Brasil negocia a compra de sistema antiaéreo da Rússia

Tor-M2E 1

Acordo pode elevar tensão militar na América Latina e criar atrito com os EUA – Tor-M2E é a mais recente geração de um sistema de defesa com mísseis terra-ar da Rússia; Chávez comprou um modelo mais antigo

Igor Gielow

vinheta-clipping-forteO Exército brasileiro negocia com o governo da Rússia a aquisição de um sistema de defesa antiaérea inédito no país. Se realizada, a compra mudará o Brasil de patamar em termos de capacidade de defesa, acrescentará temperatura ao processo de militarização da América Latina e poderá provocar reações em Washington.

Uma comitiva brasileira esteve em agosto na Rússia para avaliar o sistema, o Tor-M2E. Uma equipe de dez técnicos russos irá expor mais detalhes de sua proposta em uma reunião hoje no Quartel-General do Exército, em Brasília.

O Tor-M2E é a mais recente geração de um sistema de defesa com mísseis terra-ar desenvolvido na antiga União Soviética. É considerado o mais eficaz modelo em operação no mundo. Ele serve para abater aviões, helicópteros, armas de alta precisão e mísseis, usando radar. Sendo de curto alcance, visa proteger cidades e instalações estratégicas.

Hoje, a defesa antiaérea quase inexiste no Brasil, sendo restrita a menos de 200 canhões com projeto dos anos 50, 112 lançadores portáteis russos Igla e alguns franceses Mistral. Não há meios para abater mísseis e, se um avião supersônico penetrar perigosamente o espaço aéreo brasileiro, irá ser confrontado apenas por aviões como o Mirage-2000 ou o F-5.

O diretor de Material do Exército, general Sinclair Mayer, confirma o interesse, mas diz que o negócio ainda está na fase das “tratativas” e que depende de recursos hoje inexistentes: “Como sabemos, nossas demandas de maior importância são grandes. Mas sim, do ponto de vista de defesa antiaérea, estamos desguarnecidos”.

Sistema caro

Tor-M2E 2

O Tor é uma arma cara. Uma bateria completa, com quatro lançadores, um veículo de comando, carros de apoio, logística e mísseis não sai por menos de US$ 300 milhões (R$ 520 milhões). Mas como a tradicional anemia orçamentária militar brasileira está numa fase de reversão, envolvidos no processo acreditam que o dinheiro poderá aparecer via créditos adicionais ou financiamentos de longo prazo a serem incluídos no Orçamento. No projeto de lei do Orçamento enviado ao Congresso, só R$ 640 milhões dos R$ 24 bilhões destinados ao Comando do Exército são para investimentos.

O exemplo mais recente dessa reversão foi o acordo militar com a França, no qual o Brasil comprará submarinos e helicópteros de Paris a um custo de mais de R$ 22,5 bilhões.

Está na reta final também o negócio para a aquisição dos novos caças da FAB, 36 unidades a cerca de R$ 10 bilhões. Novamente, aqui os franceses com seu Rafale são os escolhidos pelo governo, como disse novamente ontem o ministro Nelson Jobim (Defesa) -embora os concorrentes sueco e americano ainda tentem reverter a decisão política.

Do ponto de vista militar, dependendo de sua alocação, o sistema de mísseis mudaria o patamar de defesa aérea do Brasil, embora não altere o balanço estratégico regional. U-ma dúzia de países usa modelos Tor. A Venezuela comprou 12 unidades duma versão anterior à oferecida ao Brasil, o Tor-M1, cujos primeiros lançadores serão entregues em 2010. O Chile já opera há mais tempo um sistema menos capaz, francês, para proteger suas bases aéreas.

Politicamente, há possibilidade de uma eventual compra transformar-se em mais um capítulo dos assuntos espinhosos a serem tratados com os EUA.

No estágio inicial da licitação dos caças, um dos motivos que desclassificou o russo Sukhoi foi uma pressão velada de Washington, que não gostaria de ver um mercado de armas de Moscou montado na região -por conta de embargo americano, o venezuelano Hugo Chávez comprou bilhões de dólares em armas da Rússia. De todo modo, o Brasil fez posteriormente um negócio com os russos, comprando helicópteros.

Uma venda recente de modelos Tor-M1 para o Irã foi duramente criticada pelos EUA. O sistema pode dissuadir um ataque com aviões de Israel a centrais nucleares iranianas.

Mesmo que tenha sido discreto sobre as intenções do Exército, o general Mayer deu a senha sobre os interesses na negociação. “O problema desses sistemas é que eles se desatualizam rapidamente”, disse, defendendo a necessidade de dominar novas tecnologias.

E citou também a China como país promissor no campo de defesa antiaérea. Jobim acaba de voltar de uma viagem ao país asiático justamente para discutir parcerias militares.

Tor-M2E 3

BASIC PERFORMANCE CHARACTERISTICS

Minimal horizontal killing range at height: 10 m / more than 100 m 1, 500 m / not more than 1,000 m
Number of simultaneously processed targets 48
Number of simultaneously tracked targets with their threat level ranking 10
Possibility to exchange radar information between two CVs available
Capability to protect against modern special self-cover jamming enhanced
Missile launching vertical
Antiaircraft guided missile ammunition in CV, pcs 8 (in two antiaircraft missile modules)
CV loading time, min. 18
CV deployment time from travelling to combat position, min 3
CV speed, km/h highway / dirt road up to 80 / up to 30
Fuel endurance, km (at two-hour equipment operation) 500
CV maximum weight, kg 30
CV crew, persons 3

KILLING ZONE OF ADMS “TOR-М2Е” CV

Target parameters In height, m In range, m By course parameter, m
Speed 300 m/s from 10 to 10,000 from 1,000 tо 12,000 up to 8,000
Speed 600 m/s from 10 to 6,000 up to 12,000 up to 7,000
Speed 420 m/s, firing in pursuit from 1,500 tо 10,000 from 1,000 tо 8,000
HPW with SCS* more than 0.1 sq. m, speed up to 700 m/s from 50 tо 6,000 from 1,500 tо 7,000 up to 6,000

*SCS – scattering cross-section

FONTE: Folha de São Paulo, via Notimp

NOTA: Para acessar outras tabelas de performance e demais dados técnicos sobre o sistema, clique aqui para a seção específica no site do fabricante)

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andrepoa
andrepoa
15 anos atrás

Tomara que se concretize essa compra! Estava dando uma “lidinha” nas características do bichinho e é bem interessante!
O míssil é o 9M331 cujos dados são:
peso: 167kg
comprimento: 2,9 Mts
Diametro: 235 mm
Detonação: por proximidade
Peso da WARHEAD: 15kg
Range: 7,5 milhas
.
Segue abaixo uma “fotinho” do 9M330 pra ter uma idéia.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/97/9%D0%9C330_missiles.jpg

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Sem dúvida seria uma excelente aquisição para nossa defesa tendo em vista nossos mirrados Iglas, Mistrals e canhões. Mas também não é nada demais.
O Sistema TOR, apesar de ter um sistema de lançamento vertical realmente bonito de se ver em funcionamento, tem várias contrapartidas no ocidente.
Seu sistema de lançamento, vale salientar, embora bonito de se ver (não tem coisa mais linda para os entusiastas do assunto ver um míssil sendo lançado verticalmente desse lançador e dos S-300) é muito estranho e tira muito das vantagens do ‘lançamento vertical’ já que ele tem que conteirar para posicionar os dispositivos de guiagem atrelados aos lançadores verticais. Se o sistema der pane inutiliza todo o sistema.
Também não gosto da configuração adotada conjugada com o radar de vigilância. Prefiro uma em que o sistema de lançamento/orientação seja independente do radar de vigilância, dando um maior nível de redundância e capacidade de sobrevivência.
O sistema de orientação também não é nada demais independente dos entusiastas de equipamentos russos que colocam os sistemas deles como sendo altamente letais. Acho os sistema antiaéreos russos extramemente complexos e pesados.
O sistema de orientação é o tradicional CLOS por comando de rádio usando para adquirir o alvo tanto um sistema ótico quanto o radar. Mesmíssimo método usado pelos mísseis Crotale, Roland, Rapier, Sea Wolf, Barak, Bamse, etc.
Vale salientar que o BAMSE de origem sueca é um sistema similar e muito mais capaz. Não é tão vistoso quanto o TOR por não ser autopropulsado, blindao e de lançamento vertical, mas parece ser de um nível tecnológico mais avançado que seu ‘similar’ russo.
O alcance do míssil SA-15 é de 12 km com uma massa de mais ou menos uns 165 kg. O Bamse tem alcance de 15 km e massa de menos de 100 kg. O lançamento vertical cobra do míssil uma redução do alcance, principalmente em mísseis ‘pequenos’, piorando a relação massa/alcance.
O sistema de orientação baseado no comando de rádio também não é o que se pode chamar de a ‘última palavra’ em sistemas de orientação de mísseis. Existe uma clara tendência de adotar os mísseis atuais (antiaéreos e antitanques) com cabeças de orientação autônomas.
Os sistemas ‘teleguiados’ como o do míssi SA-15 está em franca decadência, embora deva confessar que ainda os veremos por décadas.
A tecnologia atual consegue acomodar dentro da cabeça de mísseis de tamanho reduzido sistemas de orientação por formação de imagem IR com alta capacidade de processamento, o que permite ao míssil prescindir do ‘lançador’ após o disparo, seguindo de forma autônoma, com alto grau de resistência às contra medidas e com grande capacidade de reconhecimento de alvos.
Tal capacidade irá ditar a aposentadoria de mísseis com sistema CLOS e beam rider, já que tudo que a unidade de lançamento + o ‘operador humano’ seria capaz de fazer será feito pelo próprio sistema de orientação embutido no míssil no sistema atire e esqueça. Em alguns casos a intervenção humana ou dos sensores externos poderá ser requisitada através do data link, mas num conceito completamente diferente ao do clássico míssil teleguiado ou guiado por feixe (laser ou microondas).
O mesmo se aplica aos radares. Cada vez mais veremos mísseis dotados de radar ativo em detrimento dos sistemas CLOS e radar semi-ativo.
Ou seja, na minha modesta opinião preferiria ver nossas forças armadas dotadas de sistemas de defesa aérea em ‘estado da arte’ de procedência ocidental como por exemplo o SLAMRAAM/AIM-9X, o MICA VL, o IRST-T SL, o SPYDER (Derby e Python), etc, que cobrem os mesmos níveis.
O nível mais alto, embora ache o sistema complexo e pesado, poderia sim ser coberto por um sistema russo como o S-300, mas nos níveis baixo e médio acho que o ocidente tem mais a oferecer.
Um abraço a todos.

Clésio Luiz
Clésio Luiz
15 anos atrás

Eu acho o alcance dos mísseis muito baixo para custar 300 milhões.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Mísseis da classe dos 12 kg já estão sendo dotados de cabeça de orientação com sensor de formação de imagem (FPA/CCD) multiespectral. Exemplo é o Javelin com 12 kg e 127 mm de diâmetro.
Havia um requerimento de um Stinger (10 kg e 70 mm de diâmetro) com sistema de formação de imagem (podia atacar até alvos terrestres) que foi abandonado, mas já se vislumbra mísseis com até 2,5 kg (50 mm de diâmetro) dotados de seeker com formação de imagem, com alta capacidade de processamento e IA elevada.
Tal capacidade sem dúvida irá decretar o fim dos mísseis CLOS e beam-rider laser já que após o mesmo ser designado para um alvo específico e ser lançado não precisará que o lançador o designe (beam-rider laser) ou o oriente (CLOS). Tudo que o ‘lançador’ tem caberá na cabeça de busca dos mísseis futuros, tanto os antitanques quanto os antiaéreos.
Até mesmo a capacidade de processamento de imagem do ‘componente humano’ será dispensável após o lançamento, como já é em muitos sistemas.
Exemplos desses mísseis sup-ar são os MICA-VL, IRIS-T SL, etc. Praticamente imunes a interferência e só susceptíveis de neutralização se forem ‘cegados’ por um laser ou ‘intercepatados’.
Eles estão ficando menores.
O mesmo se aplica aos mísseis guiados por radar semi-ativo. A tendência parece ser o abandono do sistema em favor do ‘radar ativo’ já que cada vez mais a miniaturização possibilita a acomodação do sistema completo em míssies cada vez menores.
É claro que sempre é bem vinda a ajuda de radares externos, principalmente contra alvos de longo alcance, mas esta ajuda se dará na forma de um link de rádio com o míssil de modo a atualizar a posição da ameaça. Alguns mísseis inclusive podem alterar o modo de operação para radar ativo, semi-ativo, anti-radiação (contra ECM) e até mesmo ligar seu radar somente no último instante para uma aproximação furtiva.
Hoje, o menor míssil dotado de radar ativo é o MICA-EM com 112 kg e 160 mm.

Clésio Luiz
Clésio Luiz
15 anos atrás

Não teria mais futuro desenvolver uma bateria ao redos dos mísseis MAA-1B e A-Darter? Como o Mayer falou, os sistemas precisam ser modernizados com frequência para se manterem eficazes.

Inclusive, poderíamos inovar no projeto do lançador, fazendo um modelo com baixa assinatura térmica/radar. Se o radar adotado fosse bom, poderíamos até ter um mercado de exportação para ele.

Flavio De Paula
Flavio De Paula
15 anos atrás

Bosco, como sempre, vc dando aula.

Realmente, o sistema russo parece bom, mas, não acho a compra ideal.

Já que é um sistema de curto alcance, será que uma solução nacional não seria válida?

Pensei da seguinte forma.
SABER M60 : 60km de alcance.
Astros-II : 150 – 300 km

Acho que com essa grana que estão dispostos a pagar, com uns poucos anos de pesquisa, poderiamos adaptar o Astros para defesa anti-aerea (quem sabe uma parceria com algum outro país, sou sozinhos mesmo), e criar um sistema usando o SABER M60, ou seu sucessor.
Isso pensando em defesa de curto alcance.

Se estivesse falando de sistemas de longo alcance, o S300 seria realmente muito bom, mas para curto alcance, acho que investir em tecnologia nacional é o melhor caminho, indo inclusive de acordo com a END.

Já temos os misseis feitos aqui, já temos os radares. Será que integrar e melhorar a cabeça dos mísseis seria tão difícil ao ponto de justificar uma compra externa? Sinceramente, acho que não.

Repetindo, isso para curto alcance.

Bosco, você acha viável essa idéia?

rrdocosta
rrdocosta
15 anos atrás

Como sempre o Bosco nos dá uma aula de informação.
A minha pergunta é: Se este sistema tem…digamos assim, deficiencias, porque a grita dos EUA quando da venda a Russia vende e/ou fornece algum?
Será que eles (EUA) perigo zero quando atacarem algum alvo?

rrdocosta
rrdocosta
15 anos atrás

quando da venda a Russia vende e/ou fornece algum?

o correto é: quando a Russia vende e/ou fornece algum?

Bosco
Bosco
15 anos atrás

rrdocosta,
ele tem deficiências como todos. Nada só tem vantagens. Agora, independente de ser bom ou ruim, os States vão sempre ficar fulo de raiva quando algum potencial ‘inimigo’ adquirir um sistema de defesa aérea. É aquela velha máxima, “se você é amigo do meu inimigo você é meu inimigo também”.
Mas esse sistema é muito bom e letal, só acho que existem opções melhores e menos ‘rústicas’.

Flávio e Clésio,
sem dúvida tentar produzir um sistema de defesa aérea de baixa e média altitude seria o ideal.
Temos o míssil Piranha II e no futuro o míssil A-Darter que com certeza poderiam ter uma versão sup-ar. O A-Darter, que já vem com TVC poderia até ser lançado verticalmente.
Esses mísseis poderiam ser associados ao radar Saber.
Também o chassi do Astros poderia ser usado mas acho até que para essa classe de mísseis um veículo menor poderia ser adotado. Ou entrão uma versão autorebocada.
Os lançadores do Astros junto com o veículo poderiam ser usados em uma versão de média/grande altitude. Talvez uma versão com booster e data-link dos mísseis citados para aumentar o alcance. Mas aí o radar tinha que ser outro e não o Saber.
O ideal para um míssil de grande alcance/altitude seria um míssil guiado por radar. Sem dúvida deve estar nos planos de nossas forças armadas desenvolver no futuro um míssil ar-ar radar ativo de médio alcance. Ele poderia ser útil isoladamente (lançador fixo inclinado) para média altitude ou associado a um booster (lançador vertical ?) em uma versão de grande altitude.

Agora, só pra deixar claro, o fato de não gostar muito dessa configuração do TOR e achar que o sistema de orientação esta ficando fora de moda, rsrs…. não tira o mérito dele ser um sistema formidável e temido por quem quer que tenha um mínimo de juízo. Pelo menos melhor que tudo que já tivemos. Míssil Roland incluído.

Um abraço a todos.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Desculpem-me pelos vários erros de português. No comentário das 12:01 por várias vezes usei o termo “demais” quando queria dizer “de mais”.
Fora outros de menor gravidade. rsrsrs….

Flavio De Paula
Flavio De Paula
15 anos atrás

Bosco, valeu.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Flávio,
acho difícil aproveitar um foguete do ASTROS em um projeto de míssil sup-ar. No final, mesmo que o ponta pé inicial tivesse sido um SS-80, ele estaria totalmente ‘tranfigurado’.
Quanto aos lançadores e ao veículo eles poderiam sim ser usados. Um lançador do tipo fixo inclinado poderia partir do lançador do ASTROS.
Já se fosse um lançador vertical aí teria que ser um projeto inteiramente novo.

Na minha opinião de leigo, para armar nossas forças armadas com um sistema eficiente de defesa aérea, o ideal seria o seguinte: Para a defesa de baixa altitude deveríamos adotar um veículo leve (tipo Jeep) armado com mísseis portáteis (IR ou beam-rider laser) linkados a um radar na retaguarda. Esse sistema poderia substituir todos os canhões que temos. Os mesmos mísseis ainda poderiam ser lançados do ombro (ou de pedestais) no caso de serem usados por comandos, etc.
Um mix dos dois tipos de mísseis (IR e beam-rider laser) seria o ideal, podendo ficar os atuais Iglas e Mistrals, e adotando um míssil laser guiado associado a um veículo leve todo terreno (blindado ou não) e a um completo conjunto de sensores de aquisição de alvo. Exemplos seriam os mísseis Starstreak ou RBS-70.

Para a defesa de média altitude o ideal seria a utilização de mísseis radar ativos ou com formação de imagem IR (ou os dois), do tipo “atire e esqueça”, com os lançadores independentes dos radares e dos postos de controle. Podendo ser autorebocado ou autopropulsado por veículo leve não blindado. Exemplos são os sistemas VL-Mica e o Spyder ou SLAMRAAM.

Já a defesa de grande altitude seria dada pelo F-X2. Não vejo necessidade de termos um sistema sup-ar de defesa, complexo e caro como os existentes. Pelo menos por enquanto. Mas se fossem essenciais, acho o ideal hoje um sistema leve e compacto como o SAMP-T. No futuro o sistema MEADS que usa o Patriot PAC-3 também será uma opção.

Um abraço.

andrepoa
andrepoa
15 anos atrás

A plataforma do astros seria tão radicalmente alterada que valeria a pena desenvolver um novo produto. É como o pessoal sugere trocar a turbina do AMX para ele ficar supersônico, não dá.. A natureza do astros é ser artilharia assim como o AMX ser um vetor de ataque subsônico. Mas a discussão é boa e toda sugestão deve ser debatida.

masadi45
masadi45
15 anos atrás

Acho que o negócio agora e ter o que nunca se teve. Acho que ao preço do equipamento não teremos muitas baterias , só algumas.Projetos e estudos de desenvolvimentos existem , eu mesmo os vi no antigo CTA, não sei por onde andam,colocar em ação leva tempo e coragem política.Parece-me que há uma certa pressa nas decisões. Sejam mar , exercito ou aeronautica. Mas já é um começo para quem não tinha nada.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Só de curiosidade, os mísseis sup-ar com guiamento tipo CLOS no Ocidente são os Crotale, Roland, Rapier, Sea Wolf, Bamse e Barak. Com exceção dos 2 últimos todos os quatro primeiros estão sendo cogitados de substituição por mísseis com sistema de orientação por imagem IR em seus países de origem.
Os candidatos são os mísseis VL MICA, o LFK-NG, o IRIS-T SL e o CAMM. Com exceção do LFK-NG todos são baseados em mísseis ar-ar de curto alcance adaptados para lançamento da superfície.
Os mísseis com guiamento ‘beamrider” por laser são os Starstreak, RBS70/90 e o ADATS. Esses ainda não possuem substitutos programados, mas com certeza, quando tiverem, os mesmos serão mísseis com orientação IIR (imagem infra-vermelha).
Simplesmente não fará sentido manter uma imagem do alvo centralizada na tela da unidade de lançamento de modo a ‘guiar’ o míssil se for possível (e com certeza será) que o próprio míssil tenha a imagem do alvo ‘estampada’ na sua ‘memória’ e possa segui-la de forma autônoma com seu seeker de formação de imagem.
As contra medidas não serão eficientes já que o míssil terá como reconhecer a ‘forma’ do alvo e portanto, não seguirá despistadores como os chamarizes térmicos (flares).

Flavio De Paula
Flavio De Paula
15 anos atrás

masadi45 em 25 nov, 2009 às 15:19,

Concordo quando diz que já é um começo para quem não tinha nada.

Bosco, novamente, obrigado pelas informações.

É que, como todo bom engenheiro, eu acho que compras de prateleira não levam a nada e que deveriamos sim investir em P&D.

Como não vejo nada que ameace a soberania em um horizonte próximo, acho que temos tempo para pesquisa.

Por isso, pensei que o Astros ou e o SABAER poderiam ser usados como ponta pé inicial para um sistema AA nacional..

saudaçoes…

Ivan
Ivan
15 anos atrás

Bosco,

Valeu pela aula, obrigado.

Ivan.

Walderson
Walderson
15 anos atrás

Caro Bosco,

vc falou de não usar o SABER 60. Poderia ser o novo desenvolvimento dele o SABER 200? Ou teria de ser outro?

Aliás, grande Bosco, vc como sempre uma enciclopédia ambulante. Parabéns, amigo.

Um abraço a todos.

Ivan
Ivan
15 anos atrás

Bosco,

Vc lembra do MIM-72 Chaparral?
Usavam uma versão do míssil ar-ar Sidewinder.
Já deve ter sido desativado.

Mas a idéia seria usar os Piranha MAA-2, ou melhor, uma versão terra-ar do mesmo.
Acredito até que alguns veículos daqueles, destivados pelo US Army, poderiam ser usados para desenvolver uma versão nacional.

Abç,
Ivan

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Walderson,
mas eu acho que o SABER 60 pode sim ser usado. Mas apenas para a vigilância dos níveis baixo e médio (até 5000 ou 6000 metros mais ou menos)
Já o SABER M200 seria usado associado aos mísseis de média altidude.
Para altitudes realmente grandes rsrs…(acima de 15000 metros) acho que não temos nada sendo desenvolvido.
Na verdade a tendência dos sistemas integrados de defesa parece ser de desassociar o radar do sistema de míssil. O míssil como tem um sistema de orientação autônomo (IR, IIR ou radar ativo) e opera no modo ‘atire e esqueça’ faz com que o radar de vigilância não precise ser específico do sistema, desde que seja 3D, de modo a fornecer os dados de atualização via data-link caso seja possível e necessário. No caso do Saber 60 ou do 200, a atualização seria intermitente já que ele é do tipo giratório. Essas atualizações via data-link só são factíveis a partir de distâncias maiores, além de uns 10 ou 15 km, contra alvos velozes manobrando.
Hoje é comum vermos um sistema de míssil sup-ar sendo adquirido e tendo várias opções de radares de vigilância.
Radares “específicos” são essenciais para ‘iluminação’ do alvo no caso do uso de mísseis guiados por sistema semi-ativo ou no caso de mísseis guiados por comando de rádio. Esses sistemas serão cada vez menos comuns no futuro.
Um abraço.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Ivan,
exatemente. Se não me engano o Chaparral ainda é usado por Portugal e a versão naval por Taiwan.
Ele é um ótimo exemplo que poderemos seguir. Na verdade o Piranha já foi pensado nos anos 80 em uma versão sup-ar mas não passou do papel. Aliás não poderia ser diferente já que o míssil só ficou pronto recentemente.
Só de curiosidade o AIM-9X está sendo oferecido junto com o sistema SLAMRAAM para lançamento de terra e será adotado pelos americanos.
A combinação de mísseis com guiamento por IIR e mísseis com guiamento por radar ativo no mesmo ‘sistema’ está sendo muito bem vista e tida como altamente letal.
Um abraço.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

O sistema CLOS e o “beamrider” funcionam na prática como uma pessoa com boa visão que permanecendo parada, guia um cego que se encontrava ao seu lado, através de um radiocomunicador, fazendo-o andar até um determinado ponto distante.
Já os sistemas de ‘formação de imagem’ e de ‘radar ativo’ associados à cabeça de busca de alguns mísseis funcionam como um indivíduo com boa visão que quer ir do ponto A ao ponto B.
Nem precisa dizer qual sistema é mais eficaz.
Há diferenças entre o sistema CLOS (comando por rádio ou por fio) e o beamrider (laser ou microondas) citados acima.
No sistema CLOS o míssil é teleguiado, ou seja, ele recebe orientações do lançador de modo a manter uma trajetória alinhada com a imagem (ótica ou infravermelha) do alvo ou ao seu “símbolo” na tela do radar. Para isso se faz necessário que o lançador saiba a posição tanto do alvo quanto do próprio míssil lançado, de modo a poder fazer os dois impactarem.
Tal sistema geralmente limita a quantidade de mísseis disparados contra um alvo.
Já o sistema ‘beamrider’ é automático. Ou seja, o míssil não recebe nenhum comando da unidade de lançamento e controle. Esta unidade apenas foca um laser sobre o alvo pretendido e o míssil faz as correções de forma autônoma de modo a permanecer no centro do feixe de laser (ou de microondas). É claro que nesse caso o laser não é tão fininho quanto um lápis..rsrs…..
Esse sistema não tem limitação da quantidade de mísseis lançados simultaneamente contra um mesmo alvo.
Nas duas formas, CLOS ou beamrider, o “acopanhamento” do alvo desde antes do lançamento até o momento do impacto pode ser de forma ‘semiautomática’ ou automática.
Na forma “semiautomática” se faz necessária a intervenção humana durante todo o processo de modo a centralizar o alvo na retícula do sistema de mira. O sistema toma conta de guiar o míssil até o alvo enquadrado.
Na forma “automática” o operador humano apenas e tão somente designa na tela o alvo a ser engajado e o sistema faz o resto, não se fazendo necessário mais nenhuma intervenção humana já que há um sistema de IA (inteligência artificial) avançado com grande capacidade de processamento de imagem capaz de acompanhar o alvo designado previamente de forma autônoma.
Já há sistemas de processamento de imagem tão avançados e miniaturizados (usados em armas ar-sup, mísseis cruise, etc) associados a cabeças de orientação que são capazes de sozinhos reconhecer o alvo sem que seja necessário sequer a designação prévia dos mesmos por um operador humano (ATA).
Desculpem-me pelo off topic mas não resisti. rsrs…
Um abraço a todos.

Baschera
Baschera
15 anos atrás

Ivan em 25 nov, 2009 às 16:17 e

Bosco em 25 nov, 2009 às 16:34

Estudos (que nunca se mostraram viáveis…) do EB em desenvolver uma bateria AA com os Piranha 1A montam aos anos 90. No próximo post, vou colocar um link com uma imagem de uma desta tentativas par que vcs vejam……

Sds.

Baschera
Baschera
15 anos atrás

Ta aí o link da imagem que prometi…..

http://img291.imageshack.us/img291/5816/ps02w.jpg

Vejam que se trata de uma “enjambração” de um canhão AA Oerlikon com dois lançadores de Piranha 1-A.

Outrossim, o EB também vai avaliar o sistema chinês chamado KS-1A Míssile Weapon System de alcançe superior aos Tor M2… vejam o folder do fabricante abaixo:

http://i267.photobucket.com/albums/ii309/akivrx78/KS_1ACHN__2_.jpg

Também se estuda a compra de radares chinêses, muito em conta, semelhantes aos que a Venezuela adquiriu.

Sds.

Baschera
Baschera
15 anos atrás

Mais um detalhe….. por outro lado, esta possível compra, dos Tor M2, ainda deixa muito a desejar ao EB.
Compare-se ao Chile que anunciou recentemente a compra de sistemas do míssil Stinger (390 unid.) mais lançadores Avenger (36 unid.) cujo alcançe se aproxima dos 100 Km. Além disto, o custo para os sitemas que o Chile está adquirindo são de Us$ 445 milhões (só para os citados…)

Sds.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

Essa foto nunca tinha vista. Sem dúvida uma engembração sem falar que é muito pouco útil ou prático.
Se pelo menos fosse um míssil MAMPADS (lançado do ombro ou de pedestal) que tem um sistema de lançamento “à frio” ainda vá lá, mas esse aí iria torrar os artilheiros.
Já ví uma configuração de 4 Piranhas em uma torre conteirável em um chassi de M113. Essa teria sido interessante.

Quanto ao sistema Avenger ele é também de curto alcance/baixa altitude, já que é baseado no míssil Stinger de ombro. O TOR é bem mais capaz que ele embora de conceito completamente diferente.

Um abraço meu caro amigo.

Bosco
Bosco
15 anos atrás

O fato de algum país ou força ter um míssil de longo alcance/grande altitude, como por exemplo o S-300 ou o Patriot, não o faz prescindir de sistemas antiaéreos com alcances menores, tendo em vista a necessidade de proteção em camadas e da cobertura de corredores de ataque fornecidos pelo relevo.
Um míssil de longo alcance deixa muitos furos devido aos acidentes do relevo e ao horizonte radar.
Em relação ao horizonte radar seria possível a aproximação das baterias de longo alcance de forma a que haja a sobreposição da cobertura oferecida em grandes altitudes e a eliminação do “corredor” a baixa altitude.
O horizonte radar em terra é muito variável, na dependência do terreno e da altura em que a antena foi instalada, mas em geral fica em torno de 40 a 60 km de distância. Portanto, para que se feche o corredor a baixa altitude seria necessário a instalação de baterias e de seus radares de vigilância distantes uns dos outros em torno de 80 a 120 km. Desse modo toda a superfície poderia estar coberta pelos sistemas interconectados, tanto em baixa quanto em grande altitude.
O problema é o custo astronômico de se ter esses sistemas de mísseis de longo alcance em quantidade suficiente para esse nível de cobertura com alta densidade.
Mas o problema maior reside nas características do relevo, que permite corredores de ataque mesmo dentro do horizonte de radar coberto pelo sistema já que fornece áreas de “sombra” que precisam ser cobertas por sistemas sup-ar de menor alcance e de reação rápida.
Um abraço a todos.

carl94fn
carl94fn
15 anos atrás

Concordo com os colegas, seria melhor usar um míssil nacional para defesa de curto alcance, mesmo que demorasse alguns anos, e eu preferia mesmo um sistema de médio ou longo alcance vindo da Rússia…
Mas enfim esse sistema é muito melhor do que o que temos hoje, até que enfim em?!

carl94fn
carl94fn
15 anos atrás

Se bem que não tem nada certo ainda!!

MARCO ANTÔNIO
14 anos atrás

O TOR M2E È MUITO MELHOR QUE O SISTEMA CHINêS KS-lA, além do preço ser melhor .

Cabral
Cabral
14 anos atrás

Desculpe, mas não seria melhor comprar o S-400 e o Tor M2E? 40 S-400 e 20 Tor M2E não seria melhor do que comprar apenas um sistema e ficar dependente dele? Claro, poderiam modificar os ASTROS II para isso, mas…

Freire
Freire
14 anos atrás

É só o LULA parar de perdoar dividas de BOLIVIANOS,PARAGUAIOS, que tem dinheiro para comprar umas 20 destas Anti-Aéreas e pronto.

BRASIL