Avibrás renasce das cinzas com contrato de R$ 500 milhões
O jornal “O Estado de São Paulo” publicou no dia 13 de setembro, essa boa notícia da AVIBRÁS, empresa brasileira que já foi destaque na indústria bélica mundial:
Após 13 meses de espera, empresa obteve as garantias do governo que viabilizam o negócio
A Avibrás Aeroespacial, maior grupo produtor de equipamentos militares do País e que atravessa um período sob recuperação judicial solicitada, obteve ontem às 14 horas as garantias do governo federal para concluir a exportação de R$ 500 milhões em foguetes, veículos lançadores e unidades de apoio para um cliente da Ásia. O negócio foi concluído há 13 meses, mas emperrou na burocracia do governo, que procurava a base legal adequada para a operação e assim, mantinha a venda paralisada. Enquanto aguardava a liberação da caução oficial, a Avibrás investiu na encomenda – e em julho chegou a um impasse: solicitar a recuperação – instituto jurídico que substituiu a concordata – ou sair do mercado.
“Como a segunda hipótese é inaceitável, decidimos seguir lutando”, afirma o presidente Sami Hassuani que, admite, passou quase dois meses “praticamente morando em Brasília”.
Ontem, a procuradoria do Ministério da Fazenda conciliou o processo. Hoje o Banco do Brasil entrega à organização financeira do país cliente o conjunto de garantias – incluindo as securitárias. “Por conta do fuso horário favorável, o comprador encontrará os documentos na instituição de crédito logo pela manhã”, diz Hassuani.
O lote é grande. Abrange um regimento completo do sistema Astros-II da última geração e os veículos de comando e de comunicações, além de enorme quantidade de foguetes – entre eles o novo SS-80 com alcance acima de 100 km e ogiva carregada de granadas que são dispersadas, como uma chuva de aço quente, sobre o alvo.
João Brasil Carvalho Leite, o controlador do grupo Avibrás, pretende que o primeiro embarque seja feito até dezembro. Outros três carregamentos serão feitos entre março de 2009 e janeiro de 2010.
Para Sami Hassuani, a execução do contrato “marca o início da retomada da curva positiva na empresa e reforça a presença da indústria brasileira de material de Defesa no aquecido mercado asiático”.
A retomada da linha de produção pode determinar o preenchimento de 350 vagas abertas com as demissões realizadas na primeira quinzena de agosto.
O valor estimado do processo de recuperação é também de R$ 500 milhões. As dívidas em renegociação têm como principais credores a União, o BB, a Previdência, o sistema tributário, a Finep, fornecedores diversos e uma trading.
A companhia mantém negociações estimadas em cerca de R$ 4,8 bilhões para abastecer forças Armadas de cinco países do Oriente Médio e da Ásia.
Os ministros da Defesa, Nelson Jobim, das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge, atuaram intensamente para a solução do problema do atendimento das fianças à exportação para o cliente não revelado. Em janeiro, o fundador e presidente da empresa, João Verdi de Carvalho Leite, desapareceu, em companhia da mulher, Sonia Brasil, depois que o helicóptero que pilotava caiu entre Angra dos Reis e São José dos Campos. Em dezembro, Verdi revelara, em entrevista ao Estado, o seu projeto de consolidação da marca por meio de novos contratos e de pelo menos cinco produtos. Para ele, o Brasil poderia faturar 4 bilhões por ano com o setor industrial militar.
João Verdi usava o helicóptero como se fosse um carro: de casa para a fábrica, em Jacareí, e de volta, no fim da tarde. Um vôo de Angra dos Reis, onde mantinha uma confortável casa de praia, até São José dos Campos, onde vivia e trabalhava, era rotina na carta de pilotagem. Pequenas aventuras cotidianas do empresário que, nos anos 80, era recebido para jantar nos palácios de Saddam Hussein, quando o ditador iraquiano ainda era o bem-amado do Ocidente, na condição de inimigo dos radicais islâmicos de Teerã. “Lembro-me dele como um homem agradável”, costumava contar. Saddam comprou e usou largamente, na guerra contra o Irã, o lançador múltiplo de foguetes Astros-II, criação pessoal de Verdi e o principal produto do grupo.
Em 91, na Guerra do Golfo, o fogo mudou de lado: o Astros-II estava com a artilharia da Arábia Saudita. De novo por obra de Verdi, um raro brasileiro a quem os soberanos de Riad recebiam pessoalmente. Exércitos de 14 países usam produtos da Avibrás. Criada há 47 anos, a organização emprega cerca de 600 pessoas.
É bom saber que o governo está acordando para estes assuntos de defesa. No passado, varias empresas importante quebraram por falta de investimento governamental e desinterresse do mesmo na área de defesa. Que a Avibrás volte aos bons tempos, tendo à frente o Astros II, que, ao meu ver, é o substituto da artilharia de tubo, convencional, pois supera com grande vantagem os obuseiros em todos os aspéctos (alcance, área de cobertura e danos causados, bem como no grau de latalidade das munições empregadas).É isso!!
Saudações a todos!
É assim que o desgoverno diz querer incentivar a indústria bélica? 13 meses emperrando um negócio? um hipotético pais lutando por sua sobrevivência numa batalha sem treguas, pode confiar n’um país como o Brasil para suprir seus armamentos? Será que foi culpa mesmo do AMERICANOS no fracasso do OSÓRIO? Será que os sauditas tendo que defender suas imensas reservas de petróleo de tipos como SADDAN e KHOMEINE poderiam confiar um escroques como SARNEY/ULISSES ou LULA atualmente? Quanta baterias ASTROs temos no EB?Quantas serão encomendadas para alvancar as mirabolãncias do Sr.MANGABEIRA? Fala sério…
DaGuerra, concordo plenamente! Um absurdo!
A Avibrás ainda fabrica (se é que chegou a fabricar) o diretor de tiro EDT-FILA? Ele seria um EDT Skyguard melhorado e utilizaria a plataforma do veículo do sistema Astros II. Na época, 1983, seria para atender a uma concorrência do EB.
Mais uma vez outro exemplo de industria brasileira produzindo equipamentos de primeira linha!
Parabens!
parabens pelo blog!
super atual muito legal!
DaGuerra…é como sempre digo, esse Governo tem um discurso maravilhoso, falam em reequipamento, incentivo a industria nacional..etc…na pratica…levaram 13 meses para viabilizar a venda do Astro à Malásia..O Astros é um excelente sistema de saturação…tanto que os malásios estão esperando pacientemente pela autorização do Governo brasileiro. Não seria a hora de encomendar mais uma bateria do Astro para o EB? e assim ajudar a Avibras a viabilizar outras vendas? e o PND..nem sinal..Sds
Se fosse pra liberar dinheiro pros cumpanheiro,teria saido rapidinho.Se fosse pra emprestar pra Bolivia,saía em 24 horas …!
graças a Deus!!!!
Parabéns pela apresentação e pelo conteudo das matérias do blog, realmente muito bom!
Sds.
O ASTROS é um equipamento maravilhoso, de imenso poder de combate. Mas o tempo urge e o mesmo continua com a mesma tecnologia do fim dos anos 80. Vejam a nova geração do MLRS, em que os foguetes são guiados por GPS. O indíce de acertos simplesmente é de 100%, não importa qual seja a distância. Seria a hora exata do EB receber verbas para encomendar junto à Avibrás uma nova modernização do sistema, terminar de desenvolver o MATADOR e integrá-lo as fileiras da Arma de Artilharia.
Além é claro, de encomendar algumas baterias novas em folha.
Ainda bem que liberaram, não compreendi porque essa venda demorou tanto pra sair, afinal tinha meio bilhão em jogo e 13 meses não é pouco,foi pura burocracia.
Também acho que o EB deveria encomendar mais baterias desse exelente sistema,pois se não me engano,temos apenas cinco baterias,o que está muito abaixo do mínimo exigido pra um país com nossa dimensão.
Seria muito interessante também se a Avibrás finalizasse o desenvolvimento do AV MT-300 Matador,nosso míssil de cruzeiro tático,e o EB adquirisse varios desses mísseis que até poderia ser utilizado como defesa de costa.
Sds.
Lembramos a todos que a Avibras desenvolveu o ASTROS III!!
Infelizmente não vingou.
Concordo plenamente Vassily Zaitsev, parece que você leu o meu post antes de eu colocá-lo, disse tudo o que eu ia dizer.
SDS.
O Astros II é para guerra campal e o MLRS possui “mísseis” guiados por estar sendo usado em guerra urbana. O Astros ainda tem uma boa penetração no mercado por ser mais leve (em relação ao MLRS e não ao HIMADS) e mais barato. Agora, com certeza, foguetes com mais de 40 a 45 km tinham que ter sua trajetória corrigida (ser guiado) porque, senão, o CEP começa a ficar muito grande comprometendo a eficiência e o custo-benefício. Estes sistemas nunca vão superar os canhões ou substituí-los completamente. Os canhões podem operar continuamente enquanto existir munição para os mesmos a… Read more »
Um Astros “deve” levar uns 30 minutos para ser recarregado enquanto um canhão SP moderno neste mesmo tempo pode disparar pelo menos 90 projéteis (taxa de fogo sustentada). O termo “foguetes de saturação” é enganoso. Na verdade o canhão consegue lançar uma maior quantidade de projéteis sobre o alvo em um determinado tempo (digamos 1 hora) que os lançadores de foguetes de saturação, que podem saturar uma região “instantaneamente” com salvas rápidas mas que leva um tempo muito grande para a recarga. Os canhões modernos conseguem o mesmo efeito (saturar uma área com vários projéteis chegando juntos) variando a quantidade… Read more »
o que o Astros III teria de difrente dos Astros II ????
o EB possui o Astros II, correto ??? Quantas baterias ???
Antigamente o Astros II era utilizado pelo EB como defesa de costa, era simplesmente como saturacao de area ou os foguetes eram “guiados” por algum modo ate o alvo designado ??
Sera que o PDN inclui o Astros ???
Vocês têm razão no quesito do material e que o mesmo deva sofrer uma modernização de meia vida, como o término do projeto MATADOR entre outros. O Brasil necessita de no mínimo mais umas 11 baterias, uma para cada região militar, pois todos os Astros II estão na 11ª RM que é em Brasília/DF (Eles estão no centro de treinamentos de Formosa/GO, distante cerca de 80 km de Brasília), para aí sim termos um excelente poder dissuação na AL. Sobre ele substituir totalmente as armas de tubo, eu discordo, pois a munição de tubo é muito mais barata e mais… Read more »
Parabens pelo blog, era o que estava faltando.
O balrog renasceu das cinzas.
Bosco, Quanto ao MLRS ser usado em área urbana, nunca uovi falar. Os vídeos que eu já vi na internet e no Canal Discovery o mostram sendo usado em áreas de deserto, sem uma casa à KMs de distância, além do mais, seus foguetes podem explodir em pleno ar, para uso contra infantaria/artilharia, ou então usarem dispositivo de retardo para poderem penetrar expessa camada de concreto armado. Contra bunkers é avassalador. Os foguetes do ASTROS tem essas capacidades ou simplemente explodem por contato? Essa é uma dúvida que ainda não consegui esclarecer. Uma outra questão: A Malásia já recebeu seus… Read more »
que eu saiba esse era o segundo lote, faltava apenas esse.
seria esse o video ?
http://www.youtube.com/watch?v=xsOsO_upKxw&feature=related
Vassily Zaitsev, talvez tenha me expressado mal. É claro que o MLRS tem emprego geral, podendo ser usado também contra uma série de alvos táticos não urbanos (guerra clássica), mas como todo o equipamento militar americano da atualidade o mesmo está sendo “adaptado” para a guerra urbana para, digamos, não ficar “ocioso”. Por isso o desenvolvimento do GMLRS com “foguetes” guiados por INS/GPS para que possam ser usados “inclusive” na guerra urbana fornecendo apoio às tropas, para tanto é necessário uma alta precisão para reduzir os danos colaterais e o “fogo amigo”. Na Guerra Fria o mesmo seria usado no… Read more »
Caro Joao-Curitiba, você falou do fila da avibras, abaixo segue video do dito cujo.
abraço a todos.
http://www.youtube.com/watch?v=j5eaLaONYh0
É interessante que na net não existe muita informação sobre os foguetes do Astros II. Apenas o nome, alcance, peso e quantos são transportados. Quanto ao tipo de carga bélica nada.
Isto nos leva a crer que seja do tipo unitária com explosão por contato. Ou seja, o tipo mais simples possível.
O MLRS por exemplo, dispara foguetes M26 dotados com submunições anti-pessoal/anti-material (M77) ou minas anti-tanques (AT2).
O foguete com carga unitária só foi desenvolvido na versão de precisão, guiada por GPS/INS, e dotadas com espoleta inteligente programável (proximidade, contato ou penetração).
Já o SS-30 ou o SS-60 eu não faço a mínima idéia de que tipo é a sua carga bélica e como funciona sua espoleta.
Tive contato com um especialista sobre o sistema Astros II e ele me informou que o SS-30 tem uma cabeça de combate com 25 kg de HE (alto explosivo) e espoleta de contato.
Quanto aos outros SS-40, SS-60 e SS-80 são do tipo de fragmentação (cluster) com espoleta de tempo. A fabricação destes foguetes foi um dos motivos que levou o Brasil a não assinar o tratado que bane o uso de munições de fragmentação, de acordo com este especialista.
[…] A soma das dívidas com trabalhadores, fornecedores e governo chegou a R$ 641 milhões. Mas um contrato de valor próximo ao total da dívida com um cliente da Ásia que a empresa prefere não citar o nome chegou em boa hora. Foi com esse reforço que a empresa […]
olá a todos… sou velho em leitura por aqui… mas novo no comentário…
tenho uma pergunta.. ta na materia que o pais comprou um pelotao inteiro do astros 2
qnto seria isso ?
envolvendo caminhoes de lançamento.. gerenciamento de tiro, metereologico e em misseis .. alguem sabe ?
p.s. alguem sabe se eu tenho como acompsnhar os comentarios ou repsostas dos comentarios com alguma notificação tipo email … para saber se alguem respondeu ?
att..
Que acordo é este Luiz?