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Meta da companhia gaúcha é alcançar R$ 785 milhões em receita líquida neste ano, com faturamento bruto estimado em R$ 1 bilhão

 

vinheta-clipping-forte1Maior fabricante de armas no Brasil e uma das líderes globais no segmento, a Forjas Taurus se prepara para disputar o mercado de equipamentos de uso restrito da área militar. O diretor-presidente da empresa com sede em Porto Alegre, Dennis Bráz Gonçalves, informou ontem no Tá na Mesa, evento da Federasul, o ingresso nesse segmento. A estreia pode ocorrer por meio de uma concorrência em andamento para aquisição de materiais para reequipar e atualizar os armamentos das Forças Armadas do Brasil, em licitação pelo governo federal. A empresa desenvolveu um modelo de fuzil para disputar os contratos.

Segundo Gonçalves, o processo está na fase de certificação dos modelos. A entrada no nicho de armamentos restritos, de uso exclusivo da área militar, é apontada como a quarta onda de desenvolvimento de produtos da marca. O processo de certificação atinge o modelo de Fuzil M4, que é uma AR15 modelo militar com capacidade para 30 cartuchos. Caso o modelo seja habilitado, a fabricação será feita na unidade localizada no Estado.

A opção da indústria é uma forma de compensar as restrições do mercado brasileiro diante do estatuto do desarmamento em vigor no País. “O mercado civil brasileiro mingua a olhos vistos. Hoje, comprar uma arma envolve um processo burocrático tão complexo e longo que pode durar mais de oito meses e eleva o custo da arma”, associou o executivo.

A alta recente do dólar está turbinando o desempenho financeiro da companha, que tem 70% da receita líquida oriundos de exportações. Somente o mercado norte-americano supre 66% desse valor. Neste ano, a meta da marca é alcançar R$ 785 milhões em receita líquida, com faturamento bruto estimado em R$ 1 bilhão. Gonçalves citou que a empresa havia fechado previsão da moeda no começo do ano em R$ 2,04. Ontem, a moeda fechou cotada a R$ 2,43. Mas a desvalorização do real tem outro efeito, que pode debilitar as finanças. Hoje, cerca de 60% da dívida líquida estimada em R$ 450 milhões estão em dólar (US$ 120 milhões, ou R$ 290 milhões). Gonçalves disse que 75% do passivo são de longo prazo.

Parte da receita deste ano tem forte influência da antecipação de compra de produtos pelos consumidores dos Estados Unidos. O quadro foi gerado pelo projeto do presidente Barack Obama, que acabou derrotado no Congresso do país, que pretendia restringir e controlar a comercialização de armamentos. “Com medo de ter uma regulação, a população não quis arriscar e antecipou a aquisição no começo do ano”, justificou o executivo. Em janeiro, a empresa faturou US$ 51 milhões com os pedidos. “Os americanos limparam os estoques”, resumiu Gonçalves.

FONTE: Jornal do Comércio

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Renato Oliveira
Renato Oliveira
11 anos atrás

A Taurus agora fabrica armas da família AR15?

fabioCrescenti
fabioCrescenti
11 anos atrás

Renato: “Caso o modelo seja habilitado, a fabricação será feita na unidade localizada no Estado.”

Cinquini
Cinquini
11 anos atrás

A Taurus tentou fabricar o Tavor e disse que estava “tudo certo” e depois “sumiu”…..

Eu sou igual São Tomé, só acredito vendo!

Oganza
Oganza
11 anos atrás

Putz… M4? Nada contra, mas poderia pegar um SCAR ou até um HK 416, seria melhor pra TAURUS (quem sou eu pra saber o isso?) e para as FFAA brasileiras se eles ganhassem a tal concorrência e ainda poderia ter dividendos, a Taurus podia comprar a IMBEL em um possível/improvável processo de privatização. Não?

Sds.

Luis
Luis
11 anos atrás

“O processo de certificação atinge o modelo de Fuzil M4, que é uma AR15 modelo militar com capacidade para 30 cartuchos.”

Erros da imprensa leiga:
-M4 é uma carabina, não fuzil.
-AR15 é nome (marca) registrada da Colt Firearms. O que mais tem nos EUA são modelos ‘AR-15-type’, de diferentes fabricantes. Qual deles a Taurus irá fabricar?
-A capacidade de munição diz respeito ao tamanho do carregador, nada a ver com a arma. Exitem carregadores de 20, 30, 40 e até 100 tiros para fuzis.
-Armas de alma raiada usam estojo, não cartucho.

A Taurus tem a Carabina CT556, mas não é pra uso militar, a priori. E duvido que o EB use qualquer fuzil que não venha da Imbel.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Luis
Há divergência se é um fuzil ou carabina, dependendo do que você entenda por carabina, e irá classificar por comprimento de cano ou por tipo de munição. Na classificação mais usual, é fuzil o M-4, pois dispara munição so usada por arma longa. A carabina da Taurus, por exemplo, usa munição .40, e é carabina por disparar munição também disparada por arma curta.

Todas as armas, tenham alma lisa ou raiada, usam cartuchos. Cartucho é o conjunto completo antes de ser disparado, tendo carga de propelente, espoleta (ou estopliha nos cartichos de canhão) e podendo ter projétil singular ou carga múltipla de balotes em diversos tamanhos. Estojo é onde é armazenado o propelente. Por outras palavras, cartucho é o conjunto estojo mais projétil. Estojo é o que é ejetado após o disparo nas armas automáticas semi automáticas.

No mais, tens razão, o as forças armadas irão usar o Imbel, os três segmentos, com 180.000 unidades programadas. Talvez em algumas poucas unidades de forças especiais haja espaço para outras armas, mas poucas. Da mesma forma, como ressaltas, capacidade de carregador não designa arma. O de 30 tiros é o padrão na OTAN para calibre .556, mas há até sistemas de carregador helicoidal que podem ser usados no AR-15, M-16, com 100 tiros ou mais, como pode ser visto no filme “3000 milhas para o inferno”, sendo manejado ao fim do filme por Kevin Costner.

Vader
11 anos atrás

Pra mim a Taurus se ligou que as FFAAs jamais usarão um bullpup e tá tentando fazer um fuzil que não o seja para disputar com a Imbel.

O que a Taurus não se ligou é que as FFAAs jamais usarão em larga escala um fuzil que não seja Imbel.

O que aliás é lamentável.

Renato Oliveira
Renato Oliveira
11 anos atrás

Um conhecido é usuário de pistola Imbel .40 no trabalho, e reclama muito da péssima qualidade da arma. Tá certo que tem que valorizar a indústria nacional, mas tudo tem limite. Não sejamos iguais a França. Olha o que dá.

Lord Vader, pra mim o único ‘defeito’ das Tavor é… ter nascido em Israel. Por motivos políticos, só isso já mata a arma, não importa suas qualidades. E olha que não são poucas. Em termos de ergonomia, o Tavor está próximo da perfeição para um bullpup. E duvido muito que a Taurus não tenha percebido isso. Mas o que eu acredito é que a Taurus pouco se importa com nossas FFAA, e eu faria o mesmo em termos empresariais. Vide FXn. Se algum fabricante dependesse de nossas FFAA para sobreviver, os netos dos funcionários já teriam morrido de fome.

No mais, armas da família AR15 são mercado garantido nos EUA, ou seja, MUITO dinheiro. 180 mil armas desta família em um ano é fichinha. Eu, que sou besta, fabricaria armas desta família nos EUA se tivesse os meios. Se a Taurus ainda não o fez – e de besta ela não tem absolutamente nada – ou é por falta de capacidade fabril/técnica (improvável, embora, até onde eu saiba, a Taurus nunca tenha feito uma arma operada a gás) ou visão de mercado.

Requena
Requena
11 anos atrás

Concordo com o que alguns falaram. Acho que esse discurso da Taurus de querer “participar das concorrências do EB” uma grande conversa mole.

Basta ligar os pontos.

A Taurus faz muito sucesso nos Estados Unidos. Os compradores de armas americanos são “tarados ” pelo fuzil AR-15.

Existem dezenas de fabricantes de fuzil “AR-15 type” (como o Luis falou). Com certeza a Taurus deve receber milhares de pedidos por um “AR-15 Type” próprio lá nos USA.

Agora vão fabricar um fuzil que os clientes americanos adoram e de quebra vão poder oferecer ele para o EB, FAB, MB, PF. E se o governo autorizar vendem eles até paras as unidades especiais da PM e Polícia Civil.

Mas o “alvo” principal é o mercado civil norte americano. O que vender por aqui é lucro.