Pantsir-S1: o que mudou nos requisitos da nossa futura antiaérea de média altura?
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A aquisição de sistemas russos Pantsir-S1 de defesa antiaérea de média altitude deverá ser negociada conforme novos Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) publicados em julho deste ano, que substituíram outros publicados em 2012 – veja aqui as principais mudanças realizadas
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Na semana passada, portaria do Ministério da Defesa do Brasil autorizou o início das negociações para aquisição do sistema russo Pantisir-S1 que incorpora canhões e mísseis para defesa antiaérea de média altura (clique aqui para ver matéria e comentários a respeito e clique aqui para acessar a portaria original, publicada no Diário Oficial da União).
O texto da portaria faz referência à necessidade da negociação obedecer à ótica dos Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) instituídos numa portaria anterior, de número 1.984, que foi publicada em 3 de julho deste ano (2013). O texto dessa portaria, que traz os “Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) do Sistema de Defesa Antiaérea de Média Alturas das Forças Armadas (ROC Nº 40/2013) pode ser acessado clicando aqui.
Esses novos ROC revogaram outros publicados em 2012 na Portaria 2.385, cujo texto pode ser acessado clicando aqui.
O blog das Forças Terrestres traz agora para os leitores uma compilação das principais mudanças que ocorreram nesses requisitos, de um ano para outro, mesmo período em que avançaram acordos entre Brasil e Rússia para a aquisição do sistema Pantsir-S1.
Muitas das mudanças em diversos itens foram feitas para ajudar no entendimento, colocando por extenso o que antes aparecia abreviado em siglas. Porém, algumas mudanças não são meramente “cosméticas”. Vamos a elas:
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O Sistema de Defesa Aeroespacial entrou no texto, assim como o IFF brasileiro
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Dentro dos chamados “Requisitos Absolutos” (RA), a versão de 2012 não citava o Sistema de Defesa Aeroespacial. Agora, no item 5 “Função Identificar Ameaças”, e especificamente seu subitem 5.1, que exige que uma ameaça deva ser identificada como amiga ou inimiga em tempo “não superior a 20 (vinte) segundos após sua detecção”, está citado que o sistema “deve integrar-se ao Sistema de Defesa Aeroespacial”
Ainda sobre a identificação da ameaça, um novo subitem foi acrescentado, o 5.3, dizendo que “o Sensor de Busca do Sistema de Controle e Alerta do sistema deve possuir arquitetura funcional que lhe permita receber o0s protocolos e equipamentos necessários para permitir o funcionamento do Interrogador IFF Modo 4, em desenvolvimento no Brasil”.
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Transporte em C-130 ou KC-390 desapareceu dos ‘Requisitos Absolutos’ e passou aos ‘Requisitos Desejáveis’, porém sem especificar as aeronaves
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Na versão de 2012 dos ROC, no item 8 “Requisitos de Interfaces Externas” e especificamente no subitem 8.3, de “Requisitos Ambientais”, havia uma clara menção aos atuais aviões de transporte tático de maior porte utilizados pela Força Aérea Brasileira, os C-130, e seus futuros substitutos, os KC-390. O texto da antiga letra “b” desse subitem iniciava com o trecho “os meios orgânicos do Sistema transportados nas aeronaves C-130 ou KC-390 da FAB devem manter as suas condições ideais…”
Tanto essa menção quanto toda a especificação sobre esse transporte nos aviões deixou de fazer parte dos “Requisitos Absolutos” e passou aos “Requisitos Desejáveis” (RD) ao final da portaria. Além de deixar de ser um requisito absoluto e passar a ser desejável, ao invés de aviões de transporte específicos agora há apenas uma menção a “aeronaves”. Abaixo, o novo texto, que é o item 9 dos RD:
“9) é desejável que os meios orgânicos do Sistema sejam transportados em aeronaves, mantendo as suas condições ideais, para satisfazer as especificações contidas nos requisitos específicos das FA, quando submetidos a uma faixa de variação de temperatura, de umidade, de pressão, de choque mecânico, de vibração, de radiação e interferência eletromagnética, de acordo com as condições determinadas em seus Manuais Técnicos, no ambiente operacional.”
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O transporte como ‘carga externa’ em helicóptero, como o EC725, foi suprimido dos ‘Requisitos Desejáveis’
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Dentre os Requisitos Desejáveis de 2012, estava a menção de que o sistema “deve possuir condições que permitam seu posicionamento e transporte como “carga externa”, a ser realizada em helicóptero para transporte de carga (ex. Eurocopter 725)”.
Agora, esse requisito específico não é mais desejável, tendo sido suprimido – embora seja apropriado ressaltarmos que o item “9” mostrado logo acima faz menção a “aeronaves”, sem especificar o tipo. Vale lembrar que o termo “aeronaves” é bastante abrangente, e entre elas estão os helicópteros, também chamados de aeronaves de asas rotativas.
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Envelope mínimo de engajamento foi diminuído, passando de alcance horizontal de 30km para 20km; porém, foi acrescentado o engajamento a partir de navios, no qual o envelope mínimo foi mantido em 30km
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Dentre os “Requisitos Absolutos”, a “Função Engajar Alvos” (dentro do item 8 “Requisitos de Interfaces Externas”) teve algumas alterações importantes, o que inclui um novo subitem. Em 2012, a letra “b” do subitem 8.5 “Função Engajar Alvos” dizia que “o Sistema deve engajar, com efetividade, ameaças aeroespaciais em um envelope mínimo de 30.000 (trinta mil) metros de alcance horizontal e entre 30 (trinta) metros a 15.000 (quinze mil) metros de alcance vertical.”
Nos novos requisitos de 2013, esse texto foi alterado para “o Sistema deve engajar, com efetividade, ameaças aeroespaciais em um envelope mínimo de 20.000 (vinte mil) metros de alcance horizontal e entre 50 (cinquenta) metros a 15.000 (quinze mil) metros de alcance vertical.”
Na sequência, foi incluído um novo trecho, especificando essas exigências para o ambiente naval, o que não constava dessa parte na versão de 2012. O texto acrescentado foi: “quando instalados em navios, o Sistema deve engajar, com efetividade, ameaças aeroespaciais em um envelope mínimo de 30.000 (trinta mil) metros de alcance horizontal e entre 30 (trinta) metros a 15.000 (quinze mil) metros de alcance vertical.”
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Mach 3 é trocado por 1.000 m/s e capacidade de autodestruição é acrescentada
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Ainda como parte da “Função Engajar Alvos”, em 2012 foi especificado que “o Sistema deve engajar com efetividade ameaças aeroespaciais com velocidades de no mínimo até MACH 3”. Agora, em 2013, esse texto ganhou nova redação, mais detalhada, deixando mais claro esse limite e colocando a velocidade em metros por segundo (deve-se levar em conta que o número Mach, em metros por segundo, varia com a altitude e a temperatura, pelo que na nossa opinião a mudança melhora o entendimento do que é realmente solicitado, lembrando também que Mach 3 em certas condições fica próximo a 1.000m/s).
Também são citadas ameaças no novo texto, que ficou assim: “os mísseis do sistema de armas devem possuir condições para engajar ameaças aeroespaciais desenvolvendo velocidades entre 0 (zero) e 1.000 (mil) metros por segundo, no mínimo, permitindo o engajamento de helicópteros em voo pairado, aeronaves de asas fixas tripuladas, ou não, e diversos tipos de munições inteligentes.”
Um novo subitem foi acrescentado com a letra “f”, especificando que “o Sistema deve possuir capacidade de autodestruição do míssil em voo”.
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Recursos Externos relativos à alimentação elétrica, que faziam parte dos ‘Requisitos Absolutos’, passaram a ser ‘Requisitos Desejáveis’
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Um subitem inteiro (8.4) relativo a “Recursos Externos”, que fazia parte do item 8 “Requisitos de Interfaces Externas” foi retirado dos “Requisitos Absolutos”. Trata-se de um texto que especificava a alimentação elétrica.
O texto, sem alterações importantes, passou a ser o subitem 10 dos “Requisitos Desejáveis”, com a seguinte redação: “10) é desejável que os meios orgânicos do Sistema de Defesa Antiaérea de Média Altura sejam alimentados por fonte de energia elétrica, com frequência variando de 50 (cinquenta) Hz a 60 (sessenta) Hz, bem como tensão variando de 127 (cento e vinte e sete) Volts a 220 (duzentos e vinte) Volts, conforme legislação em vigor, estabelecendo variações de tensão e frequência máximas permitidas para consumidores comerciais de energia elétrica, além dos recursos internos provenientes dos grupos geradores, como alternativa.”
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Foi eliminada a terceira parte, ‘Requisitos Complementares’ (RC), e seus itens foram divididos entre ‘Requisitos Absolutos’ e ‘Requisitos Desejáveis’, sendo um deles suprimido
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Na versão 2012, após as partes “Requisitos Absolutos” e “Requisitos Desejáveis”, havia uma terceira chamada”Requisitos Complementares”. Esta parte foi eliminada e o destino dos três itens que a compunham é o que segue abaixo:
Um item que tratava de proteção QBRN foi movido para os “Requisitos Desejáveis”, ficando com a seguinte redação: “8) é desejável que ofereça proteção contra ameaças Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares (QBRN) aos seus operadores.”
Um item que tratava de um módulo de simulação passou a compor o item “Requisito de Treinamento” como parte dos “Requisitos Absolutos”, com a seguinte redação: “Deve oferecer um simulador que permita o treinamento de todas as funções de operações do sistema, evitando a necessidade de aquisição deste equipamento como acessório.”
Um item estabelecendo que o sistema “deve possuir uma arquitetura funcional que possibilite o carregamento dos mísseis sem demandar o emprego de viaturas especiais, no caso de plataformas terrestres” foi suprimido.
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Foi criada a ‘Função Mobilidade’ dentro dos ‘Requisitos Absolutos’, e retirado item ‘desejável’ sobre operação remota que objetivava evitar engajamento por mísseis antirradiação
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Um item considerado “desejável” na versão de 2012 passou a fazer parte de uma nova função incorporada aos “Requisitos Absolutos”: a “Função Mobilidade” (número 9), com ligeiras alterações na redação: “9.1) as plataformas terrestres devem apresentar condições de mobilidade que permitam seu posicionamento utilizando apenas viaturas sobre rodas ou reboque para sua movimentação.”
Em seguida, foi acrescentado o subitem 9.2, especificando que “as viaturas sobre rodas devem possuir motorização alimentada por óleo diesel.”
Por fim, foi suprimido o seguinte item que estava entre os “Requisitos Desejáveis” na versão de 2012: “deve permitir operação remota do radar de vigilância / busca e em posição protegida, a fim de evitar o engajamento por armamento ar-solo antirradiação.”
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Estas foram as principais diferenças que encontramos entre os “Requisitos Operacionais Conjuntos” publicados em 2012 e em 2013 (sendo que a Portaria em que publicou-se estes últimos revogou a anterior). Como se trata de uma análise comparativa, a leitura desta matéria não esgota a totalidade dos novos requisitos, pois trata apenas das partes modificadas / suprimidas / acrescentadas entre um e outro.
Você pode clicar nos links que disponibilizamos no início deste artigo para consultar os requisitos de 2012 e 2013 na íntegra, e com isso conferir nossa análise, complementá-la e, eventualmente, corrigir nos comentários qualquer engano de nossa parte. Bom debate a todos!
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OFF TOPIC…
…mas nem tanto!!!
(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/09/sd-10a-sky-dragon-medium-range-anti-air.html)
É chinês, a capacidade e o desempenho ainda precisam ser aferidos, então por enquanto vcs podem ir se acostumando c/ a presença deles por aqui.
É difícil um míssil com alcance horizontal de 20.000 metros ter esse alcance aumentado para 30.000 metros só porque está instalado em um navio.
Só se for mágica.
Mesmo porque presumi-se que o alcance em média de um míssil naval seja até menor que o do mesmo na versão “terrestre” tendo em vista que ele sempre irá operar ao nível do mar, onde a densidade do ar é maior e o arrasto idem.
Outra coisa é em relação à altitude de operação da versão naval que está no requisitos atuais, de 30 a 15.000 metros. Um Exocet consegue penetrar.
Ideal para uma versão naval é que possa operar de 0 a 15.000 metros.
E sem querer ensinar padre a rezar missa, claro é que um míssil sup-ar ou atinge um alvo no limite da altitude ou no limite do alcance vertical. Os dois juntos é impossível.
Sua zona de atuação é semelhante a uma gota.
Ou seja, não tem como um míssil atingir um caça a 15.000 metros de altura e a 20.000 metros de distância, e isso vale para o Pantsir.
Só de curiosidade, uma JDAM lançada a 15.000 metros de altitude atinge um alvo a 30 km de distância. Para nós isso não tem tanta importância, mesmo porque o Pantsir é superior a qualquer coisa que temos, mas para os acontecimentos que podem ocorrer na Síria essa informação é relevante.
Excelente matéria.
Por conta deste alcance de armas guiadas disparadas a grande altitude, deveria ter sido estudada a aquisição de um sistema complementar com um pouco mais de alcance como o BUK ( pra não sairmos dos russos) para proteção de alguns poucos alvos prioritários ( eg. Itaipú, estação de Ivaiporã, Angra I e II)
Requisito absoluto: A designação do sistema deve começar com a letra “P” e terminar com o número “1”.
Requisito desejável: De preferência ter um S entre as duas letras especificadas acima.
irao usar i Pantsir como defesa aerea dos navios ?!?!?!
foi isso que eu entendi ou estou viajando ?!?!?
sendo isso verdade, o projeto do “Umkhonto”, doisconto, tresconto que o Brasil esta/estava desenvolvendo junto a Africa do Sul para defesa aera foi pro xilindro…
nao creio…
Bosco, bom dia, bem que poderiam montar esta plataforma sobre o chassi apresentado pela IVECO de seu caminhao mod militar acrescentando-se apenas mais um eixo na dianteira (o que nao tem segredo ou dificuldade algum/a.
Este sistema seria interessante em algumas das futuras class Amazonas ou nas Barroso o que vc acha?
Sds. Eduardo o aprendiz.
Um dado interessante sobre o alcance do Pantsir é que antes da adoção dos radares de varredura eletrônica o sistema era tido como tendo um alcance de 15 km, após, passou para 20 km.
Provavelmente esse incremento se deva ao modo diferente de guiagem que quando usa radares de varredura eletrônica é por “comando fora da linha de visada” e quando usa o radar de controle de tiro original era por linha de visada (CLOS)
Usando um radar de controle de tiro de varredura eletrônica e o modo “comando fora da linha de visada” (COLOS) é possível ao míssil implementar uma trajetória parabólica, subindo e ganhando energia potencial e que será depois convertida em energia cinética, aumentando o alcance sem mudar em nada o míssil em si.
Vale lembrar que quando do uso do sistema eletroótico para o guiamento do míssil, opção mais resistente às CME ou contra alvos no solo, ele não é capaz de fazer uma trajetória parabólica e voa em linha reta tendo seu alcance máximo reduzido.
Além do mais, nesse caso, há uma redução natural do alcance de aquisição pelos sensores óticos e IR serem mais sensíveis às condições atmosféricas.
Eduardo,
Nas futuras Barroso sem dúvida já que existe a versão Pantsir M, de uso naval.
Já nas Amazonas eu acho que não. Não sou daqueles que defendem que nossos navios patrulha sejam mais bem armados do que já são.
Um abraço.
Valeu Bosco,a classe Amazonas é muito bacana e tomara se construam realmente as outra 10 ou mais, e a curiosidade pelo projeto das novas Barroso me consome,porém só nos resta aguardar .
Voce acredita que o tal projeto Parana seja baseado no Pantsir e que venha a ser construido ( no futuuuuuro) em grande escala para suprir a necessidade de nossas forças ??
Sds, um abraço e obrigado pelas respostas sempre pontuais e pela boa vontade em compartilhar seu conhecimento com todos aqui !
OBS; parabens pela matéria Nunao !!
Bosco, o Pantsir M é de lançamento vertical, ou de lançamento horizontal tal qual nossos Aspide ou Seawolf?
Excelente matéria! Parabéns, Fernando “Nunão” De Martini.
Bosco,
Nas futuras “Barroso Mod” precisaria checar o peso total do sistema, já que eu imagino que a única localização possível seria sobre o hangar, ocupando a posição do reparo Bofors Trinity de 40mm.
Mas eu creio que um navio em especial teria reserva de estabilidade mais do que suficiente para receber o sistema e, enfim, ganhar uma defesa antiaérea bem melhor que a atual:
O navio-aeródromo São Paulo.
Creio que pelo menos dois sistemas (num dos bordos à proa e no outro bordo à popa) já trariam uma boa cobertura AAe para o navio.
Já os três reparos Mistral nele instalados poderiam ser transferidos para outros navios, caso haja espaço / área livre de interferências neles. Por exemplo, nos NDCC, ou em alguma posição à popa da atual Barroso, ou mesmo um em cada um dos três novos navios-patrulha classe “Amazonas”. Afinal, pode ser que no futuro eles realizem algumas de suas patrulhas ou mesmo desdobramentos para operações com outros países (sim, navios-patrulha oceânicos fazem isso e deverão fazer cada vez mais) em alguma área onde uma proteção antiaérea mínima deva existir. Vale dizer que as fragatas de vigilância (nome pomposo para navio-patrulha oceânico ou aviso hangar e convoo…) classe “Floreal” franceses têm reparos Simbad de mísseis Mistral instalados, assim como avisos A69 já tiveram (quem sabe algum ainda tenha).
Andreas,
O Pantsir naval é simplesmente o mesmo sistema lançador terrestre combinado a canhões, só que instalado num navio ao invés estar sobre um veículo terrestre.
Por fim, como a discussão aqui é prioritariamente voltada a Forças Terrestres, estou adaptando esse comentário para o Poder Naval para ver se um debate por lá pode vingar a respeito dos navios em que o sistema poderia ser instalado: http://www.naval.com.br/blog/2013/09/10/pantsir-s1-o-que-mudou-nos-requisitos-para-negociacao-desse-sistema-antiaereo/#comment-92312
Aos que se interessarem por debater a instalação em navios, proponho que a discussão a respeito vá para o Poder Naval, no link que passei agora.
Sugiro então uma pergunta mais “terrestre” para debate, voltada ao EB: após essa possível “compra dividida em três forças” de três baterias de Pantsir-S, eventuais aquisições subsequentes não deveriam privilegiar o EB ao invés da FAB e MB?
Na wikipedia diz que o sistema pode atingir alvos com RCS mínimo de 1 cm² a distâncias de 20.000m de altura e 15.000 m de distância, com velocidades máximas de 1300m/s; a taxa de acerto do míssil varia de 77% a 95 % .
O engajamento do sistema varia de 5 m a 20.000 m de altura e os valores giram em torno de US$ 13 a 15 milhões por bateria; mas não fala se é cada (o mais provalvel) ou o conjunto de 6 unidades.
O único chassi ocidental habilitado para instalação do Pantsir é o MAN SX45, fabricado para atender uma encomenda dos EAU, que são o primeiro cliente do sistema.
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Pantsir-S1&prev=/search%3Fq%3Dpantsir-m%26biw%3D1366%26bih%3D606
Quanto a versão naval não achei nada ainda, apernas que será instalada nas novas fragatas e no Kusnetsov.
Pontos positivos:
-Mobilidade
-30km a partir de navios
-IFF em 4s
Pontos negativos:
-20km meios terrestres
-Autodestruição = vulnerabilidade/backdoor
-Defesa anti-aerea de grande altitude?*
*Alguem sabe alguma coisa sobre a defesa de grande altitude? Aparemente a responsabilidade será exclusiva dos chevettes da FAB!
No que toca a mobilidade, alguem sabe se esses SA-22 serão instalados naqueles caminhões militares da MAN recem encomendados pelo Brasil?
Fernando “Nunão” De Martini disse:
10 de setembro de 2013 às 11:00
Nunão sobre seu comentário, acho que a compra dos Pantsir deveriam privilegiar o EB até pelas características do sistema… a MB e a FAB possuem bases fixas e acredito que deveriam ter sistemas de defesa aérea diferentes, baseadas em mísseis e canhões, mas fixos nas bases e não com a mobilidade do Pantsir.
Para o EB o sistema é o ideal pois confere boa mobilidade e defesa de coluna de blindados, ou mesmo defesa de instalações críticas que não estão dentro da área de cobertura de sistemas maiores, ou seja, uma usina hidrelétrica ou uma ponte importante por exemplo.
Por exemplo, gosto do sistema Mantis alemão para a defesa de ponto pois é basicamente canhões com um radar, algo simples e funcional.
http://www.segurancaedefesa.com/Luftwaffe_Mantis.html
o unico talvez capaz de transportar um Pantsyr seria um C-17 ou talvez um Il-76.
Na nova versão dos ROC só fala em transportável por aeronaves e não necessariamente existentes na FAB.
Bom, um PANTSIR pode ser transportado por um C-5 Galaxy. Então ele atende.
Prezados
O Sistema Pantsir foi matéria da revista Forças de Defesa n.7. Mais informações sobre ele podem ser obtidas lá
oseboscojr disse:
10 de setembro de 2013 às 9:08
Requisito absoluto: A designação do sistema deve começar com a letra “P” e terminar com o número “1″.
Requisito desejável: De preferência ter um S entre as duas letras especificadas acima.
Bosco, isto tem um nome no jargão comercial de quem participa assiduamente de concorrências públicas;
Edital de concorrência com objeto licitado DIRECIONADO PARA TÃO SOMENTE UM FABRICANTE, e isto via regra costuma gerar os seguintes transtornos:
Preços aviltados
Equipamentos defasados e ou inapropriados para a missão.;
Problemas logísticos
Prejuízos para os erário público
Aguardemos o desfecho, mas aviso aos aero navegantes, tem gente muito braba com esta virada de tapete a” la EC 725″, e isto pode terminar muito mal….
Grande abraço
Boscão,
Eu ia postar a mesma coisa… então mudarei a redação:
Se esta ROC/2013 fosse um “pé”…. nela só serviria um “sapato” russo chamado Pantsir S1 !
Lembrando que a versão naval do Pantsir está sendo desenvolvida no Admiral Kuznetsov.
Sds.
Sem chance de caber um bicho deste tamanho dentro do kc-390 ou Hercules só se o diminuirem consideravelmente o que acredito nao ser possivel.
roberto bozzo disse:
10 de setembro de 2013 às 11:21
(…) “O único chassi ocidental habilitado para instalação do Pantsir é o MAN SX45…”
Em que parãmetros você se baseia para fazer tal afirmação?
A torreta do Pantsir na verdade pdoe ser adaptada em diversos veículos como se pode ver na imagem a seguir:
http://koroliev.files.wordpress.com/2012/01/sistema-pantsir-s.jpg
Creio que não seria muito difícil instalar tal torreta no mesmo veículo base do sistema astros da Avibras!
Guilherme Poggio disse:
10 de setembro de 2013 às 13:21
Na verdade a nova versão do ROC não fala em transporte aéreo de todo o sistema Pantir, mas “dos meios orgânicos do Sistema”… Que poderia compreender apenas a torre e as munições.
Lyw disse:
10 de setembro de 2013 às 13:41
Apenas reproduzi o que esta no link do Wikipedia referente a compra dos EAU. Na imagem aparecem diversos veículos russos, nenhum ocidental.
” Emirados Árabes Unidos : 50 em ordem, [26] Lançamento cliente de Pantsir-S1. Ordenadas maio de 2000, metade deles rastreado, a outra metade com rodas. Devido a entregar em três lotes até o final de 2005-12 em 2003, 24 em 2004 e 14 em 2005. Preços indicados onde EUA $ 734 milhões (incluindo a EUA $ 100 milhões de pagamento com antecedência, para completar R & D), [27] com o preço por unidade sendo cerca de EUA $ 15 milhões. Entrega adiado após novas decisões de projeto foram tomadas e Emirados Árabes Unidos disse ter pago adicional de EUA $ 66 milhões para cobrir grandes melhorias. Todos os 50 sistemas de agora será rodado em MAN SX 45 caminhões 8×8 da Alemanha, bem como os veículos de apoio. A entrega do protótipo ocorreu em 2007. Com isso, a MAN SX45 é o único veículo “ocidental”, que pode acomodar o sistema S1 e tem uma logística e uma rede de apoio em todo o mundo através de sua rede importador. A entrega dos 50 sistemas encomendados em 2000, começou em 2007 com os dois primeiros sistemas produzidos em série. Defence Weekly da britânica Jane relatou em 30 de outubro;. [28] atrasos em outras entregas. Com base em dados de teste de queima, é necessário alguma otimização dos sistemas. As entregas ocorrerão ao longo dos próximos três anos ao abrigo de um cronograma alterado. Conforme relatado pelo Kommersant em junho de 2006 Emirados Árabes Unidos manifestou interesse em adquirir mais 28 sistemas [29] e tem provavelmente assinado uma opção para a entrega em 2009-2010.”
Quanto ao peso, o areamilitar informa que o Pantsir tem 26.000 ton… mas o arquivo em si esta com problemas e não informa se é com o chassi (o que eu acredito que seja) ou somente o sistema.
Srs editores, meu último comentário saiu repetido, poderiam apaga-lo ?
Grato.
NOTA DOS EDITORES: APAGADO!
Um vídeo interessante sobre o Pantsir:
http://www.youtube.com/watch?v=8kABbX30QDc
Nunão,
Ainda não vi uma foto oficial do Pantsir naval mas ele deve ser bem mais leve que a versão sobre chassi de caminhão. Mesmo porque o caminhão fica. rsrsrsss
Não deve contar com o radar de vigilância, adotando os sensores próprios do navio para detecção, acompanhamento, classificação e designação de alvos; não tem a cabine de comando tripulada (na dianteira) e não tem o gerador de energia elétrica na traseira.
Bozzo,
O ideal mesmo para acompanhar coluna de blindados seria a versão sobre lagartas, mas claro não há nada que impeça a versão sobre caminhão de fazer o serviço, mesmo porque ele pode trabalhar linkado com um radar na retaguarda e operar no modo passivo, usando o sistema eletroóptico para a aquisição do alvo e controle do míssil.
E ainda ele pode operar estacionário e camuflado, movendo conforme a necessidade de acompanhar a “coluna”. Mesmo porque, ele tem longo alcance e pode ficar mais à retaguarda.
O problema de se usar o sistema eletroóptico é que se reduz o alcance e não tem como engajar alvos simultâneos, mas pelo menos se opera de modo discreto e com grande resistência às contra-medidas.
As contra medidas no caso são: RWR, MWS, lançadores de chaffs (e flares), interferidores ativos de autoproteção, iscas rebocadas, radares AESA e aeronaves de ataque eletrônico.
Ainda não vi uma foto oficial do Pantsir naval mas ele deve ser bem mais leve que a versão sobre chassi de caminhão. Mesmo porque o caminhão fica. rsrsrsss
Sem dúvida! Seria só a “torreta” com os doze lançadores de mísseis, os dois canhões, e o que creio ser o radar DT bem à frente da mesma. Algo semelhante ao desenho que está no alto da ilustração que o Poggio colocou alguns comentários acima.
Porém, a questão do peso desse conjunto menor ainda precisa ser respondida, assim como dos demais itens de controle etc que estariam presentes em outras partes do navio, mais abaixo.
“O problema de se usar o sistema eletroóptico é que se reduz o alcance e não tem como engajar alvos simultâneos, mas pelo menos se opera de modo discreto e com grande resistência às contra-medidas.”
Bosco, você sabe como é feita a direção de tiro do sistema a partir do radar DT, que creio ser obviamente a antena circular fixada à parte anterior da torreta, de modo a engajar alvos simultâneos?
Pelo que já li, o comando do míssil é por rádio (ou seja, o radar não precisa iluminar o alvo para a cabeça do míssil captar o retorno, como nos semi-ativos). Mas então como seria a atualização para mais de um alvo? por exemplo, “feixes” de ondas enviados a mais de um ponto a partir da mesma antena, como no caso de radares de caças (por exemplo, o RDY do M2000-5)?
E se os alvos simultâneos estiverem em posições muito distantes no céu, obrigando a torreta a conteirar para que o radar DT possa engajar cada um deles, como fica a atualização dos dados do alvo para a direção de tiro nesse sistema, para uma primeira salva já lançada?
É curiosidade mesmo, pois como já disse em comentário lá no PN, sei apenas o básico do básico sobre o Pantsir-S1. Aliás, essa conversa deveria continuar lá. Respondi a você aqui e só agora percebi que estou no Forças Terrestres…
Nunão, parabéns pela matéria. Ficou show!
Sobre o requisito antigo de se transportar o sistema por aeronave de asas rotativas, as forças armadas teriam de adquirir outro helicóptero, caso eventualmente ainda queiram fazê-lo, porque não há a mínima chance de isso ser executado pelos EC-725.
De fato, fica parecendo que o sapato tem que ser russo. Mas as forças armadas foram atrás desse sistema especificamente, deixando de lado a opção pelo TOR-M2E, inclusive.
roberto bozzo disse:
10 de setembro de 2013 às 14:01
Ou seja meu caro,
O que queres dizer é que o MAN SX 45 8×8 é o único veículo ocidental homologado (não pelo EB) para utilizar o Sistema Pantsir.
Isto não exclui a possibilidade de outras plataformas serem configuradas para comportar o Pantsir e homologadas para tal função.
Quanto ao peso que citastes, se refere ao sistema completo junto ao veículo (tem esta informação na revista forças de defesa).
Senhores,
Sobre o veículo transportador (“caminhão”) da versão terrestre sobre rodas do Pantsir S1:
-Se fabricado pela Rússia:
Opção 1: KAMAZ-6560 8×8 38t truck 400 hp.
Opção 2: MAN SX 45 8×8 truck.
– Se fabricado pela Bielorússia:
Opção 1: MZKT-7930 8×8 truck 680 hp
Opção 2: GM-352M1E
Sds.
Outro detalhe, a versão naval será construída exclusivamente pela empresa russa KBP e seus lançadores de mísseis serão do tipo contêiner.
Sds.
Bosco,
Continuando o assunto do engajamento de mais de um alvo simultaneamente, e dos limites para tanto (dados pela necessidade de conteirar a torreta etc)
Encontrei essa informação interessante no site da KBP, que talvez ajude a responder à minha própria pergunta:
Number of simultaneously
engaged targets
in the ±45° sector ………………………………4
Ou seja, o engajamento simultâneo, no meu entendimento, seria para alvos dentro do setor de 45º para cada lado (90º no total) a partir da frente do lançador, onde está o radar DT.
Mas ainda aguardo suas respostas às demais questões!
Para quem se interessar (essa parte específica que citei é acessível clicando-se em “details”:
http://www.kbptula.ru/index.php?option=com_content&view=article&id=56&Itemid=410&lang=en
Para ajudar na discussão, esse é o link para o Kashtan-M, que é mais ou menos o “primo” naval do antecessor do Pantsir, o Tunguska:
http://www.kbptula.ru/index.php?option=com_content&view=article&id=108&Itemid=411&lang=en
(PS – vou colocar o link também em comentário no Poder Naval)
Nunão,
O radar DT é de varredura eletrônica e pelo que sei poderia acompanhar 3 alvos e 3 mísseis (através de um beacon) simultaneamente, todos no quadrante em que o radar está voltado, fazendo-os “colidirem” pelo envio de correção do curso via radiofrequência.
O quarto alvo possível de ser engajado simultaneamente é orientado via ACLOS usando o sistema de imagem térmica.
O míssil não tem uma cabeça de busca semi-ativa e opera só no modo “comando” passando dentro da zona letal de espoletagem da ogiva.
Com o uso de um radar de varredura eletrônica não é necessário vários radares como no caso dos primeiros mísseis guiados por comando como o Nike Hercules, etc, que tinham radares diferentes para acompanhar o alvo e o míssil.
O sistema Pantsir opera como o Patriot PAC-2 no meio curso que usa o AN/MPQ-53, só que diferente do míssil americano, o míssil russo não tem uma “cabeça semi-ativa”.
Normalmente um radar de varredura cobre em torno de 120º do espaço.
Esse tipo de orientação é inédito para um míssil do porte do porte do “Pantsir” (também é usado nas versões mais recentes do TOR).
Vale lembrar que o comando fora da linha de visada (COLOS), que não obriga o alinhamento do radar diretor de tiro com o míssil e com o alvo, é bem diferente do sistema mais sofisticado usado por exemplo pelo ESSM.
No caso o ESSM recebe atualização de meio curso via data-link, mas não é teleguiado pelo radar e sim autoguiado, usando seu sistema inercial para ajustar a trajetória de acordo com as informações recebidas até que esteja no alcance da cabeça de busca semi-ativa.
Um abraço.
Nunão,
Você está certo no caso do cone de varredura. São 90º e não 120 como havia dito.
Nunão,
A primeira vista parece não ter grande vantagem na capacidade de engajamento simultâneo num ângulo tão estreito (90º), mas como uma das propostas do sistema é ser anti-PGM, em teoria ele poderia interceptar 4 bombas guiadas que tenham sido liberadas por um caça vindo de uma determinada direção.
O mesmo serve para mísseis HARM, Maverick ,etc.
Esse tipo de orientação obriga que o radar fique voltado em tempo integral para as ameaças e os mísseis lançados sob pena deles se perderem.
O sistema como o Pantsir ou TOR não consegue se ocupar de ameaças vindas de diferentes direções, conteirando o radar DT, porque os mísseis que não estivessem sendo “rastreados” pelo radar se perderiam e provavelmente se autodestruiriam.
Já no caso de mísseis com cabeça de busca (RA, RSA, IR, IIR) que sejam atualizados via datalink é possível haver a atualização intermitente devido a rotação do radar 3D.
Durante todo o período da trajetória quem comando o míssil é o sistema inercial.
No caso de um míssil guiado por COLOS o sistema de estabilização é bem menos capaz que a IMU de um míssil autônomo com capacidade LOAL.
Sem querer me alongar no assunto, eu acho estranho que o sistema TOR até hoje não tenha um míssil autoguiado (com seeker) e capaz de ser atualizado de modo intermitente via datalink a partir de um radar de vigilância 3D rotativo.
Embora o TOR tenha mísseis de lançamento vertical, que a princípio lhe confere a capacidade de engajar ameaças em 360º, ele tem um radar DT conteirável semelhante ao sistema Pantsir e só consegue engajar alvos que estejam dentro do cone de varredura do radar.
Ou seja, perde-se um pouco a razão de ser “de lançamento vertical”.
Tivesse por exemplo mísseis com seeker IIR ou radar ativo, não seria necessário o radar de direção de tiro e tão somente o radar de vigilância rotativo, e ele seria capaz de lançar 8 mísseis simultaneamente contra 8 alvos, em 360º.
Bosco,
Obrigado pelas informações!
Quando se pensa em baterias em terra, com vários veículos lançadores dispersos no terreno, a “limitação” de múltiplos alvos num cone de 90º é de bem menor relevância, pois ameaças vindas de múltiplos sentidos serão provavelmente engajadas cada uma por um lançador (idealmente).
Porém, quando falamos de navios, esse cone de 90º (que não considero nada ruim, pelo contrário, pensando na capacidade do sistema como um todo), acaba não permitindo engajar simultaneamente ameaças vindas de vários quadrantes, fazendo com que tudo que ultrapasse o cone de 90º precise ser engajado em tempos diferentes.
Porém, nesse caso específico estou levando em conta a instalação, por exemplo, de um sistema apenas numa eventual corveta (sobre o hangar), ainda que, mesmo com essa limitação, no caso de uma futura “Barroso mod” isso já representaria uma capacidade muito superior ao também único canhão de 40mm com munição 3p.
Mas, quando se pensa em mais de um sistema num único navio – por exemplo, dois instalados no NAe São Paulo – ou mesmo dois instalados num navio de porte de fragata – um em cada bordo ou um à popa e um à proa – passa a haver uma cobertura simultânea bem mais efetiva, embora não possa ser de 360º (o que só seria possível por quatro sistemas, dispostos em losango ou quadrado).
Saudações!
PS – lembrando também que essas opções de instalação que coloquei no final do comentário sobre os navios já representariam, nos casos exemplificados, capacidades (ao menos no papel) muito superiores às atuais. Resta saber o custo-benefício das mesmas frente a outras opções de sistemas de outras procedência (normalmente bem mais caras) que foram eventualmente analisadas antes de se decidir pelo Pantsir para as três Forças.
Foi o que disse num outro post. Há conceitos mais avançados que os que utilizam comando por radiofrequência (teleguiados).
Quanto ao uso desse sistema em navios o que pode aumentar a capacidade de múltiplos engajamentos em diferentes direções é haver mais canais de direção de tiro (radares e sistemas eletroópticos) independentes do lançador, como ocorre com outros sistemas como o Sea Wolf, Crotale N, Barak, etc.
Mas independente disto não sou fã de um sistema de defesa de ponto que combina canhão e mísseis.
As duas armas ficam “amarradas” demais e há uma perda significativa de flexibilidade.
Me refiro a navios, claro.
Bosco, agradeço as explicações.
Como já tive oportunidade de registrar no Poder Aéreo, as aquisições militares, bem como qualquer gasto público, deve atender a necessidades operacionais – uma carência identificada – e não serem destinadas a qualquer outro objetivo secundário: equilibrar balança de pagamentos, transferência de tecnologia, agradar empresa “a” ou “b” ou simplesmente porque estão a preços convidativos (as compras de oportunidade).
Nos meus muitos anos de experiência, jamais vi qualquer compra de oportunidade (como dizem ser esta das baterias Pantsir 1) servir aos interesses públicos com eficiência ou eficácia. Geralmente, o barato acaba saindo caro; a chance de transferência irrestrita de tecnologia se mostra impraticável; os verdadeiros beneficiários não são da esfera pública. Em suma, a razoabilidade do preço e a escolha se mostram inadequadas, contrariamente ao que se buscou comprovar quando da justificativa da compra (isso mesmo; mesmo em um processo de dispensa de licitação, o poder público tem que comprovar a razoabilidade dos preços pagos e a razão da escolha).
As inúmeras dúvidas sobre a troca dos requisitos, sobre os preços praticados e sobre a prioridade doutrinária, registrados em diversos posts deste blog, precisariam ser clarificados antes de um gasto de tal valor ser contratado. Se há dúvidas neste ambiente de discussão, deve haver muitas outras em níveis técnico-especializados.
Quanto mais eu leio menos eu gosto deste contrato do Pantsir.
Jogaram os requisitos absolutos na chón. O sistema já não tem garantias de ser aerotransportado, ao menos sem ser todo desmontado pra isso. Num país com dimensões continentais e onde o número de baterias é pequeno, mobilidade deveria ser um ponto fundamental.
2. Recomeça esse absurdo de dividir igual entre as forças. Isso tá ridículo. A MB vai colocar isso no Nae como estão dizendo no Naval? Sinceramente espero que não. O mundo é plural (graças a Deus) e (in)felizmente tem entusiasta pra tudo mas eu que não faço parte desse time não vejo a menor função praquela joça chamada Nae São Paulo. Aquilo é um equívoco. Um Nae que não oferece nada ao Brasil, que não projeta poder, que não exerce a função de dissuasão, que não serve pra nada senão corroer o dinheiro do contribuinte.
3. Sem licitação, na verdade completamente dirigido. Quanto isso vai custar? O Brasil terá os direitos de produção? Repasse irrestrito? Falta clareza. Na verdade não tem clareza nenhuma.
4. Que me desculpem os amigos mas dizer que isto vai servir para alguma coisa nos eventos da Copa e das Olimpíadas é nonsense. Quem conseguirá fazer um ataque aéreo no Rio de Janeiro durante as olimpíadas? Terroristas? Vindos de onde? das passagens secretas da Pedra da Gávea?
Alguém por favor me descreva um cenário hipotético em que esse ou qualquer outro sistema anti-aéreo seria eficaz durante a Copa ou Olimpíada que eu retiro o que disse.
“Algo semelhante ao desenho que está no alto da ilustração que o Poggio colocou alguns comentários acima”
Nunão,
Nesse desenho está presente o radar de vigilância que não deve ter numa versão naval.
O Kashtan não tem radar de vigilância embora seja baseado no Tunguska, que tem um radar de vigilância.
O Pantsir M deve seguir pelo mesmo caminho.
Interessante do Kashtan é que ele é provido de um carregador automático ligado a um paiol embaixo do sistema. Será que o tal Pantsir M também terá um?
off topic
Rodrigo Constantino, em Veja, com diversos artigos desde ontem, desconstruindo Allende.
“A MB vai colocar isso no Nae como estão dizendo no Naval? “
Corsario137,
Muita calma nessa hora… Até onde sei ninguém está “dizendo” isso, de forma afirmativa. Apenas aventamos essa opção para debate a respeito, no Poder Naval, visando discutir que navios poderiam receber o sistema. Só isso. Daí para existir de fato essa possibilidade, o caminho é bem longo.
Quanto à Copa ou Olimpíada, para mim isso significa apenas uma janela de oportunidade política para a compra de sistemas de defesa antiaéria há muito desejados, como foi no caso da compra de oportunidade do Gepard (embora colocar a aquisição de sistemas novos de artilharia antiaérea à frente do F-X2 seja questionável, como prioridade). O assunto, relacionado a essas compras e os eventos, especialmente o Gepard, é tratado na nova edição da revista Forças de Defesa.
Por fim, a Copa é no ano que vem e as negociações só foram autorizadas para início agora. Não creio que se possa ter qualquer sistema operacional do tipo a tempo da Copa, se mal se iniciou a fase de negociar o contrato.
“joseboscojr disse em 11 de setembro de 2013 às 1:31”
De fato, Bosco, quando escrevi “algo semelhante”, estava me referindo à torreta em si, com canhões e os lançadores, justamente porque a imagem a mostra separada dos veículos terrestres onde é instalada, e isso ajuda a imaginar como seria uma instalação em navio. Não citei o radar de busca, apenas o DT (comentário das 17h08).
Semelhante é diferente de igual…
Veja que eu mesmo coloquei o link para o Kashtan, em comentário subsequente.
Eu tenho alguma dúvidas sobre o sistema alimentação elétrico deste sistema:
Me parece que na extremidade do chassi da viatura tem o que parece ser um módulo container de um grupo gerador diesel de pequeno porte.
As dúvidas são:
Que potência, que frequência e que ciclagem ele trabalha??
Existe outro GG stand by para caso de pane deste???
Seria possível em caso de pane durante uam operação de combate realizar um ligação com uma fonte externa o outro gerador efetuando um paralelismo com potências diferentes????
O alternadores são blindados e modulares??
Pergunto isto porque foi/está sendo um inbrópglio o apoio de solo e de geração dos MI 35.
Grande abraço
Juarez,
Para conhecimento (se ajudar), relembro que o seguinte item, que fazia parte dos Requisitos Absolutos, passou para os Requisitos Desejáveis:
“10) é desejável que os meios orgânicos do Sistema de Defesa Antiaérea de Média Altura sejam alimentados por fonte de energia elétrica, com frequência variando de 50 (cinquenta) Hz a 60 (sessenta) Hz, bem como tensão variando de 127 (cento e vinte e sete) Volts a 220 (duzentos e vinte) Volts, conforme legislação em vigor, estabelecendo variações de tensão e frequência máximas permitidas para consumidores comerciais de energia elétrica, além dos recursos internos provenientes dos grupos geradores, como alternativa.”
Nunão, é aí que mora o perigo, passou a ser desejável, ou seja, entubacion a la vista.
Mas as demais dúvidas sobre o sistema e alimentação elétrica do sistema continuam.
Grande abraço