Retirada americana do Afeganistão pode custar bilhões
Remover o monstruoso aparato militar norte-americano do Afeganistão depois de mais de uma década de guerra custará bilhões de dólares, e se revela uma tarefa mais difícil do que a retirada do Iraque no ano passado.
O vice-secretário de Defesa e responsável por supervisionar o levantamento da situação no Afeganistão, Ashton Carter, falou sobre os desafios no último dia 10, durante a primeira grande entrevista sobre a saída das tropas do país.
O ritmo da retirada está acelerando: cerca de 20 mil soldados norte-americanos e seus equipamentos voltarão para casa em outubro. Atualmente, as forças em solo afegão somam cerca de 88 mil. Todas as forças de combate estadunidenses devem deixar o país até 2014. Enquanto isso, a principal rota terrestre de suprimentos, fazendo fronteira com o Paquistão, foi reaberta semana passada. A via estava fechada desde novembro passado, depois que tropas americanas mataram por engano 24 soldados paquistaneses na fronteira.
“É um ambiente logisticamente severo para se transporter qualquer coisa”, declarou Carter. “Ainda há combates. Terrenos terríveis. Estradas estreitas. Portos distantes. Em termos de magnitude, a retirada do Afeganistão é mais desafiadora do que foi a do Iraque”.
No Iraque, as tropas embarcavam em caminhões, rumavam algumas milhas ao sul até o Kuwait e depois navegavam para casa. Esse ano, o Pentágono requisitou 2.9 bilhões de dólares para custear reparos e substituição de equipamentos removidos ano passado.
O território afegão, de difícil acesso, exige um percurso de mil milhas em uma estrada dura e perigosa até o porto em Karachi, no Paquistão. Até agora, poucos caminhões passaram pelas duas fronteiras paquistanesas – cinco veículos pelo norte e nove pelo sul, declarou Carter. Levará algo em torno de três meses para que o tráfego flua livremente pela área.
Ainda assim, é a melhor opção. O transporte aéreo de equipamentos, ou pelas rotas terrestres passando por países ao norte do Afeganistão, acrescentou até 100 milhões de dólares por mês às despesas de transporte, afirmou o secretário.
“O desafio de entrar e sair do Afeganistão nos diz muito de porque Osama bin Laden foi para lá em primeiro lugar”, disse Loren Thompson, analista militar no Lexington Institute e consultora para a indústria de defesa. “Os líderes da AlQaeda sabiam que seria muito difícil manter esforços de guerra em um local assim”.
Alguns dos desafios em solo afegão, segundo Carter, incluem:
Desmantelar 400 bases. Cada item precisa ser registrado em inventário, limpo e enviado de volta para casa ou para depósitos de equipamentos ao redor do mundo. Alguns podem ser deixados para os afegãos, mas não muitos, explica o secretário, pois eles têm limitações quanto à manutenção desses equipamentos.
Devolver 100 mil contâineres. Segundo registros do Pentágono, as Forças Armadas norte-americanas pagaram mais de 610 milhões de dólares em multas atrasadas para companhias de navegação por não terem conseguido devolver os contâineres a tempo.
FONTE: DefenseNews
Podem transferir tudo isso para a nova Base Militar no Paraguai.