Heavy Infantry Fighting Vehicle – HIFV
Em 2005 os Emirados Árabes Unidos contrataram a empresa Sabiex belga por US$ 15,8 milhões para transformar um carro de combate de origem italiana OF-40 em Transporte de Tropas Blindado Pesado no projeto Heavy Infantry Fighting Vehicle (HIFV) – Veículo de Combate de Infantaria Pesado.
O primeiro protótipo ficou pronto em 2007 e recebeu a torre do BMP-3 já em uso nos Emirados Árabes Unidos, mas limitando a capacidade de transporte de tropas para apenas quatro. O motor foi mantido na frente e a traseira recebeu uma grande rampa baixada por sistemas hidráulicos. A rampa também tem uma porta menor que abre para a direita.
O veiculo terá 8,5 metros de cumprimento, 3,35 metros de largura e 2,1 metros de altura.A capacidade de carga será de 10 tropas mais dois tripulantes. A proteção será no nível STANAG 5. O motor será o MTU MB838 Ca M501 diesel de 830Hp podendo atingir 60 km/h e com alcance de 600km. O peso máximo é de 45 toneladas incluindo a torreta do BMP-3.
Os Emirados Árabes Unidos receberam 36 carros de combate OF-40 da Itália e quatro na versão Armoured Recovery Vehicles (ARV) no início da década de 1980. Os OF-40 foram substituídos pelo carro de combate Leclerc. Até 2010 não se tinha noticias se a conversão dos 40 blindados OF-40 para o HIFV havia sido autorizada.
Quando falamos nos grandes comandantes de blindados pensamos em Heinz Guderian, George Patton, Erwin Rommel ou Gueorgui Jukov, todos da Segunda Guerra Mundial (SGM).
Ou então lembramos dos ingleses Fuller e/ou Basil Liddell Hart, os idealizadores da arma blindada, antes mesmo da SGM.
Mas durante as guerras árabe-israelense, na segunda metade do século XX, destacou-se um importante comandante de blindados judeu, o General Tal Israel, falecido em 2010.
Somando seu conhecimento teórico com a experiência dos inúmeros combates blindados das IDF/Army, influenciou o pensamento militar israelense e certamente de outros países, sendo considerado o ‘pai’ do Merkava, um Carro de Combate criado para o TO do Oriente Médio.
Uma das suas idéias dizia respeito a infataria blindada e seu papel nas grandes unidades pesadas (Brigadas).
No seu entedimento, com o qual concordo inteiramente, o blindado que transportava a infantaria deveria ser melhor protegido que os Carros de Combate – CC que apoiava.
Enquanto os infantes precisam tomar o objetivo, o que implica em avançar sobre estes, os tanques precisam apenas dominá-los pelo fogo e movimento, o que pode ser feito à distância.
Outros países vislumbraram este cenário, como URSS, EUA e Alemanha. Mas seus blindados eram muito leves e muito caros para a realidade de Israel.
Assim nasceu uma grande família derivada dos Centurion/Ben Gurion, mas principalmente o Achzarit (Cruel), aproveitando as centenas de tanques capturados dos modelos T-54 e T-55.
Apenas como referência, enquanto um T-55 pesava algo em torno de 36 (trinta e seis) toneladas o Achzarit pesa cerca de 44 (quarenta e quatro) toneladas.
http://sistemadearmas.sites.uol.com.br/ter/vbip3.html
O conceito do Heavy Infantry Fighting Vehicle (HIFV) proposto pela Sabiex é basicamente o mesmo, sobre a plataforma do tanques OF-40 usados do EAU, com a melhoria de colocar o motor na parte frontal do veículo, o que é ótimo.
Lembro que o OF-40 é uma versão do Leopard I fabricado sob licença pela Oto Melara italiana.
Não é difícil imaginar que algo semelhante poderia ser feito com os Leopard I A-1 que o Exército Brasileiro estará retirando da ativa em breve.
Como Israel fez com o Centurion/Ben Gurion, o M-60/Magach ou mesmo o T-55/Achzarit, o Brasil poderia ‘começar de novo’ a modificar carros de combate na nossa própria indústria.
Já houve, inclusive, uma experiência anterior, na conversão dos M-41 Walker Bulldog em M-41C Caxias.
Sds,
Ivan, a Old Infatryman.
A noticia anterior diz: “…O motor foi mantido na frente e a traseira recebeu uma grande rampa baixada por sistemas hidráulicos. …”.
Isto está errado. O OF-40 como a gigantesca maioria dos carros de combate moderno, tem o motor na traseira.
A Sabiex para situar na traseira o compartimento dos fuzileiros embarcados com grande porta para a entrada/saida dos mesmos, inverteu a posição do motor.
Exatamente como foi feito na conversão dos CC Centurion para VBTP Tensah, mencionado em um post anterior.
“… Já houve, inclusive, uma experiência anterior, na conversão dos M-41 Walker Bulldog em M-41C Caxias. …”.
Esta conversão, que graças a Deus morreu – apenas retirava a torre do M41. Uma modificação digna do final da 2ª GM em que CCM canadense Ram, teve a torre removida, convertendo-os em VBTP Kangaroos, que foram dotação de um batalhão de infantaria britanico e um canadense.
Para quem não tinha nada era um prato cheio.
Os T16 (M44) de 1945 inauguraram a era dos VBTPs com tripulação protegida na parte traseira do veículo, podendo entrar/sair por porta traseira.
Bacchi
“…ecebeu a torre do BMP-3 já em uso nos Emirados Árabes Unidos, mas limitando a capacidade de transporte de tropas para apenas quatro. …”
A instalação de uma torreta por controle remoto não melhoraria tal capacidade?
Pelo que pude descobrir, a versão com torre tem tripulação de 7, e o sem torre, tripulação de 12 soldados.
Todavia não consigo entender onde fica a tropa de desembarque na versão com torre, pois a mesma (a torre) parece que fica localizada na traseira do veículo!!!
Bacchi