrução do Iraque retrata um esforço já fracassado antes mesmo da invasão por conta do planejamento do Pentágono, feito por funcionários hostis à idéia de reconstruir um país estrangeiro, e depois transformado num equívoco de US$ 100 bilhões.
“Lições Difíceis: A Experiência da Reconstrução do Iraque” conclui que quando a reconstrução começou a atrasar, o Pentágono divulgou medidas exageradas de progresso para encobrir os fracassos. Em certo trecho, por exemplo, o ex-secretário de Estado Colin Powell é citado dizendo que nos meses posteriores à invasão de 2003, o Departamento de Defesa “seguia inventando o número de integrantes das forças de segurança do Iraque” – o número aumentava 20 mil por semana.
Entre as conclusões do relato está a de que cinco anos após ter embarcado no maior projeto de reconstrução estrangeira desde o Plano Marshall na Europa após a 2.ª Guerra, Washington não conseguiu aplicar as medidas necessárias para um programa destas dimensões. Os números relativos à produção industrial e aos serviços básicos revelam que, após todo o dinheiro gasto, o esforço de reconstrução nunca fez muito mais do que restaurar aquilo que foi destruído durante a invasão.
O relatório afirma que até meados de 2008 foram gastos US$ 117 bilhões na reconstrução. O texto traz uma lista de revelações que indicam a atmosfera caótica que permeou o esforço do trabalho. A história conclui que, após a invasão, o governo “jamais desenvolveu uma doutrina e nem uma estrutura legislativamente sancionadas para o planejamento, preparação e execução de operações de contingência nas quais figuram a diplomacia, o desenvolvimento e a ação militar”.
ESTIMATIVAS EQUIVOCADAS
Na véspera da invasão, quando alguns funcionários americanos começaram a se dar conta de que o preço da reconstrução seria muito superior ao que lhes havia sido comunicado, o grau do seu equívoco foi ilustrado por um encontro entre Donald Rumsfeld, então secretário da Defesa, e Jay Garner, general nomeado para chefiar o que seria uma autoridade civil para a reconstrução. O relatório indica que Garner apresentou a Rumsfeld diversos planos de reconstrução, entre eles um que custaria bilhões de dólares, e o secretário respondeu: “Meu caro, se acha que vamos gastar um bilhão de dólares por lá, está muito enganado.” Mas, antes do final daquele ano, os EUA já tinham alocado US$ 20 bilhões para a reconstrução.
Os efeitos secundários da invasão e de suas conseqüências estiveram entre os fatores mais importantes responsáveis pela mudança radical no panorama. Tabelas contidas no relatório mostram que a produção de eletricidade e petróleo, o acesso público à água potável e aos serviços de telefonia móvel e fixa foram reduzidos 70% nas semanas após a invasão.
Quando um governo iraquiano soberano assumiu o controle em junho de 2004, nenhum desses serviços – com a exceção da telefonia móvel – tinha retornado ao nível de atividade anterior à guerra.
Jamais poderemos saber se a iniciativa de reconstrução poderia ter sido bem sucedida num contexto menos violento. Em abril de 2004, aqueles milhares de membros das forças de segurança do Iraque cujo número o Pentágono havia superestimado foram sobrepujados, se amotinaram abruptamente ou simplesmente abandonaram seus postos quando teve início a insurgência, conduzindo o Iraque por uma trilha de violência da qual o país ainda não se recuperou completamente.
FONTE: The New York Times
Ora, pra que tanto bla, bla, bla … todos nós sabemos que desde o início o motivo da guerra nunca foi o benefício do Iraq mas duas coisas: Petróleo e a necessidade de atender as necessidades da gigantesca máquina de guerra Norte-americana.
Os US$ 110 bilhões não foram desperdiçados, foram apenas transferidos para as inúmeras empresas que mamam nas tetas da indústria bélica norte-americana. O Iraq foi apenas o meio.
É engraçado ver como os norte-americanos são tão suscetíveis ao esquema propagandístico do seu governo, mas ignoram tal fato, e continuam berrando por ai que lutaram pela liberdade do iraq. Eu acho que deveriam lutar pela sua própria liberdade.
Por fim, se os EUA tivessem ratificado o Tratado de Roma Bush poderia ser julgado por crimes de guerra em Haia. Esses norte-americanos são espertos !!!! (quer dizer, só os que mandam no país, pois a maioria da população continua acreditando em tudo que o governo deles diz).
É só que agora mataram o Saddan, o único que conseguia (ao seu modo) controlar essa bagunça que se tornou um dos países mais antigos do mundo. É uma lástima o que acontece com o povo iraquiano. Graças ao brilhante e esperto MOITA (tradução de Bush para português). Excel com certeza ele teria que ser julgado em Haia mesmo, pois ainda digo, que ele é do mesmo nível de Stalin, Mao e Hitler, só que moderno.
Sds.
Caro Corsário,
Sadan não é opção ao “Moita”. Nenhum dos dois merece qualquer crédito, contudo ja tive oportunidade de dizer antes que dos tiranos do mundo os EUA são os “menos pior” deles.
Bem ou mal eles cumprem um papel importante no mundo, mas no caso do Iraq abusaram do direito de abusar na hipocrisia.