Não acredite em tudo o que os seus sensores IR veem – parte II
Ontem apresentamos um sistema de camuflagem termal ativa em desenvolvimento pela BAE Systems. Hoje é a vez de apresentar um produto semelhante desenvolvido por outra empresa: o Black Fox da ELTICS ltd.
A tecnologia Black Fox foi desenvolvida para a ajustar a assinatura termal do veículo em tempo real pela constante medição da temperatura do ambiente onde se encontra o veículo. O sistema funciona até mesmo com o veículo em movimento, modificando a assinatura conforme a necessidade.
Também é possível simular assinaturas termais de outros veículos a partir de uma biblioteca pré-programada, presente no software do sistema. Um carro de combate como um M-1A2 Abrams, ou um grupo deles, pode simular um Humvee (veja a simulação no vídeo abaixo) ou uma caminhonete civil.
No topo do veículo fica instalada uma torreta tipo FLIR (Forward-looking IR) com cobertura de 360º. As imagens térmicas captadas do entorno são enviadas para um computador central e processadas. Estes dados processados são então enviados para “placas ativas” (módulos termoeléctricos) instaladas na superfície do veículo (ver imagem no topo desse post).
As placas podem ser instaladas até mesmo sobre blindagens reativas. Existem planos também para a instalação em veículos aéreos e unidades navais.
Se este será o futuro da guerra IR é difícil saber, mas empresas e Forças Armadas lá fora já estão se preparando. De qualquer forma, quem não controla a noite, não controla o campo de batalha.
Cada vez mais o uso de sensores avançados possibilita que alvos móveis sejam detectados. Armas guiadas igualmente avançadas possibilitam que esses alvos sejam engajados de distâncias cada vez maiores
Bombas guiadas francesas já atingiram alvos móveis a mais de 50 km em operações de combate real.
Novas armas estão sendo desenvolvidas para atacar alvos móveis a mais de 100 km, como a bomba SDB e o míssil Spear.
Mísseis como o AARGM, já em uso, podem atacar a mais de 100 km.
A tecnologia Stealth avança agora para os veículos terrestres. No futuro próximo, se algo puder ser detectado, poderá ser destruído.
A melhor defesa é “desaparecer” dos sensores do inimigo.
Um dia desses foi mostrado como um helicóptero de ataque consegue detectar homens a uns 3 km de distância usando um FLIR.
Veículos como carros de combate podem ser detectados por uma aeronave com equipamento semelhante a mais de 30/40 km.
Usando radares de abertura sintética/indicador de alvos móveis uma aeronave pode fazê-lo a mais de 150 km.
Aviões especializados como o E-8 JSTARS o faz a mais de 250 km.
Usando ainda a técnica de engajamento cooperativo, com um avião linkado a comandos em terra ou a um UAV e o céu é o limite em relação a quão longe um alvo tático pode ser atacado.
Não é atoa que o A-10 cederá o lugar de destruidor de tanques ao F-35. No máximo o A-10 será aproveitado para atirar em cabras nas montanhas do Afeganistão com seu GAU-8.
Já está vindo tarde a introdução da tecnologia stealth aplicada a equipamentos e veículos terrestres. Tecnologia esta que já está em uso há muito tempo em aeronaves e navios.
Somado a ela deverá se multiplicar o uso de contra-medidas, alvos falsos, C-PGM, etc.
O exército que não evoluir estará fadado a ser massacrado e no máximo vai querer saber se alguém “anotou o número da placa”.