Gen Mattioli

A ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) completa hoje, 9 de agosto, 28 anos. A data foi comemorada esta semana, em evento que reuniu empresários do setor, representantes das três forças e parlamentares no Salão Verde do Círculo Militar de São Paulo.

O evento contou com a participação de importantes representantes do segmento, como o Major Brigadeiro José Euclides da Silva Gonçalves, diretor de produtos de defesa do MD; o general de divisão Aderico Visconde Pardi Mattioli, diretor de catalogação do MD; a deputada Maria Perpétua de Almeida, presidente da subcomissão de assuntos estratégicos da câmara dos deputados; e do vereador coronel PM Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada.

Estudo realizado pela entidade mostrou que, em 2012, foram gerados 60 mil empregos diretos, 240 mil indiretos e o setor teve US$ 4 bi em vendas. Outro ponto positivo refere-se aos recursos recebidos para a promoção das exportações. A parceria ABIMDE/APEX gerou R$ 4.931.899,25. Até maio deste ano, o número de associadas era de 200.

Em seu discurso inicial, o presidente da associação Sami Youssef Hassuani disse que em 28 anos de existência a ABIMDE acumula grandes conquistas, mas que que também ainda é uma criança em termos de defesa, no que se refere ao longo percurso a percorrer e o muito que ainda há para conquistar.

“Chegamos aos 28 anos com expectativas e apreensões. Em termos de expectativas criamos muitas coisas, como ações para melhorar a parte fiscal do setor, exoneração, criação da END. E isso foi parte de um trabalho de todos: governo, empresários, entidades de classe. A apreensão fica por conta do corte extremamente forte por parte do governo e que pegou de surpresa a base industrial de defesa. O quadro está fechado, mas teremos que lutar ao lado das Forças e de outras entidades para minimizar o corte e conseguir verbas até o final do ano. Migrar para o PAC Defesa pode ser uma opção. Temos de estar mais ligados entre nós (empresas), com o MD, e com a Marinha, Exército e Aeronáutica para termos força com o Executivo”, disse o presidente.

Dentre as metas expostas pela entidade como essenciais estão: ampliar a participação no processo decisório de assuntos relacionados à defesa e segurança; ampliar contatos com federações industriais e CNI; apoiar e prestigiar as pequenas associadas; ampliar o quadro de associadas honorárias – institutos de excelência/universidades; ampliar o diálogo com os diversos ministérios relacionados com o setor, interligando a tecnologia gerada com o desenvolvimento do país; concluir o diagnóstico da BID; consolidar, em parceria com a CNI, as medidas viabilizadoras para o setor; ampliar o relacionamento com a APEX.

“Uma das nossas metas para driblar os cortes sofridos pela defesa é buscar ampliar as exportações. Nesse sentido, vamos precisar da APEX, usar seus recursos. Talvez tenhamos de ter também algum plano dentro da ABIMDE para olhar para as pequenas empresas, para que seus programas não sejam os primeiros a serem cortados”, comenta Hassuani.

O MD, por meio de seus representantes, apresentou as principais ações em curso da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod). Os seguintes temas foram tratados na palestra: Estatuto da CMID; Processos de classificação de PRODE e de credenciamento de ED; Processos de classificação de PED e de credenciamento de EED; Grupos/Classes do SISMICAT aprovados como PRODE; e Aprovação dos modelos de documentos exigidos das ED.

SUBCOMISSÃO

Em seu discurso, a deputada Perpétua de Almeida destacou a importância da ABIMDE como entidade representativa do setor e também falou sobre os cortes feitos pelo governo na área de defesa. A presidente da subcomissão de assuntos estratégicos da câmara dos deputados colocou que, em seu ponto de vista, a lógica mais correta é a de que os recursos das Forças Armadas não podem ser vistos nem tratados como meros gastos, mas como um investimento estruturante de longo prazo. Em suas palavras, investir em aquisição, pesquisas e desenvolvimento de equipamentos de uso dual significa investir no país, melhorando substancialmente os níveis qualitativos da sua educação, inserindo o Brasil no seleto grupo de nações científica e tecnologicamente avançadas.

“Vejo a ABIMDE, nesse aniversário de 28 anos, numa articulação de ponta de lança, pioneira e ciente dos seus desafios. Uma entidade que conquistou nosso respeito e admiração. Lamentavelmente, o governo brasileiro, por conta da sua política econômica, fez recentemente mais um contingenciamento. E este, de um bilhão de reais no orçamento da defesa. Para um país com as nossas características geográficas, que é liderança na América Latina, referência no hemisfério sul e que sonha com uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, esta decisão do governo é desalentadora. Para não dizer, assustadora! Mas isso deve nos impulsionar a lutar para que o executivo repense essa medida. E precisamos, com a máxima urgência travar este debate no Congresso brasileiro, envolvendo mais atores neste esforço conjunto”, comentou a deputada.

A parlamentar citou que existem duas importantes articulações legislativas em andamento. A primeira é uma emenda, já apresentada nas Medidas Provisórias que tramitam no Congresso, para garantir que as Empresas Estratégicas de Defesa possam ter financiamento para garantirem a atualização necessária à competitividade.

Outro ponto levantado por ela foi sobre as linhas de crédito. “O Executivo, através de seus programas de incentivo e financiamentos, até dão condições para que algumas empresas possam acessar linhas de crédito para se aprimorarem. Mas cobram garantias patrimoniais e bancárias que estas empresas não têm, mesmo sendo elas a alavanca da nossa Indústria Nacional de Defesa. É urgente, então, que este modelo de financiamento seja repensado”.

BID BRASIL

O evento marcou também o lançamento oficial da segunda edição da Mostra BID Brasil. Anunciada pelo general Mattioli, a feira será realizada entre 2 e 5 de outubro, na Base Aérea de Brasília. “O objetivo dessa mostra conceito é apresentar as capacitações da indústria nacional para estrangeiros e também para o governo brasileiro, que ainda não conhece todo o potencial do mercado brasileiro”, comentou o general.

Ao final da reunião, o presidente da ABIMDE reforçou que neste momento de incertezas o discurso de todos os envolvidos no setor deve ser um só. “O dinheiro da defesa é o dinheiro da inovação e do novo ciclo de desenvolvimento que o país precisa”.

FONTE: Rossi Comunicação

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Oganza
Oganza
11 anos atrás

Sei não, passo a desconfiar da competência de todos que usam o termo “seleto grupo”… desenvolvimento tecnológico é coisa bem simples Dona Perpétua: ou tem, ou NÃO tem, e meio mundo tem, isso não tem nada de “seleto”, tem haver com COMPETÊNCIA e SERIEDADE.