THOMAS L. , FRIEDMAN, THE NEW YORK TIMES, É COLUNISTA, GANHADOR DO PULITZER, AUTOR DE BEIRUTE A JERUSALÉM, THOMAS L. , FRIEDMAN, THE NEW YORK TIMES – O Estado de S.Paulo

No sábado, fui a uma sinagoga próxima da fronteira síria, em Antakya, Turquia. Isso tem estado em minha mente desde então.

Antakya abriga uma pequena comunidade judaica que, nos feriados, ainda se reúne na pequena sinagoga sefardita. Ela é famosa também por seu mosaico de mesquitas e suas igrejas ortodoxas, católicas, armênias e protestantes.

Como pude ir à sinagoga na Turquia, no sábado, quando na sexta-feira, na margem oposta do Rio Orontes, na Síria, havia estado com rebeldes sunitas do Exército Sírio Livre envolvidos numa guerra civil em que alauitas e sunitas sírios estão se matando com base em documentos de identidade, curdos estão criando o próprio enclave, cristãos estão se escondendo e os judeus se foram há muito tempo? O que isso tudo está nos dizendo?

Para mim, suscita a questão sobre se existem hoje apenas três opções de governo no Oriente Médio: Impérios de Ferro, Punhos de Ferro ou Domos de Ferro? A razão para maiorias e minorias terem coexistido em relativa harmonia por cerca de 400 anos quando o mundo árabe era governado pelos otomanos turcos de Istambul foi que os otomanos sunitas, com seu Império de Ferro, monopolizaram a política.

Liberdade. Apesar das exceções, em geral os otomanos e seus representantes locais estavam encarregados de cidades como Damasco, Antakya e Bagdá. Minorias, como alauitas, xiitas, cristãos e judeus, cidadãos de segunda classe, não precisavam se preocupar de ser prejudicados por não governarem. Os otomanos tinham uma atitude de viver e deixar viver com relação a seus súditos.

Quando a Grã-Bretanha e a França dividiram o Império Otomano no Oriente árabe, elas transformaram em Estados as várias províncias otomanas – com nomes como Iraque, Jordânia e Síria – que não correspondiam ao mapa etnográfico. Assim, sunitas, xiitas, alauitas, cristãos, drusos, turcos, curdos e judeus viram-se compelidos a conviver dentro de fronteiras nacionais traçadas para servir aos interesses dos britânicos e franceses. Essas potências coloniais mantiveram tudo sob controle. Mas, quando elas se retiraram, as disputas pelo poder começaram e as minorias ficaram expostas.

Ditadores. Finalmente, no fim dos anos 60 e 70, vimos o surgimento de uma classe de ditadores e monarcas árabes que aperfeiçoou os Punhos de Ferro (e várias agências de inteligência) para se apoderar decisivamente do poder para sua seita ou tribo – e governou pela força sobre todas as outras comunidades.

Na Síria, sob o punho de ferro da família Assad, a minoria alauita governou uma maioria sunita, e, no Iraque, sob o punho de ferro de Saddam, uma minoria sunita veio a governar uma maioria xiita. Mas esses países nunca tentaram construir “cidadãos” reais que pudessem partilhar o poder e se alternar pacificamente nele. Portanto, o que se está vendo hoje nos países do despertar árabe – Síria, Iraque, Tunísia, Egito e Iêmen – é o que ocorre quando não há um Império de Ferro e o povo se levanta contra ditadores de punhos de ferro.

Estamos vendo disputas pelo poder – até que alguém possa forjar um contrato social de como as comunidades podem partilhar o poder.

Os israelenses responderam ao colapso dos punhos de ferro árabes que os cercam – incluindo a ascensão de milícias com mísseis no Líbano e Gaza – com um terceiro modelo. É o muro que Israel construiu ao seu redor para isolar a Cisjordânia, combinado com seu sistema antimísseis Domo de Ferro.

Os dois foram extremamente bem-sucedidos, mas com um preço. O muro juntamente com o domo está permitindo que líderes de Israel se isentem de sua responsabilidade de pensar criativamente uma solução para seu próprio problema de maioria-minoria com os palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Estou espantado com o que vejo aqui politicamente. Na direita, o Partido Likud, a velha liderança que ao menos se conectava com o mundo, falava inglês e respeitava a Suprema Corte de Israel, foi varrida para o lado na última eleição primária por um grupo ascendente de assentados ativistas de extrema direita que está convencido – graças, em parte, ao muro e ao domo – de que os palestinos não são mais uma ameaça e ninguém poderá forçar a retirada dos 350 mil judeus que vivem na Cisjordânia.

O grupo de extrema direita que hoje governa Israel é tão arrogante, e tão indiferente às preocupações americanas, que anunciou planos para construir um enorme grupo de assentamentos no coração da Cisjordânia – em retaliação à votação na ONU para conceder o status de Estado observador aos palestinos – apesar de os Estados Unidos terem feito tudo que puderam para bloquear essa votação e os assentamentos comprometerem qualquer possibilidade de um Estado palestino contíguo.

Nesse ínterim, com algumas exceções, o domo e o muro isolaram a esquerda e o centro israelenses dos efeitos da ocupação israelense de tal forma que seus principais candidatos para as eleições de 22 de janeiro – incluindo os do velho Partido Trabalhista de Yitzhak Rabin – não estão nem sequer propondo ideias de paz, mas simplesmente admitindo a primazia da direita nessa questão e focando na redução do preço das moradias e o tamanho das classes escolares. Um líder assentado contou-me que o maior problema na Cisjordânia hoje são os “engarrafamentos de trânsito”.

Agrada-me que o muro e o Domo de Ferro estejam protegendo os israelenses de inimigos que lhes desejam fazer mal, mas temo que o muro e o Domo de Ferro também os estejam cegando para as verdades que eles precisam urgentemente enfrentar. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

FONTE: The New York Times via O Estado de S. Paulo

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Renato Oliveira
Renato Oliveira
12 anos atrás

Novamente Tom Friedman falando algumas coisas legas com bastante LIXO. Quem lê seus textos tem a impresão que a paz ainda não veio única e exclusivamente pela má vontade israelense.

Quando os árabes dizem ‘não negociamos, a não ser que…’, ninguém os critica. Já falei em outros lugares, e todos os líderes dos EUA, Israel e outros países já falaram também: a única solução é israelenses e árabes se sentarem à mesa de negociações. Não fazendo malabarismo na ONU, mas fazendo concessões.

Mostre-me um governante árabe disposto a negociar e eu lhe mostro um político brasileiro que não é corrupto.

Blind Man's Bluff
Blind Man's Bluff
12 anos atrás

Voce ja foi pra Israel? Fala como se fosse um israelense nato!

Marcelo "Ostra" Lopes
12 anos atrás
Renato Oliveira
Renato Oliveira
12 anos atrás

Caro BlindMan,

Ainda não tive o prazer de ir a Israel. Mas eu vejo informações não apenas de mídias de grande circulação, mas de mídias de baixa circulação também.

E as mídias de baixa circulação descreveram informações que levaram meses para aparecer na mídia de grande circulação, isso quando apareceram.

Um exemplo é o número de mortes na operação Chumbo Endurecido, 2008-2009.

Tanto o número de mortes quanto o percentual de combatentes foram adequadamente descritos meses antes de o Hamas divulgar informações oficiais, com valores muito próximos aos oficiais deles.

A IDF divulgou tais números rapidamente, mas a mídia grande ignorou tais números, preferindo números fabricados pelo Hamas, instituições de ‘direitos humanos’ e outros cujo histórico de mentiras deixa a credibilidade dos dados muito perto de zero.

E por aí vai. Os árabes ignoram completamente gestos de boa vontade, como concessões unilaterais e cessar-fogo unilaterais. Consideram isso sinais de fraqueza. E ganhar manobras como na Onu ajuda menos ainda.

Bosco Jr
Bosco Jr
12 anos atrás

Renato,
Acabo de ver no JN que o líder do Hamas disse textualmente em um discurso público que não admite em hipótese alguma a existência de Israel e que considera toda a região da Palestina (do rio Jordão ao Mediterrâneo) dos palestinos. E prometeu libertar a região e livrá-la dos israelenses.
Pode se tratar de mais um analfabeto funcional, que como o Ahmadinejad não quis dizer o que disse ou não disse o que quis dizer, e pode ser que algum “linguista” dê outra interpretação à seu discurso, mas tudo leva a crer que você está com a razão e fato é que independente dos métodos usados por Israel, eles não parecem mesmo ter outra opção e que o diálogo não parece mesmo ter lugar na região.

Renato Oliveira
Renato Oliveira
12 anos atrás

Grande Bosco!

Alguns sites, como CAMERA e MEMRI traduzem vídeos de autoridades políticas e religiosas, originalmente em árabe/farsi/etc.

Embora o discurso de tais líderes para com Europa/EUA tenha mudad ao longo dos anos, o discurso para o próprio povo, em suas línguas nativas, é muito consistente, e isso já tem muito tempo.

Liberar a ‘Palestina’ do rio até o mar é o chavão favorito deles. Desde o acordo de Oslo, em 1993, o discurso político israelense mudou muito. Opiniões que soariam como heresia na década de 1990 hoje é abraçada até pela direita.

Do lado árabe/muçulmano, a recusa em obedecer ao tratado de Oslo (e muitos outros) resultaram numa cultura de ódio. O discurso da década de 1990 continua o mesmo da década de 1940 e da década de 2010: destruir Israel.

Não peço a ninguém para concordar comigo. Pelo contrário. Peço às pessoas que provem que estou errado. Mas procure bem. Não só na mídia de grande circulação, mas na mídia de baixa circulação também.

Blind Man's Bluff
Blind Man's Bluff
12 anos atrás

Aqui, fora do Brasil, até mesmo jornalistas ‘gringos’ achavam que a politica petista estava empenhada em combater as desigualdades…!!!

Limitado a este tipo de informação, até mesmo eu, brasileiro, cheguei a acreditar!

Blind Man's Bluff
Blind Man's Bluff
12 anos atrás

E que o Brasil ‘talvez’ estivesse melhorando!

Que piada! Hoje a mascara petralha esta caindo. Quem cisma em acreditar é como diz o ditado: Só existem 2 tipos de petistas. O burro e o rabo preso.

Acho dificil alguem que não more aqui nos EUA, Israel, França ou qualquer outro estado polemico, seja um ‘especialista’, só pq le “as mídias de baixa circulação”. Nem aqui sabe-se ao certo o que é verdade e o que é mentira com tantos segredos, ignorancia e desinformação.

Vader
12 anos atrás

Trecho do blog do Reinaldo Azevedo:

“Khaled Meshaal, o líder mais importante do Hamas, que vive no Catar – esta estranha tirania que dá apoio à dita Primavera Árabe… –, visitou neste sábado a Faixa de Gaza. Falando a uma multidão, que se estimou em 500 mil pessoas, sob as bênçãos de um foguete M75, de fabricação iraniana, Meshaal deu a sua contribuição à paz: afirmou que o Hamas jamais reconhecerá Israel, que todo o território é palestino “do rio ao mar, do Sul para o Norte”, referindo-se ao Rio Jordão e ao Mar Mediterrâneo. Segundo ele, os palestinos não darão um centímetro de terra a Israel – que, nessa hipótese, desapareceria. “Nunca vamos reconhecer a legitimidade da ocupação israelense e, portanto, não há legitimidade para Israel”.”

Renato Oliveira
Renato Oliveira
12 anos atrás

Caro BlindMan,

Concordo parcialmente com você.’Verdade’ é um termo relativo. Dependendo da fonte de informações e suas crenças/ideologias, o mesmo fato pode ser interpretado de diversas formas. Stalin foi um grande líder ou um genocida? Chávez é amigo do seu povo ou um desastre para a Venezuela? O que temos na Síria, uma guerra civil ou distúrbios isolados?

Mas eu peço novamente: provem que estou errado.

Veja as atitudes dos muçulmanos. Quantos países muçulmanos da região do MENA reconhecem Israel? Quantos deles tem embaixadas em Israel, quantos conversam sobre paz com Israel?

Se minhas fontes estiverem erradas, então com certeza o número de países a que me refiro nas perguntas é alto. O fato de serem pouquíssimos países não quer dizer que minhas fontes estão corretas, mas a chance de estarem corretas não é nada desprezível.

Vendo o oposto da minha pergunta: quantos países muçulmanos mostram atitudes hostis contra Israel? Quantos líderes muçulmanos, nos últimos 10 anos, tem falado em termos como “‘Palestina’ livre do rio ao mar”, “varrer Israel (ou entidade sionista) do mapa”, etc.? Poucos ou muitos? Eu digo que são muitos, isso até a mídia de grande circulação mostra. Se você procurar fontes alternativas de informação e/ou tradutores de discursos/sermões, o número aumenta muito.

Não estou dizendo que Israel é perfeito. Nenhum país é. Há problemas de discriminação, segregação racial/social, e por aí vai.

O que estou dizendo é que imbecis como Friedman acreditam piamente que o problema é com Israel. Se Israel cedesse mais, se Israel isso, se Israel aquilo…

Não são dois lados? Cadê as cobranças em cima dos árabes? Cadê os editoriais árabes falando em ‘dois países pra dois povos’, ou em ‘estado judeu’? Cadê as cobranças por concessões árabes, por fim do terrorismo, etc.?

Se minhas fontes estão corretas ou não, só Deus sabe. Mas pelo que vejo na mídia, nacional e internacional, erradas é que não estão. No mínimo apontam para a direção correta.

O povo israelense está cansado de guerrear. Querem paz e segurança, nada mais que isso. Eles não vão fazer mais concessões se os árabes não mostrarem, com atitudes, que as concessões, por mais difíceis que sejam, valem a pena.

Os exemplos que vemos apontam o contrário. Israel abandonou completa e unilateralmente a Faixa de Gaza em 2005. A Faixa de Gaza teve, pela primeira vez em mais de 3 mil anos, a chance de formar um país independente, cujo principal compromisso seria o bem-estar de seu povo.

E o que fizeram? Atacaram Israel com mais de 10 mil foguetes. Esperavam o que? que Israel jogasse pedras e granadas de volta. Claro que não. Israel usou o que tinha em mãos, assim como os árabes.

Israel abandonou o sul do Líbano em 2000. Os libaneses tinham a chance de reconstruir seu país e procurar o bem-estar de seu povo. O que fizeram? Atacaram Israel com milhares de foguetes. A resposta, em 2006, foi dura. Estão mais ou menos quietos até hoje.

Quando Israel fez acordo de paz com o Egito, a Faixa de Gaza foi oferecida como parte dos territórios a serem devolvidos, mas rejeitada.

Quando Israel fez acordo de paz com a Jordânia, a Judeia e a Samaria (“Cisjordânia, “Margem Ocidental do Jordão”, etc.) foram oferecidas e rejeitadas.

O número de refugiados árabes-palestinos, e seus descendentes (curiosamente chamados também de ‘refugiados’), que foram aceitos e integrados em países do MENA, é mínimo. Há ‘refugiados’ inclusive na Faixa de Gaza!

E por aí vai. Isso você pode verificar consultando os documentos oficiais dos diversos países.

Drcockroach
Drcockroach
12 anos atrás

Um dos motivos p/ o reconhecimento da Palestina como estado observador pela ONU foi dar suporte ao Presidente Palestino Abbas, ligado ao Fatah e que reconhece o direito de Israel existir. Abbas foi recebido como festa de heroi em Ramallah, West Bank, pertinho de Jerusalem.

Poucos dias depois o hamas, uma organizacao terrorista em Gaza, recebe este “bolivariano religioso” tb com festa de heroi: coincidencia?

O hamas coordenada em Gaza uma ampla rede de bem-estar social aos seus simpatizantes, incluindo hospitais, escolas, etc. O dinheiro vem tb do Qatar (aliado dos EUA), sede da 379th Air Expeditionary Wing dos EUA, e da Arabia Saudita (p/ mim o pais mais obscurantista da regiao), tb aliado dos EUA.

O Qatar, ontem, pediu que a liga Arabe retire a proposta de normalizacao das relacoes com Israel buscando uma posicao de comfrontacao.

O primeiro passo seria tirar os “aliados” criadores de problemas (inclui-se a Turquia?), p/ depois lidar com os que nao sao aliados.

[]s!

Blind Man's Bluff
Blind Man's Bluff
12 anos atrás

A verdade é um fato absoluto e imparcial. Sua interpretação sim é relativa.

Vc fala de povo, de raças, de religião e fala de lideres. Todos temas de propaganda. Propaganda que leva os ignorantes a guerra!

Em nenhum momento você toca na ajuda bilhonaria americana à industria belica/tecnologica israelense, nem as consequencias de uma eventual paz no oriente médio sobre a necessidade desse imenso ‘gasto’ com a defesa no oriente medio. Seja o orçamento israelense, sejam dos compradores de armamento como Arabia Saudita, UAE, …

O que aconteceriam com as industrias domesticas israelenses, sua praça financeira e o desemprego, caso não fosse necessario tanto investimento em suas operações.

E sem um ‘monstro’ como Israel, que lider arabe se sustentaria no poder, controlando uma maioria sunita, alauita, xiita que habitam dentro das fronteiras delimitadas pela ONU, Organização das (8) Nações Unidas…

Renato Oliveira
Renato Oliveira
12 anos atrás

Caro BlindMan,

Concordo que a verdade enquanto fato é absoluto. Mas os fatos devem ser interpretados por humanos para que humanos possam compreender. Então dizer que a verdade é relativa, grosso modo, continua sendo uma afirmação correta.

Os temas de propaganda que eu falo, não falo por acreditar neles, mas por serem os temas que os ‘tolos úteis’ (termo cunhado por Stalin ao se referir aos ‘comunistas’ em geral) e inimigos de Israel mais usam.

Quanto à ajuda bilionária dos EUA, ela é gasta, em praticamente sua totalidade, com as forças militares de Israel, a IDF.

O dinheiro está atrelado à compra de armas estadunidenses. Assim, na verdade, o dinheiro apenas transita por Israel, até voltar para os EUA através de sua indústria bélica.

Ajuda por ajuda, os ‘palestinos’ recebem a maior ajuda, per capita, do planeta. Israel é um país desenvolvido. A ‘Palestina’, o que é?

Israel é a ‘nação start-up’, conforme um livro de economia que vende bem até em países árabes. Israel tem o 2º maior número de start-ups. Não per capita. Em números absolutos. Há mais start-ups em Israel que na União Europeia.

Sem os gastos militares, Israel estaria ainda mais desenvolvido que hoje, já que a IDF consome boa parte dos tributos do país.

Qual líder se sustentaria no poder? Pergunte aos egípcios, sírios, líbios, tunisianos… O MENA é um barril de pólvora esperando para explodir. Israel nem de longe é o maior problema da região.

Lenta mas continuamente, a classe intelectual árabe, de forma tímida e cautelosa, tem cada vez mais chamado por ignorar Israel – pelo menos por enquanto – e dar mais atenção a outros problemas muito mais sérios, como analfabetismo, totalitarismo, escassa produção agrícola, praticamente nada além de petróleo, doenças, etc. etc.

O fato é que bancar Israel, a ‘meros’ US$ 3 bilhões/ano (o Egito recebe mais ajuda que isso, e esse montante perto do PIB dos EUA é um grão de poeira) é muito mais barato que tentar ter países aliados confiáveis na região.

Vide guerras no Iraque e no Afeganistão. Duraram muitos anos, custaram trilhões de dólares, e não trouxeram absolutamente NADA positivo para os EUA.

Quanto custam as bases dos EUA no Oriente Médio? garanto que muito mais que US$ 3bi/ano…

Dr., quanto a seu comentário da ‘moderação’ de Abbas, literalmente, é pra inglês ver. O discurso dele aos EUA/Europa é completamente diferente de seu discurso com Israel e, principalmente, dentro dos territórios disputados e demais países do MENA.

Por favor, me indique 5 atitudes concretas que Abbas (ou qualquer país do MENA) tomaram em direção à paz nos últimos 10 anos. De Israel eu posso citar mais que 5:
-> congelamento unilateral na construção de assentamentos na Judeia e Samaria, em 2009
-> desocupação unilateral de Gaza, em 2005
-> Israel facilitou a entrada de suprimentos em Gaza, durante a Chumbo Endurecido, inclusive escoltando veículos sob fogo do Hamas, em 2008-2009 (creio que é o primeiro exemplo na História em que um país beligerante FACILITA a entrada de suprimentos a território sob controle do inimigo)
-> remoção, unilateral, de postos militares de controle na Judeia e Samaria (quase todos foram construídos depois da Intifada)
-> Israel, unilateralmente, devolveu os corpos de 91 terroristas em maio de 2012
-> Israel facilitou a entrada de suprimentos em Gaza, durante a Operação Coluna de Defesa, inclusive escoltando veículos sob fogo do Hamas, em novembro de 2012
-> Israel facilita a compra e venda de produtos dos territórios, mesmo que os ‘palestinos’ façam o contrário, isto é, embarguem produtos israelenses e fomentem ações similares ao redor do mundo

E por aí vai.

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11 anos atrás

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