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O canhão sem recuo Carl Gustaf foi selecionado pelo US Army para equipar unidades de infantaria leve. O Carl Gustaf, designado M3 MAAWS nos EUA, já está em uso em 40 países inclusive o Exército Brasileiro e o Comando de Operações Especiais dos EUA.
Temos somente 130 destes, quando o mínimo necessário so pra infantaria seria de mais de 500 unidades.
Uma aquisição que o EB precisa fazer urgente, podendo té reduzir a dotação de 09 para 06 por unidade.
Bosco Jr
10 anos atrás
Os EUA possuem armas pessoais individuais antitanques e de assalto efetivas até 500 metros:
M-72 (foguete)
M-141 (CSR)
M-136 (AT-4) (CSR)
M-203 (lançador de granadas)
M-32 (lançador de granadas)
XM-25 (lançador de granadas, efetiva até 750 metros)
O Carl Gustav M3 reutilizável vai preencher o gap que existe entre essas armas e o míssil Javelin, já que tem alcance efetivo de até 1300 metros.
O morteiro leve M224 tem alcance superior mas é de difícil aplicação na maioria das situações, seno o Carl Gustav mais prático e preciso.
Colombelli
10 anos atrás
Bosco
Parece-me que o M-141 e o AT-4 não sejam propriamente CSR, mas sim lança rojões, pois não tem culatra que permita o recarregamento e tem alma lisa (ainda que este ultimo critério não seja definitivo).
Já o morteiro bate área e não ponto. Ja vi tiros muito precisos com morteiros bem inferiores de 60mm (o que usamos no EB) a 2000 metros, mas não são disparos efetivos ou confiáveis contra casamatas e posições de tiro abrigada como propicia o Carl Gustav ou propiciavam os M-18 e M-40, pois demandam vários ajustes a maioria das vezes e as granadas são muito sujeitas a elementos da balística externa
Outro aspecto importante do Carl Gustav que tem que ser destacado é o preço infinitamente menor em vista de cada disparo se comparado a misseis.
Consta que o interesse dos EUA e a compra do primeiro lote a alguns anos se deu pela experiência do Afeganistão, onde a guerrilha talibã, usando calibre mais pesado, logrou engajamentos a distâncias superiores a alcance dos fuzis 5.56 dos EUA e dos AT-4, tendo se mostrado o uso do M-14, dos morteiros e dos mísseis inviável pela ineficiência ou pelo custo elevado.
Bosco Jr
10 anos atrás
Colombelli,
Como você sabe mais do que eu, foguete e CSR tem funcionamentos diferentes, e não tem, como você mesmo disse, nada a ver com ser reutilizável/recarregável ou descartável, ou ter alma lisa ou raiada, já que ambos os sistemas possuem exemplares descartáveis, reutilizáveis, com almas lisas e raiadas.
As “bazucas” eram recarregáveis (tubo bem, não tinha culatra) e eram foguetes já o AT-4 é de tiro único e tem alma lisa e funciona baseado no princípio do CSR.
No caso de armas dessa classe em particular (descartáveis ou semi-descartáveis) a diferença é só mesmo em termos tecnológicos de funcionamento porque na prática não faz diferença se é um foguete ou se funciona baseado no princípio de um CSR ou no princípio de contra-massa.
Na verdade foi um equívoco de minha parte tê-las classificado quanto ao seu método de funcionamento, é que tenho certeza resistência em chamar essa classe de armas de “lança-rojões”.
Um foguete tem propulsão própria e seu propelente se mantém acesso do momento do disparo até poucos instantes antes dele sair do cano.
Já um CSR (independente de ser de tiro único ou reutilizável) deflagra uma carga propulsora que se expande dentro do tubo empurrando o projétil para fora, enquanto parte dos gases sai pela traseira.
O M-72 é um foguete, o AT-4 funciona pelo princípio do CSR, o M-141 idem.
Interessante que o M-141 é baseado no SMAW que por sua vez é baseado no B-300 israelense, que é um foguete. Eu pensava que o M-141 fosse também um foguete mas tive a curiosidade de conferir e na Wiki diz usar o princípio de um CSR, o que me causou espanto.
Também só hoje descobri que o M-141 tem um tubo extensível (semelhante ao M-72) sendo diferente do SMAW que lhe deu origem, que é semi-descartável.
De qualquer forma não vou mais fazer essa diferenciação entre os princípios de funcionamento já que isso traz confusão e não ajuda em nada, principalmente quando dito “en passant”.
Um abraço.
aldoghisolfi
10 anos atrás
Colombelli e josebosco: boa tarde!
O Carl Gustaf (M1 e M2 -?-) possuia alma raiada.
Bosco Jr
10 anos atrás
Aldo,
Com certeza.
Collombeli e Aldo,
Sem querer me alongar no assunto, e só de curiosidade, em relação ao princípio de funcionamento dos principais sistemas descartáveis em uso hoje em dia no Ocidente:
Baseado no princípio do foguete:
M-72
C-90
LAW-80
Apilas
SMAW/B-300 (semi-descartável)
Shipon
SRAW (Predator)
NLAW
AT-4CS (?)
Baseado no princípio do CSR
AT-4
M-141
Baseado no princípio da “contra-massa”:
Armbrust
PZF-3
Matador
Um abraço.
Colombelli
10 anos atrás
Aldo, o Carl Gustav é alma raiada, mas este critério não é muito bom, pois há canhões de alma lisa e raiada.
O melhor critério para se definir um canhão é a presença de culatra de recarregamento. Também não gosto do termo lança-rojão, mas reconheço que acresce certa precisão terminológica em vista dos canhões ( carl gustav, M-18, M40 e outros).
As populares bazucas, ou seja o lança rojão 3.5′ e o 2.36′ estavam em uso no EB quando fiz a escola. Dispara-los era quase suicídio. Tinha que se pegar o rojão, efetuar a ligação de dois fios com os terminais no tubo da arma e havia uma bateria no cabo para acionamento elétrico. Os tiros que presenciei, o rojão saiu e caiu da boca do tubo imediatamente abaixo. Felizmente eram feitos em um desfiladeiro e não explodiram. Teve de ser cancelado o exercício. O tubo era articulado em duas partes e por conta do uso e da idade, as vezes as duas metades não ficavam alinhadas ( pense um tiro passando nisso).
O canhão 57mm M-18, so efetuamos na escola dois tiros, ou seja, somente 02 dos 174 alunos dispararam. Na tropa tive oportunidade de dispará-lo duas vezes, mas era uma arma obsoleta e perigosa. Este deve ser substituído pelo Carl Gustav.
Já o M-40 de 106mm é uma arma ainda fabulosa. Tudo bem que tem assinatura térmica e visual exagerada, mas isso se compensa pela potência de fogo e precisão. Tem um fuzil apontador em cima do tubo em calibre .50 que dispara um cartucho mais curto e com velocidade de 503m/s para certificação dos disparo. A 300 metros de distância a explosão da granada é sentida fisicamente nos olhos e caixa torácica. O pessoal costumava colocar as caixas da munição atras na área de sopro e estas simplesmente desapareciam em uma lingua de fogo de 5 metros. Acho que com a instalação de um telêmetro e uma mira noturna ele ainda rende um bom caldo como arma AC, especialmente para emboscadas. É uma arma leve e barata. Seria o caso até de aumentar a dotação dos pelotões anticarro de 03 para 06 peças.
aldoghisolfi
10 anos atrás
Colombelli:
“Aldo, o Carl Gustav é alma raiada, mas este critério não é muito bom, pois há canhões de alma lisa e raiada”.
Certíssimo!
MAS a recíproca não é verdadeira, pois ao que me consta não há lança-rojão com tubo raiado, sendo o efeito giroscópico alcançado pelo acionamento de aletas no corpo do projétil, pode ser?
Colombelli
10 anos atrás
Corretíssimo, so canhão pode ser raiado. Os lança rojões e lança foguetes usam aletas, normalmente expansivas. As do AT-4 são de alumínio, tenho guardado um pedaço de uma.
Os canhões sem recuo normalmente usam, inclusive, uma cinta de pré-raiamento no projétil, exigindo encaixe certo na culatra. É este recurso que permite que o tubo seja menos espesso que um cano de revolver ou pistola.
aldoghisolfi
10 anos atrás
Feito, che!
Um abraço.
Bosco Jr
10 anos atrás
Interessante que antes do AT-4 (descartável, operando no modo CSR) o EB usava ou lança rojões (lança foguetes) reutilizáveis ou canhões sem recuo, também reutilizáveis.
Ou seja, só usava armas antitanques recarregáveis, quer operassem pelo princípio da compensação do recuo pela ejeção dos gases, quer pelo princípio do motor foguete.
Quando o EB adotou o AT-4, uma arma de tiro único, descartável, apesar de usar o método “CSR” resolveu que ele fazia parte da classe dos “lança-rojões”, apesar de definitivamente seu projétil não ser um “rojão”, que é um foguete (projétil autopropelido), e sim um projétil que é expelido pela força de gases em expansão dentro de um espaço confinado.
Reconheço que usar o termo “CSR” para designar o AT-4 seria inusitado, tendo em vista que em geral um canhão é reutilizável, recarregável, e isso traria confusão à tropa.
Por outro lado usar o termo “lança-rojão” também me parece inadequado tendo em vista o método de funcionamento da peça.
Ou seja, se nem um é adequado e nem o outro, então deveriam ter escolhido um terceiro termo.
O termo “lançador de granadas” já é usado por outra classe de armas, então está fora.
Eu ficaria com o termo “lançador de projétil” ou “lança-projétil”, para designar qualquer tipo de arma “anti-tanque” que fosse de tiro único (descartável), independente do princípio de funcionamento da mesma.
Temos somente 130 destes, quando o mínimo necessário so pra infantaria seria de mais de 500 unidades.
Uma aquisição que o EB precisa fazer urgente, podendo té reduzir a dotação de 09 para 06 por unidade.
Os EUA possuem armas pessoais individuais antitanques e de assalto efetivas até 500 metros:
M-72 (foguete)
M-141 (CSR)
M-136 (AT-4) (CSR)
M-203 (lançador de granadas)
M-32 (lançador de granadas)
XM-25 (lançador de granadas, efetiva até 750 metros)
O Carl Gustav M3 reutilizável vai preencher o gap que existe entre essas armas e o míssil Javelin, já que tem alcance efetivo de até 1300 metros.
O morteiro leve M224 tem alcance superior mas é de difícil aplicação na maioria das situações, seno o Carl Gustav mais prático e preciso.
Bosco
Parece-me que o M-141 e o AT-4 não sejam propriamente CSR, mas sim lança rojões, pois não tem culatra que permita o recarregamento e tem alma lisa (ainda que este ultimo critério não seja definitivo).
Já o morteiro bate área e não ponto. Ja vi tiros muito precisos com morteiros bem inferiores de 60mm (o que usamos no EB) a 2000 metros, mas não são disparos efetivos ou confiáveis contra casamatas e posições de tiro abrigada como propicia o Carl Gustav ou propiciavam os M-18 e M-40, pois demandam vários ajustes a maioria das vezes e as granadas são muito sujeitas a elementos da balística externa
Outro aspecto importante do Carl Gustav que tem que ser destacado é o preço infinitamente menor em vista de cada disparo se comparado a misseis.
Consta que o interesse dos EUA e a compra do primeiro lote a alguns anos se deu pela experiência do Afeganistão, onde a guerrilha talibã, usando calibre mais pesado, logrou engajamentos a distâncias superiores a alcance dos fuzis 5.56 dos EUA e dos AT-4, tendo se mostrado o uso do M-14, dos morteiros e dos mísseis inviável pela ineficiência ou pelo custo elevado.
Colombelli,
Como você sabe mais do que eu, foguete e CSR tem funcionamentos diferentes, e não tem, como você mesmo disse, nada a ver com ser reutilizável/recarregável ou descartável, ou ter alma lisa ou raiada, já que ambos os sistemas possuem exemplares descartáveis, reutilizáveis, com almas lisas e raiadas.
As “bazucas” eram recarregáveis (tubo bem, não tinha culatra) e eram foguetes já o AT-4 é de tiro único e tem alma lisa e funciona baseado no princípio do CSR.
No caso de armas dessa classe em particular (descartáveis ou semi-descartáveis) a diferença é só mesmo em termos tecnológicos de funcionamento porque na prática não faz diferença se é um foguete ou se funciona baseado no princípio de um CSR ou no princípio de contra-massa.
Na verdade foi um equívoco de minha parte tê-las classificado quanto ao seu método de funcionamento, é que tenho certeza resistência em chamar essa classe de armas de “lança-rojões”.
Um foguete tem propulsão própria e seu propelente se mantém acesso do momento do disparo até poucos instantes antes dele sair do cano.
Já um CSR (independente de ser de tiro único ou reutilizável) deflagra uma carga propulsora que se expande dentro do tubo empurrando o projétil para fora, enquanto parte dos gases sai pela traseira.
O M-72 é um foguete, o AT-4 funciona pelo princípio do CSR, o M-141 idem.
Interessante que o M-141 é baseado no SMAW que por sua vez é baseado no B-300 israelense, que é um foguete. Eu pensava que o M-141 fosse também um foguete mas tive a curiosidade de conferir e na Wiki diz usar o princípio de um CSR, o que me causou espanto.
Também só hoje descobri que o M-141 tem um tubo extensível (semelhante ao M-72) sendo diferente do SMAW que lhe deu origem, que é semi-descartável.
De qualquer forma não vou mais fazer essa diferenciação entre os princípios de funcionamento já que isso traz confusão e não ajuda em nada, principalmente quando dito “en passant”.
Um abraço.
Colombelli e josebosco: boa tarde!
O Carl Gustaf (M1 e M2 -?-) possuia alma raiada.
Aldo,
Com certeza.
Collombeli e Aldo,
Sem querer me alongar no assunto, e só de curiosidade, em relação ao princípio de funcionamento dos principais sistemas descartáveis em uso hoje em dia no Ocidente:
Baseado no princípio do foguete:
M-72
C-90
LAW-80
Apilas
SMAW/B-300 (semi-descartável)
Shipon
SRAW (Predator)
NLAW
AT-4CS (?)
Baseado no princípio do CSR
AT-4
M-141
Baseado no princípio da “contra-massa”:
Armbrust
PZF-3
Matador
Um abraço.
Aldo, o Carl Gustav é alma raiada, mas este critério não é muito bom, pois há canhões de alma lisa e raiada.
O melhor critério para se definir um canhão é a presença de culatra de recarregamento. Também não gosto do termo lança-rojão, mas reconheço que acresce certa precisão terminológica em vista dos canhões ( carl gustav, M-18, M40 e outros).
As populares bazucas, ou seja o lança rojão 3.5′ e o 2.36′ estavam em uso no EB quando fiz a escola. Dispara-los era quase suicídio. Tinha que se pegar o rojão, efetuar a ligação de dois fios com os terminais no tubo da arma e havia uma bateria no cabo para acionamento elétrico. Os tiros que presenciei, o rojão saiu e caiu da boca do tubo imediatamente abaixo. Felizmente eram feitos em um desfiladeiro e não explodiram. Teve de ser cancelado o exercício. O tubo era articulado em duas partes e por conta do uso e da idade, as vezes as duas metades não ficavam alinhadas ( pense um tiro passando nisso).
O canhão 57mm M-18, so efetuamos na escola dois tiros, ou seja, somente 02 dos 174 alunos dispararam. Na tropa tive oportunidade de dispará-lo duas vezes, mas era uma arma obsoleta e perigosa. Este deve ser substituído pelo Carl Gustav.
Já o M-40 de 106mm é uma arma ainda fabulosa. Tudo bem que tem assinatura térmica e visual exagerada, mas isso se compensa pela potência de fogo e precisão. Tem um fuzil apontador em cima do tubo em calibre .50 que dispara um cartucho mais curto e com velocidade de 503m/s para certificação dos disparo. A 300 metros de distância a explosão da granada é sentida fisicamente nos olhos e caixa torácica. O pessoal costumava colocar as caixas da munição atras na área de sopro e estas simplesmente desapareciam em uma lingua de fogo de 5 metros. Acho que com a instalação de um telêmetro e uma mira noturna ele ainda rende um bom caldo como arma AC, especialmente para emboscadas. É uma arma leve e barata. Seria o caso até de aumentar a dotação dos pelotões anticarro de 03 para 06 peças.
Colombelli:
“Aldo, o Carl Gustav é alma raiada, mas este critério não é muito bom, pois há canhões de alma lisa e raiada”.
Certíssimo!
MAS a recíproca não é verdadeira, pois ao que me consta não há lança-rojão com tubo raiado, sendo o efeito giroscópico alcançado pelo acionamento de aletas no corpo do projétil, pode ser?
Corretíssimo, so canhão pode ser raiado. Os lança rojões e lança foguetes usam aletas, normalmente expansivas. As do AT-4 são de alumínio, tenho guardado um pedaço de uma.
Os canhões sem recuo normalmente usam, inclusive, uma cinta de pré-raiamento no projétil, exigindo encaixe certo na culatra. É este recurso que permite que o tubo seja menos espesso que um cano de revolver ou pistola.
Feito, che!
Um abraço.
Interessante que antes do AT-4 (descartável, operando no modo CSR) o EB usava ou lança rojões (lança foguetes) reutilizáveis ou canhões sem recuo, também reutilizáveis.
Ou seja, só usava armas antitanques recarregáveis, quer operassem pelo princípio da compensação do recuo pela ejeção dos gases, quer pelo princípio do motor foguete.
Quando o EB adotou o AT-4, uma arma de tiro único, descartável, apesar de usar o método “CSR” resolveu que ele fazia parte da classe dos “lança-rojões”, apesar de definitivamente seu projétil não ser um “rojão”, que é um foguete (projétil autopropelido), e sim um projétil que é expelido pela força de gases em expansão dentro de um espaço confinado.
Reconheço que usar o termo “CSR” para designar o AT-4 seria inusitado, tendo em vista que em geral um canhão é reutilizável, recarregável, e isso traria confusão à tropa.
Por outro lado usar o termo “lança-rojão” também me parece inadequado tendo em vista o método de funcionamento da peça.
Ou seja, se nem um é adequado e nem o outro, então deveriam ter escolhido um terceiro termo.
O termo “lançador de granadas” já é usado por outra classe de armas, então está fora.
Eu ficaria com o termo “lançador de projétil” ou “lança-projétil”, para designar qualquer tipo de arma “anti-tanque” que fosse de tiro único (descartável), independente do princípio de funcionamento da mesma.