Grupo de trabalho irá à Rússia em janeiro de 2014 para avaliar Pantsir-S1
Integrantes do grupo são do Exército Brasileiro e do Corpo de Fuzileiros Navais
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Nesta quinta-feira, 28 de novembro, foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria nº 3.231 designando um Grupo de Trabalho composto por militares do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil (Corpo de Fuzileiros Navais), que viajará à Rússia em janeiro de 2014 para avaliar o sistema de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1.
A portaria, com data de 27 de novembro, foi assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim. O Grupo de Trabalho é composto por 10 integrantes, sendo encabeçado por um general de brigada do Exército, e inclui dois oficiais (um capitão de mar e guerra da reserva remunerada e um capitão de fragata da ativa) do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
O período marcado para a viagem de avaliação vai de 28 de janeiro a 10 de fevereiro de 2014, e as despesas serão custeadas pelo Ministério da Defesa.
FONTE: Diário Oficial da União (o texto acima foi adaptado do original. Clique no link para acessar na íntegra a página em que está publicada a portaria, com mais detalhes a respeito).
IMAGENS: KBP (clique no link para saber mais sobre o equipamento – texto e infográficos em inglês)
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E a FAB não enviará ninguém?
Não estão na lista desse Grupo de Trabalho, pelo que pude ver.
Pelo que entendi de informações anteriores, a FAB ficou encarregada da parte de negociação do Pantsir-S1, sob a ótica dos Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) já estabelecidos (e que publicamos aqui – ver primeiro link da lista ao final da matéria). Já o Grupo de Trabalho fará a avaliação, sob a ótica dos mesmos ROC.
Valeu Nunão!
Nunao este caminhao da foto maior é o provável modelo a ser montado por aqui com chassi da Man ??
Pra mim ficaria mais bacana no chassi do Astros (o qual nao sei a marca).
Sds. Eduardo o observador.
Eduardo,
Desconheço que já exista uma escolha definitiva de chassi onde porventura será instalado o Pantsir-S1 para o Brasil, dado que o negócio ainda está em negociação e o sistema ainda será avaliado em janeiro, na Rússia.
Assim, acho muito cedo para especular sobre “provável modelo a ser montado aqui”.
O chassi atualmente usado pela AVIBRAS é o TATRA.
Realmente achei estranho não haver ninguém da FAB no GT.
Afinal, não circulam informações na mídia que será a FAb a operar as baterias AAe de médio alcance?
Leejunior22,
O que circula é que serão adquiridas três baterias, uma para cada força (da mesma forma que os 50 helicópteros EC725 foram divididos em lotes iguais para as unidades operacionais das três, embora a FAB receba dois a mais para o GTE). Assim, serão operadas pelas três e não só pela FAB, pelas informações que já mostramos aqui em várias oportunidades.
Valeu Nunao,mas me expressei mal, era só saber se o caminhao era o da man .
Leejunior22,
entrei no site da Tatra e estou babando até agora com o chassi e suas engrenagens e com os veiculos(entre as quais,fotos ,está a do Astros 4×4 de comando e controle), muito bacana mesmo e que sistema de traçao sem comentários.
Sds,Eduardo o observador aprendiz que curti mecanica no geral .
Nunão,
Sem dúvida. Parece que vai haver essa partilha de uma bateria para cada força, inclusive uma versão naval do Pantsir para a Marinha, salvo engano.
Só para lembrar que originalmente as Baterias de AAe estavam sendo avaliadas apenas pelo EB.
Acontece que alguns setores do MD quiseram fazer, de novo, esse arranjo de “pai-que-não-quer-deixar-nenhum-filho-preterido” . Depois tem a questão da doutrina de defesa AAe que determina que as baterias de médio alcance estariam sob controle operacional da FAB, através do COMDABRA.
Civis decidindo quantitativo e destinação de armamento, ainda mais com politica no meio, dá nisso ai, uma gambiarra atécnica.
E o sistema é de curto alcance, não teria motivo para estar sob comando da FAB.
E os requisitos conjuntos foram desconsiderados, pois nos anunciados o sistema não seria comprado jamais. Então isso ai de grupo de trabalho etc… é so pra dar umas diárias para alguns elementos.
Não acho ruim a aquisição, mas nem por isso posso deixar de apontar sua incoerência.
Colombelli,
Gostaria de acrescentar que, aprentemente, nem no MD está definido o conceito de Defesa AAe de médio alcance.
Isso, porque, mesmo com o estabelecimento do EMCFA e alguns avanços em busca de uma uniformizaçãao de requisitos, as FFAA ainda não falam a mesma lingua operacional, falta a implantação de uma terminologia única para as FFAA e de doutrina conjunta.
Uma vez ouvi uma palestra de um comandante de unidade de defesa AAe do EB explicando que o que define se uma bateria estaria ou não sob o controle operacional da FAB era a sua faixa de altitude. Acho que acima de 5000 metros (aprox. 15.000 pés), se não me engano.
Tradicionalmente, a classificação de curto/médio/longo alcance guarda relação com o alcance das baterias, mas parece que não é assim no Brasil.
Colombelli e leejunior22,
No caso da doutrina de Defesa Antiaérea aqui no Brasil, trabalha-se com alcance vertical, e não horizontal, dividindo o espaço aéreo em camadas.
Baixa altura é de zero a 3.000 metros, para uso de canhões e mísseis. Já entre 3.000 e 15.000 metros, é média altura, e os disparos só podem ser feitos a alvos designados pelo COMDABRA. O que é bastante lógico, dado que se trata do órgão central do SISDABRA a defesa de nosso espaço aéreo de forma centralizada.
Isso tudo é explicado com mais detalhamento em duas matérias da revista Forças de Defesa: matéria e entrevista sobre os Gepard, na edição número 8 (ainda à venda), e matéria / entrevista também muito elucidativa sobre o Comdabra, na edição número 3 (esgotada).
Bacana, bem centralizado, doutrina dos anos 60, como era no Iraque. Destrói-se o COMDABRA e instaura-se o caos entres as unidades.
Blind Man’s Bluff,
Acredito que haja planejamento de contingências para o caso de destruição do prédio do Comdabra, em Brasília.
O Sisdabra, do qual o Comdabra é o elemento de comando, inclui os Cindactas, com suas grandes redes de radares espalhadas pelo país, e cada um deles tem também um centro (Brasília, Curitiba, Recife e Manaus), bem distantes entre si e, em pelo menos dois casos, com distâncias entre 500 e 1.000 km das fronteiras terrestres mais próximas ou da costa. O Cindacta de Curitiba, que se considerava nos anos 70 próximo de uma eventual ameaça, a Argentina, foi até mesmo enfiado debaixo da terra. Para cada percepção de ameaça, uma solução.
Haja poder de fogo para destruir tudo isso. Apesar de mal-armados quando comparamos com a densidade da defesa aérea iraquiana, as dimensões do Brasil e a distribuição dos radares e centros por um amplo território dificultam um pouco as coisas para um atacante, dentro das ameaças que se pode vislumbrar ao menos para o médio prazo. Minha opinião, é claro.
Acho que um método mais fácil para produzir o caos está na política, em que volta e meia se fala em separar totalmente o controle do tráfego aéreo da defesa do espaço aéreo, coisas que juntas, e com a centralização atual, têm funcionado muito a contento.
Valeu o esclarecimento acerca do parâmetro curto/médio alcance.
Mas a rigor, considerando este parâmetro, todos os lançadores do sistema ficarão sob controle operacional da FAB, apesar de operados por outras forças. Isso so vai gerar confusão e retardo na hora do disparo. Um ataque aéreo pode durar apenas alguns segundos. Haverá tempo de consultar toda esta estrutura de comando quando o lançador estiver destacado em um ponto estratégico?
A história ensina, fracionamento e compartilhamento de comando= deficiência inoperância.
Complementando, parece-me que melhor critério seria a distribuição dos meios em táticos e estratégicos.
Meios táticos a serem operados pelo EB e CFN em defesa direta de tropas ( Gepard, Mistral, Igla, Oerlikon, Bofors).
Meios estratégicos para defesa de pontos como hidroelétricas, centrais de transmissão, portos, centros industriais, alicerçados pelo Pantsyr e complementados com canhões e misseis de curto alcance, mas com operação unificada na FAB.
Que sentido há em por sob operação de uma força um armamento que estará sob comando de outra?
Colombelli,
Concordo!
Exército e FN ficariam com os “meios táticos” independente de serem de baixa, média ou grande altitude.
A FAB ficaria com a defesa de suas bases e de alvos estratégicos, independente de serem de baixa, média ou grande altitude.
Os FN poderiam acumular a defesa das instalações da MB.
Deve-se levar em consideração que alvos táticos hoje são atacados a partir de baixa, média e grande altitude e de curto, médio e longo alcance.
Se em décadas passadas alvos táticos só eram engajados a baixa altitude e curto alcance, isto mudou radicalmente nos dias de hoje.
Um sítio de S-400 pode ser atacado por bombas SDB a 100 km de distância e de 12000 metros de altitude.
Uma coluna de blindados, idem.
“Isso so vai gerar confusão e retardo na hora do disparo. Um ataque aéreo pode durar apenas alguns segundos. Haverá tempo de consultar toda esta estrutura de comando quando o lançador estiver destacado em um ponto estratégico?”
Colombelli (e, aproveitando, Bosco)
Creio que você está se referindo a um ataque surpresa a de uma aeronave a baixa altura. Nesse sentido, não há necessidade de se “consultar toda essa estrutura” para o disparo, até 3.000 metros. Ao menos é o que está explicado na referida entrevista da revista Forças de Defesa número 8. Seria um absurdo se precisasse de autorização para uma contingência dessas.
Essa questão da subordinação (operacional), pelo que entendo, faz sentido justamente porque quem estará monitorando eventuais intrusos no espaço aéreo será o Cindacta da região, comandado pelo Comdabra. É uma questão de quem informa quem sobre o cenário e as ameaças detectadas, conforme as altitudes e responsabilidades.
Nesse sentido, creio que você está fazendo um raciocínio invertido: quem precisaria informar a bateria antiaérea sobre um intruso, justamente para deixá-la de prontidão sobre a ameaça detectada a partir de todos os seus meios de rastrear o mesmo, seria o Cindacta / Comdabra, e não o contrário. Esse contrário seria o caso da bateria antiaérea (cujo radar, de qualquer forma, deverá estar conversando com o mesmo sistema, o que é um requisito para as novas baterias) avisar o Comdabra para disparar. Porque a situação dessa bateria detectar é justamente a altitudes menores.
Explico melhor: se num ambiente de conflito ou de contraposição a eventuais ameaças (na proteção de um grande evento, por exemplo) um intruso aparecer no radar de uma bateria sem ter sido detectado por um radar do Cindacta ou congênere antes, é porque penetrou ao longo de uma grande fatia do espaço aéreo a uma baixa altitude (teoricamente, se penetrar a média altitude, em algum momento será captado por algum radar, a não ser que consiga contornar o alcance em determinada altitude de cada sítio de radar, lembrando sempre que essa cobertura radar tem as limitações impostas pela curvatura da Terra, sendo mais eficiente em altitudes maiores) E, se esse intruso está a baixa altitude, não precisa avisar para abater, pelo que foi explicado da doutrina atual, nessas circunstâncias.
Mas há algo que talvez vocês não estejam levando em conta ao fazer a crítica (sempre útil, pertinente e indispensável) ao sistema atual.
Este reflete uma realidade do passado e de hoje: ou seja, uma situação em que não há ainda em operação baterias antiaéreas de mísseis capazes de atingir alvos a média altitude (com exceção da Marinha, mas esse é um outro caso, pois são para defender a frota no mar).
A obtenção de armamento terra-ar capaz de derrubar aeronaves a altitudes maiores será uma novidade. E, com isso, a doutrina terá que ser adaptada / mudada.
O que precisaria ser acertado, eventualmente, é como funcionará a coisa abaixo de certas altitudes, onde a cobertura é falha devido à curvatura da Terra. Até hoje, acima de 3.000 metros era tudo sob responsabilidade da FAB, com seus caças. Com baterias antiaéreas capazes de contrapor ameaças entre essa altitude e os 15.000 metros, somando-se aos caças, de fato haverá uma novidade que terá que ser acertada. Acima de uma certa altitude, a rede de radares do Cindacta capta o resto e dá as coordenadas e avisos às baterias antiaéreas, que estão sob controle operacional do Comdabra.
É óbvio que essas questões terão que ser discutidas e transformadas em novas doutrinas para a entrada em operação de novos sistemas antiaéreos, mais capazes que os atuais.
“Deve-se levar em consideração que alvos táticos hoje são atacados a partir de baixa, média e grande altitude e de curto, médio e longo alcance.”
Bosco,
Creio que, por isso mesmo, se deva separar as áreas de atuação por altitude, e não por alcance, levando em conta que a primeira linha de defesa contra um ataque é o guarda-chuva formado por caças, num teatro de operações. Imagino que, mesmo com a mudança de doutrina a ser feita para operação de baterias antiaéreas capazes de alcançar alvos a média altitude (assim como a médio alcance horizontal), essa separação por camadas verticais deva prosseguir, pois é a forma mais lógica, a meu ver, de se separar num teatro amplo, onde vários meios espalhados atuarão.
Senão estaremos pensando no problema com os olhos de quem está postado numa bateria, vendo a questão a partir do raio de ação de seus mísseis, o que é um guarda-chuva mais limitado (vertical e horizontal), ou mesmo de quem está numa base aérea com caças que têm seus raios de interceptação também com limitações, do que com os olhos de quem está comandando um sistema, que envolve um guarda-chuva mais amplo e que conta com vários meios distintos, cada um com seu alcance próprio, dentro de uma grande área – ou seja, vários guarda-chuvas menores dentro de um guarda-chuvas maior.
Nunão,
Concordo plenamente com a sua posição.
O problema maior é que não havia bateria de defesa AAe de médio alcance até a entrada de operação das novas baterias (Pantsir, ou outras).
Sem dúvida, a atual doutrina não reflete esse componente de defesa AAe de médio alcance baseada em terra e, portanto, terá que ser revisada, desde, como afirmei anteriormente, que o processo seja de forma conjunta.
É importante integrar as baterias de defesa AAe com o Comdabra, e prever medidas de IFF (Identification Friend or Foe), até para evitar “fogo amigo”.
Bosco,
O problema é definir conjuntamente o que é Tático, Operacional e/ou Estratégico.
Se eu não me engano ainda não existe um conceito unificado na doutrina das FFAA.
Um exemplo, os escalões de manutenção do exército e da FAB. Acho que no EB são 5 escalões (1º, 2º, 3º …) e na FAB 3 (Linha, Base e Parque). Claro que alguem pode falar que os 5 do EB se encaixariam nos 3 da FAB, mas é só um exemplo de que o que é para uma Força, pode não ser para outra.
Nunão
O problema da consulta certamente so existe em situação onde a aeronave tenha tido possibilidade de detecção anterior pela estrutura unificada.
Se a bateria está lotada em um ponto de defesa estratégica ou tática e vê aeronave não autorizada se aproximando deve atirar primeiro e perguntar depois, seja ela de que alcance for.
Não era este propriamente o problema que eu quis mencionar, mas sim a dificuldade de comunicação entre forças diferentes. Se a bateria ou lançador vai ser operado subordinado ao COMDABRA/FAB não tem porque ser distribuídos ao EB ou CFN. Se dentro de uma mesma força a dificuldade de comunicação ja é grande, imagina-se forças diferentes. E o treinamento então ficaria extremamente prejudicado.
Ja quanto o critério tático e estratégico, não vejo dificuldade em definir. Justamente porque hoje o engajamento de um alvo tático ou estratégico pode se dar tanto em baixa altitude como em grande, e a grande distância é que ganha realce o critério tático/estratégico.
Este critério de altitude é volúvel e incerto. Há critérios melhores.
Como eu vejo a defesa AA?
– Primeira Linha: Caças com apoio dos CINDACTAs. Toda e qualquer hipótese onde possam interceptar agiriam. Se a ameaça passasse por eles ou não houvesse tempo entram a segunda e terceira linha, isoladas ou simultaneamente.
– A segunda linha é a da defesa estratégica, lotada em alvos não engajados diretamente no combate e a certa distância da linha de frente. Exemplo deles em um conflito na regão sul, acerca da qual fiz um estudo ano passado os alvos de valor estratégico: Itaipu, usinas do rio Iguaçu (05) e Uruguai (04), pólo petroquimico de Triunfo, 03 das pontes existentes no Rio Uruguai, Portos de Rio Grande Itajai e Paranagua, estações de Foz do Iguaçu, Ivai-Porá e Itaberá, pontes férreas sobre o Rio Iguaçu e Uruguai etc… etc…,
Para esta segunda linha, controlada pelo COMDABRA eu lotaria os Pantsyr, 120 Iglas em baterias de 04 misseis e adquiriria 30 lançadores do RBS 70 com 180 misseis. Combinando estas armas de diferentes formas, podemos ter de 30 a 50 alvos cobertos, alguns deles tendo combinação de meios de média e baixa altitude.
A Terceira linha seria a defesa tática, a cargo do EB e do CFN dentro dos TO, feita por Iglas, canhões e mtr .50, e eventualmente por meios mais capazes, através, no caso do EB, de 05 grupos AA e 09 baterias orgânicas de Brigadas. A defesa tática cobre a tropa operativa, acantonamentos e estruturas de apoio imediato, sem vinculação de comando ao COMDABRA ainda que se valendo do apoio de sua estrutura de cobertura.
Assim temos uma estrutura mais racional que evitaria o problema vivenciado pelos alemães na II WW, quando a Flack era operada pela Luftwaffe e muitas vezes as tropas ficaram sem cobertura.
Sintetizando: COMDABRA defesa estratégica. EB e CFN defesa tática de suas tropas nas respectivas áreas.
Voltando ao caminhão, a versão da foto pruincipal é operado pelos UAE e está montado sobre chassis MAN.
E a MAN é hoje, a dona da VW Caminhões.
Se vão seguir com mais esta merd…. que pelo montem este sistema sobre um chassi verdadeiramente militar e não num eurobambi travestido de militar.
Grande abraço
Um sistema como este se torna um alvo primário de um possível atacante.
Ou seja, irão querer antes neutralizá-lo antes de prosseguir o ataque.
A melhor maneira de fazê-lo, seria usando um helicóptero de ataque armado com mísseis fire-and-forget de grande alcance (Ex: Apache Longbow/Hellfire L).
Se os helicópteros puderem escolher o local da “emboscada” as chances do Pantsir são poucas.
Outra maneira é através de ataque aéreo convencional (SEAD e DEAD) usando armas stand-off (no caso, com alcance acima de 20 km) disparadas por aeronave tripulada ou não, o que em geral obriga também o uso de sensores de grande alcance (FLIR, SAR, etc) no próprio avião atacante ou em outro (R-99, E-8, etc) ou de equipes no solo, helicóptero de observação (OH-58) ou VANT para vetorar o ataque e designar alvos.
Há uma série de armas desta categoria: HARM, AARGM, LJDAM, EPW, WCMD/Skeet, SDB II,
A terceira maneira é através de ataque sup-sup, usando uma série de armas, o que também obriga a um sofisticado sistema de comando, controle, comunicação, etc, onde também está envolvido satélites, aeronaves sensoras, equipes de solo, etc
Os mísses sup-sup podem ser de ataque direto (Ex: P-44, PAM, etc) ou mísseis que ficam circulando e buscam um alvo ou por conta própria ou porque estão ligados ao controlador humano. Este tipo de abordagem estará cada vez mais utilizada num futuro próximo, com o conceito de VANT suicida.
Tudo isso que eu disse foi só para dizer que concordo com a afirmação do Juarez. Se formos utilizar o Pantsir, que não seja instalado em um caminhão de entrega de gás e sim num chassi blindado.
Bosco e Juarez,
Concordo que o chassi deva ser militar e protegido por blindagem, mas não entendi a crítica ao MAN.
A versão do MAN que é comentada para servir como base ao Pantsir brasileiro (só lembrando que não há nada definido quanto a isso) é da série HX/SX, que ficou em exposição na LAAD 2013, comercializada pela empresa Rheinmetall MAN Defense Vehicles.
Trata-se de um chassi desenvolvido desde o projeto como militar, tendo a opção de cabine blindada.
A série HX/SX foi baseada no MAN KT1 desde os anos 60, que presta bons serviços às Forças Armadas pelo mundo.
Só deixando claro que não trabalho para a MAN e, particularmente, prefiro o chassi TATRA para o PANTSIR, fornecido pela AVIBRAS, que serviria como representante da TATRA no Brasil.
Só que as vezes não entendo as duras críticas direcionadas para certos fornecedores de produtos militares, não só no FORTE, mas em todos canais do Forças de Defesa e em outros locais na internet, só pelo fato de fabricante A ou B serem europeus, americanos ou russos. Nem Jesus agradou à todos.
Considerando que:
Não há nenhum Pantsir montado em chassis Tatra.
E há Pantsir em serviço, montado em chassis MAN
Alem do que, um chassis MAN bem parececido, já foi usado no passado, p/ montar o Roland.
Pq raios temos que deixar a Avibrás, aka “A Eternamente Encostada”, fazer o que ela não sabe???
Pois uma coisa é a integração do Astros, produto próprio e outra mto diferente e bem cara é a integração de um produto completamente desconhecido.
Afinal, diversificar a cadeia de fornecedores, é sempre uma boa idéia.
Leejunior,
Se for um chassi blindado, sejam MAN, TATRA, ou outro qualquer, pra mim serve.
O que acho é que deva ter blindagem também para o condutor já que presumo que a cabine de controle tenha algum nível de blindagem.
Embora preferencialmente o Pantsir opere estático (com o condutor dentro da cabine de controle ou em local afastado), ele é capaz de operar seu radar de busca e até atirar com o canhão em movimento, daí conclui-se que o condutor estaria muito vulnerável no caso de sua cabine não ser blindada.
Operando em movimento com o radar de busca ativado ele seria um alvo fácil de mísseis antirradiação, que no caso de explodir sua ogiva de fragmentação próximo de uma cabine não blindada seria fatal para o tripulante e provavelmente deixaria o veículo imobilizado.
Por isso sempre defendi que o Pantsir blindado sobre lagartas é o máximo que se pode querer de um sistema móvel de proteção antiaérea, mas que sobre chassi de caminhão tem seu emprego limitado dentro de uma determinada doutrina que não creio ser a do EB.
Mesmo tendo a cabine do condutor e de controle blindadas, ainda assim ficaria vulnerável a fragmentos o motor, o gerador de energia, tanques de combustível, etc.
Mudando de pato pra ganso, de minha parte não faço críticas de forma gratuita só porque o fornecedor é europeu, americano, russo ou chinês.
Faço críticas caso a caso. De modo geral me agrada mais as soluções ocidentais (por exemplo, nunca consegui usar hashi nas refeições) mas quando há uma convergência de tecnologias ou quando as soluções não ocidentais parecem mais elaboradas, elogio com a mesma veemência. Aliás, cada vez se nota que chineses e russos buscam “ocidentalizar” mais seus produtos tendo em vista que têm como objetivo ampliar a colocação dos mesmos no mercado ocidental.
Gosto do Pantsir mas não como um sistema de médio alcance/altitude, pra mim é um sistema de defesa de curto alcance, só que anabolizado.
O Pantsir irá colocar o Brasil anos luz na frente do que temos hoje, mas gostaria que além dele obtivéssemos um outro sistema, modular, para a defesa de média altitude.
Um abraço.
Bosco,
Concordo com você. O meu comentário sobre as críticas não foi direcionado a você.
Não sou avesso às críticas aos produtos de defesa, só penso que elas devam ser fundamentadas em critérios técnicos, não apenas em critérios ideológicos ou políticos.
As suas colocações de proteção tática e tiro em movimento são muito válidas.
Mauricio,
O chassis MAN foi integrado ao Pantsir, porque o UAE solicitou que assim fosse feito. O fato de não haver um chassi TATRA ou qualquer outro, diga-se de passagem, reside no fato do Pantsir não ser utilizado por muitos países.
Quanto à integração, o Pantsir é um módulo que pode ser adaptado em diversas plataformas ou ser utilizado de forma autônoma, não havendo maiores dificuldades de integração.Qualquer oficina especializada sabe montar um “baú” em chassis de caminhão.
Se eu não me engano é a ODT (Odebrecht Defesa e Tecnologia) que está a frente do projeto do Pantsir no Brasil. Portanto, a diversidade de fornecedores já estaria garantida. Na opção TATRA/AVIBRAS, essa seria somente uma subcontratada da ODT.